Fernando fechou a porta devagar, olhando para Thor com as sobrancelhas franzidas.— Cara… o que aconteceu?Thor soltou um longo suspiro, passou a mão pelo rosto e se jogou na cadeira.— Nada.— Nada, é? Você está branco, com o maxilar travado e o olhar de um leão enjaulado. Eu te conheço, Thor. Nunca vi você assim por mulher nenhuma.— Ciúmes. Meu. E ela não aceita.— E você tá estranhando? — Fernando sorriu de lado. — Você, o cara mais fechado que eu conheço, agora surtando por causa de uma mulher?— Ela mexe comigo — Thor admitiu, olhando para a porta por onde ela saíra. — De um jeito que ninguém nunca mexeu. Nem Karina. Com a Celina tudo é intenso, real... E ao mesmo tempo, parece que pode escorrer pelos dedos a qualquer momento.Fernando cruzou os braços, sério agora.— Olha, eu vou ser direto. Você tem que tomar cuidado com esse seu temperamento. Você sempre foi possessivo. Mas Celina não é o tipo de mulher que se dobra a isso. Você vai perdê-la se não aprender a confiar.Thor nã
Celina chorava, as mãos trêmulas sobre o ventre.— Eu tô cansada, Tati. Tô tão cansada. Eu só queria paz, sabe?Tatiana tentou manter a voz serena, acolhedora.— Você tem duas opções, Cê… segue com ele, com paciência, ou segue sozinha. Como você queria no início. Não existe certo ou errado. Existe o que você precisa agora. E o que seus bebês precisam.Celina fungou.— É que eu… eu gosto dele, Tati. Você, mais do que ninguém, sabe o quanto lutei contra este sentimento. Mas tá tudo tão confuso.— Eu sei, amiga. Eu entendo. Eu e o Roberto também tivemos um começo difícil. Muito. Você lembra… e olha a gente hoje. Estamos bem. Felizes. Tentando engravidar há meses, e mesmo sem conseguir ainda, a gente tá firme. Tem amor. Tem respeito. Se você acredita que vale a pena tentar com o Thor… então tenta. Mas se for pra sofrer, pra viver insegura, se escolhe. Se protege.Celina assentiu, mesmo que Tatiana não pudesse ver.Na parte de baixo da suíte, Thor estava em outro mundo. Depois que Celina s
Depois daquele momento de entrega entre os dois na jacuzzi, Thor foi até a sala para receber o serviço de quarto com o jantar. A mesa estava posta com capricho. Velas acesas, uma garrafa de vinho tinto aberta, pratos cuidadosamente arrumados. A comida exalava um aroma delicioso, mas era o clima entre eles que realmente aquecia o ambiente. Celina apareceu com os cabelos ainda úmidos, presa no robe branco que envolvia seu corpo com leveza. Thor já estava sentado, também de robe, e sorriu ao vê-la entrar. — Vem, senta aqui comigo. Ela se aproximou, e ele puxou a cadeira para ela com um carinho quase tímido. Assim que ela se acomodou, ele pegou sua mão sobre a mesa e beijou devagar o dorso dela. — Você tá linda — murmurou, olhando nos olhos dela. Celina apenas sorriu de leve, desviando o olhar com certa timidez. Thor se serviu de um pouco de vinho e fez o mesmo para ela, mantendo sua mão entrelaçada à dela o tempo todo. Eles comeram devagar, sem pressa, saboreando o momento de
Depois daquele momento de entrega entre os dois na jacuzzi, Thor foi até a sala para receber o serviço de quarto com o jantar.A mesa estava posta com capricho. Velas acesas, uma garrafa de vinho tinto aberta, pratos cuidadosamente arrumados. A comida exalava um aroma delicioso, mas era o clima entre eles que realmente aquecia o ambiente.Celina apareceu com os cabelos ainda úmidos, presa no robe branco que envolvia seu corpo com leveza. Thor já estava sentado, também de robe, e sorriu ao vê-la entrar.— Vem, senta aqui comigo.Ela se aproximou, e ele puxou a cadeira para ela com um carinho quase tímido. Assim que ela se acomodou, ele pegou sua mão sobre a mesa e beijou devagar o dorso dela.— Você tá linda — murmurou, olhando nos olhos dela.Celina apenas sorriu de leve, desviando o olhar com certa timidez. Thor se serviu de um pouco de vinho e fez o mesmo para ela, mantendo sua mão entrelaçada à dela o tempo todo. Eles comeram devagar, sem pressa, saboreando o momento de paz que fin
