LizAcordei no meio da madrugada com fome e senti uma mão pesada na minha cintura. Ao mesmo tempo, lembrei que tinha uma fatia de bolo de chocolate na geladeira. Tirei a mão do Henry de cima de mim, com cuidado, para que ele não acordasse. Peguei o meu robe e desci bem devagar para não fazer barulho.Assim que cheguei à cozinha, fui direto para a geladeira, catei um copo de leite e a fatia de bolo que tinha lá.Sentei na ilha e comi. E como estava maravilhoso! O enjoo voltou, mas respirei fundo e fechei meus olhos, me negando a vomitar o bolo incrível.— Vai me contar o que está acontecendo? — Levei um susto quando ouvi a voz do Henry. Abri meus olhos e encarei o bolo.— Do que você está falando? — Fingi demência quando ele se sentou ao meu lado.— Você está estranha. — Senti seu olhar sobre mim e voltei a comer o meu bolo. — E você está passando mal e emagrecendo do nada.— Não estou emagrecendo.— Está, sim. Você está doente? — Continuou, ignorando-o. — Liz, olha para mim, porra! —
Liz— Eu sou da máfia — continua, me encarando. — E não era para você ter se casado comigo.— E com quem era? — Eric.— Eu não o conheço.— Ele trabalhava com seu pai. — Fez uma pausa. — Era um grande amigo meu, fomos criados e treinados juntos. Eric era o meu tutor, e por uma brincadeira de criança, começou a me chamar de tio, então ficou assim. As pessoas até acreditavam que eu era seu tio. — Respirou fundo. — Ele sempre gostou de estar na máfia, sempre amou desafios e sempre achava que estar no meio do perigo o deixava vivo. Com o tempo, ele veio para Nova Iorque e conheceu os seus pais.— Mas eu não me lembro dele... — E realmente não lembrava, nunca tinha ouvido falar dele.— Ele começou a trabalhar com eles em uma das empresas que você tem, e depois que os seus pais morreram, ele morreu logo em seguida. — Meu coração doía só de lembrar da perda dos meus pais, da falta que eles me faziam. — Eu vim para cá assim que soube da morte, e fiquei transtornado. — Uma lágrima começou a s
LizAbri meus olhos com uma pequena dificuldade, já que a claridade ainda me incomodava muito. Henry estava sentado na cadeira ao lado da cama em que eu estava, e sua cabeça estava em cima das minhas pernas, com uma das suas mãos segurando a minha.Tentei mexer minha mão, ou um dos meus dedos, o desespero começou a tomar conta, tentei mexer meus pés e nada de responderem ao meu comando. Tentei mais uma, duas, três, quatro vezes, e nada. Sentia que tinha alguma coisa na minha boca, mas não conseguia falar. Senti minha garganta seca, precisava de água, mas ninguém entrava e Henry não acordava.Fiquei lá, parada, com os olhos abertos, esperando que o Henry acordasse ou que alguém entrasse por um longo período de tempo.Alguém abriu a porta, e para minha alegria, era uma enfermeira.— Signora McNight? — falou em italiano, e não consegui entender.Não acredito que estamos na Itália.Ela saiu do quarto e Henry acordou quando ela bateu a porta. Ele passou as mãos no rosto, e seu cabelo, que
HenryVer Liz daquele jeito, vomitando, me fez ficar mal, pois parecia que eu era o motivo.Eu só queria cuidar dela, e esperava que ela tenha sentido isso quando tomamos banho juntos. Fazia tempo que não aproveitávamos um momento juntos, que não tivesse sexo envolvido.Após algumas horas dormindo ao seu lado, acordei e percebi que Liz não estava na cama. Levantei-me e fui até o banheiro do seu quarto, percebendo que ela também não estava lá.Desci e fui até a cozinha na ponta dos pés e a encontrei lá, toda linda e comendo um pedaço de bolo de chocolate, às 3h da manhã.Ela estava tão concentrada em seu bolo, que nem percebeu a minha chegada.Exigi que ela me contasse a verdade, o que realmente estava acontecendo com ela.Com a minha exaltação, ela se levantou da cadeira, me encarou e começou a jogar algumas coisas na minha cara, como: “Você vive cheio de segredinhos e não tem o direito de gritar comigo ou exigir qualquer coisa da minha parte”.No fundo, ela tinha razão. Eu não tinha
