— Ah, vou sim - se virou e saiu andando — O vizinho da frente já está na janela de olho no movimento aqui. E não quero que fiquem falando. Entre de uma vez!
Meio perdido, Bruno abriu espaço para Gustavo entrar e depois fechou a porta, enquanto Bianca seguia atrás dele. Ela analisou o homem rápido e viu que suas roupas eram caras e de marca.
— Você é de fora, né? - ela meneou a cabeça.
—Sou sim - ele parou — Cheguei há poucos dias emTorres.
— Vocês vão ficar aí na sala? - Beatriz disse alto.
Ela seguiu para a cozinha carregando as flores. Se quisessem eles que fossem
Gustavo sentiu vontade de rir e ficou sem ação diante desse interesse genuíno deles. Nem se lembrava de quando alguém quis mesmo saber de saúde. E se queriam, geralmente era só para saber se não haveria algum tipo de prejuízo relacionado a eles.— Não, está tudo bem. Infelizmente eu sofri um acidente de carro há um tempo atrás e foi muito grave - esfregou as mãos nas coxas, relutante em contar — Quase morri na verdade e fiquei com alguns problemas como sequelas e ainda estou me recuperando. É isso.— Nossa, eu sinto muito. Deve ter sido horrível - Beatriz o encarou preocupada, recordando o acidente que matou sua mãe.— Bem, foi um período muito difí
Isso só o fazia perder o interesse. Nunca gostou das mesmas coisas que os outros. E se fosse se envolver com alguém ela teria que se destacar das outras. Nunca se contentou com o mesmo da maioria. De que adianta ter uma pessoa ao lado se ela é um robô que segue as tendências?O que queria era conhecer uma garota diferente, mas nem ali estava escapando. Até Morgô que logo se pendurou em seu braço era mais do mesmo. Aliás, ela queria ser assim. Uma pena, era muito bonita, mas sem conteúdo.Quando terminaram de jantar, os irmãos levantaram e começaram a organizar a louça, cada um fazendo algo e ele ficou sem jeito de ficar ali parado.— Eu posso ajudar em
— E espero que seja compreendido - ela apontou.Beatriz entrou nesse instante na cozinha e franziu os olhos ao ver os três calados. Eles pareciam sérios demais e o silêncio era estranho.— Credo... Aconteceu algo em minha ausência? - colocou a mão na cintura — Vocês falaram besteiras?— Não, ao contrário - Gustavo respondeu.— Nadica de nada - Bianca riu — A gente só estava se conhecendo. Né mesmo? — Isso aí - ele riu também — Seus irmãos só estavam me falando sobre as coisas... Aqui na cidade. Sabe como é...
Quando Gustavo saiu da cabana pela manhã, viu um grupo de garotas entrando na propriedade, carregando material de limpeza. Agora já era tarde, quase noite e ele ainda não tinha visto Beatriz na fazenda.Ele tinha acordado logo cedo e começado a fazer pesquisas sobre lugares á venda e também saiu para almoçar no centro e conhecer um pouco o movimento da cidade.Pegou uns panfletos com divulgação de algumas lojas. Desde que chegara só tinha saído duas vezes e sempre com Margô ao seu lado e ela só o levava a lugares que para ele não eram novidade.Lojas cheias de coisas caras ele conhecia aos montes e fora isso o clube que ela o levou também não oferecia nada de dif
Já tinham passado por quatro lojas, mas Beatriz tinha comprado poucos ornamentos e não quis comprar uma árvore de natal sem antes ver o preço em outro lugar.— Eu sempre dou uma volta por aí, no mínimo em três locais diferentes para comparar.— No mínimo? Sério? - fez uma careta e ela riu.— Não se preocupe, só vou entrar em mais uma, prometo - o puxou — Depois podemos ir embora.Ela não parecia notar que as pessoas ficavam observando quando eles passavam e quando ela o puxou pelo braço, uma senhora que olhava a prateleira, cutucou a garota que estava ao lado para ela olhar també
— Exato, nem perguntou -a abriu as mãos — Como saberia? E você estava acompanhado. Eu me lembro.Ele também lembrava bem. Estava com Margô que ficou no carro e ainda fez piada sobre ele tê-la confundido com um rapaz.Marta os chamou e eles foram até o fundo da loja onde ele havia deixado o estacionado e Gustavo conseguiu com a ajuda do funcionário, guardar sem problema a caixa comprida da árvore que seria montada depois com toda calma.Não foi tão difícil como ela pensou que seria. Foi apenas baixar o banco um pouco para apoiar a caixa e pronto, deu certinho.E ele achou engraçado ver que ela nem pensou qu
— Não sei como essas coisas acontecem - Beatriz disse, puxando um cordão — Todo ano é sempre assim. Depois que a gente usa a decoração, nós guardamos tudo com cuidado e quando vamos usar de novo no ano seguinte, tem um monte de luzes queimadas - levantou o cordão de luzes coloridas emaranhado — E embola tudo... Meu Deus...Só pode ser magia - riu.— Me deixe tentar separar - ele pegou o cordão da mão dela — Eu posso ter sorte de principiante.— Ok.Seus dedos se tocaram e ele sentiu pequenos choques. A olhou sem poder segurar um sorriso ao sentir um calor gostoso de sua mão pequena e macia. Para distrair a mente disso ele desviou o olh
— Eu gosto muito da época do Natal - ela suspirou — Me traz boas lembranças e também tudo fica mais bonito, mais calmo. As pessoas parecem que ficam mais emotivas e menos ranzinzas - mexeu em uma bola dourada — As cores e brilhos enchem as ruas e as casas e tudo fica mais bonito – mexeu o ombro — Isso dá mais ânimo, ainda que as coisas não estejam boas ou que não mudem de imediato, mas é importante sentir que está bem e ter esperança de melhora.— Você é emocional demais - disse sério.—É... Acho que sou sim. Acho que o Natal é simbólico - deu de ombros de novo — É mais do que só gastar em compras, mesmo tendo essa função básica. É só olhar pe