Engulo em seco e me sento no banquinho diante do piano. Sempre fiquei nervosa quando pessoas exigiam que eu tocasse, porque eu sempre tive ciência de que, se falhasse, todos eles me julgariam até o último minuto, mas com Aaron isso não acontece. Eu não preciso mostrar a ele mais do que realmente sou, porque ele já conhece mais de mim do que minha própria família. É assustador, mas no momento me reconforta. Começo a dedilhar timidamente o piano enquanto inicio uma das minhas músicas de ninar favoritas. Ele fica ao meu lado, apenas me observando. Estou focada demais nas teclas sob meus dedos para dar atenção a ele, mas gostaria de saber o que está pensando. Por algum motivo estúpido, eu quero a aprovação dele também.E então, surpreendendo-me, ele se inclina atrás de mim, um braço em cada lado meu, e aperta uma nota diferente no mesmo instante em que estou tocando a música, trazendo uma composição nova para o que eu estou acostumada.— Tente algo como... — Tocamos outra vez simultaneame
EVELYNE— O que é isso? — pergunto, encarando os papeis retangulares que Cassidy atira sobre a minha escrivaninha.— Você sabe o que é isso, Evelyne. Não se faça de boba.Eu coloco meu notebook de lado e ponho os óculos. Pego os dois ingressos de design luxuoso e, quando consigo ler o que está escrito, gemo.— Eu não vou pra esse concerto, Cass.— Eve, sério?! — ela praticamente chora. — Você sabe o quanto isso é importante pra Di.— Eu sei, mas... é um concerto!— Sim, um do qual nossos pais irão participar. Além do mais, há um convite extra. Você pode convidar uma das suas amigas se isso te ajudar a não se sentir tão deslocada. — Ela diz a palavra “amigas” enquanto olha de relance para Eleanor, que nos ignora totalmente com seus fones de ouvido gigantescos e uma revista cobrindo a cara.— Eleanor não vai querer ir a um concerto comigo.— Você acertou. — A garota em questão se senta e desliza os headsets para seu pescoço. — Que tal chamar Ginger? Ela deve gostar dessas merdas de gent
— Evelyne, estamos na mesma página aqui? Porque não é possível que estejamos falando do mesmo Aaron ou...— Já chega — eu a corto. — Eu não sei por que você o julga tanto, sendo que é amiga de alguém como Kendall.Ela cruza os braços, olhos estreitos.— Uma coisa não tem nada a ver com a outra.— Nós duas temos amizade com pessoas que a outra detesta. Pra mim, há bastante semelhança.— Ok, talvez você tenha razão. Nós duas estamos erradas — aponta. — Só que a diferença entre mim e você é que eu considero Kendall apenas uma amiga. Não estou apaixonada por ela.Isso cai em mim como um soco.— Você não sabe de nada — eu digo na defensiva. — Não sabe o que está dizendo.— Eu sei muito bem o que estou falando, e você também sabe — rebate. — Só não se esqueça que você mentiu para o Aaron, e quando ele descobrir toda a verdade, esse cara que ele pintou pra você vai simplesmente desaparecer. E então, será ele a esmagar seu coração, não o contrário.E assim, ela me deixa sozinha no quarto.Eu
Meu olhar escorre lentamente até seu rosto. Ele está me encarando de maneira incrédula.— Eu sei que não deveria estar aqui — disparo, sem cumprimentos. — Mas também não sei o que fazer exatamente além de me forçar a ficar longe de você, porque você consome a minha mente de uma maneira tão assustadora, mas não é como se eu conseguisse ficar longe, mesmo que queira. Eu penso em você a todo o maldito momento, e sei que isso é perigoso.Eu espero por uma manifestação da sua parte, que não vem. Ele apenas fica ali, parado, esperando que eu diga o que tanto quero.— E é por isso que eu preciso que você me prometa uma coisa — continuo. — Prometa que nunca vai se apaixonar por mim.O olhar de Aaron ainda está perplexo. Ele parece claramente confuso, mas finalmente abre a boca para dizer:— Você é estranha. Sabe disso, certo?Um som de puro desespero, que era para parecer uma risada, sai da minha garganta.— Eu sei.Ele segura minha mão e, em questão de segundos, estou sendo puxada para dentr
