Gael rolou para o lado da cama, sua respiração ainda pesada enquanto tentava processar o que acabara de acontecer. O silêncio no quarto, antes acolhedor, agora o sufocava. Ele nunca havia sentido algo assim. Cecília não era como as outras mulheres. Ela o tocava de uma maneira diferente, mais profunda, como se estivesse arrancando algo de dentro dele que ele não queria admitir que existia.O medo e a confusão tomaram conta de seus pensamentos, e ele rapidamente vestiu as calças, fechando a expressão. Sua mente, sempre tão racional, lutava contra o que o coração tentava sussurrar. Ele não podia se deixar envolver, não por ela. Cecília era apenas um erro. Um erro que ele precisava corrigir agora, antes que fosse tarde demais.Ela o observava, o olhar confuso e vulnerável, enquanto ele andava pelo quarto, suas costas tensas. Gael parou em frente à mesinha, abriu sua carteira e tirou um maço de notas. Virou-se, caminhou até ela e estendeu o dinheiro, sem olhar diretamente em seus olhos.__
Ela repetia constantemente que o amor era uma armadilha. Ela o fez acreditar que se envolver emocionalmente era se entregar ao caos.Gael lembrava vividamente das palavras frias de sua mãe: “O amor destrói. Ele te faz vulnerável, te torna fraco. Nunca ame ninguém, Gael, ou eles vão te destruir como seu pai me destruiu.Eu fui uma idiota em acreditar que um homem como ele ia se casar com uma mulher como eu ."Ela era obcecada por controle, e isso se refletia em tudo na vida de Gael. Ele cresceu determinado a nunca se deixar dominar por sentimentos. E havia funcionado... até agora. Cecília estava desafiando tudo que ele acreditava.Ao lembrar de sua mãe, ele se levantou bruscamente da cama, a respiração pesada. Não. Ele não podia permitir que Cecília se aproximasse mais. Isso era perigoso. Ele não podia se dar ao luxo de amar ou de se apegar a ninguém.Do lado de fora, Cecília descia as escadas rapidamente, as emoções misturadas de raiva, dor e humilhação a dominando. Cada palavra dita
Cecília ainda estava lutando para processar as palavras de Gael quando o som agudo de seu celular vibrando na mesa a tirou do torpor. Seus olhos se desviaram de Gael por um momento, e ela viu o nome da avó brilhar na tela. Sem hesitar, atendeu, tentando controlar a respiração e a confusão de sentimentos que a dominavam.— Oi, vó... — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro.Do outro lado, a voz de sua avó carregava um tom animado e, por um breve momento, Cecília sentiu o peso em seus ombros aliviar um pouco.— Cecília, querida! O seu avô já fez todos os exames pré operatórios, e os médicos disseram que está tudo pronto para a cirurgia. Acredite, logo ele estará bem!Por um instante, o mundo de Cecília parou. Todo o medo, a pressão, o desespero... aquilo estava finalmente se dissipando. Ela apertou o telefone com força, sentindo uma onda de alívio tão intensa que quase a fez chorar.___ Graças a Deus, vó... — Ela respondeu, a voz embargada. ___ Eu estava tão preocupada...____ Eu agrade
Gael dirigiu em silêncio, as ruas escuras passando rapidamente pelo vidro do carro, enquanto Cecília observava o caminho. O clima no carro estava denso, carregado de tensão e incertezas. Ela não sabia ao certo o que estava sentindo, uma mistura de alívio pelo avô e o desconforto que vinha sempre que estava perto de Gael. Ele não era um homem fácil de lidar, e a ideia de estar tão vulnerável na presença dele a deixava inquieta. Mas, por mais que quisesse negar, havia algo em Gael que a atraía, algo que ela não conseguia explicar.Quando chegaram à praça, Gael estacionou o carro, desligou o motor e saiu. Ele deu a volta, pronto para abrir a porta para ela. Cecília sentiu o coração acelerar. Havia algo estranho na maneira como ele agia, como se algo estivesse prestes a acontecer. Ela mal teve tempo de processar antes que o som metálico de uma arma sendo engatilhada ecoasse no ar.Um homem surgiu das sombras e encostou o cano gelado da arma na cabeça de Gael. Cecília sentiu o pânico to
