Dani
Descemos da ambulância, Joana foi direto até a recepção para tratar dos assuntos referentes a documentação. Eu fui acompanhando o DG até a porta que dava entrada para o CTI e não larguei sua mão nenhum instante. Ele estava muito pálido, seus lábios arrocheados, sua roupa tomada por completo de sangue mas, sua mão ainda estava morna e era possível ver sua respiração muito fraca. Me aproximei do seu rosto e o acariciei mas, parecia que ele não estava mais ali. Que era somente o seu corpo e nada mais. Me debrucei sobre o seu peito chorando.— Meu amor resiste por favor, você precisa resistir, nós te amamos e precisamos de você. — disse entre lágrimasDoutor: — A senhorita só pode vir até aqui.— Salva ele doutor, me promete que ele não vai morrer? - disse olhando para o DGDoutor: — Faremos tudo que tiver ao nosso alcance. Agora precisamos ir. — Nesse momento levam o meu Lucas pra sala de tratamento intensivo e eu entro em desespero novamente. Eu não posso perde-lo, não posso....— NAAOOOOO..... DANILOOOOOO...Cai de joelhos no chão gritando por ele. Tinha a esperança dele me ouvir. Mas, não foi assim. Eu estava completamente destruída, se essa era a intenção do assassino pois bem, ele conseguiu com muito êxito. Pois, eu não teria mais forças para lutar e muito menos razão para viver se eu perdesse o amor da minha vida.Sinto as mãos da Joana em volta da minha cintura me ajudando a levantar do chão. Ela me abraçou e sentamos no corredor próximo a recepção. Em poucos minutos chegam BN, Ge, meu pai e o tal de Rato querendo notícias sobre o estado do DG. Ge senta ao meu lado e me abraça na tentativa de me acalmar. Mas tudo que fizessem seria inútil. Só me acalmaria quando tivesse o Danilo novamente ao meu lado.BN: — E aí tia, alguém deu alguma notícia?Joana: — Acabaram de levar ele direto para o CTI e precisamos aguardar meu filho. - disse baixando a cabeçaBN: — Esse é o rato ou melhor o Clayton, nosso fechamento agora.Joana: — Como vai filho?Rato: — Tô indo né tia, malzão por não ter protegido meu patrão tlg. - disse coçando a cabeça.Joana: — Vocês não tiveram culpa de nada. Quem poderia imaginar que num dia como o de hoje alguém seria capaz de fazer uma coisa dessas.BN: — Mas na vida que levamos devemos dormir com um olho fechado e outro aberto. Mas agora o lance é se apegar na fé e crer que nosso irmão vai sair dessa tlg?! - disse encostando na paredeGeovana: — Tudo vai ficar bem com o DG, ele vai sair dessa, não podemos perder a fé. - Ge disse segurando a mão da Joana e a minha— Aí amiga não sei o que dizer e muito menos o que pensar nesse momento. Tudo o que sei é que sinto um medo muito grande de perder o Danilo. Ele se tornou tudo pra mim. Esse ano ao lado dele foi o melhor e mais intenso de toda a minha vida. Eu sinto que perdi o chão e a direção a seguir. É algo de alma, não sei se você consegue me entender. - disse com a voz embargada pelo choroGeovana: — Sei que é difícil, mas você precisa manter a calma e pensar um pouco no filho de vocês. Ele precisa que você fique bem aqui fora para ele ficar bem aí dentro. - Ge disse alisando a minha barriga— Estou tentando me acalmar mas, está muito difícil... - quando ia terminar de falar vejo alguns policiais entrando no hospital. Olho para o meu pai e ele diz para eu manter a calma fazendo gesto com as mãos.Policial: — Boa Noite! Fomos acionados pelo hospital de que chegou um paciente baleado. Alguém poderia conversar conosco?Carlos: — Boa Noite! Sou o DG PF Muniz, estou a frente do caso. Logo, não há necessidade da Civil intervir. - disse mostrando o distintivoPolicial: — Preciso comunicar ao meu superior sobre esse procedimento.Carlos: — Tudo bem. Acompanho vocês. — meu pai diz e antes de sair se aproxima de mim e fala:- Fique tranquila, tudo ficará bem com vocês. E quando tudo isso passar nós precisamos conversar mocinha. - disse olhando para a minha barriga e eu somente assenti com a cabeça.Geovana: — Ainda bem que o tio Carlos está por aqui pra dar essa força pra gente né?