A noite cai como um véu espesso de silêncio e promessas. Lá fora, a segurança é apenas um detalhe técnico. Aqui dentro, nas paredes do quarto onde tudo dói e tudo pulsa, Marta e Jonathan vivem o que muitos nem ousam sonhar: um amor que queima, cura, desarma e destrói.O clima carrega resquícios pesados da discussão. Há mágoa nos olhos dela, arrependimento nos dele. Mas quando Jonathan fecha a porta atrás de si, deixando o mundo lá fora, é como se nada mais existisse além dos dois.Ele se aproxima devagar, os olhos cravados nela, as mãos ansiosas por tocá-la.— Eu vou resolver isso — diz, firme, tomando o rosto dela com as mãos quentes. — Do meu jeito. Mas tem uma coisa que você precisa saber…Sua testa toca a dela com um gesto tão íntimo que faz Marta prender o ar.— Você é minha. Só minha. E amanhã, quando todo mundo me vir com você, ninguém vai ter dúvidas.— Você tem certeza disso? — ela sussurra, com medo de acreditar.— Tenho. E não volto atrás. Nunca mais.A tensão ainda paira n
O sol nasce preguiçoso sobre o mar de Búzios, pintando o céu com tons dourados e alaranjados. Na varanda da suíte do resort, Marta se espreguiça, envolta apenas no lençol branco que desliza perigosamente por seu corpo nu. Jonathan a observa da cama, com o braço apoiado atrás da cabeça, encantado.— Você vai me matar desse jeito — ele diz, com um sorriso preguiçoso.— E você vai reclamar? — ela provoca, virando o rosto por cima do ombro.— Nunca. Quero morrer assim todos os dias.Eles riem juntos. A manhã começa leve, embalada pela brisa salgada que entra pelas portas abertas e pelo barulho suave das ondas quebrando ao longe.Pouco depois, os dois descem para o café da manhã. O restaurante do resort oferece um verdadeiro banquete: frutas frescas cortadas em formatos artísticos, pães artesanais, ovos mexidos cremosos, croissants ainda quentes, sucos variados e café fumegante. Marta arregala os olhos como se tivesse encontrado um paraíso particular.— Eu nunca vi tanta coisa gostosa junt
A manhã na Mansão Schneider começa com os portões abrindo para receber um verdadeiro monstro sobre rodas: a RAM 3500 LIMITED LONGHORN EDITION, impecavelmente preta, cromada e reluzente. O motorista do caminhão descarrega com todo o cuidado a caminhonete imensa, quase reverente diante da máquina poderosa.Marta, de short jeans justíssimo, blusinha branca que marca cada curva e o cabelo solto dançando com a brisa, quase flutua até o carro. Os olhos dela brilham como os cromados da RAM. Ela entra, dá partida, e o ronco do motor preenche o ar como uma sinfonia selvagem.Sem esperar ninguém, sem se importar com o protocolo, Marta pisa no acelerador e parte como uma criança que ganhou o maior brinquedo do mundo. A segurança da mansão apenas observa, em choque, antes de pegar o telefone e ligar com urgência para o Grupo Schneider.Na presidência do grupo, Jonathan revisa um relatório quando o celular toca. Ele atende de forma automática.— Schneider.— Senhor, bom dia… aqui é o chefe da segu
Alan Moretti encara o copo de uísque à sua frente, girando o líquido âmbar antes de levá-lo aos lábios. O bar em que está é um dos poucos lugares onde ainda sente alguma dignidade, uma ilusão patética sustentada por risadas femininas, perfumes baratos e promessas ocas. Mas no fundo, ele sabe, não passa de um homem podre, corrompido pelo ódio e pelo desejo de destruir. Na forma de ver o destino que ele mesmo cavou, acredita que Jonathan Schneider destruiu a sua vida, e isso queima dentro dele mais que o álcool descendo por sua garganta.Alan recosta-se no sofá de couro gasto do bar clandestino, o olhar predatório. A mulher à sua frente, loira, de vestido curto e provocante, sorri de maneira lasciva quando ele a puxa para o colo sem cerimônia. — Abre a minha calça — ordena com a voz rouca. Ela obedece sem hesitar, os dedos ágeis desfazendo o zíper. Alan solta um suspiro de satisfação ao sentir a boca quente envolvendo-o, os dedos enterrados nos cabelos dela, guiando o ritmo com brutal