Cecília conduziu Gael para dentro de sua casa, ajudando-o a se sentar no sofá da pequena sala. O contraste entre o lugar luxuoso onde ele vivia e o ambiente simples em que ela morava era evidente. Móveis velhos e desgastados ocupavam o pouco espaço disponível, e Gael não pôde evitar reparar. Cecília se afastou rapidamente, buscando o kit de primeiros socorros. Quando voltou, ajoelhou-se ao lado dele, começando a limpar o ferimento em sua cabeça com cuidado.___ Qual é o seu envolvimento com aquele traficantes ...O Tiago? — Gael perguntou, a voz grave. ____ Ele é algum ex-namorado ciumento?Cecília balançou a cabeça, sem desviar o olhar do que fazia.— Eu nunca namorei ele, nunca me envolvi com ninguém do tráfico. Esse tipo de vida... nunca foi o que eu quis para mim. --Sua voz carregava um peso evidente, uma sinceridade que ele percebeu imediatamente.____Então por que ele age como se fosse seu dono ? — Gael insistiu.____Ele sempre foi obcecado por mim. Desde que voltou do presídio,
Cada toque, cada movimento se tornando uma dança de pura necessidade. Cecília arqueou o corpo, os lábios entreabertos, um gemido suave escapando enquanto Gael explorava cada centímetro de sua pele. A tensão que antes preenchia o ar agora se transformava em uma eletricidade intensa, deixando o ambiente carregado de paixão.Gael a olhava nos olhos, como se quisesse gravar cada momento. Seu toque era ora suave, ora possessivo, fazendo Cecília se perder entre o prazer e a excitação que ele despertava. Os movimentos dele eram precisos, como se soubesse exatamente o que fazer para deixar Cecília à beira da loucura.Ela puxou Gael para mais perto, seus corpos completamente sincronizados. O tempo parecia ter parado, e a única coisa que importava era o desejo crescente entre eles, uma tempestade que ambos estavam prestes a atravessar juntos.Finalmente, quando o clímax veio, foi arrebatador, deixando Cecília ofegante e Gael com um sorriso satisfeito nos lábios. Os dois permaneceram em silênc
Cecília desceu o morro ao lado de Gael, cada passo parecia ecoar pelos becos estreitos, onde os olhares dos soldados do tráfico eram como lâminas cortando o silêncio da noite. Tiago os aguardava no pé da escadaria, seu olhar queimava de ódio e posse. Cecília sentiu um arrepio na espinha ao encará-lo, mas, ao seu lado, a presença firme de Gael lhe dava uma coragem que ela nem sabia que tinha.Gael, por outro lado, sentia a tensão crescendo dentro de si. Embora quisesse resolver tudo com a força bruta, sabia que uma briga ali, no território deles, seria suicídio. Ele não podia se esquecer que Cecília vivia naquele lugar e não podia tornar a convivência dela ali mais difícil do que já era por sua causa. E de uma coisa ele tinha certeza: ela não era apenas sexo. Repetia isso para si mesmo, tentando afastar o pensamento que o incomodava. Havia algo mais em Cecília, algo que o desafiava, o deixava desconcertado, mas ele se recusava a admitir a profundidade do que estava sentindo.----Tu sa
Cecília olhou para Gael, surpresa com a intensidade das palavras dele. Sentiu uma mistura de alívio e medo. Alívio porque, de certa forma, sabia que ele não a abandonaria. Mas o medo... o medo de tudo o que estava por vir, das consequências de estar ao lado de um homem como Gael, a corroía por dentro. Ela sentia que algo grande estava prestes a acontecer, algo que mudaria tudo.Gael desviou o olhar de Tiago e fixou em Cecília. Ela estava diferente, mais forte, mais determinada. Mas havia algo na maneira como ela o olhava que fazia seu peito apertar. Ele não queria admitir, mas a necessidade de protegê-la ia além de seu senso de dever. Era algo visceral, algo que ele não sabia como controlar. E isso o irritava.----Vamos, Cecília — Gael disse, segurando o braço de Cecília, pronto para tirá-la daquele inferno. O toque dele era firme, mas havia uma gentileza oculta. Ele não queria assustá-la, mas também não queria deixá-la ali por mais um segundo.Tiago, furioso por ter sido ignorado, av