Jonathan não sabe mais onde termina o expediente e onde começa a obsessão. A caneta escorrega da mão suada, o relógio martela no pulso como um lembrete cruel de que o tempo insiste em passar devagar. Ele tenta responder um e-mail, mas está olhando para a tela sem ver nada. Seu corpo está ali, no escritório, mas a alma já foi. Já está na casa dele. Em Marta. E o que sente por ela... aquilo não é amor. É um incêndio que arde no peito, um vício sem cura, uma fome que só aumenta cada vez que pensa nela. Marta é um problema sem solução, e ele já nem quer resolver.Nada disso se parece com Aira.Aira era poesia. Marta é tempestade.Com Aira, o amor era calmo, um afago constante. Sorrisos suaves, mãos que sabiam o momento certo de se recolher. Aira aceitava, cedia, se moldava. Com Marta é guerra. É resposta afiada, olhar desafiador, é o tipo de mulher que arranca o seu controle com uma mordida no lábio. Jonathan não está apaixonado por Marta, está dominado por ela. E por mais que isso o irri
Jonathan acorda sentindo o corpo relaxado, uma sensação rara para um homem que sempre carrega o peso do mundo nos ombros. A primeira coisa que percebe é o cheiro. Café fresco, pão quentinho… e tapioca.Ele sorri.Levanta-se, veste apenas a calça do pijama e desce as escadas, seguindo o aroma que vem da cozinha. E lá está ela.Marta, vestida com uma camisola fina, cabelos presos em um coque frouxo, virada de costas enquanto movimenta a frigideira com destreza. A visão mais doce e tentadora que ele poderia ter logo pela manhã.Ela percebe sua presença e se vira, sorrindo.— Bom dia, Senhor Schneider.Jonathan ri, aproxima-se e envolve a cintura dela, puxando-a contra seu peito.— Eu já te avisei sobre me chamar assim…Ela morde o lábio.— Talvez eu goste do que acontece quando eu te desafio.Ele enterra o rosto no pescoço dela, mordiscando de leve.— Então vou te punir hoje à noite.Ela ri, mas um arrepio percorre sua espinha. Jonathan se afasta para sentar-se à mesa, e Marta serve seu
Marta respira fundo e encara o visor do painel eletrônico à sua frente. O número da sala brilha em azul, indicando que é sua vez.Ela ajeita a bolsa no ombro e segue pelo corredor branco e silencioso até a porta indicada. Antes que possa bater, a porta se abre, revelando uma senhora de olhar caloroso e um sorriso gentil.— Marta Maia? — A voz da mulher é suave, acolhedora.— Sim.A médica dá um passo para o lado, permitindo que Marta entre. O consultório é espaçoso, iluminado, com aquele cheiro característico de hospital misturado com lavanda.— Pode se sentar, querida. Me chamo doutora Helena. Então, me diga, a consulta é de rotina ou há alguma necessidade específica?Marta umedece os lábios, desconfortável. Seus dedos se entrelaçam no colo enquanto ela baixa os olhos, sentindo o rosto esquentar.— Eu… nunca fui a uma ginecologista antes — admite, sentindo-se estranha por dizer isso em voz alta. — E… bom, eu tive minha primeira experiência sexual recentemente e… não me preveni.A méd
Em meio ao caos ela não abaixa a cabeça, não se rende e como sempre provoca.— Vai me bater, senhor Schneider? Vai me prender? — Marta provoca.— Não, sua filha da putta! Vou fazer você implorar por misericórdia.A porta do quarto se escancara com um chute e, em segundos, ela está jogada na cama. Ele arranca o próprio blazer, solta a gravata com um puxão.— Tira tudo. Agora.Ela obedece com um sorriso travesso, despindo-se lentamente, os olhos colados nele, que a observa como um predador.— De quatro.Marta se vira, oferecendo o corpo com orgulho, sabendo exatamente o que virá.Ele a domina com força, e entra sem piedade, estocando como uma punição. Os gemidos dela ecoam pelas paredes, roucos, sujos, desesperados.— Isso, grita o meu nome. Quero ouvir você dizer quem é o seu dono.— Jonathan… AH! Senhor Schneider…Ele puxa os cabelos dela, puxa o corpo contra o dele, e sussurra em seu ouvido:— Você me fez correr atrás de você. Me fez perder a cabeça. Agora vai pagar com o corpo.Ela
