América Sullivan
Estou no meu quarto procurando alguma roupa confortável na mala, encontro um conjunto de pijama e pego. Estava vestindo ele quando escuto vozes altas vindo da sala. Eu conheço a voz, era minha mãe. Brigando com todo mundo para variar, e o motivo da vez deveria ser eu. Eu sei que minha mãe foi contra eu vim para cá depois de anos, ela não me queria aqui, para envergonhar a família novamente ou estragar o casamento de sua filha, e sei que meu pai e Liana que convenceram ela, ele nunca ia me deixar na rua, ou ficar em outro lugar, e então com o pedido da filha predileta dela e do marido ela resolveu me "abrigar". — Vem como se nada tivesse acontecido! Depois de envergonhar a família! — escuto a voz dela. Isso é com certeza sobre mim, ela não mudou nada. — Você sabia que a fama de puta dela ainda rola? Hipócrita da parte dela, e ainda trás cachorro! Billy late. — Shiuuuu! — faço para ele. — Querida, por favor.. .. — não escuto o restante que meu pai diz. Suspiro e me deito na cama, é melhor eu não descer para o jantar. Na verdade, é melhor eu nem ficar aqui. Liana era filha predileta da minha mãe, e ela sempre fazia questão de dizer, depois de Liana vinha Susan.Eu sei que quase estraguei o namoro de Liana, mesmo sem ter culpa de nada, e eu não sei como vai ser quando tiver que encontrar eles, porque vai ser inevitável. Eu não sei minha reação ao encontrar Josh, não sei como vão estar meus sentimentos, me sinto muito confusa na verdade, ele foi o grande amor da minha vida até hoje, eu nunca me envolvi com ninguém como foi com ele. Naqueles primeiros anos que fui embora a culpa e o rancor me dominaram. Eu senti uma avalanche de sentimentos ruins. Eu passei por tanta coisa, mas não voltei, e venci os maiores desafios. Algum tempo depois, eu comecei a receber mensagens do meu pai e Liana, como se nada tivesse acontecido.No começo ignorei, depois eu percebi que ficar com esses sentimentos dentro de mim, não era pior para eles, era pior para mim, que não conseguiria seguir em frente desse modo.Minha relação com Liana era de realmente irmãs. Sei que poderia contar com ela para tudo, independente do passado. Já com Susan, o negócio era muito diferente, eu a amava, mas a relação era conturbada. Escuto fracas batidas na porta, e vejo ela abrir devagar. Era Cole. — Oi, posso deitar aí com você? — ele pergunta, carrega na mão um pacote de salgadinhos. — Claro — dou espaço e ele se deita comigo olhando para o teto do quarto. — Você escutou o que a mamãe estava dizendo né? — pergunta receoso. — Algumas coisas— ele faz carinho no meu cabelo com uma mão e com a outra começa a comer o salgadinho. — E está tudo bem, não me abalo como antes. — Não dê ousadia para o que ela fala, tá? — me olha preocupada. Dou um sorriso a ele. — Nunca dei, não vai ser agora. — falo, mas por dentro é outra história. — Onde estão as meninas e o vovô Ben? — Liana está com Derek, Vovô Ben está lá embaixo,— ele fala, amava o vovô Ben — Susan, bem, ela não sei onde está, e Dylan também já chegou. Eu amo todos os meus irmãos, todos, mas eu e Dylan na última vez que nos falamos, brigamos muito feio, isso tem anos. — Acho melhor deixar para falar com o vovô amanhã então.— falo e ele me olha novamente com o olhar triste. — Acho melhor também. Escuto novamente batidas na porta. Encaro Cole, nenhuma outra pessoa viria ao meu quarto. Mas mudo de ideia quando vejo a cabeça branca do vovô Ben, pulo da cama e corro em sua direção. — Vovô!! — Minha princesa! — ele fala me abraçando. Que abraço bom. — Fiquei sabendo que os meus netos preferidos estavam em um só lugar. Eu ri. — Ele deve falar a mesma coisa para os outros. — Cole fala. — Não mesmo, — vovô fala, e me encara com seus olhos azuis como os meus. — Como você está minha filha? O olhar dele dizia a preocupação com o que minha mãe tinha falado lá em baixo. — Estou muito melhor agora no seu abraço.