LizA claridade que vinha da janela me atingiu, e me virei, percebendo que Henry não estava mais ao meu lado.Será que ele tinha ido para a faculdade? Só aí lembrei que era sábado.Sentei-me na cama e senti um enjoo. Será que eu tinha bebido demais na noite passada?! Corri para o banheiro e vomitei. Lavei o meu rosto e minha boca, procurando por uma escova de dentes, mas, para minha sorte, tinha uma na embalagem, acreditava que ele não ia se importar se eu a usasse.Terminei minha higiene e fui para o seu closet, que não era nada diferente da sua antiga casa. Aproveitei para pegar uma camiseta dele, que mais parecia um vestido em mim. Procurei por minha bolsa e peguei o meu celular. Fui para a cozinha e senti o cheiro do café, que embrulhava o meu estômago. Fiquei parada na entrada, o observando, aproveitando que ele vestia apenas um calção cinza e estava sem camisa.Ele se virou e me olhou daquele jeito que eu amava. — Bom dia! — Sorri, indo em sua direção e encostando os nossos lá
LizOlhos verdes e um pouco musculoso. Ele usava um terno preto, que me fazia lembrar do Henry, além de seus traços trazerem tal semelhança. — Meu Deus! Que gato! — Sam comentou, animada. — Preciso o conhecer.— Quer ir até lá? — Ana perguntou.— Vou esperar um pouco, ele acabou de chegar, vai que está esperando alguém.— Isso é verdade — Ana e eu falamos juntas.— Mas ele é um gato, hein?!Voltamos a conversar, e Sam não tirou os olhos dele.Algum tempo depois, vi o Henry passando por aquela porta e senti que ficava sem ar só em vê-lo. Ele foi em direção ao cara bonito que estava lá.— Viu? — Ana disse. — Ele estava esperando o professor.— Será que eles são irmãos ou primos? — Sam perguntou, curiosa.— Sei lá — respondi, mas continuei observando-os. — Podemos ir comprar as bebidas agora.— Isso. — Sam estava toda agitada. — Venham.— Você não vem, Ana? — falei quando ela não se levantou.— Não, vão vocês.Percebi que eles ficavam nos encarando e sustentei o seu olhar até chegar be
LizAcordei no meio da madrugada com fome e senti uma mão pesada na minha cintura. Ao mesmo tempo, lembrei que tinha uma fatia de bolo de chocolate na geladeira. Tirei a mão do Henry de cima de mim, com cuidado, para que ele não acordasse. Peguei o meu robe e desci bem devagar para não fazer barulho.Assim que cheguei à cozinha, fui direto para a geladeira, catei um copo de leite e a fatia de bolo que tinha lá.Sentei na ilha e comi. E como estava maravilhoso! O enjoo voltou, mas respirei fundo e fechei meus olhos, me negando a vomitar o bolo incrível.— Vai me contar o que está acontecendo? — Levei um susto quando ouvi a voz do Henry. Abri meus olhos e encarei o bolo.— Do que você está falando? — Fingi demência quando ele se sentou ao meu lado.— Você está estranha. — Senti seu olhar sobre mim e voltei a comer o meu bolo. — E você está passando mal e emagrecendo do nada.— Não estou emagrecendo.— Está, sim. Você está doente? — Continuou, ignorando-o. — Liz, olha para mim, porra! —
Liz— Eu sou da máfia — continua, me encarando. — E não era para você ter se casado comigo.— E com quem era? — Eric.— Eu não o conheço.— Ele trabalhava com seu pai. — Fez uma pausa. — Era um grande amigo meu, fomos criados e treinados juntos. Eric era o meu tutor, e por uma brincadeira de criança, começou a me chamar de tio, então ficou assim. As pessoas até acreditavam que eu era seu tio. — Respirou fundo. — Ele sempre gostou de estar na máfia, sempre amou desafios e sempre achava que estar no meio do perigo o deixava vivo. Com o tempo, ele veio para Nova Iorque e conheceu os seus pais.— Mas eu não me lembro dele... — E realmente não lembrava, nunca tinha ouvido falar dele.— Ele começou a trabalhar com eles em uma das empresas que você tem, e depois que os seus pais morreram, ele morreu logo em seguida. — Meu coração doía só de lembrar da perda dos meus pais, da falta que eles me faziam. — Eu vim para cá assim que soube da morte, e fiquei transtornado. — Uma lágrima começou a s
