Os dias que antecedem a festa de aniversário de Clara parecem se arrastar com uma lentidão anormal. Cada manhã, ao acordar, sinto uma mistura de ansiedade e expectativa pulsando através de mim. Enquanto me preparo para o trabalho, me pego várias vezes parada em frente ao espelho, praticando o sorriso ou ensaiando conversas que provavelmente nunca acontecerão. Eu não fazia ideia de como me portar em um ambiente como, provavelmente, seria aquele.
A questão do presente para Clara é outro ponto que ocupa minha mente. O que se dá para uma criança que tem tudo? Os brinquedos mais caros, as roupas mais estilosas, uma festa que, sem dúvida, será mais extravagante do que muitos casamentos... Depois de muito ponderar e caminhar pelos corredores de várias lojas, opto por algo que espero que seja mais significativo do que qualquer brinquedo caro: um exemplar do "O Quebra-Nozes e o Rei dos Ca
Ao nos aproximarmos do imponente castelo infantil montado para a festa, a maravilha daquela construção me faz sentir como se tivéssemos sido transportados diretamente para um conto de fadas. As torres brilhantes, adornadas com bandeirinhas vibrantes e um portão elegantemente decorado com flores e luzes, criam uma entrada mágica que nos convida a entrar em um mundo de sonho e fantasia.— Nossa, parece mesmo que eu estou entrando em um desses castelos de filme! — exclama Marco, seu tom misturando admiração e entusiasmo.— Definitivamente. Clara vai ter uma festa memorável — concorda Daniel, liderando o caminho com um sorriso contagiante.Ao chegarmos à porta do castelo, noto que Vitor ficou esperando por nós. Ele está impecável, como sempre, mas sua postura é rígida, a expressão, um misto de formalidade e controle. Enquanto ele cumprimen
Volto para a mesa, segurando firmemente o balão de unicórnio que o artista de balões gentilmente completou, apesar da interrupção abrupta. Sentindo a textura lisa da fita entre meus dedos, tento segurar as emoções tumultuadas e me concentrar na conversa que Daniel, Marco e Julia mantêm. Eles fazem piadas leves e discutem sobre a festa, tentando trazer um senso de normalidade ao momento.Eu sorrio e aceno, inserindo comentários ocasionais, mas era como se somente meu corpo estivesse presente ali. Tento me distrair observando as crianças correndo alegremente pelo espaço, seus risos e gritos de excitação formando o fundo sonoro perfeito para uma festa infantil.Depois de alguns minutos, vejo Clara se aproximando novamente, sua expressão agora aliviada e um sorriso se formando em seus lábios ao avistar o balão de unicórnio à espera na mesa. Ela corre
— Então, como foi sua conversa com o Vitor? Ele te disse alguma coisa mais... decisiva? — Julia é direta ao perguntar, enquanto limpa o rosto com um algodão.Estávamos de volta ao nosso apartamento, ao nosso quarto, depois de um dia cheio de novidades e tensões e aproveitávamos para fazer nossa skincare, antes de dormir, e atualizar a conversa sobre coisas que não puderam ser ditas na frente de Marco e Daniel. Julia me conhecia bem o suficiente, para ver que meu semblante tinha melhorado muito quando retornei para a mesa depois da ida ao banheiro, e eu prometi que lhe contaria tudo depois.— Nós conversamos pouco, na verdade. Ele estava furioso por eu ter levado alguém... — Tento segurar o riso, mas quando o reflexo do meu olhar, encontra o de Julia através do espelho, é impossível não me render. — Seu plano deu certo... — Admito. &mda
— Tá vendo, você já está começando a apreciar o fato de termos privacidade... — ele brinca, sem conseguir desviar os olhos de mim.— Acho que sim... — rio.Envolvo meus braços ao redor do seu pescoço e trago Vitor contra mim, meus lábios encontrando os seus com voracidade. Vitor me agarra diretamente pela bunda e traz meu corpo contra o seu. É impossível não perceber que ele já estava completamente duro.— Não fui tão esperto.... — Vitor afasta um pouco os lábios para dizer. — Não trouxe roupa de banho.— Hum... — penso por um segundo. — Corre o risco de alguém nos ver aqui?— Zero — Vitor garante.— Ótimo.Agarro-me a Vitor e dou alguns passos para trás, caindo na piscina. O problema é que eu o trago junto, ainda complet