— falo e o abraço novamente. — E no meu? — Cole fala indignado. — Tem para todo mundo! — o chamo com a mão para o abraço.— Vem cá bebezão. Ele bufa, mas vem para o abraço em trio. — Quanta saudade eu estava. — falo. — Este foi o melhor abraço do mundo. — meu avô nos solta. — Mas preciso ir tomar um banho, fique com Deus minha filha. Me dá um beijo nos cabelos antes de ir, eu e Cole voltamos para a cama. Olho para o teto novamente e penso na vida. Perdemos coisas tão maravilhosas por besteiras. E nos contentamos com tão pouco. Perdi anos longe da minha família, mas apesar de me sentir culpada, não me arrependo, foi necessário. Em nome de mim, da minha saúde mental e do meu amor próprio. Eu também vim com outro propósito. Mas isso logo será revelado. — O que tanto pensa? — Cole pergunta. — Na vida e em tudo, né. — Meri......... — Acima de tudo,— eu o corto delicadamente — estou muito feliz por ter vindo. Ele me abraça. — E eu estou muito feliz que você tenha vindo. Eu amo você Meri. — E eu amo você Cole.— falo com a voz cortada, e os olhos cheios de lágrimas. Acabamos dormindo abraçados, e quando eu espanto já era de madrugada. Pego o celular e olho as horas. São 02:44 da madrugada. Quando me levanto Billy me olha. — Fique aí, vou beber água.— falo baixo. Respiro fundo e desço para beber um pouco de água. Vou descalço para não fazer tanto barulho, e quando vou chegando perto da cozinha escuto vozes falando bem baixinho. — Shiii! Não podemos fazer barulho! — eu reconheço a voz de Susan. — Por que? — franzi a testa quando escuto a voz de um garoto. — A idiota da minha irmã chegou de viagem, e o quarto dela e bem na parte acima da cozinha.— ela fala e sinto um aperto no peito. — A irmã que você fala é aquela que.......— ele começa, mas para. — Sim, a puta.— o aperto aumenta. Ele ri mais ainda e fala: — Eu me lembro da época daquele escândalo, coitada da sua família. — A minha família ficou arrasada, foi vergonha para todos nós, agora ela volta querendo ser a puritana, e com certeza quer o Josh de volta.O rapaz ri e eu perco a sede e volto para meu quarto. Eu sabia que era esse o pensamento, mas escutar era mil vezes pior. Quando entro de volta ao meu quarto, Cole está sentado na cama esfregando os olhos. — Já ia te procurar— ele fala, diferente de mim que não consigo pronunciar mais nenhuma palavra. Eu simplesmente deito na cama e vejo quando ele deita ao meu lado, ele me abraça novamente e lágrimas começam escorrer pelo meu, rosto acho que acabo molhando o braço dele que estou apoiando minha cabeça. — O que foi Meri? — pergunta preocupado, aí senti minhas lágrimas. Eu só faço que não com a cabeça, e espero que eu consiga dormir novamente. Quando decidi vir, sabia que ia escutar e ver coisas do passado. Mas meu erro foi pensar que eu tinha superado. Que essas coisas não me atingiram, fui tola. Se essas simples palavras estão me fazendo ficar assim? Como vou ficar quando ver ele? Porque não vai ter jeito, vai ser impossível evitar ele, o cunhado da minha irmã.Meu ex amor.Assim que pisamos na biblioteca o ar mudou. Eu estava feliz. O quanto esse ambiente me fazia bem não estava escrito. Com certeza um dos meus lugares preferidos na cidade. Se a cidade não mudou, a biblioteca muito menos. Com meu óculos, adentrei a biblioteca seguida de Billy, que ia ao meu lado e Juddie Cole que estavam engatados em uma animada conversa. A biblioteca era muito grande, e existia uma grande diversidade de livros, mas aqui, a parte que mais me interessava era a área musical. Tinha as enormes prateleiras, podíamos olhar para cima e ver os livros do andar de cima e o lindo teto de vidro. Entramos na biblioteca e pegamos o largo corredor a direita que levava para o mini teatro, no palco era onde ficavam os instrumentos musicais e no lugar dos bancos para a plateia, ficava as mesas para as pessoas lerem escutando música, ou simplesmente apreciar a música. O teto é tão lindo quanto o da entrada. Aqui tinha todos os instrumentos imagináveis, eu tocava piano, vio
