Cecília ainda estava lutando para processar as palavras de Gael quando o som agudo de seu celular vibrando na mesa a tirou do torpor. Seus olhos se desviaram de Gael por um momento, e ela viu o nome da avó brilhar na tela. Sem hesitar, atendeu, tentando controlar a respiração e a confusão de sentimentos que a dominavam.— Oi, vó... — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro.Do outro lado, a voz de sua avó carregava um tom animado e, por um breve momento, Cecília sentiu o peso em seus ombros aliviar um pouco.— Cecília, querida! O seu avô já fez todos os exames pré operatórios, e os médicos disseram que está tudo pronto para a cirurgia. Acredite, logo ele estará bem!Por um instante, o mundo de Cecília parou. Todo o medo, a pressão, o desespero... aquilo estava finalmente se dissipando. Ela apertou o telefone com força, sentindo uma onda de alívio tão intensa que quase a fez chorar.___ Graças a Deus, vó... — Ela respondeu, a voz embargada. ___ Eu estava tão preocupada...____ Eu agrade
Gael dirigiu em silêncio, as ruas escuras passando rapidamente pelo vidro do carro, enquanto Cecília observava o caminho. O clima no carro estava denso, carregado de tensão e incertezas. Ela não sabia ao certo o que estava sentindo, uma mistura de alívio pelo avô e o desconforto que vinha sempre que estava perto de Gael. Ele não era um homem fácil de lidar, e a ideia de estar tão vulnerável na presença dele a deixava inquieta. Mas, por mais que quisesse negar, havia algo em Gael que a atraía, algo que ela não conseguia explicar.Quando chegaram à praça, Gael estacionou o carro, desligou o motor e saiu. Ele deu a volta, pronto para abrir a porta para ela. Cecília sentiu o coração acelerar. Havia algo estranho na maneira como ele agia, como se algo estivesse prestes a acontecer. Ela mal teve tempo de processar antes que o som metálico de uma arma sendo engatilhada ecoasse no ar.Um homem surgiu das sombras e encostou o cano gelado da arma na cabeça de Gael. Cecília sentiu o pânico to
Cecília conduziu Gael para dentro de sua casa, ajudando-o a se sentar no sofá da pequena sala. O contraste entre o lugar luxuoso onde ele vivia e o ambiente simples em que ela morava era evidente. Móveis velhos e desgastados ocupavam o pouco espaço disponível, e Gael não pôde evitar reparar. Cecília se afastou rapidamente, buscando o kit de primeiros socorros. Quando voltou, ajoelhou-se ao lado dele, começando a limpar o ferimento em sua cabeça com cuidado.___ Qual é o seu envolvimento com aquele traficantes ...O Tiago? — Gael perguntou, a voz grave. ____ Ele é algum ex-namorado ciumento?Cecília balançou a cabeça, sem desviar o olhar do que fazia.— Eu nunca namorei ele, nunca me envolvi com ninguém do tráfico. Esse tipo de vida... nunca foi o que eu quis para mim. --Sua voz carregava um peso evidente, uma sinceridade que ele percebeu imediatamente.____Então por que ele age como se fosse seu dono ? — Gael insistiu.____Ele sempre foi obcecado por mim. Desde que voltou do presídio,
Cada toque, cada movimento se tornando uma dança de pura necessidade. Cecília arqueou o corpo, os lábios entreabertos, um gemido suave escapando enquanto Gael explorava cada centímetro de sua pele. A tensão que antes preenchia o ar agora se transformava em uma eletricidade intensa, deixando o ambiente carregado de paixão.Gael a olhava nos olhos, como se quisesse gravar cada momento. Seu toque era ora suave, ora possessivo, fazendo Cecília se perder entre o prazer e a excitação que ele despertava. Os movimentos dele eram precisos, como se soubesse exatamente o que fazer para deixar Cecília à beira da loucura.Ela puxou Gael para mais perto, seus corpos completamente sincronizados. O tempo parecia ter parado, e a única coisa que importava era o desejo crescente entre eles, uma tempestade que ambos estavam prestes a atravessar juntos.Finalmente, quando o clímax veio, foi arrebatador, deixando Cecília ofegante e Gael com um sorriso satisfeito nos lábios. Os dois permaneceram em silênc