— Ele tem sido muito mais tranquilo e tem aceitado melhor minha relação com o Danilo. Apesar que não tem outra alternativa né?! Pois, ele sabe muito bem que não vamos nos separar jamais. Só a morte seria capaz de separar nós dois.Geovana: — Não fale assim, nada vai acontecer, logo vamos ter uma boa notícia da equipe médica, você vai ver.— Sei lá Ge, faz tanto tempo que levaram o Danilo e até agora ninguém vem sequer nos dar uma informação. - Ao terminar essa frase levo um susto quando ouço.Médico: — Familiares do paciente Danilo Gomes.Joana: — Aqui doutor, somos da família. Eu sou mãe dele, eles irmãos e ela noiva. Qual é o verdadeiro estado de saúde do meu filho?Médico: — Vou ser bem sincero o estado do paciente é gravíssimo. Ele chegou com pouquissimos batimentos cardíacos e teve duas paradas cardíacas. Mas conseguimos reverter esse quadro. Uma das balas ainda encontra-se alojada próximo ao pulmão esquerdo e por questões de milímetros não atingiu outros órgãos vitais. Tudo isso somente aconteceu pois, o projétil era de baixa velocidade. Ele está sedado, recebendo transfusão de sangue e ficará em observação por 48h. Se dentro desse período ele mostrar algum sinal de melhora será feita uma cirurgia para tentativa de retirada do projétil. Por hora aconselho que todos vocês vão para suas casas tomar um banho e descansar um pouco. Pois, enquanto o paciente estiver no CTI não poderá em hipótese alguma receber visitas.Joana: — Obrigada doutor!Médico: — Disponha. Estarei na sala 8 no fim desse corredor, caso precisem de alguma explicação podem ir até lá. Com licença.— Vocês podem ir embora se quiserem, porque eu só vou sair daqui junto com o Danilo. — falo firmeJoana: — Você precisa trocar de roupa, tomar um banho, se alimentar e descansar um pouco por conta da gravidez meu anjo. Eu vou ficar aqui essa noite não se preocupe.Geovana: — A Joana tem razão amiga. Vamos em casa trocamos de roupa e voltamos para ficar aqui no hospital. Eu volto com você.— Tudo bem então. Preciso mesmo tirar essa roupa. Mas não vou demorar. Qualquer novidade me avisa na mesma hora Joana, promete?Joana: — Sim meu anjo. Prometo. Vamos, vou acompanhar vocês até o carro.BN: — Vou buscar o carro e encontro com vocês na entrada. Bora Clayton.Rato: — Vamo lá.Saímos do hospital e meu pai estava conversando com os policiais ainda. Até que vejo outro carro da Civil parando próximo a eles. E de lá sai um homem fortemente armado acompanhado por outro policial. Não tinha a menor noção de quem pudesse ser até ouvir a voz da Joana.— TONYYYY!JoanaGraças à Deus que não criei nenhuma expectativa com esse cara, pois senão seria outra desastrosa decepção. E pra ser bem sincera paciência com homens é o que não tenho. Depois dessa não vou me envolver com ninguém nem tão cedo. Finjo que não o vejo e permaneci em pé junto com as meninas aguardando BN chegar com o carro. Até que o sonso do Tony se aproximou. Não vou negar o cara é um gostoso, com aquela farda então, meu Deus. Mas o que tinha de bonito tinha de mentiroso. Tony: — Boa Noite Meninas! Geovana/Dani: — Boa Noite! - disseram se entreolhando Tony: — Não quer falar comigo Joana?Joana: — Não costumo cumprimentar estranhos. — respondo sem encara-loTony: — Como assim estranhos? Desde quando passei a ser um desconhecido para você? — ele se faz de desentendidoJoana: — A partir do momento que inventou um compromisso urgentissimo para não me acompanhar a festa. Apesar que não fez falta alguma. Companhias não me faltaram. - disse virando o rosto em direção a ruaTony: — Em
