37

AARON

A luz cegante preenche o escritório quando ele abre a porta e se depara comigo. James para no mesmo instante, encarando-me com surpresa.

— Jesus, Aaron, você me assustou — ele diz. — O que está fazendo aqui no escuro?

Eu não respondo de imediato. Meu olhar ainda está no seu rosto. Como eu deveria me sentir? Não faço ideia, para ser sincero.

— Eu não sei — digo. — Eu simplesmente entrei, me sentei aqui e não vi anoitecer.

Ele finalmente bate no interruptor de luz e me encara. Franze a testa ao me analisar.

— Aconteceu alguma coisa, filho?

Filho.

Ele me chamou de filho.

Eu sinto uma vontade tão grande de rir e chorar ao mesmo tempo. Estou ao ponto da histeria e sequer percebi isso vindo.

— Sim, aconteceram muitas coisas — eu digo. — Muitas coisas vêm acontecendo na porra da minha vida desde que eu era uma criança, não é?

Ele permanece estático.

— Não entendo.

— Você não entende mesmo ou prefere fingir não entender? — pergunto. — Seja sincero comigo, James. Você nunca, durante todo
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