Deitados na cama do hotel, Vitor e eu estávamos envolvidos em uma troca de carinhos inocentes, nossos dedos traçando padrões suaves sobre a pele um do outro. A luz delicada do quarto envolvia o espaço em um calor aconchegante, e o mundo lá fora parecia distante e desconectado da realidade aqui dentro. — Isso é muito bom — murmurei, me aconchegando mais perto dele, apreciando a proximidade e a tranquilidade do momento. — É, não é? — Vitor respondeu, um sorriso dançando em seus lábios enquanto ele brincava com uma mecha do meu cabelo. — Mas nós passamos o dia todo "namorando", se é que podemos chamar assim, e a ideia era falar sobre nós... sobre o nosso relacionamento — eu digo, um pouco hesitante, mas sabendo que precisávamos abordar o assunto. Vitor assentiu, parecendo mudar de postura, seu rosto assumindo uma expressão mais séria. — Eu pensei muito sobre isso, Luna. Sobre nós. E eu quero ter certeza de que ambos estamos na mesma página e que
Em um movimento ágil e cheio de intenção, Vitor me agarra pela cintura e me puxa para seu colo. Uma de suas mãos se entrelaça em meus cabelos, puxando suavemente, enquanto a outra desliza delicadamente pela minha perna, subindo até a curva do meu quadril. Seus lábios encontraram os meus com uma delicadeza que contrastava com a urgência de seu toque, e ele me beijou com uma firmeza que parecia querer explorar cada canto da minha boca.— Porra, Luna, o que você fez comigo? — Vitor murmurou contra meus lábios, me olhando tão profundamente nos olhos que por um momento parecia estar realmente tentando desvendar a resposta.— Como assim? — Perguntei, confusa e um pouco embriagada pela intensidade do momento.— O que você fez para me deixar completamente viciado em você? — Seu tom era sério, quase angustiado, mas eu não pude deixar de
E por falar em coisas que não estavam sendo fáceis... De onde mesmo foi que eu tirei a ideia que seria perfeitamente aceitável que eu continuasse sendo a secretária de Vitor mesmo que nós estivéssemos em um relacionamento?Naquela semana ele já tinha passado a mão na minha bunda dentro de um elevador lotado, me agarrado em uma sala de reuniões vazia — e quase fomos pegos! — fora as milhares de vezes que ele ligava no meu ramal para falar putaria enquanto me encarava através do vidro aberto de sua sala com a cara mais profissional possível. E o pior era sua preferência por fazer isso quando a sala de espera estava cheia e tudo o que eu podia responder era “Sim, senhor Oeri” enquanto ele descrevia detalhadamente tudo o que queria estar fazendo comigo.Claro que essas suas atitudes sempre acabavam me fazendo ficar até depois da hora no escritório, e def
A noite de sexta-feira tinha se transformado em uma escapada perfeita do habitual escrutínio do escritório, quando Vitor e eu saímos juntos, ainda que às escondidas, para uma exposição de arte organizada pela galeria onde Julia trabalhava. Vitor estava em busca de peças de arte para decorar seu novo apartamento, e embora eu não fosse exatamente uma conhecedora de arte, estava animada por acompanhar e oferecer minha opinião, mesmo que básica.— Você acha que entendo de arte só porque escolhi bem as cores para a pintura da sala do seu apartamento? — Brinquei, enquanto entrávamos na galeria iluminada, onde as paredes eram adornadas com uma variedade de obras impressionantes.Vitor riu, guiando-me pelo braço.— Bem, sua escolha de cores foi ótima. Se você puder escolher arte com metade dessa precisão, meu apartamento vai ficar incr&i