Henry Acordei com ela me sacudindo, e só aí percebo que acabei dormindo. Relutei em abrir os meus olhos.Mas dei um pulo do sofá quando ela disse nervosa que havia alguém na casa.Merda!Levantei, indo na ponta dos pés na direção da cozinha.Assim que cheguei à porta, vi um cara encapuzado. Ele estava procurando alguma coisa na gaveta da pia da cozinha, mas quando esbarrei na cadeira, virou para mim e atirou acertando na geladeira.O cara arregalou os olhos em direção à sala, continuando com a arma apontada em minha direção. Percebi que em cima da ilha tinha um cepo de facas, então aproveitei e catei uma delas, a jogando em sua direção. O objeto passou raspando no seu braço, o que fez com que soltasse a arma. Aproveitando da sua distração, corri em sua direção e soquei a sua cara. Ele pôs os braços na frente do rosto, para tentar se proteger, mas foi em vão.Gritei para Liz correr para o quarto, naquele momento o primeiro andar da casa não era seguro.Mais um cara entrou na cozinha,
Henry— Hai visto che cosa è successo a Liz? O meglio, vedi? Vuoi che le succeda la stessa cosa? Hai qualche merda in mente, Hendrick?! [Você soube o que aconteceu com Liz? Ou melhor, viu? Você quer que a mesma coisa aconteça com ela? Tem alguma merda em mente, Hendrick?!] — gritei com ele, indo em sua direção e o segurando pela gola da sua camiseta.Claramente, eu estava descontrolado, pois o medo de perder a Liz era muito grande.Demorei tanto tempo para encontrar alguém que eu realmente amasse, e agora ela estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe, e tudo por minha culpa...— Merda! Merda! Merda! — Dei um soco na parede em que ele estava encostado.Samantha deu um pulo, assustada com minha reação. Ela só me conhecia da faculdade e não sabia como eu realmente era. — La porterò a casa. [Vou levá-la para casa.] — Ele me estudou ao falar.— Não vai fazer diferença — suspirei, me afastando dele. — Eles já devem saber dela, e como não conseguiram matar a Liz — soltei um sorriso amarelo
HenryJá fazia algumas horas que havíamos pousado na Itália, e estávamos no hospital da máfia. Liz não estava mais em coma induzido e a qualquer momento poderia acordar.Hendrick e Sam foram para casa ver meu pai, e eu estava aqui, esperando por ela, esperando que ela acordasse, pois queria ser a primeira pessoa que ela visse assim que abrisse os seus olhos.— Meu filho — meu pai falou ao entrar no quarto.— Pai. — Me abraçou forte.— Como vocês estão? Hendrick me falou que você tem uma novidade. — Sorriu com afeto.Meu pai sempre foi muito carinhoso e próximo, e por mais que fosse da máfia, eu não via maldade nele. Vários homens tinham medo dele, e não os julgava, eu também teria medo se não fosse seu filho. Quando pessoas de confiança nos traíam, ele os torturava na frente de todos e só os matava depois de dias.Teve uma vez que um dos nossos homens tentou abusar de uma das nossas empregadas, e ele o torturou tanto, que o cara pediu para ser morto. No final, meu pai cortou o seu pa
Henry— Coma, Henry! — Meu pai estava sentado ao meu lado no sofá. — Ou pelo menos beba esse café.— Me dê o café. — Peguei o copo da sua mão. — Já falou pro Hendrick?— Falei o quê? — Meu pai se fez de desentendido.— Sobre a mamãe. — Abaixou o olhar. — Não! Estou esperando o momento certo — suspirou fundo.— Bom dia! — Hendrick falou ao entrar no quarto. — Nada ainda?— Não, mas espero que não demore muito mais...— Thiago ligou. Em duas semanas, ele volta para a delegacia.— Merda! Tinha me esquecido de tudo isso!— Não se preocupe. — Hendrick sorriu. — Já resolvi tudo. — Olhei para ele, surpreso. — Estou cuidando da delegacia daqui, e da máfia também, e liguei na faculdade e falei que você se casou. Mandei uma certidão de casamento falsa. — O encarei, confuso. — E falei que as meninas estão fazendo um intercâmbio aqui. — E o John?— O que tem ele? — Hendrick não ia muito com a cara dele. Teve um tempo que Hendrick se apaixonou por uma secretária do meu pai, e fazia questão de p