É fim de manhã na sede do Grupo Schneider, e Jonathan está com a gravata meio solta, as mangas da camisa dobradas até os cotovelos e uma cara nada amistosa. O problema na área de carregamento envolve um caminhão que deveria ter sido descarregado há duas horas, mas está atravessado na pista de circulação.— Onde está o motorista? — ele pergunta a um dos operadores, bufando, com Eduardo ao lado tão impaciente quanto.— Foi tomar café, senhor Schneider... já chamamos — o homem responde, encolhendo-se um pouco.— Que maravilha. — Jonathan rosna. — Ele quer café? Vai beber café por sonda, se eu pegar.Lá dentro, na recepção, Monica quase derruba o copo de suco quando vê quem entra:— Senhorita Maia?! — arregala os olhos, sorrindo. — Veio visitar o caos?— Vim marcar território. — Marta responde com um brilho travesso nos olhos, usando uma calça jeans que parece feita sob medida, uma blusa de linho branca com botões dourados e um salto discreto, mas poderoso. A maquiagem está leve, só o b
O barulho dos motores ecoa imponente pela entrada principal da mansão Schneider. Duas RAMs 3500, lado a lado, adentram a propriedade como uma cena de filme de ação. A branca perolada de Islanne brilha sob o sol do fim da tarde, enquanto a preta imponente de Marta parece devorar o caminho como se fizesse parte da paisagem.Os funcionários da mansão param o que estão fazendo. Uns com a boca aberta, outros rindo e trocando olhares cúmplices. Todos perceberam: quando Marta e Islanne estão juntas, o caos vem com elas, e em grande estilo.As caminhonetes estacionam lado a lado. As portas se abrem e saem as duas rainhas, óculos escuros, cabelo solto, salto alto e um sorrisinho vitorioso nos lábios. Marta joga a chave para o chefe da segurança e pisca.— Cuida bem dela, é minha primeira filha — diz com falsa seriedade.— Primeira? — Islanne provoca. — Tu vai fazer uma frota, não é?As duas riem enquanto caminham em direção à entrada principal.— E então? — Islanne pergunta, já mais tranquila,
Jonathan sabe que o melhor a fazer agora é respirar fundo e desligar completamente do mundo lá fora, todas as suas responsabilidades necessitam de perfeição e para isso a mente tem que trabalhar em sintonia com o corpo.Ele fecha os olhos, o som do tatame rangendo sob os pés, a respiração pesada, e o impacto seco de corpos se chocando. É assim que Jonathan tenta calar a tempestade dentro de si, lutando. Eduardo o acompanha, tão concentrado quanto ele, como se os dois buscassem no jiu-jitsu a única forma de continuar de pé num mundo que insiste em desmontá-los. Cada golpe, cada queda, cada estrangulamento parece um grito preso sendo expurgado do corpo. Eles não dizem nada, não precisam. A luta fala por eles.— Cotovelo mais colado, Schneider! — grita o sensei do outro lado da academia, observando os dois com atenção de falcão. — Você tá abrindo demais e facilitando a raspagem.Jonathan assente com a cabeça e ajusta a postura. O suor escorre pela testa, os músculos estão no limite, ma
Jonathan está na presidência do Grupo Schneider, rodeado por relatórios e previsões de mercado. Mas a verdade? O único número que importa naquele momento é a distância entre ele e Marta.Ele suspira, incomodado com o silêncio. Pega o celular e liga.— Marta, almoça comigo hoje? Vem até aqui... tô precisando de você.A voz dele tem um toque rouco, carente. Marta, que estava se arrumando para sair, sorri do outro lado.— Já está com saudade, senhor Schneider?— Sempre. Vem logo, vai.Na sede do Grupo, Mônica não consegue esconder o sorriso quando a vê entrar.— E não é que a senhora Schneider chegou? — ela brinca.— Ainda não sou, mas a intenção é boa — Marta responde com um brilho nos olhos.— Islanne está em reunião com o jurídico, mas o senhor Jonathan já está te esperando.Marta segue com Mônica até o escritório. Quando Jonathan a vê, seu rosto se ilumina. Ele a recebe com um beijo demorado, daqueles que fazem o mundo sumir por um instante.— Agora sim, o meu dia melhorou.Marta ret