Jeong ParkEu nunca imaginei que as coisas pudessem acabar desse jeito, eu não queria que Emma descobrisse assim. Enquanto esperava no corredor sento no chão e deixo as lágrimas descerem. Era para eu ter contado, talvez o impacto seria um pouco melhor, o olhar que ela me deu agora pouco foi de puro ódio, e sempre tive medo disso que ela me odiasse, no fim acabou acontecendo.Eu ia contar tudo, mas não hoje, queria que ela tivesse o melhor Natal de todos. Coloco as mãos na minha testa e desabo no choro. Eu não devia tê-la deixado sozinha naquela hora, senti que algo estava errado.Sinto as mãos do meu padrinho no meu ombro. Olho para cima depressa, oh droga, essa não é hora de pensar só em mim, tem ele e Milena.— Vai dar tudo certo — a voz de Alex sai sofrida —, ela vai te ouvir, só precisa de um tempo.— Eu sinto muito, não era para ser desse jeito, eu queria prepará-la antes. Me desculpe.De alguma forma me sinto culpado por isso, eu vi por anos meus padrinhos sofrerem por causa de
Emma QuinnNeste momento o único lugar que eu queria é estar aqui e não consigo pensar em mais nada por hoje, coloco as mãos na barriga sentindo um pouco de desconforto, assim que abro carro, vômito ali. Quando termino, saio do carro sentindo um pouco de náusea.O frio provoca um arrepio intenso no meu corpo, eu acabei deixando meu casaco por lá, começo a bater o queixo enquanto corro descalça até a entrada do orfanato, hoje não tem segurança aqui. Bato na porta e espero.Continuo batendo o queixo, e tento me aquecer esfregando as mãos no meu ombro. Bato na porta de novo e enfim uma freira abre.— Emma? — a madre superiora pergunta. — O que está fazendo aqui?— Me perdoe por chegar assim madre, mas posso ficar aqui? — pergunto deixando as lágrimas escaparem pelos meus olhos.— Claro querida, venha! — a mulher me deixa passar e entro no local, a porta se fecha e ainda estou frio. — Eu vou pegar um cobertor para você, vá até minha sala.Eu confirmo com a cabeça e vou até a sala, ainda m
Emma QuinnChegamos na minha casa, o restante da viagem até aqui, tinha sido um pouco silenciosa depois de nossa breve conversa. Ele respeitou meu espaço e agradeci por isso, aponto para o sofá, indicando para que ele se sentasse e o observo.Jeong vai para o sofá, e me sento no outro um pouco distante dele.— Bom, pode começar. — Cruzo os braços.— Emma, antes da gente iniciar essa conversa quero que saiba que meu amor por você jamais foi uma mentira, eu nunca quis te enganar, te contaria tudo.— Quando?— Depois do natal. — Ele suspira e olha para o chão por uns segundos em seguida volta a me olhar. — Isso já estava me consumindo faz um tempo, ia contar antes, mas desde que descobriu que você é a filha de Alex, decidi esperar um tempo.— Um tempo? — pergunto incrédula dando uma risada sem humor — por quê?— Por causa de Soyer.Agora que ele mencionou Soyer, fico pensativa sobre aquilo, como ele ficou estranho no começo e suas reações.— Você sempre soube quem era Soyer?— Sim. — Jeo
Alex LeonelEu estou no meu escritório, Milena está no quarto, ela havia tomado um remédio para se acalmar e acabou dormindo, e eu me mantive acordado até amanhecer não consigo mais pensar em nada a não ser na minha filha, eu não queria que ela descobrisse desse jeito. Sinto as lágrimas descendo pelo meu rosto, o natal de todos acabou que foi péssimo. A família adotiva dela foi embora, após saberem que Emma saiu, eu nem tive forças para impedir, muito menos Milena.O que pensaram foi que ela teve uma discussão acalorada com Jeong, o que de todo modo não foi uma mentira. Só não faziam ideia da gravidade da situação.Estou me sentindo inútil e despedaçado. O olhar de Luna para mim é uma coisa que nunca vou esquecer, ódio puro e medo.Eu não queria que ela descobrisse assim, eu sabia que de qualquer forma seria muito difícil, ela não ia aceitar bem, mas não dessa forma e muito menos no natal, no nosso primeiro Natal com ela.Coloco as minhas mãos na testa e tento pensar no que farei para
