Joana
Graças à Deus que não criei nenhuma expectativa com esse cara, pois senão seria outra desastrosa decepção. E pra ser bem sincera paciência com homens é o que não tenho. Depois dessa não vou me envolver com ninguém nem tão cedo. Finjo que não o vejo e permaneci em pé junto com as meninas aguardando BN chegar com o carro. Até que o sonso do Tony se aproximou. Não vou negar o cara é um gostoso, com aquela farda então, meu Deus. Mas o que tinha de bonito tinha de mentiroso.Tony: — Boa Noite Meninas!Geovana/Dani: — Boa Noite! - disseram se entreolhandoTony: — Não quer falar comigo Joana?Joana: — Não costumo cumprimentar estranhos. — respondo sem encara-loTony: — Como assim estranhos? Desde quando passei a ser um desconhecido para você? — ele se faz de desentendidoJoana: — A partir do momento que inventou um compromisso urgentissimo para não me acompanhar a festa. Apesar que não fez falta alguma. Companhias não me faltaram. - disse virando o rosto em direção a ruaTony: — Em momento algum menti para você. Realmente era um chamado urgente e por esse motivo estou fardado. Você pode olhar pra mim por favor? - disse segurando seu braço levementeJoana: — Vou ser bem sincera contigo. Somos adultos, vacinados e ambos calejados dessa merda de rasteiras que esse mundo nos dá. Vamos ser bem claros aqui. Nos conhecemos naquele Resort, sentimos um puta desejo um pelo outro e transamos igual dois loucos. Foi gostoso? Delicioso. Mas vamos combinar que nunca passou de sexo. Daí para haver uma relação sentimental entre nós já é outro patamar. — falo friamente e as meninas me encaravam atônitasTony: — Precisamos conversar Joana. As coisas não são tão fáceis assim como você imagina. - disse ficando diante de mimJoana: — Fico muito feliz por ter visto que tipinho de cara você é, sabe... tem certas coisas que acontecem na nossa vida que são um grande livramento de coisas piores futuramente. Agora com licença vossa senhoria que tenho pessoas que realmente significam algo na minha vida e precisam da minha ajuda. - disse abraçando as meninas e me afastando deleGeovana: — Joana que fora surreal foi esse que você deu nesse cara? Meu Deus!Dani: — Shiii... para de graça Ge, ela fez pouco ainda. Esse sujeito merecia muito mais do que esse passa fora que ganhou. Sujeitinho mentiroso, pelo visto isso ainda vai render e muito. - Dani disse quase sussurrando para esse tal de Tony não ouvirGeovana: — Por que diz isso amiga?Dani: — Olha só o jeito como ele devora a Joana com os olhos. Se ele pudesse deixava ela nua e transava com ela aqui mesmo. - Dani disse baixoJoana: — Vamos meninas. - disse abraçando elasDani: — Cuidado com esse sujeitinho hein Joana, pois ele não é flor que se cheire.Joana: — Não se preocupe meu anjo, já coloquei ele no seu devido lugar.Dani: — Fique com Deus. Daqui a pouco estaremos de volta. - Dani me deu um beijo e entrou no carro com a Ge.E eu voltei para a sala de esperas, sem olhar para trás, na esperança de receber boas notícias sobre o meu filho, pois ele sempre será a pessoa mais importante da minha vida.▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎DaniAquele sujeito tinha um tipo físico muito semelhante ao homem que estava naquela foto abraçado com minha mãe. Mas, se realmente eles são a mesma pessoa, o que minha mãe tinha haver nessa história toda?Que ligação ela tinha com esse sujeito?E o por que dela desaparecer dessa maneira?Eram tantas perguntas sem resposta que comecei a sentir uma forte dor de cabeça. A dor estava tão intensa que parecia que eu ia explodir. Encosto a cabeça na poltrona do carro e respiro fundo buscando soluções para todos esses problemas. Olhei para Ge e estava cochilando. Semana que vem ela já completaria cinco meses e o seu cansaço aumentaria cada vez mais. Não vejo a hora da minha barriga crescer assim o DG vai... ao mencionar o seu nome lágrimas começam a jorrar como cachoeiras dos meus olhos sem que eu pudesse controlar.Geovana: — Amiga não fica assim. O mano vai sair dessa. Temos que aguardar às 48h. Mas não podemos perder a fé. Vem cá deita aqui no meu colo que te faço um cafuné como quando éramos crianças e você chorava quando não íamos brincar no parque. Lembra disso?