Capítulo 5

|Maroon Five — Payphone|

Jeong Park

Ajeito meu óculos escuro, meu terno e gravata, estou na área reservada para jatinhos no aeroporto, a única coisa irritante é que estamos embaixo do sol, eu odeio verão por isso, não gosto de sentir calor. Tiro um lenço do bolso da calça e enxugo minha testa, a risada ao meu lado desperta meu interesse.

— Você está suando muito, quer ser elegante no calor de 37º, só você mesmo Jeon — Erick zomba.

Observo as roupas menos calorenta que ele está usando.

— Eu gosto de andar arrumado, você sabe muito bem que meu cargo exige uma boa aparência.

Erick ri.

— Você não vai tão formal assim a boate todas as sextas. Mas por falar nisso, não tivemos a chance de conversar; por que foi embora às pressas no outro dia, a policial te mordeu?

Infelizmente não. Mas não me importaria se ela mordesse.

Eu tive que sair rápido antes que fizesse alguma besteira como: agarrar aquela mulher e a beijar com todo o desejo que estou sentindo.

Passei o restante do final de semana completamente distraído e chocado. Não é possível que uma mulher pudesse mexer tanto assim com um homem, atração sexual já senti por outras, mas aquela ali… mexe comigo de uma forma como nenhuma outra fez.

— Não. Acho que preciso me manter longe dela, o pouco que falei não me fez bem.

Erick gargalha completamente divertido com a minha resposta.

— Quem diria, Jeong fugindo de uma mulher.

— Mas essa não é qualquer mulher, é uma policial federal — digo com um suspiro —, deixar isso se aprofundar pode ser perigoso para nós, estou pensando com a cabeça cima, não posso agir só porque estou com tesão.

Meu amigo suspira e concorda.

— Não posso discordar de você em relação a isso, mas você gostou dela?

— Gostei — sou sincero — gostei muito, se fosse em outras circunstâncias eu a convidaria para uma bebida, mas isso não vai dar certo. — Encerro a conversa, quando vejo o pequeno jato estacionar na área indicada. — Ele chegou.

Um meio sorriso se forma em meu rosto, quando a porta do jatinho se abre observo o Don sair, como sempre sua aparência é impecável. O cabelo curto penteado para trás, a barba cavanhaque está bem aparada, ele também usa óculos escuro e uma roupa social de grife que chuto ser da Dior.

Em seguida, a maravilhosa Milena Leonel sai, vestindo uma roupa mais casual com sapatilhas, como sempre minha madrinha de batismo é simples, mas não deixando de ser extremamente elegante e bela.

Assim que eles desceram as escadas do jatinho, vem em nossa direção, Alex Leonel abre um sorriso largo erguendo os braços na minha direção.

— Deixe-me dar uma olhada em você garoto! — ele segura em meu rosto e me abraça — meu afilhado está cada vez mais belo.

— Padrinho, como você está? Fez uma boa viagem?

— Ótima, estou ansioso para conversarmos pessoalmente — ele olha para Erick e sorri. — Como vai, rapaz?

— Vou bem, meu Don, e o senhor nem precisa responder esbanjando saúde — Erick brinca. — Vou pegar as malas — dito isso ele cumprimenta Milena e parte em direção ao pequeno avião.

— Espera aí querido, deixa eu abraçar essa criança. — Milena diz tocando gentilmente no ombro de Alex em seguida abre os braços para mim.

— Oi madrinha. — A abraço de volta com um sorriso. — Eu não sou mais criança há um tempo — provoco.

— Oras, eu te conheço desde que foi concebido, você sempre vai ser uma criança para mim — Milena diz com os olhos melancólicos.

O que ela fala é verdade. Esses dois me conhecem desde bebês, afinal Alex é o melhor amigo do meu pai, eles se conheceram na faculdade quando meus pais deixaram a Coreia para vir à América estudar, desde então tornaram-se quase irmãos, Alex que ajudou toda transferência definitiva dos meus pais, por ter muito contato conseguiram o visto definitivo, E, quando Luna foi raptada, Milena e Alex se apegaram mais a minha família e a mim, eles também são padrinhos da minha irmã caçula.

— Como você está? — pergunto preocupado sabendo que está perto do aniversário de Luna.

Por falar nisso eu conheci Luna, tinha 6 anos na época em que ela nasceu, gostava de ficar perto dela, embora a nossa diferença de idade fosse muita. Antes dela ser raptada, sempre que estávamos juntos brincávamos. Lembro que quando ela desapareceu fiquei triste, praticamente passei um mês sem falar, Luna era a irmãzinha que sempre pedi aos meus pais que nunca tive.

Quando eles foram me dar uma irmã, eu já tinha 20 anos, era um homem feito e estava no exército. Não foi uma gravidez planejada, mas Yumi foi recebida com muito amor.