LizAbri meus olhos com uma pequena dificuldade, já que a claridade ainda me incomodava muito. Henry estava sentado na cadeira ao lado da cama em que eu estava, e sua cabeça estava em cima das minhas pernas, com uma das suas mãos segurando a minha.Tentei mexer minha mão, ou um dos meus dedos, o desespero começou a tomar conta, tentei mexer meus pés e nada de responderem ao meu comando. Tentei mais uma, duas, três, quatro vezes, e nada. Sentia que tinha alguma coisa na minha boca, mas não conseguia falar. Senti minha garganta seca, precisava de água, mas ninguém entrava e Henry não acordava.Fiquei lá, parada, com os olhos abertos, esperando que o Henry acordasse ou que alguém entrasse por um longo período de tempo.Alguém abriu a porta, e para minha alegria, era uma enfermeira.— Signora McNight? — falou em italiano, e não consegui entender.Não acredito que estamos na Itália.Ela saiu do quarto e Henry acordou quando ela bateu a porta. Ele passou as mãos no rosto, e seu cabelo, que
HenryVer Liz daquele jeito, vomitando, me fez ficar mal, pois parecia que eu era o motivo.Eu só queria cuidar dela, e esperava que ela tenha sentido isso quando tomamos banho juntos. Fazia tempo que não aproveitávamos um momento juntos, que não tivesse sexo envolvido.Após algumas horas dormindo ao seu lado, acordei e percebi que Liz não estava na cama. Levantei-me e fui até o banheiro do seu quarto, percebendo que ela também não estava lá.Desci e fui até a cozinha na ponta dos pés e a encontrei lá, toda linda e comendo um pedaço de bolo de chocolate, às 3h da manhã.Ela estava tão concentrada em seu bolo, que nem percebeu a minha chegada.Exigi que ela me contasse a verdade, o que realmente estava acontecendo com ela.Com a minha exaltação, ela se levantou da cadeira, me encarou e começou a jogar algumas coisas na minha cara, como: “Você vive cheio de segredinhos e não tem o direito de gritar comigo ou exigir qualquer coisa da minha parte”.No fundo, ela tinha razão. Eu não tinha
Henry Acordei com ela me sacudindo, e só aí percebo que acabei dormindo. Relutei em abrir os meus olhos.Mas dei um pulo do sofá quando ela disse nervosa que havia alguém na casa.Merda!Levantei, indo na ponta dos pés na direção da cozinha.Assim que cheguei à porta, vi um cara encapuzado. Ele estava procurando alguma coisa na gaveta da pia da cozinha, mas quando esbarrei na cadeira, virou para mim e atirou acertando na geladeira.O cara arregalou os olhos em direção à sala, continuando com a arma apontada em minha direção. Percebi que em cima da ilha tinha um cepo de facas, então aproveitei e catei uma delas, a jogando em sua direção. O objeto passou raspando no seu braço, o que fez com que soltasse a arma. Aproveitando da sua distração, corri em sua direção e soquei a sua cara. Ele pôs os braços na frente do rosto, para tentar se proteger, mas foi em vão.Gritei para Liz correr para o quarto, naquele momento o primeiro andar da casa não era seguro.Mais um cara entrou na cozinha,
Henry— Hai visto che cosa è successo a Liz? O meglio, vedi? Vuoi che le succeda la stessa cosa? Hai qualche merda in mente, Hendrick?! [Você soube o que aconteceu com Liz? Ou melhor, viu? Você quer que a mesma coisa aconteça com ela? Tem alguma merda em mente, Hendrick?!] — gritei com ele, indo em sua direção e o segurando pela gola da sua camiseta.Claramente, eu estava descontrolado, pois o medo de perder a Liz era muito grande.Demorei tanto tempo para encontrar alguém que eu realmente amasse, e agora ela estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe, e tudo por minha culpa...— Merda! Merda! Merda! — Dei um soco na parede em que ele estava encostado.Samantha deu um pulo, assustada com minha reação. Ela só me conhecia da faculdade e não sabia como eu realmente era. — La porterò a casa. [Vou levá-la para casa.] — Ele me estudou ao falar.— Não vai fazer diferença — suspirei, me afastando dele. — Eles já devem saber dela, e como não conseguiram matar a Liz — soltei um sorriso amarelo