Loretta Romero tem vinte e sete anos, uma mulher de estatura mediana e assim como o marido, tinha descendência mexicana. Apesar da vida sofrida que teve no seu país de origem e do sofrimento dos últimos meses pela doença do seu pequeno Pietro, que apresentava um quadro de leucemia avançado, ela tinha um rosto bonito, marcado pela dor, mas ainda assim, era uma mulher bonita.
Não bastasse a situação precária em que viviam, onde muitas vezes a falta do alimento para comer castigava a ela e aos dois meninos, além da doença do filho mais velho, os seis meses de uma gestação conturbada, mas da qual se sentia imensamente feliz por realizar o sonho de ter uma menina, agora enfrentava a tristeza por ter seu marido preso e o risco de serem todos deportados. Ela vivia o momento mais difícil da sua vida.
Loretta sabia que os últimos atos do marido não foram corretos, mas
— Bom dia, amor! — disse Donna se virando para o marido, sentindo seu abraço puxando-a para ele.— Bom dia, linda! — Vincent sorriu.— Não quero levantar agora — ela disse com um bocejo.— Não precisa. Eu faço o café e trago para você — respondeu ele gentil.— Ai, Vince, como consegue ser assim? — Ela sorriu com os olhos brilhando.— Assim como? — perguntou ele, enrugando a testa.— Tão perfeito! Nós já casamos, não precisa mais me agradar tanto. — Ela riu.— Você não gosta? — indagou ele.— Eu amo, você é tão fofo! Mas é tão cedo ainda, fico com dó de ver você saindo da cama com esse friozinho! — Encolheu-se debaixo do cobertor. — E ontem eu fui péssima companhia, não &eacut
O celular tocava insistente enquanto Christopher fazia seus exercícios matinais. Não precisou atender para saber que não se tratava de boas notícias, o que confirmou em segundos ao falar com Ramona pelo aparelho.Vestiu-se rápido, desceu as escadas e viu sua esposa, Olivia, pondo a mesa para tomarem café, deu-lhe um beijo apressado e avisando que precisava sair, ao que ela nem sequer teve tempo de responder.Christopher dirigia com pressa para chegar, sabia que a parceira estava fazendo o mesmo, pois assim como ele, ela foi chamada para uma emergência. O local era o lava-rápido do Adrian, ao que parecia, ele e os comparsas tinham ido até lá para buscar dinheiro, provavelmente para fugir, já que estavam sendo procurados pela polícia, mas um comerciante os viu e avisou aos seus clientes e aos pedestres que passavam, em pouco tempo, alguns carros também pararam e se fez uma grande co
As férias escolares finalmente chegaram, de forma que Donna poderia dormir até mais tarde como ela tanto gostava. Os últimos dias de aula foram bastante satisfatórios para a professora, principalmente no que se referia à sua aluna Stephanie.A estudante contou para os pais sobre a gestação, o que já não era segredo para mais ninguém, alegando que o filho era de um ex-namorado. Para sua surpresa, os pais a apoiaram, além de a ajudarem ainda mais com as suas despesas de forma que a garota pudesse contratar professores particulares, evitando que ficasse atrasada perante a sua turma. Stephanie, agora com mais de cinco meses de gestação, aproveitaria o período de férias para se adiantar no conteúdo, o que deixava Donna muito feliz.Vincent, por sua vez, aguardava a viagem da esposa que aconteceria no próximo final de semana para a casa do irmão, em S
A semana seguiu turbulenta para os detetives, haviam colhido muitos depoimentos, inclusive dos garotos suspeitos de estuprar a vítima. Demorou para que assumissem o ato e as chantagens seguintes, conforme orientação dos advogados caros contratados por seus pais, só admitiram após receberem uma proposta de acordo. Cumpririam pena reduzida.Já haviam enviado as notificações para os endereços dos quatro professores faltantes. Dois deles já haviam comparecido. Faltavam outros dois que ainda estavam em viagem.Mark ligou para Vincent logo que recebeu do oficial de justiça a notificação em que Donna foi convocada para prestar depoimento.Vincent foi buscar a esposa no aeroporto para almoçarem em um restaurante e depois seguirem para o departamento prestar esclarecimentos, assim acabariam logo com aquilo.Donna desembarcou por volta do meio dia, encont
