Adonis Kappas É tão bom apreciar a linda visão a minha frente! As minhas meninas estão dormindo tranquilas na pequena cama do quarto infantil, abraçadas uma, a outra. Não foi muito tempo longe dessa pequena, mas passar um dia inteiro sem ter noção de como estava sendo tratada, foi como uma eternidade dentro de um inferno. Não demostrar o quão eu estava abalado com isso foi um esforço sobrenatural, porque essa Fadinha ocupou cada milímetro do meu coração. Ela me escolheu para ser seu e eu sou todinho dela. Minha. Minha filha! O que me faz pensar… Quem foi o responsável por tudo isso? Não, nós não sabemos, ainda. Depois que chegamos a casa, fomos orientados por Simone a fazer uma denúncia, para ser aberta uma investigação e amanhã bem cedo, faremos isso. Respiro fundo e saio do quarto fechando a porta com muito cuidado para não fazer barulho e sigo pelo corredor, direto para a sala onde os outros estão.— Já disse que não é ciúmes! — Escuto os resmungos da Flávia e sorrio. Esse trio
Adonis— Contei para ela sobre o nosso plano de fazer ciúmes e tudo mais, e ela… não quis entender. — Ele deu de ombros, desanimado. — Droga, eu não devia ter começado com essa merda! — resmunga baixo, levando a cabeça as mãos e apoia os cotovelos no balcão.— Não acredito que a Flávia acabou o namoro só por causa disso! — Simone reclama exasperada.— A Flávia é muito impetuosa, Oliver. Ela pensará nas coisas e voltará atrás, você sabe como ela é, então, relaxa, tá? — digo levando uma mão ao seu ombro. Ele ergue a cabeça e me olha desanimado.— Acredito que dessa vez não, cara. Flávia ficou realmente chateada com a brincadeira. — Ergo a garrafa de vinho.— Então vamos encher a cara essa noite e amanhã você tenta falar com ela, combinado?— Claro! — Ele diz. Sinto que o Oliver não está nada bem com isso.***O dia ganhou mais cor essa manhã. O sol parece estar mais radiante, as nuvens mais brancas, o vento mais suave, e o som das risadas dessa fadinha está me deixando maluco, no bom se
Alguns dias antes do sequestro… Adam — Onde está a minha filha, Adam? — Agnes entra em minha sala gritando as palavras com ira. Eu a olho de onde estou, segurando o meu jornal e sentado no sofá simples da pequena sala do minúsculo apartamento, onde vivo agora. São sete horas da manhã e eu realmente não esperava a sua visita aqui tão cedo, menos ainda perguntando o que acabou de perguntar. Calmamente largo o jornal no sofá e fico de pé. Abro um sorriso escroto, daquele que diz: eu sabia que um dia você voltaria a correr atrás de mim e me ponho a falar. — Sinceramente, Agnes, não sei do que está falando — falo calmo demais. A mulher semicerra os olhos e dá dois passos lentos, porém firmes em minha direção. — Não brinca comigo, Adam Clive Parker! Por que por minha filha eu sou capaz de tudo! — rosna entre dentes. Puxo a respiração lentamente e a solto da mesma maneira, deixando um sorriso de lado escapar. — Eu bem sei do que você é capaz por ela e embora você não acredite, eu também
AdamOlhando um pouco para trás… A três anos atrás, para ser mais preciso, no dia em que deixei a Agnes. Deus, se arrependimento matasse. Eu tinha uma vida bem sucedida. Era dono de um banco que tinha os melhores investimentos, tinha uma conta bancária super gorda e ostentava viagens e hotéis luxuosos. Então em uma dessas viagens conheci Marisa Black, uma mulher gostosa e ordinária. Tivemos alguns encontros esporádicos e em um desses encontros, fizemos sexo de um jeito que a Agnes jamais faria comigo. A mulher era um fenômeno dentro e fora da cama e não demorou para ela virar a minha cabeça e eu deixar a minha casa e a minha vida de casado para trás. Perto dela, a Agnes se tornava uma coisinha insignificante, aguada e sem graça. Então pensei… Estou feito! Saí de casa antes que a minha mulher me revelasse a porra da gravidez. Pois é, eu sempre soube dos seus passos. Eu não desejava ser pai, nunca desejei tal coisa para mim. O meu único desejo era ser o dono da porra toda, o rei do luga
