— Além de tentar abusar de meninas bêbadas, você também agride mulheres? — eu solto de volta, obtendo dele um olhar de alerta.Eric cruza os braços.— Então é essa a história que estão contando sobre mim? — diz. — Interessante... mas me diga, Aaron, qual é a versão da sua irmã? Porque, até ontem, ela estava bastante empenhada em chupar o meu pau.Aaron se levanta lentamente, o olhar fixo em Eric. Ele se aproxima alguns passos, ficando cara a cara com o seu oponente. Eu fico tensa, sabendo que as coisas só vão piorar para ele se ele decidir bater no filho da reitora na frente de todo mundo, mas surpreendentemente, ele aparenta bastante calmo para alguém que demonstrava sede de sangue minutos atrás.— Está feliz? — Aaron pergunta. — Acho que essa é a única maneira de você se sentir superior, já que é um idiota narcisista sem o mínimo de inteligência.Eric bufa, tentando esconder a reação irritada sobre a crítica de Aaron.— Eu não estaria aqui se não fosse inteligente.— Você não estari
EVELYNEFaz aproximadamente vinte e quatro horas desde a última vez em que falei com Aaron, e só fiquei cada vez mais preocupada a cada segundo que se passava.Depois de levar Ginger para casa na manhã passada, fiquei a maior parte do tempo com ela, revezando com Eleanor, que não tem muito tato para lidar com esse tipo de situação, mas foi uma ótima amiga.Até mesmo Cassidy se conscientizou com o caso de Ginger e me ajudou a denunciar o maior número possível de posts e comentários a respeito das montagens vazadas. Não é fácil para uma menina de dezenove anos ser chamada de vagabunda e prostituta em redes sociais por um cara a quem quase confia a virgindade.Pela manhã, me arrumo para ir à faculdade. Estou usando uma jaqueta de Aaron, porque faz frio, e esqueci de trazer uma roupa de frio na noite passada. Compreensivamente, Ginger não vai.A sorte não parece estar a meu favor, porque assim que encontro Cassidy, percebo que ela está acompanhada das Ravens. Violet é a única que me cumpr
AARONComo no dia anterior, eu me sento na cadeira em frente à sua escrivaninha, na mesma posição, encarando a mulher que não estava calma antes, mas nem se compara à sua reação de agora.Ela tenta ajeitar alguns papeis sobre a mesa, as mãos trêmulas e respiração tensa.— Você está expulso.Arqueio uma sobrancelha.— Não entendi.Sua mandíbula endurece.— Não há o que entender, Aaron Ditt. Você está expulso — diz. — E esteja agradecido por eu não decidir chamar a polícia.Me recosto contra o encosto da cadeira e cruzo os braços sobre o peito.— Sra. Ramsay, eu espero que haja um motivo plausível para que esteja me dizendo todas essas coisas. Caso contrário, eu seria obrigado a pensar que está passando por sérios problemas emocionais.Ela ri sem humor, os olhos faiscando em minha direção.— Olha, seu moleque... eu estava tentando ser civilizada com você até então, mesmo depois do que fez na outra noite, mas você não está me dando muitas opções.Continuo impassível.— O que eu fiz na ou
EVELYNEEu sou uma mentirosa, e isso não é segredo algum. No entanto, dessa vez eu não me arrependo por mentir. Salvar o futuro de Aaron no Joe Bixby acabou se tornando minha prioridade quando adentrei aquela sala. Não seria justo ele ser punido por algo que sequer sabemos se fez, quando Eric agiu de maneira tão suja com Ginger e até então não recebeu uma punição adequada. Além do mais, eu acredito na inocência de Aaron. Ele teria me contado se estivesse planejando espancar Eric. O filho da reitora pode ter sido um merda e realmente irritado Aaron, mas não acredito que ele tenha feito isso.O corredor está vazio quando passamos pela porta da reitoria, um silêncio agonizante preenchendo o ambiente. Aaron não interrompe a caminhada em momento algum, indo em direção à saída.— Pra onde você vai? — pergunto enquanto o sigo.— Pra casa — responde. — Não suporto ficar mais um segundo nesse lugar de merda.Continuo minha caminhada atrás dele, parando apenas quando chegamos no estacionamento.