DaniAcabei cochilando no colo da Ge e quando acordei já havíamos chegado no morro. Desci do carro peguei a chave que ficava sempre embaixo do capacho. Ao abrir a porta senti um vazio imenso dentro do meu peito e meus olhos marejados. Ge me abraçou pela cintura e subimos para os quartos para tomar um banho e trocar de roupa. BN subiu em seguida e ficou ajudando a Ge no quarto dela.Entrei no quarto do Danilo, fechei a porta e fui até o banheiro tomar um banho para tentar tirar toda aquela sujeira do meu corpo. Ao tirar a roupa sinto cair no chão o envelope que minha mãe havia me entregado e que nem ao menos pude ler. Coloquei em cima do armário do banheiro, terminei de tirar a roupa e entrei no box. Abri a ducha e fiquei alguns minutos deixando a água quente escorrer pelas minhas costas com a intenção de aliviar um pouco a tensão que estava sentindo. Lavei os cabelos, fiz minhas higienes e sai enrolada no roupão do DG. Fui até o armário, coloquei um shortinho e peguei uma camisa do DG
PANTERACom o DG fora de combate tudo fica mais fácil agora. Há não ser pelo bosta do BN. O fdp é osso duro de roer. Todo certinho e nunca vai querer se aliar a mim pra destruir o amigo. Se é que ele vai ter salvação dessa vez. Porque depois dos tiros que ele levou dificilmente vai sair dessa ileso. E se conseguir com certeza vai ter alguma sequela. O plano dessa vez foi bem arquitetado e dificilmente ele vai descobrir quem atirou nele. Pois, dessa vez não sujei minhas mãos. Mas teve outro que fez todo o serviço sujo por mim. E não posso negar que o fdp trabalhou bonito e mereceu a grana alta que pediu. Doeu um pouco no meu bolso mas, nada melhor do que ver meu maior rival no chinelo. Como não sou trouxa nem nada vou marcar presença no hospital. Pra todos os efeitos sou um amigo e querido pela família. Se eu não der as caras por lá podem desconfiar de alguma coisa e isso não seria nada bom para os meus planos.Já bastava o fdp do Yuri, que sismou de me enfrentar. Tá se achado o fodão
▪︎Dani▪︎Deus realmente sabe o que faz, em meio a tristeza que estou sentindo me envia uma lindeza dessas para me alegrar. Sempre quis ter um cachorrinho como animal de estimação mas, como sempre moramos em apartamento nunca pude ter. Fiquei olhando pro rostinho dele e pensando em qual seria o seu possível nome. Pois, com certeza ele tinha um dono e consequentemente teria um nome. Então eu não poderia me apegar à ele, já que muito em breve iria embora daqui.— Mas, como eu não poderia me apaixonar por uma gracinha como você? De onde você é coisinha fofa? Você com certeza fugiu de algum lugar, está muito bem cuidado para ser cachorrinho de rua. Olhei em seu pescoço mas, tinha apenas a coleira antipulgas sem nenhuma informação para localizar o dono. Coloquei ele de frente pra mim.— Vamos fazer o seguinte? Você fica por aqui alguns dias, se ninguém aparecer dizendo que perdeu um cachorrinho você fica aqui pra sempre comigo. O que você acha?Assim que eu terminei de fazer a pergunta ele
