Vincent passaria o dia todo no hospital, mas como já havia feito uma refeição leve nas últimas duas horas, sairia mais tarde para almoçar, diferente do restante da sua equipe que já esvaziava o laboratório para tirarem sua hora de almoço. Apenas Ruby permaneceu ali, causando um certo desconforto ao seu chefe.
— Vince? — chamou ela estendendo-lhe um pequeno papel. — Pegue, é para você.
— O que é isso? — perguntou pegando-o.
— O celular da Charlotte — disse sorrindo. — Sabe, ela ficou bastante interessa em você...
— Sou casado, Ruby! — retrucou estendendo o papel de volta para ela.
— Acho que você vai gostar de conhecê-la melhor. Dê uma chance! Charlotte acabou de se separar do marido, veio para Los Angeles para esquecer ou para recomeçar a vida, sei lá... ela quer aproveit
Ruby havia sido escalada para trabalhar, como era sábado, viu nesse dia uma grande oportunidade para fazer o que planejou durante a semana, desde que conheceu a turista inglesa.A biomédica não tinha certeza do que aconteceria, ou melhor, não sabia se Vincent procuraria pela Charlotte, mas caso procurasse e fizesse o que ela suspeitava que ele faria, era importante que não fosse deixado qualquer rastro, principalmente rastros dela.Durante o final de semana o hospital contava com menos funcionários, o movimento era menor do que durante os outros dias, até mesmo a sala de vigilância, que apenas nesses dias contava com apenas um vigia, acabava ficando vazia por duas horas durante o horário de almoço.Ruby já sabia o horário em que o vigia sairia para almoçar e havia percebido que ele não tinha o hábito de trancar a porta ao sair. Assim, ela saiu para comer ao me
Adelle esperava ansiosa no estacionamento da faculdade, pois ainda faltavam alguns minutos para Donna sair. As amigas combinaram que iriam almoçar juntas para depois irem para a clínica em que Ade havia agendado uma consulta para as quatorze horas, para a qual pretendiam chegar com bastante antecedência.Donna chegou logo, estava tão ansiosa quanto a advogada. Ao entrar no carro a amiga percebeu que ela segurava um embrulho.— Ganhou presente? — perguntou curiosa.— Ah, sim, uma aluna me deu hoje, ela passou as férias em Portugal e me trouxe esse livro, disse que quando viu que era de uma escritora brasileira se lembrou de mim... Você sabe, por eu ter escolhido passar a lua de mel no Brasil! — explicou Donna sorrindo enquanto retirava um livro do pacote para mostrar à sua amiga. — Olha que capa linda! — falou segurando o exemplar no ar, onde Adelle leu o título Psicopat
— O que aconteceu aqui, capitão? — perguntou Ramona para o capitão da polícia com seu distintivo nas mãos ao entrar no bar, que naquele momento estava repleto de policiais e muitos clientes assustados, embora já tivesse amanhecido ninguém foi liberado para sair.— O Ceifador de Anjos atacou novamente, detetives — respondeu o policial de meia idade. — Um casal encontrou em um dos quartos o corpo de uma mulher com a barriga aberta.— A vítima já foi identificada?— Charlotte Jhonson, vinte e seis anos. Acho que não irão gostar de saber que se trata de uma turista inglesa.— Que droga! Vamos ter problemas com a Embaixada. Não faltava mais nada! — comentou Ramona com raiva.— Com certeza, vão sim. — Balançou a cabeça concordando. — Detetives, é só seguir por aquele corred
Logo que Olivia saiu do consultório, Donna entrou, e a amiga ficou a aguardando do lado de fora.— Com licença. Oi, doutor — cumprimentou ela se sentando em sua frente.— Donna, como está? — respondeu o médico de meia idade com um sorriso simpático. — Abri seus exames logo que chegaram para mim — disse estendendo os resultados para ela.— E o que deram, doutor? Posso ter filhos? — perguntou curiosa e ao mesmo tempo ansiosa.— Perfeitamente, senhorinha! Sua saúde está impecável — respondeu ele com um grande sorriso. — Mas preciso que seu marido faça alguns exames também, pois o interesse é do casal, certo?— Claro, doutor, ambos queremos muito ter, mas eu queria confirmar primeiro se eu podia — disse eufórica e feliz. — Se quiser me passar os exames que ele tem que fazer, hoje m