Cecília desceu o morro ao lado de Gael, cada passo parecia ecoar pelos becos estreitos, onde os olhares dos soldados do tráfico eram como lâminas cortando o silêncio da noite. Tiago os aguardava no pé da escadaria, seu olhar queimava de ódio e posse. Cecília sentiu um arrepio na espinha ao encará-lo, mas, ao seu lado, a presença firme de Gael lhe dava uma coragem que ela nem sabia que tinha.Gael, por outro lado, sentia a tensão crescendo dentro de si. Embora quisesse resolver tudo com a força bruta, sabia que uma briga ali, no território deles, seria suicídio. Ele não podia se esquecer que Cecília vivia naquele lugar e não podia tornar a convivência dela ali mais difícil do que já era por sua causa. E de uma coisa ele tinha certeza: ela não era apenas sexo. Repetia isso para si mesmo, tentando afastar o pensamento que o incomodava. Havia algo mais em Cecília, algo que o desafiava, o deixava desconcertado, mas ele se recusava a admitir a profundidade do que estava sentindo.----Tu sa
Cecília olhou para Gael, surpresa com a intensidade das palavras dele. Sentiu uma mistura de alívio e medo. Alívio porque, de certa forma, sabia que ele não a abandonaria. Mas o medo... o medo de tudo o que estava por vir, das consequências de estar ao lado de um homem como Gael, a corroía por dentro. Ela sentia que algo grande estava prestes a acontecer, algo que mudaria tudo.Gael desviou o olhar de Tiago e fixou em Cecília. Ela estava diferente, mais forte, mais determinada. Mas havia algo na maneira como ela o olhava que fazia seu peito apertar. Ele não queria admitir, mas a necessidade de protegê-la ia além de seu senso de dever. Era algo visceral, algo que ele não sabia como controlar. E isso o irritava.----Vamos, Cecília — Gael disse, segurando o braço de Cecília, pronto para tirá-la daquele inferno. O toque dele era firme, mas havia uma gentileza oculta. Ele não queria assustá-la, mas também não queria deixá-la ali por mais um segundo.Tiago, furioso por ter sido ignorado, av
Horas depois, Cecília chegou ao café. O lugar era sofisticado, frequentado por pessoas elegantes e de classe alta. Ela se sentiu deslocada, mas respirou fundo e entrou. Não demorou muito para identificar a mulher que a havia chamado. Sentada em uma mesa isolada, estava uma senhora de aparência imponente, cerca de 55 anos, com traços aristocráticos. Os olhos da mulher a avaliaram da cabeça aos pés com um desprezo velado, mas havia um sorriso frio em seus lábios.Cecília caminhou até a mesa, sentindo a tensão no ar. A mulher gesticulou para que ela se sentasse, e sem rodeios, foi direto ao ponto.____ Eu sou Helena Ferraz , avó de Gael — a voz dela era controlada, mas cheia de autoridade. ___E sou uma mulher prática que gosto de ir direto ao assunto . Quero saber quanto você quer para se afastar do meu neto.Cecília piscou, surpresa pela agressividade da abordagem. Sua respiração ficou presa por um segundo, e ela precisou de um instante para absorver as palavras.___ Desculpe, eu não
Cecília tentava, com muito esforço, afastar os pensamentos sobre o desagradável encontro que teve com Helena, a avó de Gael. As palavras da mulher ainda ecoavam em sua mente, recheadas de desprezo e julgamento. No entanto, Cecília sabia que não podia se deixar abater. Ela precisava continuar com sua vida, encontrar um emprego e seguir em frente, mesmo que seu coração estivesse pesado.Decidida, saiu em busca de trabalho. Sabia que sua aparência simples não chamaria a atenção em um ambiente de escritório ou lugares mais sofisticados, mas era o que tinha. A cidade estava fervendo, o calor era insuportável, e após horas andando pelas ruas à procura de emprego, Cecília parou em uma lanchonete para tomar um suco e tentar se recompor. Sentou-se em uma mesa perto da janela e, enquanto esperava seu pedido, sentiu o celular vibrar. O nome de Gael apareceu na tela, e um arrepio percorreu sua espinha. Respirou fundo antes de atender, já imaginando o tom autoritário que ouviria do outro lado da l