Luna saiu do box ainda rindo, os cabelos molhados escorrendo pelo rosto, as bochechas coradas pelo calor da água e… do momento que acabara de viver.
Jacob veio logo atrás, os olhos brilhando de pura satisfação, mas também de algo mais… Algo profundo, real.
Ele a observava como se ela fosse um sonho do qual não queria acordar.
Ela pegou uma toalha e começou a se enrolar nela, ainda sorrindo, mas antes que pudesse se afastar, sentiu os braços fortes a envolverem por trás.
O queixo de Jacob se encaixou em seu ombro nu, seus lábios deslizando com lentidão até seu pescoço.
— Hmm… não sei se gostei dessa toalha cobrindo o que é meu… — ele murmurou, com a voz rouca, cheia de um desejo ainda pu
O escritório de Jacob estava silencioso, exceto pelo som rítmico da caneta deslizando sobre os papéis que ele revisava, a luz entrava pelas amplas janelas panorâmicas, as mesmas que mostravam a cidade brilhando, mas ele mal notava o cenário à sua frente. Sua mente ainda estava presa às últimas noites ao lado de Joshua e… Luna.A lembrança do toque dela, dos sussurros abafados entre os beijos, do calor dos seus corpos unidos no chuveiro ainda o assombrava de forma doce e torturante.O relógio marcava o fim da manhã, ele mal percebeu o tempo passar.De repente sua mente vagou para longe, perdida em um turbilhão de pensamentos que não lhe davam trégua. Não queria viver um relaci
Jacob dirigia em alta velocidade, levou a mão até a gravata afrouxando o nó para em seguida retirar e jogar no banco do carona. Mesmo sem o acessório, ele sentia o nó em sua garganta ficando mais apertado a cada quilômetro que o separava do hospital. As palavras do Dr. Carter ecoavam em sua mente como um alerta ensurdecedor:“Venha o quanto antes.”Seu coração batia rápido demais, suas mãos suavam contra o volante e a cada respiração, o medo rastejava mais fundo em sua pele. Ele não sabia o que esperar, mas uma parte dele dizia que, qualquer que fosse a notícia, isso mudaria sua vida para sempre.Ao chegar no hospital, ele nem percebeu o caminho que fez até o consultório. Sua mente estava em outro lugar, seus pensamentos acelerados demais para absorver qualquer detalhe ao seu redor.Foi recebido pela secretária do médico que imediatamente anunciou sua chegada. Ao abrir a porta do consultório do Dr. Lincoln, ele foi recebido com um olhar sério.— Senhor Lancaster, sente-se, por favor.
Jacob esfregou o rosto com as mãos, tentando recuperar um mínimo de racionalidade enquanto olhava para o médico à sua frente. Tudo estava desmoronando rápido demais.O choque da revelação sobre Samantha ainda o atingia em ondas devastadoras, mas ele precisava se concentrar no que era mais importante.Joshua…Engolindo em seco, ele respirou fundo e forçou a voz para sair firme:— Doutor, quais são os próximos passos no tratamento do meu filho?O médico ajeitou os óculos e cruzou as mãos sobre a mesa. Sua expressão era serena, mas carregada de um peso que Jacob reconheceu na hora, ele não daria boas notícias.— Começaremos com a quimioterapia em altas doses para avaliar como a medula óssea do Joshua responde — ele disse pausadamente, medindo suas palavras. — O primeiro passo será implantar um cateter embaixo da pele de Joshua, por onde serão aplicadas as medicações. É um procedimento tranquilo e feito em bloco cirúrgico. Vamos precisar também, fazer aplicações diretamente na medula ósse
O restaurante estava lotado e a mesa onde Luna, Kevin e Kate estavam parecia um pequeno universo à parte, onde o riso e a leveza reinavam.Kevin, como sempre, era o centro da animação. Ele gesticulava exageradamente enquanto narrava sua mais nova aventura amorosa, fazendo Luna gargalhar tão alto que algumas pessoas das mesas ao lado viravam para olhar.— Amiga, você não tem noção! — Kevin exclamou, pegando a taça de vinho e tomando um gole antes de continuar. — Esse homem simplesmente não me deixa descansar! Eu acordo de madrugada para beber água e lá está ele, pronto para outra rodada!Luna quase cuspiu a bebida de tanto rir.
