IV. Linda Surpresa

Dani

Acabei cochilando no colo da Ge e quando acordei já havíamos chegado no morro. Desci do carro peguei a chave que ficava sempre embaixo do capacho. Ao abrir a porta senti um vazio imenso dentro do meu peito e meus olhos marejados. Ge me abraçou pela cintura e subimos para os quartos para tomar um banho e trocar de roupa. BN subiu em seguida e ficou ajudando a Ge no quarto dela.

Entrei no quarto do Danilo, fechei a porta e fui até o banheiro tomar um banho para tentar tirar toda aquela sujeira do meu corpo. Ao tirar a roupa sinto cair no chão o envelope que minha mãe havia me entregado e que nem ao menos pude ler. Coloquei em cima do armário do banheiro, terminei de tirar a roupa e entrei no box. Abri a ducha e fiquei alguns minutos deixando a água quente escorrer pelas minhas costas com a intenção de aliviar um pouco a tensão que estava sentindo. Lavei os cabelos, fiz minhas higienes e sai enrolada no roupão do DG. Fui até o armário, coloquei um shortinho e peguei uma camisa do DG e vesti. Vestir uma roupa dele e sentir seu cheiro me davam a sensação de tê-lo perto de mim. Isso me fazia muito bem naquele momento.

Fui até o quarto da Joana e coloquei objetos pessoais e algumas peças de roupa numa pequena valise para levar ao hospital. O mesmo fiz com a roupa do DG, pois tinha certeza que logo ele estaria no quarto e precisaria de roupa para usar. Pois, eu sei muito bem como são medonhas essas roupas de hospital.

Fui até o banheiro e peguei meu celular que estava no bolso da minha calça e liguei pra Joana. Queria saber como estavam as coisas por lá e principalmente se aquele tal de Tony tinha evaporado do hospital com aqueles policiais. Liguei e Joana atendeu no terceiro toque.

Joana: — Oi meu anjo, chegaram bem?

— Sim. Chegamos faz um tempo. E como estão as coisas por aí?

Joana: — Está tudo bem. Ele está sedado e provavelmente será tudo como o doutor nos passou. Teremos que aguardar 48h para termos alguma novidade.

— Daqui a pouco eu vou para o hospital pra você poder descansar um pouco. Separei algumas roupas para você tomar um banho e trocar. Fiz o mesmo com as do Danilo.

Joana: — Muito obrigada pelos cuidados com a gente. Mas descanse um pouco e deixa pra vir quando amanhecer. Já são 3h da madrugada e você precisa descansar um pouco por conta do bebê.

— Não Joana, eu vou só me arrumar e logo vou pra aí. Não consigo ficar aqui sem vocês.

Joana: — Tudo bem então. Mas tenta comer alguma coisa antes. Ficar de estômago vazio não fez bem no seu estado.

— Tudo bem. Vou tentar comer alguma coisa. Mas, me conta uma coisa, esse tal de Tony ainda está aí?

Joana: — Não. Já foram embora. O único que ficou foi o seu pai. Ficamos conversando um pouco e agora ele foi até a lanchonete tomar um café. Mas por quê?

— Não gostei nada desse sujeito. Aconteceram algumas coisas durante esses últimos dias, mas te conto melhor quando tudo isso passar. Mas por hora não confie nesse cara. Mantenha o máximo de distância possível dele. Sei que vai ser difícil porque ele parece estar interessadissimo em você.

Joana: — Ele está interessado em me fazer de trouxa, só se for isso. Pois, se quer outra coisa ele que lute sozinho. Porque tô nem aí pra ele. Tô fora de ser lanchinho de marmanjo.

— Ti dedico minha sogrinha! Tu é demais. - disse sorrindo

Joana: — Chega de problemas na nossa vida. Assim que tudo melhorar vou viajar novamente. E aconselho vocês dois a fazerem o mesmo. Sair desse morro e viverem um pouco. Quem sabe nessa viagem o Danilo toma juízo e larga essa vida de vez. Amém Senhor!

— Já havia pensado nessa viagem mesmo. Eu ia falar com ele e tudo mas, aconteceu essas coisas aí nem deu tempo. - disse num tom triste

Joana: — Mas logo ele sairá dessa situação meu anjo e vocês poderão curtir bastante a união de vocês.

— Amém! Não vejo a hora disso acontecer. Tenho que ir a igreja para orar, faz muito tempo que não vou.

Joana: — Podemos ir amanhã a noite, aqui perto tem uma sala de oração e amanhã é dia de culto. O que acha?

— Combinado. Vamos sim se Deus quiser. Agora vou lá ver se a Ge já está pronta para irmos.

Joana: — Tá bom meu amor, se cuida aí. Fica com Deus.

— Amém! Fica com Deus também! Beijos!

Joana: Amém! Beijos!

Enviei uma mensagem pra Ge e nada dela responder. Estava um pouco sem jeito de ir até o quarto dela porque o BN estava junto. Mas fui bem devagar na ponta dos pés caso ouvisse algum barulho eu voltava no mesmo momento. Encostei o ouvido na porta, mas estava um silêncio total. Abri uma brechinha e eles estavam dormindo. Também pudera com tudo o que houve era impossível que o corpo aguentasse por tanto tempo. Fechei a porta e desci pra tentar comer alguma coisa. Peguei um copo de leite com algumas torradas e sentei no sofá para comer. Peguei o controle da TV e quando ia ligar ouvi um barulho vindo da parte da frente da casa.

"Era só o que me faltava algum fdp vir aqui para aprontar uma hora dessas."

Fui até a cozinha e peguei uma faca. Apaguei todas as luzes da casa para tentar ouvir mais alguma coisa. E novamente ouço outro barulho dessa vez mais próximo ainda. Quando abro a porta e saio com a faca na mão pronta para enfiar no desgraçado eu levo um baita susto e caio sentada no chão e sinto várias lambidas no meu rosto. Olho e era um cachorrinho muito fofo. Com certeza deve estar perdido. Me levanto, pego a faca e volto para dentro da casa. Fecho a porta, mas ele fica arranhando e choramingando querendo entrar. Abro e coloco um pouco de leite pra ele beber com algumas migalhas de pão. Ele estava faminto e detona tudo muito rápido. Ficando com uma barriga enorme. Termino de comer e limpo tudo. Arrumei um cantinho para ele dormir na varanda, deve ter vindo de muito longe, pois rapidamente dormiu. Fiquei olhando pra ele tentando adivinhar quem seria o seu dono ou talvez dona. Mas isso eu resolveria ao amanhecer. Apaguei as luzes e subi para tentar descansar um pouco.

Deitei na cama e cai no sono abraçada ao travesseiro do Danilo. Olhei pro relógio e já eram 8h da manhã, tentei abrir os olhos, mas foi inútil, pois o cansaço me consumia e sentia que a minha cabeça pesava uns cem quilos. Daí apaguei novamente. Após, algum tempo sinto cócegas no meu rosto. Penso ser um inseto e viro para o outro lado. Mas novamente sinto o mesmo e dessa vez meu rosto está todo molhado. Quando enfim consigo abrir os olhos vejo o filhotinho sob a cama e com as patinhas em cima da minha cintura com os olhos mais fofos que já vi na vida. Meus olhos marejam ao ver aquela fofura, acredito que por conta da gravidez eu esteja mais sensível. Coloquei ele no meu colo e logo pensei.

"Acho que já estou apaixonada por você lindinho!"

(...)

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