Agnes— Você vai me tirar daqui, não vai? — Não pude deixar de notar leve tom intimidador em sua voz. Arqueei as sobrancelhas desafiadoras para ele.— Me diga, Adam, porque pensa que eu faria isso para você? — pergunto com desdém.— Agnes — diz dando um passo em minha direção, mas ergo a mão imediatamente.— Não chegue perto de mim! — peço entre dentes e com um sorriso debochado, ele ergue as mãos em redenção.— Tudo bem, só me escuta, amor — pede, dessa vez carinhosamente. Reviro os olhos. Será que não percebeu que as suas máscaras não me afetam mais? — Eu não tive nada a ver com isso, querida. Eu não sei porque estão fazendo isso comigo. Você tem que me ajudar! — É palpável o seu desespero. Dou um passo em sua direção e depois outro e mais outro, encarando duramente os seus olhos.— No que depender de mim, Adam Clive Parker, você apodrecerá na cadeia. Faço questão de pagar os melhores advogados do país, para que pegue um longo tempo na prisão. — Sorrio amplamente. — Como é gratific
Na noite da separação de Oliver e Flávia…Flávia Volto. Não volto! Volto. Não, não volto. Aff!!! Fiquei nesse maldito dilema por vinte minutos na frente do prédio da Agnes depois que sai da sua sala abandonando um Oliver tão destruído quanto eu. Por que ele tinha que fazer aquilo? Tá! Eu confesso que sou destrambelhada de vez enquanto, que não demostro muito as minhas emoções, que brinco com a realidade das coisas, mas me fazer ciúmes? Eu não sinto ciúmes de ninguém, tão pouco daquele… daquele… delicioso Deus do Olimpo, daquele corpo sarado, do sorriso safado. Ai que ódio! Para casa Flávia, agora! Ordeno a mim mesma (…)— Como você pôde Oliver? — pergunto possessa.— Amor, era só uma brincadeira.— Brincadeira uma ova! Eu vi os beijinhos, vi os abraços e você… você… ainda guardou a reta guarda dela! — resmungo apontando na direção da cozinha. Ele me lançou um olhar confuso, eu apontei-lhe o meu dedo em riste. — Não me olhe assim! — rosno estressada. — Sabe o que você é, um idiot
FláviaOk, deve ter algo errado comigo, porque eu devia estar atenta a esse interrogatório, mas eu não estou. Ou talvez tendo alguns pensamentos assassinos em relação ao Adam, mas também não estou. Ao invés disso, estou arrancando os esmaltes das unhas e olhando o Oliver que está do lado de fora da sala, por trás das persianas da janela de vidro. Ele está sorrindo e conversando animado com sabe deus quem. Parece que nem sentiu a minha falta. Eu devia ir falar com ele, mas falar o quê? Deixa de ser burra Flávia! Abre logo o verbo mulher. É isso. Penso determinada a sair da sala do delegado.— Fica com a Kelly, Flávia? — Agnes pediu assim que me levantei do banco acolchoado.— Onde você vai? — inqueri quase exasperada.— Esquartejar um verme — disse entre dentes. Arregalo os olhos, perplexa.— Ei, sou eu quem diz esse tipo de coisa aqui! — protestei seguindo com a Kelly para fora da sala. Então perdi todo o meu foco, porque o Oliver estava bem na minha frente, com suas as mãos nos bol
SimoneA medida que adentro o lugar tenebroso, sinto um arrepio se alastrar em minha coluna. É triste ter que vê-lo assim. Para quem conheceu ou conhece o Petrus Borbolini, sabe que ele pisou feio na bola. Um cara digno, reto, correto e de bom senso. Não sei como ele pôde cair em uma dessas. Pensar em Pertus, me faz lembrar de uma brincadeira boa dos tempos da adolescência. Eu correndo por um amplo gramado de uma casa de campo, perto de um lago e Pertus correndo atrás de mim, tentando me molhar por conta de uma travessura minha. Em algum momento escorreguei e caí na grama molhada e o meu primo caiu em cima de mim. Aquele momento foi memorável… pelo menos para mim. Horas mais tarde, em uma festa de final de ano, eu aproveitei o instante em que ele se virou para dizer algo ao pé do meu ouvido e roubei-lhe um beijo e depois disso, descobri que estava loucamente, completamente apaixonada pelo meu primo mais velho. Eu não tinha a menor chance! O cara além de ser mais velho do que eu cinco