Vincent passaria o dia todo no hospital, mas como já havia feito uma refeição leve nas últimas duas horas, sairia mais tarde para almoçar, diferente do restante da sua equipe que já esvaziava o laboratório para tirarem sua hora de almoço. Apenas Ruby permaneceu ali, causando um certo desconforto ao seu chefe.— Vince? — chamou ela estendendo-lhe um pequeno papel. — Pegue, é para você.— O que é isso? — perguntou pegando-o.— O celular da Charlotte — disse sorrindo. — Sabe, ela ficou bastante interessa em você...— Sou casado, Ruby! — retrucou estendendo o papel de volta para ela.— Acho que você vai gostar de conhecê-la melhor. Dê uma chance! Charlotte acabou de se separar do marido, veio para Los Angeles para esquecer ou para recomeçar a vida, sei lá... ela quer aproveit
Ruby havia sido escalada para trabalhar, como era sábado, viu nesse dia uma grande oportunidade para fazer o que planejou durante a semana, desde que conheceu a turista inglesa.A biomédica não tinha certeza do que aconteceria, ou melhor, não sabia se Vincent procuraria pela Charlotte, mas caso procurasse e fizesse o que ela suspeitava que ele faria, era importante que não fosse deixado qualquer rastro, principalmente rastros dela.Durante o final de semana o hospital contava com menos funcionários, o movimento era menor do que durante os outros dias, até mesmo a sala de vigilância, que apenas nesses dias contava com apenas um vigia, acabava ficando vazia por duas horas durante o horário de almoço.Ruby já sabia o horário em que o vigia sairia para almoçar e havia percebido que ele não tinha o hábito de trancar a porta ao sair. Assim, ela saiu para comer ao me
Adelle esperava ansiosa no estacionamento da faculdade, pois ainda faltavam alguns minutos para Donna sair. As amigas combinaram que iriam almoçar juntas para depois irem para a clínica em que Ade havia agendado uma consulta para as quatorze horas, para a qual pretendiam chegar com bastante antecedência.Donna chegou logo, estava tão ansiosa quanto a advogada. Ao entrar no carro a amiga percebeu que ela segurava um embrulho.— Ganhou presente? — perguntou curiosa.— Ah, sim, uma aluna me deu hoje, ela passou as férias em Portugal e me trouxe esse livro, disse que quando viu que era de uma escritora brasileira se lembrou de mim... Você sabe, por eu ter escolhido passar a lua de mel no Brasil! — explicou Donna sorrindo enquanto retirava um livro do pacote para mostrar à sua amiga. — Olha que capa linda! — falou segurando o exemplar no ar, onde Adelle leu o título Psicopat
— O que aconteceu aqui, capitão? — perguntou Ramona para o capitão da polícia com seu distintivo nas mãos ao entrar no bar, que naquele momento estava repleto de policiais e muitos clientes assustados, embora já tivesse amanhecido ninguém foi liberado para sair.— O Ceifador de Anjos atacou novamente, detetives — respondeu o policial de meia idade. — Um casal encontrou em um dos quartos o corpo de uma mulher com a barriga aberta.— A vítima já foi identificada?— Charlotte Jhonson, vinte e seis anos. Acho que não irão gostar de saber que se trata de uma turista inglesa.— Que droga! Vamos ter problemas com a Embaixada. Não faltava mais nada! — comentou Ramona com raiva.— Com certeza, vão sim. — Balançou a cabeça concordando. — Detetives, é só seguir por aquele corred