Emily...Retornamos ao salão, o ambiente ainda vibrando com a energia do Ano Novo. As luzes suaves refletiam no chão polido e as conversas e risos das pessoas ao redor se misturavam ao som da música de fundo. Cadu, com seu jeito confiante, nos convidou para uma área mais reservada, um canto discreto com sofás confortáveis e iluminação mais baixa, onde o clima era mais íntimo. Ele nos acomodou em um dos sofás, e logo notei Bernardo continuando sua troca de olhares com a loira do outro lado do salão. Ela, sem nenhum pudor, sorria para ele de volta, sua expressão carregada de uma intenção que qualquer um podia perceber.— Meu amor, vou lá fora fumar. Não demoro — Bernardo disse, levantando-se com um sorriso que eu sabia ser falso.— Tudo bem — respondi, forçando uma expressão neutra. Ele se afastou, caminhando em direção à saída. A loira, mal esperou ele se mover e o seguiu com passos rápidos. Neguei com a cabeça, sentindo o cansaço emocional começar a pesar. Peguei meu celular, abrindo
Emily...Momentos depois, o ambiente ao nosso redor estava cheio de murmúrios e risadas, enquanto continuávamos a conversar. As luzes suaves do salão criavam um jogo de sombras nas paredes, e a música de fundo adicionava uma melodia envolvente ao cenário. Estávamos distraídos, conversando sobre uma série de assuntos. Durante o bate-papo, descobri algo que me deixou surpresa: Cadu não era apenas um hóspede no hotel, mas sim o dono. Isso me pegou de surpresa e, imediatamente, percebi o peso da informação. A situação era ainda mais complicada do que eu pensava; ele poderia aparecer na cidade com muito mais frequência do que eu havia imaginado.Enquanto ele falava, seus olhos continuavam a buscar os meus, e cada vez que nossos olhares se encontravam, um arrepio percorria minha pele. Era uma reação involuntária, um reflexo que eu não conseguia controlar. O olhar de Cadu era intenso, magnético, e eu sabia que esse era o meu ponto fraco. Sorríamos discretamente sempre que nos pegávamos olhan
Emily...Bernardo e eu continuamos caminhando até o carro em silêncio, a tensão entre nós era quase palpável. O ar da noite estava frio, mas o que realmente me fazia arrepiar não era a temperatura. Ele abriu a porta do passageiro para mim, e eu entrei, sentindo meu coração bater forte no peito. O silêncio entre nós continuou, denso e pesado. Depois de alguns minutos de estrada, Bernardo finalmente quebrou o silêncio. — Você vai dormir na minha casa hoje — afirmou, o tom de voz autoritário, como se fosse uma ordem e não um convite.Respirei fundo, mantendo a calma. — Estou cansada, Bernardo. Além disso, não avisei minha mãe que dormiria fora. Preciso ir para casa.Ele bufou, irritado. — Desde quando você precisa pedir permissão à sua mãe para dormir comigo? — Ele me lançou um olhar de canto, cheio de desdém.Tentei manter um tom conciliador. — A noite foi agradável, Bernardo. Vamos não estragar isso agora. Podemos evitar brigar.Ele riu, mas não era um riso divertido. — Quem gosta de
Carlos...Depois que Emily e o namorado saíram, o salão continuou a pulsar com a música e o burburinho das conversas. Pessoas dançavam, riam e brindavam ao novo ano. Mas, para mim, o brilho da festa parecia ter diminuído. Meu foco estava em outro lugar, ou melhor, em outra pessoa. Bia, ao meu lado, não perdia tempo tentando chamar minha atenção. Estava impaciente e insistente como sempre. — Cadu, vamos para outro lugar? — ela sugeriu novamente, sua voz melodiosa tentando soar sedutora. — Já estou cansada desse lugar. A festa está meio chata.Olhei para ela, um sorriso de canto nos lábios, mas sem o entusiasmo que ela esperava. — Vai se divertir, Bia. Tem muita festa aqui para você aproveitar ainda — respondi, já meio cansado da sua insistência. Meu interesse estava em outro lugar, e Bia podia sentir isso.Ela fez um beicinho, claramente irritada por não estar conseguindo o que queria. — Você está sendo um chato, Cadu — retrucou, cruzando os braços e se afastando. Eu suspirei e tomei