E, Milena nunca quis tentar ter outro filho devido ao trauma e Alex também não.

— Estou bem — Ela me dá um sorriso de conforto — Falei com sua mãe ontem, amanhã vamos nos encontrar para um café, e ela me disse que você não tem aparecido muito por lá — Milena olha para Alex. — Isso tem dedo seu? Está fazendo nosso afilhado se matar de tanto trabalhar que nem tem tempo para a família?

O Don levanta os braços em rendição.

— Eu jamais faria isso com ele, o garoto que é dedicado — Alex faz um sinal de positivo com o polegar na minha direção — Vá visitar sua família, eu sei que eles sentem sua falta.

Balanço a cabeça e sorriu.

Observo Erick trazer as malas com mais duas pessoas.

— A mansão que você comprou está em ordem — informo entrando no carro.

Alex e Milena me seguem e nos acomodamos no banco de trás, assim que as bagagens de viagem são postas nas malas do carro partimos para a mansão.

A conversa até lá é descontraída, nós comentamos sobre minha irmã e Alex diz que trouxe um presente para ela. Já que Yumi sempre cobra isso quando voltamos de algum lugar.

Da Coreia eu trouxe um travesseiro grande de gato para ela. Diferente de mim, minha irmã tem nacionalidade americana, pois nasceu aqui, eu acabei nascendo na coreia, Meus pais nunca mais voltaram para a Coreia depois que se mudaram definitivamente para cá. Nossos avós não gostaram dessa decisão, então cortaram relação com os dois, principalmente porque havia uma briga entre as famílias. Entretanto, quiseram manter contato comigo e Yumi, confesso que eles sempre nos tratavam bem, então não tenho do que reclamar.

— Como foi na Coreia? Você gosta de lá? — Alex pergunta.

— Eu amo aquele país, mas prefiro morar aqui, acho que é até porque estou acostumado, mas com certeza adoraria passar umas férias lá ou em algum canto mais sossegado — respondo soltando um suspiro sentindo uma tensão na nuca.

— Se quiser parar pode me falar.

— Eu acho que já está na hora dos dois pararem — Milena se pronuncia.

Ela não se envolvia nas questões mais sombrias do marido e nem sabia exatamente o que acontecia, todos nós preferimos assim.

— Querida, já que conversamos sobre isso.

— Sim, e você sempre me enrola. — Ela vira os olhos escuros sem paciência — Acho que está na hora dos dois se aposentarem, ou saírem desse ramo.

— Querida, agora não dá, mas se Jeon quiser parar ele tem carta-branca. — Alex diz com carinho segurando nas mãos de sua mulher.

— Eu só tenho muito medo, não quero nada de ruim acontece com os meus garotos.

— Somos cautelosos, nada vai acontecer, fique tranquila, meu trabalho é garantir para que nada aconteça — respondo com um sorriso — por isso ele me escolheu como seu advogado e conselheiro.

— E tenho total confiança em você, meu garoto. — Alex sorri para mim — Agora uma pergunta: você não está com calor com essa roupa?

Ouço a risada de Erick enquanto ele dirige para a mansão, e a expressão divertida no rosto do Don, faço um barulho com a boca indicando minha frustração, toco no botão para o vidro que separa os bancos de trás para o motorista subir.

Começou a implicância com as minhas roupas, com o ar condicionado ligado, nem sinto muito calor.

Quando chegamos à mansão, Alex e Milena logo simpatizam com o local, agradeceram a minha escolha. Eu tenho um ótimo gosto, não tem como dizer o oposto, ele esperou que a esposa fosse tomar um banho e descansar para irmos até o escritório.

— Esse lugar é perfeito, isolado e aconchegante.

— Imaginei que fosse gostar.

— Agora, senhor Park. — A expressão séria e o tom mais formal surgem no Don. — Vamos falar sobre negócios, como está a situação aqui? Os policiais ainda estão na "nossa cola'' ?

— Sim e não, eles não fazem ideia de quem somos, no entanto, a gangue de David Soyer não está cooperando, eu tive que fazer um acordo.

Pego meu celular colocando na foto do mapa da América com os estados, uma linha vermelha passa entre eles traçando uma divisão.

— Essa linha aqui nos separa, não podemos cruzar ela, isso quer dizer: nada de acordos com o pessoal dele, incluindo políticos, policiais e outros poderosos. — Informo. — Se caso tentarmos algo haverá chance de guerra.

— David Soyer é um problema, eu tinha o acordo com o pai dele antes nunca tivemos problema, sempre nós respeitamos. Mas agora que ele morreu vai ser complicado.

— Bom, por enquanto está tudo calmo, e também Soyer aceitou o suborno de armas em troca de alguns outros estados.