Donna já não via a hora de falar com Adelle, mas sabia que se a amiga ainda não tinha ligado para ela era porque estava bastante ocupada, por isso tinha aguardado sua ligação tão ansiosa.Finalmente seu celular tocou acusando a ligação da advogada.— Oi, Ade, que bom que ligou. — Ela riu. — Não aguentava mais esperar para falar contigo.— Somos duas, Donna, queria falar pessoalmente, mas hoje não vai dar e eu também não quero ter que esperar para contar — respondeu a advogada.— Então me conte, Ade! Mas antes, o que houve que fez você correr para o trabalho? — perguntou a professora, curiosa.— Para ser franca, nada demais. Eu me pus à disposição de alguns colegas para o que precisarem no fórum, coisa que eles estão levando muito a sério por aqui, me chamam p
Os dias passaram lentamente para Adelle, que aguardava a data da nomeação dos novos promotores com muita expectativa e ansiedade. Já havia passado por todo o processo anos antes, mas infelizmente não conseguiu a mudança de cargo, agora, no entanto, sentia-se mais preparada, assim como melhor assistida, pois ao longo dos anos, ela fez muitas amizades poderosas através do seu excelente trabalho.Fazia dois dias que Adelle finalmente obtivera a tão esperada resposta. Ela ainda estava na cama, quando o seu colega de trabalho Giovani ligou para parabenizá-la pela merecida conquista. Ade, ainda sonolenta, não podia acreditar, embora esperasse fazia muito tempo por aquilo, fora o fato de que esperava fazer a descoberta por conta própria, indo atrás do resultado, mas ser acordada para ser parabenizada certamente foi melhor.Ser acordada e parabenizada por um ex-namorado então lhe pareceu melhor
Não foi difícil para Vincent encontrar as redes sociais da mulher que Adelle disse se chamar Janice, bastou procurar entre os contatos da sua amiga o perfil do Giovani e no dele, nem sequer precisou procurar, pois a tal ex-namorada marcava presença nas suas publicações com comentários que emanavam amor e desespero, parecia mesmo vindo de uma doida obsessiva.Segundo o seu perfil, ela se chamava Janice Hanson Stout, trabalhava como gerente de marketing na Miller's, uma loja grande de Los Angeles, muito conhecida pelas várias bonificações aos seus funcionários e aos cientes, ela era divorciada e sem nenhum filho aos seus trinta e quatro anos, suas fotos mostravam uma mulher bonita, obviamente ela não precisava mendigar a atenção de Giovani, mas era exatamente isso que fazia, pois grande parte de suas inúmeras postagens foram dedicadas a ele, que nem sequer as respondeu, mesmo os qu
Vincent avisou a esposa que ficaria até tarde no hospital, orientando que ela não o esperasse para dormir.De fato, ele saiu razoavelmente tarde, ou melhor, tarde da noite, mas tinha um compromisso inadiável antes de seguir para sua casa.Ao entrar no carro confirmou que sua mochila estava no banco de trás. Dirigiu até um restaurante familiar onde jantou, pois estava faminto, mesmo a ansiedade pelo momento aguardado não anulava sua fome.Quando voltou para o carro já passava das vinte e uma horas, mais quarenta minutos e Janice estaria em casa. Resolveu que chegaria antes dela, esperar do lado de dentro da residência lhe pareceu a melhor opção, pois ficar dentro de um carro parado ou circulando à toa em área urbana podia chamar atenção. Procurou por um estacionamento para deixar o veículo e fez o percurso a pé.O friozinho da noite colaborava par