Dom Vicenzo. A luz suave das velas iluminava o grande salão de jantar da mansão de Dom Vicenzo. O ar estava denso com o aroma das iguarias italianas preparadas com esmero. O barulho da porcelana e do cristal ao serem tocados fazia parte do cenário sofisticado que envolvia o jantar. Salvatore, com seu traje impecável, estava sentado à mesa com Dom Vicenzo, o patriarca da família, que olhava com atenção para o copo de vinho tinto. "Salvatore," começou Dom Vicenzo, sua voz grave e autoritária, "o casamento de Felipe e Helena precisa acontecer o mais breve possível. A situação se tornou urgente. Não podemos mais adiar esse evento." Salvatore assentiu lentamente, já ciente da pressão que estavam enfrentando. –Entendo, Vicenzo, você está me propondo um acordo de casamento entre seu homem de confiança Felipe e Helena minha filha. – Isso mesmo Salvatore, o mais rápido possível, Felipe conheceu Helena, pois você mesmo que pediu que ele a treinasse! E como Felipe está com viagem marcad
Felipe O encontro foi marcado, em um local isolado da propriedade, onde as vistas deslumbrantes do campo ofereciam a privacidade necessária para que o casal tratasse dos detalhes do casamento. Felipe estava ansioso, mas também determinado. Ele sabia que sua união com Helena não era apenas uma questão de casamento, mas de aliança estratégica entre as famílias.Salvatore mandou que Antônio trouxesse Helena de qualquer forma da ilha Ele não queria perde a oportunidade que esse casamento se realizasse, esse casamento que iria resolver todos os seus problemas Helena, com sua postura graciosa, porém triste pois nada lhe trazia alegria chegou ao local em silêncio, mas com um olhar firme. Ela sabia que esse casamento era importante tanto quanto ele sabia. Ela se aproximou e percebeu que seu noivo era o Felipe, seu grande amor e pai de seu filho quem a aguardava perto de uma mesa no jardim.Felipe fez um gesto para que ela se sentasse.–Sim, Helena, eu te disse que voltaria e que você se
Confissões e PedidosHelenaFelipe e Helena permaneciam em silêncio por um momento, a suavidade do vento ao redor deles contrastando com a tensão do que ainda precisava ser dito. A luz do final da tarde tingia o céu de tons dourados, mas o peso no coração de Helena não desaparecia.Helena, com os olhos baixos, finalmente quebrou o silêncio, sua voz carregada de uma emoção que Felipe não esperava ouvir.–Felipe, começou ela, quase hesitante. –Há algo que eu preciso te contar. Algo que tem me consumido desde o momento mais difícil da minha vida.Felipe a observou com atenção, sentindo que ela estava prestes a revelar algo doloroso, algo que ele não sabia. –O que aconteceu, Helena? Perguntou ele, com a voz suave, embora sua mente começasse a se preocupar com o que poderia vir a seguir.Ela respirou fundo antes de continuar, a dor nas palavras visível. –Quando eu estava grávida, achei que tudo ficaria bem, que você chegaria a tempo. –Eu estava feliz, esperando nosso filho. Mas o desti
–Mas há algo que eu preciso de você agora. Algo que está me atormentando desde aquele dia. Felipe franziu a testa, o coração apertado, curioso e preocupado. –O que você precisa, Helena? Pode me pedir qualquer coisa. Ela o olhou com uma seriedade inesperada, seus olhos se fixando nos dele. –Eu preciso que você adquira a ilha do meu pai, Salvatore. O bebê... está enterrado lá. Quando eu perdi nosso filho, eu não queria deixá-lo para trás, então pedimos para enterrá-lo naquele lugar. Mas agora com tudo o que está acontecendo, o meu maior desejo é que a ilha seja nossa, Felipe. Eu preciso disso, não só pela memória do nosso filho, mas porque aquele lugar, para mim, é sagrado. E se conseguirmos adquiri-la, isso me dará paz." Felipe ficou em silêncio, o peso do pedido dela caindo sobre seus ombros. Ele sabia o quanto a ilha representava para ela, mas também sabia o que isso significava politicamente e estrategicamente. A ilha de Salvatore era uma propriedade valiosa e, ao adq