DaniSaímos do morro e dentro de poucos minutos chegamos no hospital. BN parou o carro bem em frente. Peguei as sacolas e desci. A Ge estava toda emburrada e permaneceu dentro do carro discutindo com o BN, só porque ele estava sem camisa. Pra ser bem sincera não estava com um pingo de paciência para acompanhar ou me envolver nesse tipo de discussões. Eles que são casados que se entendam. Minha vida estava de ponta a cabeça para eu ainda ter que me preocupar com as infantilidades da Ge. E ela que tratasse de entrar na linha, pois pensa que não reparei o jeitinho meloso dela pra cima do camundongo. "Puta que pariu! Ô sina da Geovana de só cair em problema e arrastar confusão por onde passa."Entrei no hospital e logo avistei Joana sentada numa poltrona na recepção. Fui até ela e lhe dei um abraço apertado.— Trouxe algumas roupas para você. Com certeza vai se sentir bem melhor depois que tirar essa fantasia.Joana: — Vamos comigo no banheiro, lá tem um espaço para tomar banho.Acompanh
Recebi uma proposta irrecusável por parte do meu coroa. Depois de muito tempo sem olhar direito na minha cara, enfim ele confia em mim novamente e dessa vez não posso desaponta-lo. Além da polícia civil ele era envolvido com o narcotráfico e a milícia. Era muita coisa para um homem só, por isso, vou ter que ir ao Rio de Janeiro para ficar a frente de alguns negócios, entre eles venda e compra de armar e drogas. Isso mesmo, drogas. Como um ex viciado poderia ficar em contato direto com o seu maior rival, ou seja, o seu psicológico?Meu pai com certeza pensou nisso e sei que ele só havia me colocado a frente nesses negócios para poder me testar definitivamente. Essa seria a minha prova de fogo e eu não poderia vacilar de jeito nenhum. Já faziam quase um ano que sai daquela clínica de reabilitação e estava limpo até o dia de hoje. Pois, o nosso lema é sempre dizer: Consegui ficar limpo por mais um dia.Lá eu aprendi que devemos viver um dia de cada vez. Devemos fazer planos futuros, ma
DaniJoana e eu saímos, e fomos até a recepção para tentar saber alguma noticia sobre o estado de saúde do Danilo. A enfermeira que estava se aproximando ouviu e nos deu a informação de que o médico do setor viria em breve nos dar novas informações. Pediu para que aguardassemos um pouco. Então nos afastamos e sentamos um pouco na sala de espera. Estavamos conversando e de repente eu olho e avisto o tal do Tony entrando. E bem atrás dele o desgraçado do Pantera. Eu sabia que esse cara não era flor que se cheire, agora então, o que era apenas uma desconfiança tornou-se uma confirmação. Joana e eu nos entreolhamos ao mesmo tempo com um ar de surpresa. Ficamos em silêncio até que o tal Tony se aproxima cumprimentando a Joana com um beijo no rosto e estende rapidamente a mão para cumprimenta-la.Tony: — Bom Dia! — ele diz me encarando, mas não dou confiança — Alguma novidade sobre o estado do seu filho Joana?Joana: — Nada ainda. Estamos aguardando. O que vocês fazem aqui? Estão juntos?
BNFiquei sentado na recepção esperando alguma notícia do meu irmão. As mulheres foram comer e fofocar como sempre. Eu já tive muito estresse por conta do ciúme sem sentido da Geovana e não tava afim de mais problemas pra encher a minha mente. Por isso decidi ficar aqui de boa aguardando alguma novidade e de olho em tudo. Até que ouvi o médico chamar pelos familiares do Danilo Gomes. Fui até o doutor e avisei que iria chamar a tia Joana para vir conversar diretamente com ele. O doutor disse que iria aguardar no consultório 8 e que assim que encontrasse os familiares que os levassem direto para sala dele, pois o assunto era de extrema importância. Fui crente que iria fazer uma puta surpresa pra elas, mas quando cheguei na lanchonete o surpreendido fui eu. Ouvi a tia perguntando se a Geovana estava sentindo algo pelo Clayton, e ela titubeou na hora. Caralho meu sangue ferveu na mesma hora que vi a reação dela. A minha vontade era segurar a Geovana pelo braço e arrastar ela pela rua até