Alex Leonel — Alessandrinho! — Ouço uma voz irritante me chamar à distância. Novamente, a voz repete: — Alessandrinho, hora de acordar! Vou acordando aos poucos, com a cabeça explodindo de dor. Sinto um cheiro e gosto metálico de sangue. Solto um gemido de dor e tento me mover, mas não consigo. Onde estou? O que está acontecendo? Tudo está um pouco confuso. — Olha aí nosso ator principal acordando. — O homem debocha. Abro os olhos lentamente e me deparo com David Soyer agachado, me encarando com diversão. Meus olhos se erguem para um corpo pendurado à minha frente. Rapidamente, lembro o que aconteceu: eu e minha filha estávamos tendo um dia especial, e então fomos atacados. Emma está completamente suspensa pelos pulsos com correntes, desacordada. Há um filete de sangue seco em sua testa e alguns arranhões pelo rosto. Estou amarrado a uma cadeira e tento me soltar, mas é em vão. Dou uma breve olhada ao redor. Parece que estamos em um galpão, mas está com pouca iluminação, mas ao
Jeong Park Depois que soube que Emma e Alex desapareceram, enlouqueci completamente. Voltei à mansão e trouxe Noah conosco por enquanto. Ele ainda não contou toda a história, e, por ora, não tenho cabeça para isso. Passo as mãos no rosto, completamente nervoso, enquanto Dino está no computador, trabalhando arduamente. — Não tem como conseguir as imagens da estrada, provavelmente eles estavam subindo algum morro — explica Dino enquanto digita sem parar. Não consigo olhar para Milena. Ela está chorando e muito quieta. Não consigo nem dar uma palavra de apoio no momento, pois eu mesmo estou tentando me controlar. Meu celular toca, e atendo no primeiro toque. Milena se levanta e vem até mim, aflita. — Diga, Marcus. Você e Matias conseguiram alguma coisa? — Sim. Encontramos o carro. Vou mandar a foto — ele dá uma pausa preocupante. — Também encontrei a câmera no carro. Vou enviar para o Dino. — Está muito feio? — Um pouco, senhor. Eu já envio tudo. Desligo o celular e olho para Mi
Emma Quinn / Luna LeonelO lugar onde estou é o mais lindo que já vi em toda a minha vida; é um jardim repleto de todos os tipos de flores. O canto dos passarinhos podia ser ouvido de longe, e havia borboletas por todos os lados. O sol brilhava intensamente, iluminando todo o local. Que esquisito!Eu olho para um banquinho em frente a um riacho de águas cristalinas e vejo um homem sentado. Alessandro?Mas, quando ele se vira, percebo que é Robert Quinn. Ele sorri e acena na minha direção.— Papai!Corro em sua direção e, em segundos, estou em seus braços. Ele solta uma gargalhada gostosa e me aperta contra si.— Por que está chorando, querida?Então, toda a dor da perda me atinge, e a culpa me corrói. Eu só o abraço com mais força.— Eu sinto muito.— Por quê?— Porque eu não te protegi como deveria.— Ora, o pai sou eu. Esse é o meu dever, meu bem, e sei que o cumpri muito bem.Eu me afasto e o olho pela primeira vez. Ele está lindo, seu corpo inteiro irradia luz, até suas roupas são
Emma Quinn / Luna Leonel— Acho que ali no canto tem uma serra para nos livrar.Levanto-me rapidamente e aceno para ele. Com pouca iluminação, não dá para enxergar muita coisa, mas vou procurando algo para quebrar as correntes.Ouvimos um barulho.— Emma, se esconde! — Alessandro sussurra.— Será que ele já acordou? O chefe não vai brigar se eu der uma olhada. Fiquem aí!Me escondo atrás de um tanque enorme; o cheiro dali me incomoda demais. Observo um dos homens entrar no local e rapidamente vejo um pedaço de pau ao lado. Isso vai servir. Pego-o enquanto ouço os palavrões.— Como essa vadia escapou?! — Ele exclama, olhando para Alessandro, que dá de ombros.— Estou amarrado, não sei de nada.Aproveito que ele está distraído e me aproximo.— Ora, seu filho da puta! Eu vou achar aquela vagabunda! — Ele puxa o rádio para comunicar aos seus parceiros que estou solta, e aproveito para dar uma paulada na cabeça dele.O homem cambaleia para o lado e geme de dor. Continuo segurando o pedaço
