O ritual macabro seguia bem acima do edifício do Antigo Trono. Dali, acima do topo do Antigo Trono, podia-se ver toda a capital, suas praias, as florestas e bosques ao redor da cidade e outras vilas ao longe.
Levitando e rodando na direção do topo da torre, as Brisas prosseguiam com seu feitiço que afundava a grande ilha principal do arquipélago de Akma.
Aubrey juntou-se às irmãs e as três abriram os braços, formando um círculo. A ira das Rainhas-Irmãs era tão grande que elas não usavam palavras ritualísticas: a simples vontade de destruir Atlântida, vontade essa acumulada por mais de três mil anos, fazia com que o encantamento prosseguisse.
— Dê-me o fogo para queimar e devastar! — ordenou Morga.
Jatos e bolas de fogo e magma saíram de dentro do
Capítulo 22 — Revelações Helan acordou e teve uma sensação de dejà vu, a sensação de que já vivenciara aquilo que estava vivenciando. Pela segunda vez, acordava de um estado de inconsciência depois de uma exaustão causada pela magia. Nesta segunda vez, entretanto, havia algumas diferenças. Desta vez, a maga sonhara. Sonhara com um campo belo onde o vento tocava a grama e um unicórnio, criatura mitológica, chegara trazendo, em seu lombo, um Espírito que falava por todos os outros. O Espírito havia tocado o coração da maga e explodido em milhões de
Capítulo 23 — O Aprendiz Nos dois meses em que Helan estivera inconsciente, muitas coisas haviam acontecido.Com a queda de Rarion e ascensão do Reino dos Animais Brancos, a Ukrania, que marchava com os exércitos para as Montanhas Albinas, decidira não atacar o novo reino. Logo após ter reclamado e adquirido o cargo de Arquimago, antes de ter zarpado para Akma, encontrando-se com Marie Claire e mandado trazerem Helan de volta ao continente, Samian mobilizara-se imediatamente para a Ukrania, onde teve uma conversa direta com o rei Salydin, que decidiu reconhecer o Reino dos Animais Brancos e apoiar a estabilização de NascarAo voltar de Akma, Samian convocara os magos assim que possível para integrar a Ordem dos Sábios. Detendo o controle provisório do governo do Reino de Nascar unido a Istaredes, a Arquima
Epílogo As três mulheres estavam em uma caverna escura e úmida. O ar frio e solitário percorria todo o local e dava uma sensação de que tudo estava parado. Não fossem as chamas das três velas no centro da gruta que crepitavam, as Brisas estariam mergulhadas na escuridão. As Rainhas-Irmãs Verona, Morga e Aubrey estavam nuas, lado a lado, em silêncio. Os cabelos cobriam-lhes os seios e a genitália feminina. Seus olhares pareciam perdidos. Não estavam no mundo material — aquela caverna fazia parte do mundo espiritual. Na caverna aguardavam para saber se iriam para o Submundo ou para a Cidade Eterna. As irmãs estavam imóveis, como se fossem estátuas, até que a Brisa de aparência velha exclamou impaciente: — Por que é que eles estão demorando tanto? Odeio esperar, não tenho um pingo de paciência para suportar esta angústia! — esbravejou insatisfeita, batendo os pés
Uma breve descrição de onde se passa a história A habilidade de contar histórias foi há muito tempo esquecida. Poucos são aqueles que ainda contam histórias de ninar aos filhos, envolvendo-os em mundos mágicos, histórias fantasiosas ou ainda histórias de impérios de outrora e aventuras de magia. Escrevo este relato não só para resgatar este costume como para transmitir e propagar uma aventura que se passou em um mundo distante que logo será apresentado. Como testemunha de muitos fatos que ocorreram nesta história, posso assegurar que uma cópia autenticada de meu relato, e dos depoimentos da maioria dos envolvidos, pode ser encontrada nos diversos acervos da Ordem dos S&aa
Capítulo 1 — A Carta de Convocação O Mercado de Hasflot se localizava em uma extensa rua da cidade de Hasflot. Os mercadores chegavam ao mercado bem cedo, por volta das cinco horas da manhã. Afinal, Hasflot era uma cidade portuária e seu mercado era ponto de encontro da região sudoeste de Nascar, portanto, montar uma barraquinha de vendas no mercado de Hasflot era algo inestimável para qualquer negociante. O movimento era intenso. Bijuterias, artesanatos, produtos derivados do leite, tecidos, roupas, calçados, objetos pequenos, livros, algumas joias, pergaminhos, doces, novas invenções, exóticas engenhocas e outras coisas estranhas; produtos expostos nas barracas, mesas e bancadas ao longo da rua. Os visitantes e os consumidores trajavam as
Capítulo 2 — A Câmara do Grande Carvalho O ar frio da floresta de Fangthir, a Floresta Verdejante (ou chamada de Floresta Verde), fazia Helan se apavorar. Aquela floresta tinha muito a amedrontar, mas, para Danian, tinha muito a proporcionar, isto sim. A Floresta Verdejante ficava perto do Palácio de Biloá, agora reduzido a ruínas devido a ataques e saques dos Sax. O Palácio de Biloá, que até sua destruição serviu de fortaleza para os últimos membros da corte ainda vivos, era o palácio de verão do rei, e a Floresta Verdejante era território de caça. Contudo, a própria floresta era misteriosa. O rei nunca explorou, em suas caçadas, todo o seu interior. Ora estava sombria e tenebrosa, ora estava clara,
Capítulo 3 — Os Aventureiros Danian desceu de seu cavalo castanho, assim como Helan. Estavam em Hasflot de novo, à frente da casa do embaixador. Haviam sido dois dias a cavalo desde a Floresta Verdejante. O dia estava nublado, um vento frio fez a aprendiz de Danian juntar suas mãos para esquentá-las. A casa rosa, pequena e com uma mureta à frente, estava lá. O mago tocou o sino e disse a senha: — Pela manhã, o pássaro assobia. — O fogo queima, a águia pia — falou uma voz vinda de dentro. A porta da casa se abriu e o embaixador saiu de lá. — Danian, Danian, Danian… Então, meu car
Capítulo 4 — Os Ladrões Durante um dia Artemísio, Toreg e Helan cavalgaram em silêncio, ainda se acostumando com a presença de cada um. Toreg no início ficava sempre à frente, mas depois foi cavalgando mais devagar, cansado. Haviam parado para descansar em uma estalagem na estrada que levava ao norte. Chegaram depois da meia-noite e saíram às cinco horas da manhã para evitar serem vistos. Eles estavam tomando muitas precauções. Sempre por onde passavam, se houvesse qualquer pessoa, eles se escondiam, tentavam passar discretamente. Já haviam andado bastante e agora estavam parados em uma pequena clareira na mata próxima da estrada de terra. Os caval