— E como lembro. Quando somos crianças tudo se torna o fim do mundo pra gente. Mas só percebemos que temos tudo quando estamos prestes a perder o que amamos. Ai mana, como eu queria ser criança agora e não estar sentindo esse vazio dentro de mim. - disse enxugando as lágrimas.Geovana: — Fecha os olhos um pouco e descansa. Quando chegarmos no morro eu te chamo. Entre os carinhos da Ge e minhas lágrimas acabei adormecendo. E quando dei por mim já estava no morro.(...)DaniAcabei cochilando no colo da Ge e quando acordei já havíamos chegado no morro. Desci do carro peguei a chave que ficava sempre embaixo do capacho. Ao abrir a porta senti um vazio imenso dentro do meu peito e meus olhos marejados. Ge me abraçou pela cintura e subimos para os quartos para tomar um banho e trocar de roupa. BN subiu em seguida e ficou ajudando a Ge no quarto dela.Entrei no quarto do Danilo, fechei a porta e fui até o banheiro tomar um banho para tentar tirar toda aquela sujeira do meu corpo. Ao tirar a roupa sinto cair no chão o envelope que minha mãe havia me entregado e que nem ao menos pude ler. Coloquei em cima do armário do banheiro, terminei de tirar a roupa e entrei no box. Abri a ducha e fiquei alguns minutos deixando a água quente escorrer pelas minhas costas com a intenção de aliviar um pouco a tensão que estava sentindo. Lavei os cabelos, fiz minhas higienes e sai enrolada no roupão do DG. Fui até o armário, coloquei um shortinho e peguei uma camisa do DG
PANTERACom o DG fora de combate tudo fica mais fácil agora. Há não ser pelo bosta do BN. O fdp é osso duro de roer. Todo certinho e nunca vai querer se aliar a mim pra destruir o amigo. Se é que ele vai ter salvação dessa vez. Porque depois dos tiros que ele levou dificilmente vai sair dessa ileso. E se conseguir com certeza vai ter alguma sequela. O plano dessa vez foi bem arquitetado e dificilmente ele vai descobrir quem atirou nele. Pois, dessa vez não sujei minhas mãos. Mas teve outro que fez todo o serviço sujo por mim. E não posso negar que o fdp trabalhou bonito e mereceu a grana alta que pediu. Doeu um pouco no meu bolso mas, nada melhor do que ver meu maior rival no chinelo. Como não sou trouxa nem nada vou marcar presença no hospital. Pra todos os efeitos sou um amigo e querido pela família. Se eu não der as caras por lá podem desconfiar de alguma coisa e isso não seria nada bom para os meus planos.Já bastava o fdp do Yuri, que sismou de me enfrentar. Tá se achado o fodão
▪︎Dani▪︎Deus realmente sabe o que faz, em meio a tristeza que estou sentindo me envia uma lindeza dessas para me alegrar. Sempre quis ter um cachorrinho como animal de estimação mas, como sempre moramos em apartamento nunca pude ter. Fiquei olhando pro rostinho dele e pensando em qual seria o seu possível nome. Pois, com certeza ele tinha um dono e consequentemente teria um nome. Então eu não poderia me apegar à ele, já que muito em breve iria embora daqui.— Mas, como eu não poderia me apaixonar por uma gracinha como você? De onde você é coisinha fofa? Você com certeza fugiu de algum lugar, está muito bem cuidado para ser cachorrinho de rua. Olhei em seu pescoço mas, tinha apenas a coleira antipulgas sem nenhuma informação para localizar o dono. Coloquei ele de frente pra mim.— Vamos fazer o seguinte? Você fica por aqui alguns dias, se ninguém aparecer dizendo que perdeu um cachorrinho você fica aqui pra sempre comigo. O que você acha?Assim que eu terminei de fazer a pergunta ele
DaniSaímos do morro e dentro de poucos minutos chegamos no hospital. BN parou o carro bem em frente. Peguei as sacolas e desci. A Ge estava toda emburrada e permaneceu dentro do carro discutindo com o BN, só porque ele estava sem camisa. Pra ser bem sincera não estava com um pingo de paciência para acompanhar ou me envolver nesse tipo de discussões. Eles que são casados que se entendam. Minha vida estava de ponta a cabeça para eu ainda ter que me preocupar com as infantilidades da Ge. E ela que tratasse de entrar na linha, pois pensa que não reparei o jeitinho meloso dela pra cima do camundongo. "Puta que pariu! Ô sina da Geovana de só cair em problema e arrastar confusão por onde passa."Entrei no hospital e logo avistei Joana sentada numa poltrona na recepção. Fui até ela e lhe dei um abraço apertado.— Trouxe algumas roupas para você. Com certeza vai se sentir bem melhor depois que tirar essa fantasia.Joana: — Vamos comigo no banheiro, lá tem um espaço para tomar banho.Acompanh
