Eu já estava puto comigo mesmo depois do que fiquei sabendo que aconteceu. Deixamos meu sobrinho na casa de minha mãe e fui todo o percurso em silêncio. Quando chegamos ao hospital, minha irmã desceu comigo.Na presença do médico, expliquei o que havia me ocorrido e o mesmo solicitou alguns exames de sangue. Após quase meia hora ali, o médico voltou a me chamar.— Sr. Hugo, o senhor tem muita sorte de estar vivo nesse momento. Os níveis de Flunitrazepam no seu sistema ainda são altos, mas não apenas isso, o que me preocupou foi também encontrar vestígios de sildenafil.— Que substâncias são essas, doutor? — Perguntei, preocupado.— Substancias que poderiam deixar você em coma ou causar uma insuficiência cardíaca grave, levando-o à morte. Quem administrou essa droga no senhor poderia ser acusado facilmente de uma tentativa de homicídio. — Vamos até uma delegacia e registraremos uma queixa formal, Hugo. Se aquela lambisgoia fez isso com você, ela tem que pagar por isso. — Safira disse.
Não tinha mais nervos de continuar naquela montanha-russa de emoções. A ansiedade que tanto demorei a controlar estava voltando com força total. Precisava de um pouco de estabilidade emocional, e enquanto essa mulher fizesse parte da vida de Hugo, mesmo que profissionalmente, ele não poderia me oferecer isso.Quando meu prato chegou, minha boca começou a salivar. De início, já o saboreei com os olhos. Realmente, estava divino e o cheiro era maravilhoso. Ao cortar o primeiro pedaço da carne, percebi que ela estava bastante suculenta. Quando o telefone dele tocou, ele colocou no viva-voz, mas meu prato era mais importante do que aquela ligação para mim. No entanto, quando Gael começou a relatar o que havia descoberto, realmente eu me surpreendi. Não imaginei que aquela mulher fosse capaz de tanto, depois de tudo que já havia feito. Precisava que Hugo resolvesse suas pendências com ela, antes de voltarmos a nos envolver.— Eu jamais teria ido para aquele lugar ou para qualquer outro com
Enquanto estava olhando outras roupas, me deparei com a presença desagradável de Dafne. Determinada a não ficar nem mais um minuto ali, fui para o caixa para pagar pelo vestido que pretendia levar e, enquanto estava lá, ela se aproximou.— Desde quando o salário de professora paga roupas dessa loja? — Ela perguntou descaradamente, mas eu a ignorei.— Qual a forma de pagamento? — A vendedora perguntou, e antes que eu pudesse responder, aquela mulher resolveu me provocar.— Só pode ser no crédito, no máximo de vezes que a loja possuir. E você está apenas perdendo seu tempo, pois tenho certeza de que essa compra não será aprovada. — Ela disse com desdém.Olhei para ela sem acreditar que realmente estava buscando palco para criar um espetáculo. Mesmo planejando pagar com meu cartão comum, depois do que ela disse, retirei da minha carteira o meu cartão Black.Antes que ela pudesse soltar mais alguma piadinha, peguei minha habilitação e entreguei à vendedora para que ela confirmasse que eu
Eu sabia que não poderia lutar contra Dafne de frente, pelo menos não no campo em que ela era mais forte: a manipulação. Ela jogava sujo, mas eu tinha algo que ela subestimava. Era inteligente e tinha aliadas poderosas — Safira e Samantha, que eram mais do que amigas, eram a chave para tudo aquilo dar certo.— Posso conseguir, mas devo advertir que Dafne proibiu de alguma forma seus familiares de vender suas ações para nossa família. Meu irmão tentou comprar algumas, mas ela descobriu e moveu alguns pauzinhos, impossibilitando essas vendas. Dafne tem dedos em muitos locais ali.— Samantha, a única pessoa que conhece você é o Hugo e você tem conhecimento no meio empresarial. Quero adquirir essas ações, mas não quero que ninguém saiba que sou eu.— Mas, Alice, essas ações custam muito dinheiro. — Safira disse. Ela não sabia do meu pequeno trunfo.— Você pretende usar aquele dinheiro? — Samantha perguntou. Minha amiga tinha conhecimento de que eu poderia fazer isso. Ela sabia que eu poss