O silêncio da manhã foi a primeira coisa que atingiu Celina ao despertar. O lençol de cetim frio sob sua pele revelava que César não estava ali. Ela abriu os olhos lentamente, piscando contra a claridade difusa que entrava pelas cortinas entreabertas. Virou-se para o lado, confirmando o que já sabia: a cama ao seu lado estava intacta, como se ele sequer tivesse deitado ali naquela noite. Nos últimos meses, isso havia se tornado rotina: ele saía cedo e voltava tarde da noite, sempre alegando estar sobrecarregado no trabalho. Um suspiro escapou de seus lábios. Levantou-se devagar, os pés descalços encontrando o carpete macio enquanto caminhava até as grandes janelas do quarto. Puxou as cortinas, revelando a paisagem cinzenta lá fora. O céu carregado de nuvens, cinzento, trazia uma sensação estranha, uma melancolia que parecia invadir seu peito. Aquele céu refletia exatamente como ela se sentia por dentro. Suspirou fundo e murmurou para si mesma, quase sem perceber: — Agora ele
Celina abriu a porta do escritório, e seu mundo desmoronou. O ar sumiu dos seus pulmões. Seu coração deu um salto doloroso dentro do peito antes de despencar em um abismo de desespero. Ali, diante de seus olhos, estava César, seu marido, o homem que prometeu amá-la e respeitá-la, entrelaçado no corpo de outra mulher. Nicole estava jogada sobre a mesa, os cabelos loiros desarrumados, os lábios entreabertos em puro prazer. As pernas estavam enroscadas na cintura de César, as mãos cravadas em suas costas. A cena era crua, explícita, e Celina sentiu náuseas instantaneamente. Seu corpo congelou. O sangue gelou em suas veias. Ela queria gritar, mas a voz morreu em sua garganta. Queria correr dali, mas suas pernas não obedeciam. Nicole foi a primeira a notar sua presença. Em vez de pânico ou constrangimento, um sorriso surgiu em seu rosto. Um sorriso de satisfação. De triunfo. Celina sentiu o chão ceder sob seus pés. Os olhos de Nicole brilhavam com malícia, como se já esperas
Celina arqueou uma sobrancelha, avaliando-o por um instante. Ele não era como os homens que geralmente tentavam abordá-la. Não parecia apressado. Não usava uma cantada barata. Apenas oferecia algo simples, com uma confiança desconcertante. E, talvez pelo álcool, ou talvez porque precisava desesperadamente se sentir desejada depois de ser descartada como lixo, ela sorriu de canto. — Aceito. O homem inclinou levemente a cabeça, o sorriso de canto quase desafiador. — Você não parece do tipo que aceita bebidas de estranhos. Celina soltou um riso baixo, sem humor. — Talvez hoje eu seja. Ele a observou atentamente, os olhos escuros estudando cada detalhe de seu rosto. — Então hoje é um dia atípico. — Pode apostar que sim. O homem ergueu uma mão, chamando o garçom, e sem nem precisar olhar o cardápio, pediu: — O melhor drink do bar para esta senhorita. Celina observou enquanto o garçom assentia e se afastava. O homem então puxou um banco e se sentou ao lado dela, casua
A claridade atravessava as janelas, filtrando a luz do amanhecer e iluminando suavemente o ambiente luxuoso da suíte. O céu de São Paulo exibia tons alaranjados misturados ao azul suave do início da manhã, e a cidade começava a despertar abaixo dela. Celina despertou devagar sentindo-se desorientada, seu corpo afundando na cama macia, o lençol de algodão egípcio cobrindo sua pele desnuda. Piscou algumas vezes, tentando se situar. O teto alto, os móveis sofisticados, o cheiro amadeirado no ar… nada daquilo lhe era familiar, nada era seu Virou o rosto para o lado e sentiu o coração falhar uma batida. Ali, ao seu lado, o homem do bar ainda dormia profundamente. O peito largo subia e descia em uma respiração lenta e tranquila. Os lençóis cobriam a parte inferior de seu corpo, mas deixavam à mostra a pele quente e tatuada de seu braço, repousado sob a cabeça em um gesto despreocupado, como se nada no mundo pudesse perturbá-lo. Celina engoliu em seco, sentindo um turbilhão de e