Não quis nem mesmo olhar para ver se ela ainda estava na cozinha. Apenas entrou na van de trabalho e saiu rápido de volta para casa. Não voltaria a fazer nenhum serviço naquela casa, mesmo que o pagamento fosse o triplo.
Não valia a pena!
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Beatriz se sentiu muito magoada e ofendida.
Ela nunca tinha dirigido sua velha van tão rápido assim, ansiosa para chegar logo em casa e se enfiar embaixo do chuveiro. Seu corpo estava frio, mas não pela neve ou pelo vento que soprava, mas sim pela raiva e tristeza de saber que Gustavo não perdera tempo e já estava realmente com Margô.
Ela era sem dúvida muito bonita e dona de um charme que atraía a muitos, mas esse tipo de charme ele já tivera demais e estava cansado dessa repetição. Viu que muitos ali estavam curiosos sobre eles serem ou não um casal e tentou deixar claro que não, que eram apenas amigos, apesar do esforço dela em mostrar o contrário.A casa era muito bonita, lembrava um pouco uma de suas propriedades que tinha colocado à venda, porém em um estilo mais casa do campo. Era muito bonita, moderna por dentro e com bastante flores em vasos decorados que faziam uma bonita decoração e muitas obras de artes, algumas bem antigas. Com certeza era uma família muito rica de
De repente esse pensamento o deixou com raiva. Não deveria haver essa separação. Ele já tinha estado do outro lado e sabia bem como era. E não gostava desse tipo de separação.Beatriz era uma boa pessoa e tinha uma vida organizada dentro do que ela podia fazer e de tudo o que já tinha aconteceido em sua vida e na da família. Eles também poderiam muito bem, estar ali no meio deles sem problemas.— O que foi? - ela o encarou.— Nada - pegou a taça que o garçom ofereceu — Vamos sentar um pouco? Já rodei demais pelo salão.— Vamos sim, tem uma mesa ali - apontou.
— E por acaso você não tem problemas? - fez cara de deboche — Acha que eu dou atenção a todos? Não perco meu tempo - se inclinou — Você deveria se sentir privilegiado, meu bem. Aposto como o seu tipo deve ser como aquela retardada, pobretona da Beatriz, com quem andou esses dias.— Cuidado. Não fale sobre ela - ficou sério.— Ela é só mais uma coitada sem classe. Os pais nunca tiveram dinheiro e ela também nunca vai ter - cruzou o braços com raiva — E eu fiz questão dela saber que nós estamos juntos, assim não fica dúvida na cabeça oca dela, para o caso de achar que tem chance contra mim - jogou o cabelo — Você vai ver que a melhor opção aqui na cidade sou eu, querido. N
Até que era muito bonito realmente. Ele não fazia a menor ideia de quando as decorações eram retiradas. Nunca se importou com esses detalhes. Mas, não era de todo culpado. A vida dele antes não tinha sido fácil e passou batido por essas coisas.Ele a viu do outro lado, parou e sorriu. Beatriz estava mais um pouco à frente com um grupo de pessoas e conversava animada com eles. Nem o viu chegar.Estava muito bonita e parecia uma menina com o cabelo trançado de lado caindo pelo grosso casaco vermelho escuro que ia até seus joelhos. Usava luvas e botas grossas pelo frio e na cabeça um gorro igual ao do velhino Noel. Nas orelhas pequenos brincos que balançavam quando ela ria. Tinha outra energia.
— Isso eu entendi - se ajeitou olhando em volta — Mas, você não deveria estar com... Outra pessoa? - procurou por Margô.— Não, não deveria - ele ficou sério. — E não quero falar sobre isso também.Ela poderia até perguntar mais coisas, era seu direito, só que não estava com esse tipo de curiosidade agora e queria ver o fogos que ainda estouravam no céu. Ela se virou e levantou o rosto para olhar para o céu iluminado com as cores dos fogos. Gustavo passou os braços em volta de seu corpo e a segurou apertado.Enquanto ela olhava concentrada para os fogos, ele descansou a cabeça em seu ombro e começou a falar baixin
Tirou as luvas grossas e acariciou seu rosto, correndo o dedo sobre a cicatriz que lhe marcava o rosto e a alma também. Ela conseguia entender seu sofrimento no começo, mas ele ainda não tinha compreendido que só ele poderia mudar agora.— ... E eu vivi anos com medo do futuro e quando consegui chegar a um ponto onde ninguém mais poderia me machucar, onde eu nunca mais teria medo do que viria, eu me fechei para as pessoas - abaixou a cabeça — Sempre tive amantes, mas nunca tive um amor de verdade. As mulheres só queriam minha posição e meu dinheiro. Não a mim.— Mas nem todas são assim, Gustavo. Você não pode colocar todas no mesmo nível - recostou a cabeça no banco.— E
Gustavo esperou ansioso pela resposta.— Amanhã é um outro dia - ela disse, ainda pensativa e levantou o rosto. — Sim... Acho que a gente pode ficar juntos novamente.Ele ficou tão aliviado com essa resposta que a espremeu entre os braços. — Obrigado, carinho - alisou seu rosto — Você tirou um peso de cima de meus ombros - sorriu. — Eu estava com receio de que não me aceitasse de volta.— Eu aceito... Desde que você entenda mesmo que eu não vou mudar meu jeito e nem vou transar com você antes de me sentir confortável e segura, tudo bem? - ergueu a mão — E não venha me acusar de novo de ficar te provo
— Não é bom comer a essa hora, porque já está tarde, mas como é Ano Novo, tudo bem.Já era quase duas horas da madrugada. Desde que saíram da praça e acabaram ali o tempo correu sem nem perceberem. Ela pegou uma torta de chocolate com cobertura de chantilly e cortou uma fatia para cada um. Passou o pratinho com o garfo para ele.— Uau, muito gostosa a torta. Essa foi você quem fez? - mordeu um pedaço.— Foi sim - sorriu por ele ter gostado. — Dessa vez eu não deixei o Bruno fazer as sobremesas. Estava animada e queria ocupar o tempo. Assim passava mais depressa.Ele cobriu e apertou sua mão. Entendeu que ela queria se ocupar para não