A conversa estava animada quando Hugo apareceu em nossa mesa, cumprimentou a todos e sentou-se ao meu lado. A conversa continuou depois disso, mas percebi os olhares que ele me lançava.— Você realmente está muito linda essa noite.— Obrigada! Você também está muito elegante.— Como está a Mel?— Bem, obrigada! Sentindo sua falta.— Sinto a falta de vocês duas, Alice. — Ele disse, encarando-me. — Eu ainda não desistir.Era como se existissem apenas nós dois ali. Meu coração bateu forte, e tudo que eu queria era me jogar em seus braços. Ele levou sua mão até a minha, segurando-a, e meu corpo inteiro arrepiou. Me perdi em seu olhar.Mas antes que eu pudesse dizer algo, Safira bateu em minha perna por baixo da mesa e, quando a olhei, ela fez um sinal. Quando observei, Dafne vinha em nossa direção. Puxei minha mão da de Hugo e encarei aquela mulher diante de nossa mesa.— Boa noite a todos! Hugo, alguns dos acionistas estão pedindo sua presença em nossa mesa.— Não sabia que você havia se
O beijo tinha uma intensidade arrebatadora. A intimidade e a paixão tão profundas que, quando percebi, já tinha me entregado totalmente em seus braços.— Você sente tanta falta quanto eu, consigo sentir isso.— Mas você sabe que não podemos continuar com aquela mulher entre nós, Hugo.— Vamos esquecer Dafne apenas por um momento, Alice. Sinto muito a sua falta, meu amor.Ele voltou a me beijar e seus beijos eram ainda mais necessitados. A mão que segurava meu quadril me puxou mais para si e eu suspirei, tão necessitada quanto ele. Minhas mãos subiram pelo seu pescoço e também entrelaçaram seus cabelos, e eu correspondi apaixonadamente ao seu beijo.Hugo me prendeu contra a parede e tudo que desejei era que aquele momento não acabasse, que o mundo lá fora não existisse. Sua mão subiu pelo meu corpo, me deixando ainda mais quente e, quando ele apertou meu seio direito, eu gemi contra sua boca.Parecíamos dois adolescentes na puberdade. Quanto mais ele pedia, mas eu oferecia. Sabia que n
HUGO CASTROA Alice estava deslumbrante naquele vestido. Sabia que teria que suportar vários caras olhando para ela, e até percebi o interesse do Enrico em minha mulher, mas não facilitaria as coisas para ele. A beleza dela era tão natural que ela não precisava se esforçar muito para se destacar. A própria essência dela já encantava todos que tinham o prazer de conhecê-la.Dafne estava marcando seu território. A todo momento, chamando minha atenção para algum de nossos colabores, acionistas e associados. Até que finalmente consegui distância dela e seguir as meninas até o banheiro. Precisava de um tempo com Alice e pouco me importei com as ameaças de Dafne.Tinha que admitir que, após aquele momento com Alice, nem Dafne conseguiria me deixar de mau-humor. A todo momento sentia Dafne fazendo algum gesto ou atitude que demonstrava para todos o quanto éramos íntimos, mas não me importei com isso e esperava que Alice também não, afinal havia declarado meu amor a ela.Dafne estava na vanta
ALICE FONSECAEstava totalmente desorientada, parecia estar acordada em um pesadelo. Tentava ter o controle dos meus movimentos, mas meus membros pareciam pesados demais. Lutava até com meus olhos para mantê-los abertos.Quando percebi estar nua, me desesperei. Lembrei-me do homem que me abordou próximo ao jardim e não queria acreditar que fui violentada em um evento daquela grandeza. Não era possível que ninguém o tenha visto me arrastando até aqui. Comecei a me debater contra os lençóis e o desespero realmente me tomou.Alguém tentava colocar algo sobre mim, mas tudo ainda parecia confuso em minha cabeça, era como se eu estivesse meio dormindo, meio acordada. Senti um verdadeiro embrulho em meu estômago.— Calma, Alice, sou eu Ariane…— Não estou bem, Ariane.Aquele embrulho subiu pela minha garganta e não tive como contê-lo, vomitando na própria cama. Enquanto aquelas náuseas aconteciam, estava difícil até mesmo respirar. Estava tendo uma crise de ansiedade, sem saber ao certo o qu