Alex Leonel Após minha conversa com Robert eu voltei para casa, minha esposa me esperava ansiosa na nossa sala, enquanto Jeong se manteve quieto. Faz alguns dias que noto que ele não está bem, não come, não dorme, fala o essencial com todos nós, só se concentrou no trabalho.Eu entendo esse sentimento, teve um período que Milena se separou de mim enquanto ainda estávamos namorando, foi quando ela descobriu tudo, lembro-me do quanto ela estava assustada e com raiva, isso porque eu ainda não era o chefe, mas só de saber o que minha família representava era apavorante.Aquilo me destruiu. Foi pouco tempo de separação, mas ali eu vi que ela era a mulher da minha vida e foi o mesmo para ela. Não importava o que aconteceria, estávamos juntos nisso e pronto.Talvez isso aconteça com Luna e Jeong, por mais que seja difícil agora, mas sei que eles se amam muito. Quando Jeong me contou sobre o comichão que sentia, eu sabia que poderia virar algo assim.Claro que se eu soubesse que ela era a mi
Emma Quinn Tomo um gole de cappuccino com chantilly da xícara grande enquanto sou observada pelo meu pai. Eu já sei que ele vai falar da minha aparência. Estou magra e um pouco desleixada, não sinto vontade de me arrumar, eu não sinto vontade de fazer nada, faz algumas semanas que estou me escondendo deles. Na verdade, de todo mundo, no trabalho, dei a desculpa de que não estava me sentindo bem e minha chefe aceitou de bom grado sem questionar os motivos. O único que aceitei a receber visitas no meu apartamento é o Noah, ele me atualizou que ainda estão trabalhando para pegar Soyer e somente. Eu sei que tenho que voltar ao trabalho e a minha vida tem que continuar, eu só precisava de um pouco de espaço e me manter forte para ficar na frente de Alessandro Leonel de novo e também de Jeong. Eu sinto tanta saudade dele que doi, as noites eu desato a chorar abraçada a uma camisa que ele deixou, mas isso vai passar… — Não está se alimentando direito, Emma. — Afirma meu pai. — O que aco
Emma Quinn Ajeito a toca em meu cabelo, enquanto saio da loja de conveniência, hoje senti vontade de comer algo diferente do que iogurte e frutas. O ar gelado atinge meu rosto, enquanto ando pelas ruas, a neve cedeu mas continua frio, observo as ruas vazias um tanto pelo clima e o outro pelo horário. Coloco as mãos por dentro do bolso do casaco, eu deveria ter vindo de luva. Continuo andando pelas ruas, desde de minha conversa com meu pai na semana passada me sinto um pouco melhor, creio que posso voltar ao trabalho. Porém eu não quero ficar na casa de Alessandro Leonel, sobre isso eu me recuso, caso Angelina ainda deseje que eu trabalhe junto com ele vou sair do caso, por mais que queira pegar David Soyer. Viro na esquina e noto a pouca iluminação no beco, continuo andando, então percebo que tem alguém atrás de mim. Meus instintos policiais ficam em alerta. Ando um pouco mais depressa e os passos da outra pessoa aumentam também. Tem alguns dias que sempre quando saio penso que e
Jeong Park Eu tenho vivido um inferno essas semanas, Alex me tirou completamente do trabalho, mas ficar em casa não estava ajudando também, pelo menos eu me mantinha ocupado, ficar sozinho me fazia pensar nela o tempo inteiro e isso me fazia afogar em bebida para aliviar essa saudade insana. Erick me chamava para irmos ao bar às noites, mas eu não sentia vontade. Então eu também me dei um tempo, decidi ficar mais com a minha família coisa que não acontecia faz tempo, eles sabiam que tinham algo errado mas não me perguntaram nada.Só Yumi que me trazia chocolates e dizia que era a melhor forma de lidar com um coração partido. E, pode se dizer que minha irmã estava certa. Depois de mais algumas semanas, aquela sensação foi passando e me senti mais forte. Fiz a barba só deixando o cabelo grande, gostei daquilo, voltei para a minha casa e também ia voltar para o trabalho. Ainda preciso pegar David Soyer, antes que ele descobrisse que Emma é a filha de Alessandro. E assim fiz, eu só e