— Não é nada disso, eu estou apenas sendo cuidadosa e carinhosa com o homem que eu amo — Ela respondeu, rindo. — Mas se eu puder pentear seus cabelos também, ficarei mais feliz. — Pentear meus cabelos? — Ele arqueou as sobrancelhas, um toque de divertimento em sua expressão. — Você realmente gosta de me provocar. Ela pegou um pente e, sem esperar resposta, começou a arrumar os fios úmidos dele. Gael suspirou, mas não resistiu, deixando-a terminar o que queria. — Pronto, agora sim. — Disse ela, satisfeita, deixando um beijo rápido no topo da cabeça dele. Amélia bateu de leve na porta e Cecília atendeu ,ela avisou que a mesa do café estava lhes aguardando porque Gael sempre toma seu café logo cedo. Cecília lhe agradeceu com um sorriso gentil . Descendo para a sala de jantar , Cecília guiou Gael com cuidado, mantendo a mão dele na sua. O aroma de café fresco preenchia o ambiente quando ela o acomodou na cadeira da mesa. Enquanto servia as xícaras, Gael relaxava aos pou
Amélia deu espaço para que entrassem e as conduziu até a sala de estar. Lá, Gael estava sentado, os óculos escuros cobrindo os olhos que não podiam ver. Apesar de não poder ver, ele ouviu os passos delas se aproximando e se levantou com calma, a expressão séria, mas a voz com um toque de suavidade. — Cecília. — Ele disse, virando-se em direção ao som. — E minha pequena Beatriz. Como senti saudade de você princesa ,mas estava me sentindo tão mal que não tive coragem de procurar sua mãe e você ,princesa. Cecília se aproximou devagar, emocionada com as palavras dele. Bia, alheia à tensão no ar, soltou um som animado e começou a balançar o brinquedo, enquanto tentava alcançar Gael com os braços pequenos. — se nós procurasse ia nos fazer muito feliz ,Gael ,A Bia te ama e ela sabe que você é o pai dela,mesmo tão pequeninha ela sabe muito bem disso — Disse Cecília, com ternura. estamos. Gael estendeu as mãos, guiando-as com cautela até encontrar Cecília. Quando os dedos dele r
Assim que ela deixou Bia dormindo no berço e entrou no quarto que agora pertencia a ela também a visão de Gael sentado na poltrona perto da janela a fez parar no meio do caminho. Sem os óculos escuros que ele normalmente usava, seus olhos, ainda que incapazes de ver, pareciam perscrutar algo no vazio. Ele segurava o telefone contra o ouvido, falando com voz baixa e autoritária, resolvendo assuntos de trabalho. Vestido em um moletom cinza que abraçava seu corpo musculoso, ele parecia irresistível. Cecília, por um instante, perdeu o fôlego. Era como se, mesmo poder enxergar seus lindos olhos azuis, ainda fosse capaz de despertar nela emoções que ninguém mais conseguia. Movida por um impulso que ela não tentou controlar, Cecília cruzou o quarto silenciosamente. Gael não ouviu os passos, mas percebeu sua presença. Horas depois, ainda na penumbra do quarto, Cecília e Gael decidiram tomar banho juntos. Ele aceitou o convite dela com um sorriso malicioso, permitindo que ela o guiasse at
Os dias pareciam se arrastar desde que Cecília e Bia voltaram para a vida de Gael. Apesar do amor evidente que ele demonstrava pela filha, havia um abismo crescente entre ele e Cecília, alimentado pela relutância dele em lidar com a própria cegueira. Naquela manhã, enquanto Beatriz cochilava em seu berço no quarto ao lado, Cecília decidiu enfrentar o assunto que vinha adiando. Ela encontrou Gael sentado na poltrona do escritório, com as pernas estendidas e a cabeça encostada no encosto. Ele parecia perdido em pensamentos. — Precisamos conversar, Gael. — Cecília se aproximou, parando à sua frente. Ele ergueu a cabeça na direção da voz dela, a expressão fechada. Naquela manhã, enquanto Beatriz cochilava em seu berço no quarto ao lado, Cecília decidiu enfrentar o assunto que vinha adiando. Ela encontrou Gael sentado na poltrona do escritório, com as pernas estendidas e a cabeça encostada no encosto. Ele parecia perdido em pensamentos. — Precisamos conversar, Gael. — Cecília se aprox