— Devemos confiar nisso? — Alex pergunta se referindo essa troca de armas por alguns estados a mais, colocando as mãos na boca como um gesto pensativo.

— Nem um pouco, precisamos ir com calma.

— Certo, não tem necessidade de entrarmos em confronto com eles, ainda.

— Eu consegui uma lista de traficantes que trabalham para o Soyer, já mandei para o seu celular — Digo.

— Muito bem, e a federal? O que sabe sobre ela?

— Nada ainda. — Fico um pouco desconfortável com a menção dela.

— Me traga a ficha dela, quero saber tudo sobre essa garota, não sei porque, mas sinto que podemos ter uma dor de cabeça, mas como a chefe do departamento do FBI que ela trabalha é minha amiga, fico mais tranquilo.

Concordo.

— Eu vou descobrir mais informações e assim que tiver todas trago para você.

Dito isso, trocamos de assunto novamente.

|...|

Dias depois…

O barulho da chuva é algo reconfortante para mim, fecho os olhos deixando aquele cheiro de terra molhada vir à minha mente. Estou sentado na varanda da mansão de Alex e agora observo o jardim.

Hoje o Don e sua esposa estão recolhidos, é o dia do aniversário de Luna. Sinto que alguém está atrás de mim e me viro.

— Alex não está se sentindo bem hoje. — Erick sentando-se na cadeira ao meu lado.

— Não, hoje é o dia do aniversário da filha deles, sempre ficam quietos.

— Deve ser sofrido.

— E é meu amigo, acho que esse é o único momento que vejo o Don vulnerável.

— Você acha que eles ainda tem esperanças?

— Acho que sim — solto um suspiro —, mas é muito difícil achá-la e também ela se ela estiver viva, está uma mulher, não sei o que pensar disso.

— Eu espero que a achem, isso vai acalmar o coração dos dois.

— Sim. Toda vida de Alex como Don é devido à Luna, ele quer encontrá-la. Eu tentei procurar, mas não achei nada — Solto um suspiro, olho para o meu relógio — Dino já chegou?

— Sim, está na van.

— Ótimo, vamos lá.

Me levanto da cadeira e Erick me segue até o estacionamento de carros, não é necessário guarda-chuva, pois aquela área está coberta.

Abro a van encontrando Dino, comendo salgadinhos, quem o vê nem imagina que o rapaz é um dos melhores hackers do mundo, com apenas 18 anos.

— Senhor Park, no que posso ajudar? — pergunta o garoto colocando uma coxinha na boca.

— Quero que você pesquise sobre uma pessoa para mim — peço.

— Diga o nome, que acho até o tipo sanguíneo — Dino diz limpando as mãos pronto para a ação.

— Não tenho dúvidas, procure por Emma Quinn, quero a ficha dela completa.

— Hm, mulher na parada. — O Hacker se vira para mim. — Está interessado em alguém? — provoca o rapaz.

— Só pesquise! Depois me diga o que achou — ordeno.

— Está certo!

Depois de uns segundos pesquisando no computador, a ficha de Emma aparece na tela com sua foto.

— Uau! Que gostosa!

Dou um tapa na cabeça de Dino e ele ri da minha ação, mas logo em seguida seu sorriso morre com um palavrão.

— Puta merda, ela é do FBI! — então surge uma curiosidade no rosto dele —, você está querendo comer uma federal?

— Quer morrer? — olho para o garoto — Cuide de sua vida. Essa criança! — Digo balançando a cabeça olhando para ele dando outro tapa em sua nuca — fica ligado.

— Foi mal, consigliere — Ele diz com as mãos rendidas.

Ouço o barulho do meu celular e tiro do bolso, vejo as mensagens da minha mãe chegando sem parar, havia combinado de me encontrar com ela em um restaurante para um café.

Estou atrasado, respondo a mensagem dizendo que estou indo, colocando o celular de volta no bolso e olho para a ficha de Emma.

— Imprimi para mim, eu irei dar uma saída e mais tarde volto para buscar.

— Sim, senhor.

— Vai querer que te leve para algum lugar? — Erick pergunta.

— Não, hoje está liberado irmão — Dou uma leve batida no ombro dele — Vá para casa dormir, você está precisando, vamos lá eu vou te deixar em casa.

Ele agradece e confirma.

Após isso, vamos na direção do meu carro, eu levo Erick até em casa, logo em seguida vou para o restaurante, enquanto isso Emma Quinn surge em meus pensamentos.

Por tudo que é mais sagrado eu preciso tirar essa mulher da minha cabeça, urgente.

NanaBOliver

Oi pessoal! Estou de volta! bem-vindos a minha nova história, espero que gostem... Beijinhos!!!

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