Camila Nos dias que se seguiram, Helena se manteve reservada. Ela participava das reuniões sobre a organização do casamento, mas era óbvio que seu coração estava distante. Camila percebeu isso antes de todos. Um dia, enquanto eu estava no campo de treino com Antônio, vi as duas caminhando juntas pelo jardim. Camila falava gesticulando muito, enquanto Helena escutava, com os braços cruzados. Mais tarde naquela noite, Camila veio até mim. — Felipe, Helena está… quebrada. Olhei para ela, confuso. — Como assim, quebrada? Camila suspirou e se sentou ao meu lado. — Ela perdeu algo muito importante, Felipe ou alguém muito importante. Mas ela não fala sobre isso. Está guardando tudo dentro de si. — Você acha que eu devo falar com ela? — Acho que você deve dar tempo a ela. Mas… esteja por perto quando ela decidir falar. Assenti, sentindo um peso diferente no peito. Naquela mesma noite, encontrei Helena sozinha no terraço. Ela estava sentada em uma poltrona, com um copo
Felipe Os dias após o casamento foram uma mistura de alívio e tensão. A cerimônia havia sido impecável, com flores brancas adornando cada canto, Helena usando um vestido simples, mas elegante, e Felipe mantendo uma postura firme ao seu lado. No entanto, mesmo durante os votos, algo nos olhos de Helena parecia distante, como se ela estivesse em outro lugar.Agora, instalados na casa que havia sido alugada para que o casal passasse a lua de mel Vicenzo fez questão de comprar a ilha de Salvatore para presentar o casal com a desculpa que como Helena passava meses lá ela ficaria muito contente.E o Dom ainda fez um pedido irrecusável ao Salvatore, já que Felipe era seu soldado de confiança e estava sempre em missão, o Antônio deveria ficar como protetor de Helena para que nada de mal acontecesse a ela.Vicenzo aproveitou o pedido de Felipe para a compra da ilha e iria construir uma base secreta, no lado Sul da ilha distante da casa principal onde somente seus soldados mais chegados teria
Camila cruzou os braços e ia retrucar quando Helena apareceu na porta. Ela parecia hesitante, segurando um livro contra o peito.— Felipe, podemos conversar? A sós?Camila arqueou uma sobrancelha, mas assentiu, saindo do escritório.— Claro, Helena. Entre. O que aconteceu?Ela entrou, fechou a porta e sentou-se na cadeira à frente da mesa de Felipe. Seus dedos tamborilavam nervosamente sobre o livro.— Eu quero ir para a ilha.Felipe franziu o cenho.— Ilha? Está falando da propriedade isolada da família Vicenzo?— Sim. É um lugar calmo, longe de tudo. Eu preciso… respirar. Preciso de paz. Lá, eu me sinto mais próxima dele.Felipe não perguntou quem era "ele". Já sabia.— Helena, eu entendo seu desejo de paz, mas estamos em um momento delicado. Você realmente quer ficar tão isolada?— Sim, Felipe. É importante para mim.Felipe inclinou-se para frente, olhando diretamente nos olhos dela.— Antônio? Por quê? Ele é um dos homens mais leais de Dom Vicenzo, mas… por que especificamente ele
Felipe A manhã nasceu fria. A névoa se espalhava pelos campos enquanto o sol tentava, em vão, romper a densidade branca que cobria tudo. O silêncio era quase palpável, interrompido apenas pelo som de botas pesadas pisando no cascalho.Eu estava sentado nos degraus da varanda principal, segurando uma caneca de café quente. A noite anterior havia sido longa demais, e o peso das últimas horas ainda pairava sobre mim.— Felipe… — A voz suave de Camila me tirou dos meus pensamentos.Ela estava ali, envolta em um casaco largo demais para seu corpo magro. Seus olhos castanhos pareciam mais vivos do que na noite anterior, mas ainda havia algo quebrado neles.— Camila, você deveria estar descansando. A médica disse que precisa de mais algumas horas de sono.Ela deu um sorriso fraco, sentando-se ao meu lado.— Já dormi demais, Felipe. E você? Dormiu pelo menos um pouco?Bebi mais um gole de café antes de responder:— O suficiente para não desmaiar.O silêncio caiu entre nós, mas não era descon