O aroma de café fresco invade o ambiente, misturado ao cheiro doce da tapioca quentinha feita do jeitinho que Jonathan gosta: com queijo, presunto, alcaparras, e uma leve camada de manteiga derretida. Ele entra na cozinha e encontra Marta com um avental preso ao corpo nu por baixo, ou pelo menos é o que ele acredita, e essa dúvida já é o suficiente pra deixá-lo de pau duro às sete da manhã.— Bom dia, senhor Schneider — ela diz com aquele sorriso sapeca, colocando uma xícara diante dele.— Você quer que eu te jogue sobre essa mesa logo cedo, é isso?— Não me parece uma ameaça ruim — ela pisca, servindo a própria xícara.Jonathan senta-se e observa enquanto ela se serve. Aquilo... é intimiidade. Uma cena simples, doméstica, mas que toca em um ponto dentro dele que ainda não sabe nomear. E ele gosta. Gosta muito mais do que deveria.Depois do café e de alguns beijos roubados, ele segue para o hall, onde encontra Eduardo encostado na parede, mexendo no celular.— Dormiu aqui? — Jonathan
O céu começa a tingir-se de tons dourados quando Jonathan chega em casa. Está exausto, sim, mas a ansiedade de ver Marta tornava qualquer cansaço irrelevante. Passar o dia longe dela já era o suficiente para deixá-lo inquieto, como se faltasse algo em sua pele, no seu ar, no seu mundo.Abre a porta e encontra o som suave de uma música ambiente e o aroma acolhedor de bolo assando. A luz do fim de tarde invade a mansão como um toque divino, e ele sente a alma aquecer.— Marta? — chama, com um sorriso já querendo nascer.Ela aparece no vão da porta da cozinha, com o cabelo preso de qualquer jeito e as mãos cobertas de farinha, usando um avental largo e o rosto corado.— O senhor Schneider voltou mais cedo hoje? — provoca, com aquele olhar atrevido que só ela sabe fazer.— Voltei pra você. Só isso importa.Ela se aproxima, e ele a beija com urgência, como se o dia inteiro de saudade tivesse se concentrado naquele toque. Marta sorri contra seus lábios, mordendo o inferior com leveza.— Vai
O sol se põe devagar, tingindo o céu de tons alaranjados e rosados, refletindo na piscina cristalina do resort em Búzios. Marta desce os degraus com os pés mergulhados na água morna, sentindo-se leve, livre, quase como se estivesse flutuando na própria felicidade.Jonathan, de óculos escuros, só de bermuda de linho bege e camisa branca aberta, desce logo atrás, com um copo de gin tônica na mão. Ele é uma visão. Sexy, imponente, a pele bronzeada refletindo o dourado do sol. Marta, claro, nota os olhares. Mas uma mulher em especial parece esquecer da discrição.A morena, de biquíni minúsculo e corpo escultural, não disfarça nem por um segundo. Os olhos passeiam pelo corpo de Jonathan com vontade explícita. Chega até a morder o lábio inferior.Jonathan nota. Marta também.Ele pigarreia e se ajeita, desconfortável com o olhar quase engolidor da mulher.— Marta… — ele sussurra, incômodo. — Ela tá me secando.Marta olha devagar para a mulher, dá um sorrisinho irônico e volta os olhos para
O sol invade o quarto pela varanda entreaberta, e o som suave das ondas de Búzios desperta Marta. Ainda entrelaçada no corpo de Jonathan, ela sorri ao sentir a respiração dele quente em seu pescoço. O braço forte o envolve como uma âncora possessiva e segura.— Bom dia, meu amor... — ela sussurra, virando-se devagar até ficar de frente para ele.Jonathan abre os olhos devagar e sorri com preguiça.— Bom dia, problema da minha sanidade. Dormiu bem?— Dormi como uma princesa… E você? — ela desliza a ponta dos dedos no peito dele.— Como um homem que transou até perder os sentidos — ele responde com um sorriso torto. — Mas agora tô com fome. E não só de café da manhã.— Hmm… se comporte — ela ri, beijando o canto da boca dele. — Porque hoje temos passeio. Você me prometeu.— Droga, prometi mesmo. — Ele revira os olhos com drama e puxa ela pra cima dele. — Mas só depois de mais um beijo.Ela ri, encaixa o quadril no dele e beija Jonathan com intensidade. Após alguns minutos e com esforç