Jeong ParkNo avião, eu estava tão ansioso. Demorou algumas horas de viagem, mas conseguimos chegar ao local antes das três da manhã. Os seguranças de Alessandro estavam nos esperando no aeroporto.Eu não estava em condições de dirigir, então quem assumiu o volante foi Erick. Ele dirigia com mais rapidez do que eu. Quem veio conosco foram Dino, Felipe, Noah e Pedro.Milena está com os seguranças de Alessandro. Ordenei que eles a levassem para o hotel e não a trouxessem conosco. Sei que ela vai brigar comigo depois, mas não faço ideia do que encontraremos no local.Erick dirige em alta velocidade, mas com controle. Minhas mãos estão trêmulas enquanto a ansiedade me atinge.— Alguma alteração? — pergunto a Dino enquanto passamos pela estrada do acidente.Dino está o tempo todo focado na tela do computador, pois hackeamos o carro de Soyer.— Não, mas... o que é isso? — Dino pergunta assustado. — Chefe, o Don e a Emma saíram do galpão.— O quê?Ele me passa o monitor, e pelo carro de Soye
Alex Leonel Abro os olhos lentamente, observando o teto branco. Estou um pouco desorientado. O que aconteceu? Morri, não é mesmo? Mas não era para ser tudo branco? Sempre estive preparado para encontrar meu pai quando chegasse a hora. No entanto, isso aqui é diferente, um lugar calmo. De qualquer forma, estou pronto para pagar pelos meus pecados. Viro a cabeça devagar para observar o local e encontro minha esposa sentada em uma cadeira ao lado da cama, com a cabeça apoiada na lateral, dormindo. Minha testa se franze. Ainda estou confuso. Que tipo de inferno é esse? Não era para ela estar aqui. Levanto as mãos, sentindo meus braços pesados. Mesmo assim, consigo encostar as mãos na cabeça dela, fazendo um carinho. Milena acorda rapidamente, tão desorientada quanto eu. — O quê? O que foi? Não estou dormindo, estou acordada! Solto uma risadinha. Toda vez que ela é acordada, leva um susto. Ao longo da minha vida, tomei muitos t***s por assustá-la. É divertido. Abaixo meu braço, sent
Emma Quinn / Luna Leonel Semanas se passaram desde o que aconteceu. Nós voltamos ao nosso lugar, e meus irmãos ficaram furiosos ao saberem do perigo que corremos; também retornaram da ilha do meu pai. Já não é tão estranho chamá-lo assim; soa de forma natural, e meu coração está tranquilo por finalmente aceitar isso. É óbvio que meu amor por Robert não mudou nem um pouco, e também amo Alessandro. O que me fez enxergar isso completamente foi vê-lo quase morrer diante de mim; aquilo quebrou todas as barreiras do meu coração. Sinto-me livre para dizer que tenho dois pais que amo muito: um me criou e o outro me deu a vida, e agora tenho a oportunidade de fazer parte da vida dele. É claro que a questão da máfia ainda é complicada; não quero me envolver nisso, e ele concordou. Mas eu o entendo e sei o que custaria se ele deixasse tudo. Quanto à minha mãe, sinto a mesma coisa. Estamos cada vez mais ligadas uma à outra; aproveitamos o tempo para sair juntas, ir ao shopping ou ao spa, ou até
Dois anos depois. — Any, não corra e vá para o banho! — Emma pediu à filha adotiva, enquanto ela corria pela casa brincando com o avô, e Emma segurava a bebê no colo. Any veio do orfanato onde Emma cresceu, e seu desejo de adotá-la sempre esteve presente. Assim que se casou com Jeong, os dois conversaram e decidiram dar entrada na adoção da garota. Foi uma alegria para o convento e para a garotinha, que logo começou a chamá-la de mãe. Emma realmente sentia essa conexão única com ela, assim como Robert teve com ela. — Lá vem sua mãe estragar a brincadeira! — Alessandro riu, apoiando as mãos nos joelhos para recuperar o fôlego. — Vem, vovô! — Any pediu, suada e animada, ignorando os pedidos da mãe. — Any, vai tomar banho, já passou da hora — Emma falou em tom mais autoritário. A garotinha parou de correr e olhou para ela. — Por favor, mamãe, só mais um pouquinho! — Ela juntou as mãos pequenas, pedindo. — Você já disse isso cinco minutos atrás, querida. Daqui a pouco você brinca