Josh Adams Ser delegado de Jacksonville Beach não era uma tarefa difícil. Na maioria das vezes era tranquilo, uma vez ou outra aparecia uns arruaceiros, mas nada muito preocupante. Era uma cidade pequena, então as notícias corriam rápido. E a notícia de que ela tinha chegado foi mais rápida ainda, os grupos de fofoca foram a loucura. Era o assunto na cidade, e na minha mente. Eu não me engano, não nego o misto de sensações que eu senti com a notícia, porque acima de todos eu senti saudade, depois veio a amargura. O primeiro amor não se esquece fácil, e eu tentei, juro que tentei, fiz de tudo. Mas cá estou eu, Josh Adams, 27 anos, delegado de Jacksonville Beach, ainda apaixonado pela mesma pessoa. Parece até piada, mas não era, e se eu falasse a alguém isso, com certeza iam me julgar como eu ainda era apaixonado mesmo depois de tudo que ela me fez passar. A resposta seria não sei. A única coisa que consigo fazer em relação a isso é tentar reprimir o que sinto, jogar no fundo d
Já eram mais de duas da tarde quando voltamos para casa. Fazia sol, mas as nuvens pesadas vindo do oeste falavam que a chuva poderia chegar até aqui.Eu ainda estava bem confusa sobre o que tinha acontecido, depois de nos encararmos,quando eu dei o primeiro passo Juddie me abraçou e eu tirei os olhos dele, e quando eu pisquei e ele não estava mais lá.— Você foi maravilhosa América! — ela havia falado no momento. — Você toca muito bem. Naquele momento que retornei os meus olhos, ele já tinha desaparecido. Eu não sei bem definir o que eu estou sentindo, uma mistura de sentimentos que tornam a minha mente uma confusão desenfreada. E ele é o motivo, sempre ele, a causa da confusão na minha cabeça. Mas a raiva também rondava meus pensamentos e minha cabeça quando ele vinha à minha mente.Depois daquela, toquei mais algumas músicas e fomos almoçar no restaurante na entrada da cidade,ainda passeamos pelo parque, fomos em algumas lojas de roupas, só para olhar, e em seguida deixamos Judd
Depois de voltarmos para dentro, fui ajudar meu pai a terminar o almoço, que já estava atrasado, resolvemos deixar Bisa na cozinha e ela parecia muito feliz em está ali. — Cuidado com a faca Amélia. — ela falava. — Todos do mundo — Bisa de segundo em segundos falava meu nome. Para qualquer coisa, e eu amava quando ela fazia isso. — Acho que isso foi a falta que ela sentiu.— meu pai fala. Dou um sorriso. — Pai, como ela ficou assim? — pergunto a ele me lembrando da época.— Lembro que do dia para noite. — O médico falou que uma pancada na cabeça avançou o Alzheimer. — ele fala olhando para ela, que olhava para lá fora. — Mas ela não tinha sofrido nada. Estranho. — Então a partir daí o estado dela foi se agravando. — ele fala. Vou até ela e abaixo na sua frente. — Bisa, a senhora quer alguma coisa agora? — pergunto, já tem uma horinha boa que ela comeu algo. — Quero conhecer James e Amélia. — arregalou um poucos os olhos, mas rapidamente voltou ao normal dando uma risa