EVELYNECapítulo 29Se existisse um troféu para estupidez, eu receberia o primeiro lugar facilmente. Não sei o que diabos estou fazendo aqui. Para falar a verdade, eu sei, e é por ninguém menos que Ginger. Embora não esteja a fim de ver seu irmão babaca nem pintado de ouro no momento, ela é minha amiga e precisa de mim. Bato na porta da casa dos irmãos Ditt fracamente, como se isso fosse me impedir de me deparar com Aaron quando a porta finalmente se abrisse. No melhor dos casos, ele estará bem longe daqui, fazendo qualquer coisa misteriosa que sua cabeça de menino selvagem decida fazer, e é a essa esperança que me apego enquanto aguardo a porta ser aberta, uma fresta se expandindo aos poucos, até revelar a última pessoa que eu queria ver hoje.O ingrato, idiota e insensível, Aaron Ditt.Ele me olha como se quisesse dizer algo, mas não soubesse o que falar. É bom que ele realmente não saiba. Não estou a fim de ouvir mais de suas merdas.— Vim verificar Ginger — adianto em dizer. — Ond
Ele parece sincero, o que quebra um pedaço do muro que ergui entre nós. Abaixo o olhar. Nós estamos perto demais. Isso talvez esteja afetando o meu cérebro. Não é possível que eu esteja disposta a perdoá-lo tão facilmente.— Tudo bem — me pego dizendo, e não há sarcasmo quando concluo: — Você estava certo, afinal, não é? Eu não te conheço.Por mais que eu tenha ficado chateada quando ele repetiu o que nossas irmãs já haviam me dito antes, não posso dizer que estava errado. Eu fiquei irritada justamente pelo fato de ser verdade. Não é como se eu conhecesse Aaron Ditt e soubesse cada uma de suas nuances. Não sei sequer as coisas mais simples, como os filmes que ele gosta de assistir ou quando foi o seu primeiro beijo. Não sei se ele gosta de amarelo ou azul, doce ou salgado. Não sei sequer o dia do aniversário de Aaron, e por mais que ele não saiba tanta coisa sobre mim também, sei que estou aberta a revelar cada pedaço de mim a ele. Só preciso da confirmação de que realmente posso lhe
Dou um tapa no seu braço.Ele sorri, mas em vez de me provocar de novo, pressiona o volume de suas calças no ponto mais carente entre minhas pernas. O sorriso dele vai morrendo aos poucos conforme sua boca se aproxima do meu ouvido. Quando volta a falar, sua voz é baixa e lânguida, quase como uma lambida sobre a minha pele ardente:— E o que você diria se eu dissesse que quero muito transar com você agora?Eu simplesmente gemo. Sim, minha resposta é um curto gemido baixo e desesperado que escapa de mim enquanto tento buscar ar e acalmar essa sensação se construindo aos poucos.Ele não se faz de rogado quando leva uma mão até meu seio e o amassa por cima do vestido, voltando a dizer com aquele mesmo tom de voz que está começando a me deixar louca:— Imagina o quão bom seríamos juntos. — Ele desce beijos de boca aberta pelo meu pescoço outra vez. — Eu iria fazer tantas coisas com você. Uma vez não seria o suficiente.Eu ofego quando passo as mãos pelo seu corpo, puxando sua camisa para
AARONCapítulo 30Eu sinto que ela não dormiu ainda quando sua respiração de repente engata em um suspiro longo. Eu me inclino sobre seu corpo coberto apenas por uma camiseta minha e sondo seu rosto.— O que há de errado? — pergunto.Ela encolhe os ombros.— Apenas... pensando em umas coisas.— E no que seria?Ela dá de ombros de novo, fazendo uma pausa antes de perguntar:— Você me odiaria se eu tivesse cometido uma besteira? Antes de te conhecer?Rolo os olhos e beijo seu ombro.— Impossível te odiar.— Mas e se eu tivesse feito algo que você repudiasse?Faço uma pausa e provoco:— Você maltratou cachorrinhos? Sequestrou bebês? Bateu em idosos?— O quê? Não!— Então jamais vou repudiar você.Depois de um tempo, ela pergunta:— Você me disse tantas coisas hoje, mas ainda não me explicou por que odeia tanto as Ravens. O real motivo.— Não odeio as Ravens, exatamente, mas a Kendall — eu falo. — Consequentemente, as Ravens meio que se transformaram em um produto de Kendall.— Mas você n