Ao anoitecer o jantar havia sido planejado com antecedência, mas Cecília estava tão absorta em suas preocupações com Gael que quase esqueceu do compromisso. Quando o motorista dos avós dele chegou com os avós dela, foi pega de surpresa. Os avós de Gael sempre impecáveis e elegantes, cumprimentaram a todos com a formalidade típica de sua classe. Já os avós de Cecília, humildes e calorosos, estavam deslumbrados com a casa de Gael, que para eles parecia um verdadeiro palácio. — Cecília, minha filha, você mora em um lugar que só vi em novela! — comentou o avô dela, olhando ao redor com admiração. Cecília sorriu pela primeira vez naquela noite, de forma espontânea. Apesar da grandiosidade do ambiente, o jantar foi tenso. Gael manteve-se em silêncio quase todo o tempo, a expressão séria e introspectiva. Cecília, por sua vez, esforçava-se para esconder o quanto estava magoada, tentando animar a conversa para que os avós não percebessem nada. Apesar da grandiosidade do ambiente, o jantar
Alguns dias depois... A tensão entre Cecília e Gael permanecia palpável. Eles mal trocavam palavras, e, quando o faziam, o ambiente se tornava pesado. Gael, como sempre, parecia mais reservado e introspectivo, enquanto Cecília tentava lidar com os sentimentos conflitantes que borbulhavam dentro dela. Naquela manhã, enquanto arrumava Bia para sair, Cecília evitava qualquer interação desnecessária com Gael. Ele estava sentado na poltrona da sala, os dedos tamborilando no apoio, uma expressão distante e fechada. Mesmo sem vê-la, era como se ele sentisse a frieza no ar. — Vou levar Bia para visitar meus avós no Morro. Voltamos à tarde. — Cecília quebrou o silêncio, ajustando o carrinho da filha. Gael franziu o cenho. Ele inclinou a cabeça na direção dela, seus olhos opacos fixos em um ponto vazio. Mesmo sem enxergar, a preocupação transparecia em sua voz grave. — Vai sozinha? Por que não pede para o motorista te levar? É perigoso. Cecília suspirou, já cansada dessa conversa recorren
— Não há velhos tempos para relembrar, Mayra. Você deixou isso claro quando me abandonou.Ela cruzou as pernas, fingindo ignorar o tom cortante dele.— Gael, você ainda está tão rancoroso. Eu só fiz o que eu achei correto já que perdi nosso filho e não havia nada que nos prendesse um ao outro além do acordo que tínhamos eu não ia sacrificar minha vida e minha juventude presa a um homem cego pelo resto da minha vida.Ele inclinou a cabeça levemente, sua expressão inabalável.— Isso é passado. Não faz diferença para mim. Hoje, estou vivendo com a mulher que realmente amo e tenho certeza que me ama ,até porque só íamos nos casar pelo filho que você esperava e pelo acordo que fizemos,nunca senti nada por você e nem você por mim.A expressão de Mayra mudou de desdém para surpresa.— Cecília? Eu achei que você não estaria aí lado dela depois de descobrir que aquela bastardinha não era sua filha .—Disse ela, o tom carregado de desprezo.— Sim, Cecília e nunca mais se refira a minha filha de
Cecília abriu a porta do quarto e encontrou Gael sentado em uma poltrona perto da janela. A luz fraca do abajur iluminava seu rosto sério, seus olhos mirando o vazio. Ele segurava um copo de uísque quase vazio em uma mão, enquanto uma garrafa pela metade repousava sobre a mesinha ao lado. O cheiro de álcool impregnava o ar, denunciando que ele havia bebido bastante. — Gael! — exclamou ela, fechando a porta com força. — O que você está fazendo? Bebendo assim? Ele virou a cabeça na direção da voz dela, a expressão levemente desconexa. Quando falou, sua voz estava pastosa, e ele parecia lutar para manter a clareza. — Não se preocupe, Cecília. — Ele balançou o copo antes de tomar o resto do líquido em um único gole. — É bom que eu tenha bebido. Dá uma boa desculpa pra precisar de uma babá, não acha? Um cego bêbado é um perigo ambulante... Quem sabe eu tropece e me machuque? — completou com um sorriso amargo. Cecília fechou os olhos por um momento, respirando fundo para manter a