O almoço foi incrível. Acho que nunca ri tanto. Até Billy está rindo de seu modo. E Bisa olhava todos nós com um sorriso no rosto. Ainda estávamos ao redor da mesa, e os meninos contando como foi o dia no colégio. — Nossa! A grande família feliz né? — todo mundo se assusta com Dylan parado na porta que dividia a cozinha e o quintal. Atrás dele era possível ver as ondas se formando. — Dylan, meu filho, venha almoçar.— meu pai fala animado. Mas com certeza ele não vinha, eu estava nela, e percebi seu tom desde a primeira frase. — Eu não sento na mesma mesa que traidoras. — toda a mesa ficou em silêncio. — Não sei como vocês tem coragem. — Dylan! — Cole fala. — Dylan, não é hora para isso.— vovô Ben fala. — Não é? — ele dá um sorriso sarcástico sem se mover do lugar. — E quando é? Quando ela for embora e todos aqui falarem dela de novo? Uma faca tentou me atravessar, mas permaneci calada. — Pare com isso Dylan. — meu pai fala se levantando. Até Billy se levantou, mas esse m
Acordo pouco antes das 06:00. Eu costumava acordar esse horário, então não era problema. Vou ao banheiro, escovo os dentes e depois saio. Cole havia dormido novamente comigo, então faço silêncio para não acordá-lo. Não sei muito bem descrever o que aconteceu depois de ver Josh. Pareceu que eu estava no automático. Ele continuava tão lindo, mas estava fazendo de tudo para expulsá-lo da minha cabeça. Troco o pijama por uma calça jeans e uma camiseta qualquer. Depois desço para cozinha, sendo seguida pelo silêncio da casa. Nem Billy levantou. — Bom dia! — falo sorrindo assim que vejo Papai e vovô Ben na cozinha. Vou até eles dar um beijo no rosto de cada um. — Bom dia filha — Meu pai e vovô Ben falam ao mesmo tempo. Eu ri e me sentei na cadeira da mesa. — Como passou a noite filha? — meu pai perguntou me entregando uma xícara de café. — Foi boa. — minto, e dou um sorriso. — Apesar do ronco do Cole. — Ali mais parece uma máquina.— Meu pai ri. — Mas eu fiquei feliz
Minha Bisa dormiu depois de um tempo, então eu coloquei ela novamente na cama. Sua febre tinha passado. Pego bandeja com o que restou do café da manhã e desço. Chego na cozinha e tenho um belo encontro desagradável. — Susan! Quanto tempo. — falo com ela que está mexendo em seu celular na cozinha. Ela me olha de cima para baixo. — Oi. Susan era três anos mais nova que eu, ela tinha 22 anos, amava ela porque era minha irmã, mas bem, depois que eu escutei aquela conversa, bem, talvez eu estivesse magoada. Das irmãs, era a que mais se parecia comigo, em aparência. Nunca fomos duas irmãs perfeitas, mas nos dávamos bem apesar de todas as diferenças. Meu pai tinha me falado uma vez que ela estava cursando administração na universidade local. Ela sempre se vestia como se estivesse indo em uma festa. Vou até a pia onde meu pai está cortando provavelmente algo para o almoço. — A Bisa estava com febre e a barriga um pouco inchada. — falo para ele, enquanto lavo os pratos. —
Quando a noite chegou totalmente ao início, entramos em casa, onde mais uma vez o silêncio reinava.Assim que passo pela porta com Billy atrás, meu celular toca. Era Liana. — Alô? — falo assim que atendo e continuo subindo para meu quarto. — Oi irmã! — Liana fala animada. — O que você acha de amanhã irmos ver os vestidos? Me animo na hora, e mal cheguei em casa.— Claro! —falo entrando no meu quarto. — Eu já estava reclamando. — eu falo e ela dá risada. — Você fez eu vim, e me larga.— Desculpe Meri, eu estava resolvendo outras coisas, prometo que agora vou estar mais presente.— ela fala e eu me jogo na cama, Billy sobe também e se deita ao meu lado. — Papai me falou sobre a mamãe…— Não tem problema, eu estou fazendo drama,— eu mudo de assunto e ela dá risada e eu faço biquinho. —Nem pensei nisso. Até mais tarde.Mas eu realmente tinha pensado. — Até amanhã, passo aí por volta das duas horas. — e desliga. Estava animada agora, pelo menos íamos fazer alguma coisa. E isso acaba