O salão de beleza estava cheio naquela tarde. Mulheres conversavam animadamente, o cheiro forte de produtos capilares impregnava o ambiente e o som dos secadores misturava-se às risadas que ecoavam pelo espaço.Samantha estava radiante, um sorriso satisfeito nos lábios, enquanto observava seu reflexo no espelho. Os cabelos estavam impecáveis e suas unhas, recém-feitas, brilhavam sob a luz branca do salão.Ao seu lado, Sophie observava tudo em silêncio. Cada dia que passava, sua preocupação crescia, Samantha falava como se nada tivesse acontecido, como se não fosse esposa de um homem que a rejeitava, como se não fosse mãe de uma criança que estava lutando contra uma doença terrível.Ou pior, co
A chuva castigava Londres naquela noite, transformando as ruas em espelhos d’água que refletiam o brilho frio dos relâmpagos. Os trovões ressoavam como um aviso sombrio, como se o próprio universo tentasse alertar sobre o que estava prestes a acontecer.Dentro da maternidade, os corredores estavam agitados. Médicos entravam e saíam das salas de parto, enfermeiras corriam para lá e para cá, os gritos de mulheres em trabalho de parto se misturavam ao som da tempestade.Naquele hospital, duas mulheres estavam prestes a dar à luz. Duas mães, dois destinos… e um segredo que jamais poderia ser revelado.Luna HarrisonO grito escapou dos meus lábios assim que outra contração intensa rasgou meu corpo. Eu me contorcia na maca, segurando o lençol com força enquanto as enfermeiras me levavam às pressas para a sala de parto.— Respire, Luna. Está indo bem, logo seus bebês estarão nos seus braços. — disse o médico ao meu lado, tentando manter a calma.Mas eu não conseguia. Era cedo demais, muito ce
Dizem que na vida só temos a certeza da morte. Mas eu tinha outra: A de que meu destino havia mudado para sempre. Um ano e três meses atrás...— Ele abusou de mim, pai. Eu… eu…PlaftSinto o rosto arder pelo tapa que levei no rosto, mas nada se compara a dor que sinto dentro do peito. Meu pai, aquele que deveria me proteger das mazelas do mundo, cuidar de mim, não acreditava no que eu dizia. — Você é uma dissimulada e mentirosa como sua mãe. Thomás jamais faria isso com você, Luna. Como você pode… saia da minha casa, a partir de hoje não é mais minha filha! Encaro a figura alta bem diante de mim. O homem de cabelos loiros iguais aos meus, seus olhos verdes sempre me lembravam um par de esmeraldas. Não consigo exteriorizar a dor dilacerante que corta minha alma. Sem dizer uma única palavra, dei às costas e saí daquela casa. A casa que pertenceu à minha mãe, onde fui feliz até meus oito anos, depois disso o destino cruel levou a levou, vítima de câncer de mama. Eu saí sem levar nad
Existe um ditado que diz “Palavras confortam a mais profunda dor”. Eu discordo, acredito que um abraço envolvente,sincero, vale mais que mil palavras. Saio da ponte de Westminster correndo e deixo o homem que acabou de me impedir de fazer uma burrada para trás. “Meu Deus, o que eu ia fazer?”Não posso dar fim à minha vida, preciso ser forte e sobreviver a tudo isso, não por mim, mas pela memória de minha mãe! Fecho o sobretudo no meu corpo e vou para o único lugar onde sei que serei acolhida: a casa da minha melhor amiga, Kate. Desde pequena somos melhores amigas, apesar das tentativas da minha madrasta de nos afastar. Segundo ela, Kate não era do meu “nível social”, tolice. Sempre duvidei dos verdadeiros sentimentos de Ingrid em relação ao meu pai. Não que fossemos ricos mas, comparado a ela, tínhamos uma condição de vida muito superior. Depois da morte da minha mãe, passados seis meses, ela chegou na nossa casa. Quando a vi, pensei que pudesse amá-la como uma mãe, mas a decepção