II. Sem Direção

Dani

Descemos da ambulância, Joana foi direto até a recepção para tratar dos assuntos referentes a documentação. Eu fui acompanhando o DG até a porta que dava entrada para o CTI e não larguei sua mão nenhum instante. Ele estava muito pálido, seus lábios arrocheados, sua roupa tomada por completo de sangue mas, sua mão ainda estava morna e era possível ver sua respiração muito fraca. Me aproximei do seu rosto e o acariciei mas, parecia que ele não estava mais ali. Que era somente o seu corpo e nada mais. Me debrucei sobre o seu peito chorando.

— Meu amor resiste por favor, você precisa resistir, nós te amamos e precisamos de você. — disse entre lágrimas

Doutor: — A senhorita só pode vir até aqui.

— Salva ele doutor, me promete que ele não vai morrer? - disse olhando para o DG

Doutor: — Faremos tudo que tiver ao nosso alcance. Agora precisamos ir. — Nesse momento levam o meu Lucas pra sala de tratamento intensivo e eu entro em desespero novamente. Eu não posso perde-lo, não posso....

— NAAOOOOO..... DANILOOOOOO...

Cai de joelhos no chão gritando por ele. Tinha a esperança dele me ouvir. Mas, não foi assim. Eu estava completamente destruída, se essa era a intenção do assassino pois bem, ele conseguiu com muito êxito. Pois, eu não teria mais forças para lutar e muito menos razão para viver se eu perdesse o amor da minha vida.

Sinto as mãos da Joana em volta da minha cintura me ajudando a levantar do chão. Ela me abraçou e sentamos no corredor próximo a recepção. Em poucos minutos chegam BN, Ge, meu pai e o tal de Rato querendo notícias sobre o estado do DG. Ge senta ao meu lado e me abraça na tentativa de me acalmar. Mas tudo que fizessem seria inútil. Só me acalmaria quando tivesse o Danilo novamente ao meu lado.

BN: — E aí tia, alguém deu alguma notícia?

Joana: — Acabaram de levar ele direto para o CTI e precisamos aguardar meu filho. - disse baixando a cabeça

BN: — Esse é o rato ou melhor o Clayton, nosso fechamento agora.

Joana: — Como vai filho?

Rato: — Tô indo né tia, malzão por não ter protegido meu patrão tlg. - disse coçando a cabeça.

Joana: — Vocês não tiveram culpa de nada. Quem poderia imaginar que num dia como o de hoje alguém seria capaz de fazer uma coisa dessas.

BN: — Mas na vida que levamos devemos dormir com um olho fechado e outro aberto. Mas agora o lance é se apegar na fé e crer que nosso irmão vai sair dessa tlg?! - disse encostando na parede

Geovana: — Tudo vai ficar bem com o DG, ele vai sair dessa, não podemos perder a fé. - Ge disse segurando a mão da Joana e a minha

— Aí amiga não sei o que dizer e muito menos o que pensar nesse momento. Tudo o que sei é que sinto um medo muito grande de perder o Danilo. Ele se tornou tudo pra mim. Esse ano ao lado dele foi o melhor e mais intenso de toda a minha vida. Eu sinto que perdi o chão e a direção a seguir. É algo de alma, não sei se você consegue me entender. - disse com a voz embargada pelo choro

Geovana: — Sei que é difícil, mas você precisa manter a calma e pensar um pouco no filho de vocês. Ele precisa que você fique bem aqui fora para ele ficar bem aí dentro. - Ge disse alisando a minha barriga

— Estou tentando me acalmar mas, está muito difícil... - quando ia terminar de falar vejo alguns policiais entrando no hospital. Olho para o meu pai e ele diz para eu manter a calma fazendo gesto com as mãos.

Policial: — Boa Noite! Fomos acionados pelo hospital de que chegou um paciente baleado. Alguém poderia conversar conosco?

Carlos: — Boa Noite! Sou o DG PF Muniz, estou a frente do caso. Logo, não há necessidade da Civil intervir. - disse mostrando o distintivo

Policial: — Preciso comunicar ao meu superior sobre esse procedimento.

Carlos: — Tudo bem. Acompanho vocês. — meu pai diz e antes de sair se aproxima de mim e fala:

- Fique tranquila, tudo ficará bem com vocês. E quando tudo isso passar nós precisamos conversar mocinha. - disse olhando para a minha barriga e eu somente assenti com a cabeça.

Geovana: — Ainda bem que o tio Carlos está por aqui pra dar essa força pra gente né?

— Ele tem sido muito mais tranquilo e tem aceitado melhor minha relação com o Danilo. Apesar que não tem outra alternativa né?! Pois, ele sabe muito bem que não vamos nos separar jamais. Só a morte seria capaz de separar nós dois.

Geovana: — Não fale assim, nada vai acontecer, logo vamos ter uma boa notícia da equipe médica, você vai ver.

— Sei lá Ge, faz tanto tempo que levaram o Danilo e até agora ninguém vem sequer nos dar uma informação. - Ao terminar essa frase levo um susto quando ouço.

Médico: — Familiares do paciente Danilo Gomes.

Joana: — Aqui doutor, somos da família. Eu sou mãe dele, eles irmãos e ela noiva. Qual é o verdadeiro estado de saúde do meu filho?

Médico: — Vou ser bem sincero o estado do paciente é gravíssimo. Ele chegou com pouquissimos batimentos cardíacos e teve duas paradas cardíacas. Mas conseguimos reverter esse quadro. Uma das balas ainda encontra-se alojada próximo ao pulmão esquerdo e por questões de milímetros não atingiu outros órgãos vitais. Tudo isso somente aconteceu pois, o projétil era de baixa velocidade. Ele está sedado, recebendo transfusão de sangue e ficará em observação por 48h. Se dentro desse período ele mostrar algum sinal de melhora será feita uma cirurgia para tentativa de retirada do projétil. Por hora aconselho que todos vocês vão para suas casas tomar um banho e descansar um pouco. Pois, enquanto o paciente estiver no CTI não poderá em hipótese alguma receber visitas.

Joana: — Obrigada doutor!

Médico: — Disponha. Estarei na sala 8 no fim desse corredor, caso precisem de alguma explicação podem ir até lá. Com licença.

— Vocês podem ir embora se quiserem, porque eu só vou sair daqui junto com o Danilo. — falo firme

Joana: — Você precisa trocar de roupa, tomar um banho, se alimentar e descansar um pouco por conta da gravidez meu anjo. Eu vou ficar aqui essa noite não se preocupe.

Geovana: — A Joana tem razão amiga. Vamos em casa trocamos de roupa e voltamos para ficar aqui no hospital. Eu volto com você.

— Tudo bem então. Preciso mesmo tirar essa roupa. Mas não vou demorar. Qualquer novidade me avisa na mesma hora Joana, promete?

Joana: — Sim meu anjo. Prometo. Vamos, vou acompanhar vocês até o carro.

BN: — Vou buscar o carro e encontro com vocês na entrada. Bora Clayton.

Rato: — Vamo lá.

Saímos do hospital e meu pai estava conversando com os policiais ainda. Até que vejo outro carro da Civil parando próximo a eles. E de lá sai um homem fortemente armado acompanhado por outro policial. Não tinha a menor noção de quem pudesse ser até ouvir a voz da Joana.

— TONYYYY!

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