Recebi uma proposta irrecusável por parte do meu coroa. Depois de muito tempo sem olhar direito na minha cara, enfim ele confia em mim novamente e dessa vez não posso desaponta-lo. Além da polícia civil ele era envolvido com o narcotráfico e a milícia. Era muita coisa para um homem só, por isso, vou ter que ir ao Rio de Janeiro para ficar a frente de alguns negócios, entre eles venda e compra de armar e drogas. Isso mesmo, drogas. Como um ex viciado poderia ficar em contato direto com o seu maior rival, ou seja, o seu psicológico?Meu pai com certeza pensou nisso e sei que ele só havia me colocado a frente nesses negócios para poder me testar definitivamente. Essa seria a minha prova de fogo e eu não poderia vacilar de jeito nenhum. Já faziam quase um ano que sai daquela clínica de reabilitação e estava limpo até o dia de hoje. Pois, o nosso lema é sempre dizer: Consegui ficar limpo por mais um dia.Lá eu aprendi que devemos viver um dia de cada vez. Devemos fazer planos futuros, ma
DaniJoana e eu saímos, e fomos até a recepção para tentar saber alguma noticia sobre o estado de saúde do Danilo. A enfermeira que estava se aproximando ouviu e nos deu a informação de que o médico do setor viria em breve nos dar novas informações. Pediu para que aguardassemos um pouco. Então nos afastamos e sentamos um pouco na sala de espera. Estavamos conversando e de repente eu olho e avisto o tal do Tony entrando. E bem atrás dele o desgraçado do Pantera. Eu sabia que esse cara não era flor que se cheire, agora então, o que era apenas uma desconfiança tornou-se uma confirmação. Joana e eu nos entreolhamos ao mesmo tempo com um ar de surpresa. Ficamos em silêncio até que o tal Tony se aproxima cumprimentando a Joana com um beijo no rosto e estende rapidamente a mão para cumprimenta-la.Tony: — Bom Dia! — ele diz me encarando, mas não dou confiança — Alguma novidade sobre o estado do seu filho Joana?Joana: — Nada ainda. Estamos aguardando. O que vocês fazem aqui? Estão juntos?
BNFiquei sentado na recepção esperando alguma notícia do meu irmão. As mulheres foram comer e fofocar como sempre. Eu já tive muito estresse por conta do ciúme sem sentido da Geovana e não tava afim de mais problemas pra encher a minha mente. Por isso decidi ficar aqui de boa aguardando alguma novidade e de olho em tudo. Até que ouvi o médico chamar pelos familiares do Danilo Gomes. Fui até o doutor e avisei que iria chamar a tia Joana para vir conversar diretamente com ele. O doutor disse que iria aguardar no consultório 8 e que assim que encontrasse os familiares que os levassem direto para sala dele, pois o assunto era de extrema importância. Fui crente que iria fazer uma puta surpresa pra elas, mas quando cheguei na lanchonete o surpreendido fui eu. Ouvi a tia perguntando se a Geovana estava sentindo algo pelo Clayton, e ela titubeou na hora. Caralho meu sangue ferveu na mesma hora que vi a reação dela. A minha vontade era segurar a Geovana pelo braço e arrastar ela pela rua até
GEOVANATentei fazer tudo o que pude para BN me ouvir, mas ele estava transtornado e só conseguia enxergar o fato de ter sido traído. Nem me deu ao menos a oportunidade de explicar que tudo não passava de um engano e que nunca tive nada com aquele cara. Simplesmente me empurrou e saiu arrancando o carro em alta velocidade. Tinha muito medo da atitude que ele poderia ter. O DG não estava aqui para segurar a onda dele e fazê-lo enxergar o que realmente estava acontecendo. Quando ele me afastou do carro perdi as forças, senti minhas pernas fraquejarem e acabei caindo sentada no chão. Comecei a chorar desesperadamente e fui amparada pela Joana e a Dani. Elas me abraçaram e entrei no hospital com meu coração em mil pedaços. Estava tremendo por completo. Me deram um copo com água e fui atendida na emergência. Minha pressão subiu de repente e tive que ser atendida as pressas. Aplicaram uma medicação direto na veia e me colocaram no soro. Dani ficou ao meu lado todo o tempo segurando a minha