Carlos...Enquanto eu empurrava Bia suavemente para dentro do quarto, a tensão entre nós crescia de forma palpável. A porta se fechou atrás de nós, e Bia não perdeu tempo. Ela me puxou para um beijo mais intenso, cheio de urgência, suas mãos deslizando pelo meu blazer, desabotoando-o rapidamente. Por um momento, deixei-me levar. Havia algo familiar na maneira como ela se movia contra mim, como se estivéssemos dançando um passo que conhecíamos muito bem.Minhas mãos desceram pela curva das suas costas, puxando-a para mais perto, sentindo seu corpo se moldar ao meu. Ela gemeu baixo contra meus lábios, suas mãos explorando meu peito, enquanto retirava minha camisa. — Finalmente, Carlos... — ela murmurou, sua voz rouca e cheia de desejo. Senti seu corpo se arquear em direção ao meu, buscando mais contato, e eu a pressionei contra a parede, intensificando o beijo.Por alguns minutos, deixei o desejo nos guiar. Minhas mãos exploravam seu corpo com familiaridade, deslizando por suas curvas,
Dias depois da noite de réveillon, eu ainda não conseguia tirar Emily da cabeça. Era como se ela tivesse se infiltrado nos meus pensamentos, se tornando uma presença constante que não me deixava em paz. Cada detalhe da nossa noite juntos a dois anos atrás, cada sorriso, cada toque, voltava com força total e eu me pegava ansiando por um reencontro decente. A semana se arrastou e a expectativa de vê-la novamente só aumentava. O restaurante onde ela trabalhava estava fechado para férias coletivas, o que só tornava tudo ainda mais insuportável. Uma semana pareceu um ano.Quando finalmente o dia chegou. Estacionei meu carro no estacionamento do restaurante onde ela trabalhava. Tinha combinado de almoçar com meu irmão, César, mas claro que isso era apenas uma desculpa. Poderíamos facilmente ter ficado no hotel, onde a comida era maravilhosa, mas eu não esperei todos esses dias à toa. Eu precisava vê-la.Cheguei alguns minutos mais cedo de propósito, na esperança de falar com ela antes de me
— Por que não me avisou que era ele? — perguntei para Karen assim que retornei à recepção, ainda sentindo o coração acelerado depois de minha interação com Cadu. Precisava de um momento para recompor meus pensamentos, que estavam uma verdadeira bagunça. Respirei fundo e o encarei mais uma vez, tentando entender como aquele homem conseguia me deixar tão fora de mim. Peguei minha garrafa de água e dei um grande gole, na esperança de acalmar meu coração inquieto.— Ele te deixa nervosa de um jeito que eu adoro — Karen brincou, seu tom divertido. Eu a encarei, em advertência.— É a mais pura verdade, não adianta me olhar assim, amiga — continuou, rindo de leve. — Seu nervosismo está praticamente estampado no seu rosto, mas é de um jeito bom.Suspirei profundamente, sentindo a tensão nos meus ombros. — Preciso que chegue logo o horário do meu almoço.Karen deu uma risadinha, inclinando-se contra o balcão. — Não consegue parar de olhar para ele, né? Estou sentindo daqui o tesão entre vocês.
Antes que eu pudesse responder, ele olhou ao redor e, num movimento rápido, me empurrou suavemente até o banheiro feminino. Meu coração disparou, e um sorriso ansioso escapou dos meus lábios. Cadu trancou a porta e me encostou contra a parede fria, seus olhos famintos encontrando os meus. Minha respiração estava descontrolada; eu não sabia como agir.— O que está fazendo? — sussurrei, tentando soar segura, mas a ansiedade era evidente.— Algo que você deseja tanto quanto eu — respondeu ele, sem dar espaço para discussão. Em seguida, ele segurou meu rosto e pressionou seus lábios nos meus com urgência.Era errado. Completamente imprudente. Mas eu não conseguia controlar o que sentia. Não recuei; pelo contrário, correspondi ao beijo com um desejo intenso, quase desesperado. A química entre nós era avassaladora, e eu me perdi naquele momento. Nossas línguas se entrelaçavam de maneira selvagem, e o som de nossos beijos ecoava pelo banheiro.As mãos de Cadu exploravam meu corpo com ousadia