EVELYNENão beijei muitos caras ao longo da minha vida. Apesar de acreditar estar em um namoro com Jason, meu ex do ensino médio, o que tive com ele não podia ser considerado sequer um relacionamento. Ele mal ligava para mim, e eu demorei muito tempo para perceber a problemática nisso tudo. Como não tive tantas experiências com o sexo oposto, não tenho muitos parâmetros para comparar, mas sei que o que estamos tendo é diferente. Com ele é diferente.A mão de Aaron sobe pela minha espinha, colando nossos corpos ao ponto de me fazer ofegar. Com a outra, ele segura em minha nuca, inclinando minha cabeça, e eu lhe dou fácil acesso aos meus lábios. Suspiro ao sentir a pele quente de suas costas e braços. Escorrendo meus dedos para fazer o que eu sempre quis, enfio os dedos em seus cabelos, sentindo a maciez na ponta dos meus dedos.Ele me beija mais profundamente, movendo nossos corpos, e é quando sinto a parede fria contra minhas costas outra vez. Todo meu corpo está em brasas, minha pele
Sua mão sobe lentamente pela minha barriga, erguendo um pouco a bainha da camiseta. Ele alcança a alça da minha blusa e abaixa lentamente, plantando beijos em meu ombro. Seus olhos encontram os meus, me dando tempo para recuar, mas não o faço.O próximo movimento que sinto é o de sua boca descendo um pouco mais pela minha clavícula, até alcançar o vão dos meus seios. Ele cobre um peito com uma mão, e eu me contorço, sentindo meu mamilo sensível em contato com a sua pele.— Posso te beijar aqui? — ele pergunta enquanto raspa o polegar no meu mamilo tenso.Eu mordo o lábio e balanço a cabeça freneticamente em resposta.Aaron arrasta o tecido da minha blusa para cima, descobrindo meus seios. Em seguida, ele inclina a cabeça e cobre meu mamilo com sua boca.Eu me perco em sensações quando ele brinca com a sua língua, fazendo círculos em minha pele sensível.— Por favor... — eu gemo, sem saber ao certo o que pedir a ele.— Me diz o que você precisa, amor, e eu dou tudo o que você quiser.N
EVELYNEAs manhãs no Joe Bixby são sempre um martírio para mim, mas nessa manhã as coisas estão diferentes. Não consigo tirar o sorriso do rosto, e Ginger percebe isso quando me vê.— Está tudo bem? — ela pergunta ao se sentar ao meu lado.— Sim — respondo, tentando não sorrir tanto e agir estranhamente. Sei que deveria falar com ela sobre o que está acontecendo entre mim e seu irmão, mas ainda não tive coragem. Não sei como ela vai reagir, por isso estou tão receosa. — E você?Ela suspira sonhadoramente.— Maravilhosamente bem. Acordei com uma mensagem do Eric. Ele é tão fofo.— Sério? E sobre o que vocês dois conversaram?Ela dá de ombros e me lança um olhar misterioso.— Coisas de casal.Por um momento, fico incomodada com o relacionamento de Ginger e Eric. Sei que não tenho o direito de interferir, mas as coisas aconteceram bem rápido entre eles, e Ginger parece ser bem ingênua. Por outro lado, me lembro que o que estou fazendo com o irmão dela, seja lá o que isso signifique, é pr
— Eca. — Ginger faz uma careta.— Eu avisei a ele — Aaron fala. — Mas Trent acha que é uma boa ideia fazer essa merda à fantasia.— Espere... — Ginger se anima. — Na verdade, a ideia não é tão ruim. Eu gostaria de uma festa à fantasia.— Jesus... — Aaron geme.— De que festa vocês estão falando? — pergunto.— O aniversário de Ginger é no mês que vem — Trent responde. — O que você acha, Evelyne? Nos dê sua opinião sobre isso.Eu dou de ombros.— Eu não sei... eu acho que uma festa a fantasia seria ok, se Ginger estiver de acordo.— Sério? — Aaron arqueia uma sobrancelha. — Estou decepcionado.Não resisto ao provocá-lo:— Ah, qual é. Todo mundo está querendo ver você vestido de coelhinho sexy. Ponha um pouco de chantily nos mamilos e as pessoas vão adorar.Ele estreita os olhos, mas sei que está segurando uma risada.— Você é irritante. — Mesmo com a repreenda, sinto sua mão capturar a minha por baixo da mesa, fazendo com que eu me derreta por dentro feito um sorvete na praia. Aperto su