Carlos...Depois que Emily e o namorado saíram, o salão continuou a pulsar com a música e o burburinho das conversas. Pessoas dançavam, riam e brindavam ao novo ano. Mas, para mim, o brilho da festa parecia ter diminuído. Meu foco estava em outro lugar, ou melhor, em outra pessoa. Bia, ao meu lado, não perdia tempo tentando chamar minha atenção. Estava impaciente e insistente como sempre. — Cadu, vamos para outro lugar? — ela sugeriu novamente, sua voz melodiosa tentando soar sedutora. — Já estou cansada desse lugar. A festa está meio chata.Olhei para ela, um sorriso de canto nos lábios, mas sem o entusiasmo que ela esperava. — Vai se divertir, Bia. Tem muita festa aqui para você aproveitar ainda — respondi, já meio cansado da sua insistência. Meu interesse estava em outro lugar, e Bia podia sentir isso.Ela fez um beicinho, claramente irritada por não estar conseguindo o que queria. — Você está sendo um chato, Cadu — retrucou, cruzando os braços e se afastando. Eu suspirei e tomei
Carlos...Enquanto eu empurrava Bia suavemente para dentro do quarto, a tensão entre nós crescia de forma palpável. A porta se fechou atrás de nós, e Bia não perdeu tempo. Ela me puxou para um beijo mais intenso, cheio de urgência, suas mãos deslizando pelo meu blazer, desabotoando-o rapidamente. Por um momento, deixei-me levar. Havia algo familiar na maneira como ela se movia contra mim, como se estivéssemos dançando um passo que conhecíamos muito bem.Minhas mãos desceram pela curva das suas costas, puxando-a para mais perto, sentindo seu corpo se moldar ao meu. Ela gemeu baixo contra meus lábios, suas mãos explorando meu peito, enquanto retirava minha camisa. — Finalmente, Carlos... — ela murmurou, sua voz rouca e cheia de desejo. Senti seu corpo se arquear em direção ao meu, buscando mais contato, e eu a pressionei contra a parede, intensificando o beijo.Por alguns minutos, deixei o desejo nos guiar. Minhas mãos exploravam seu corpo com familiaridade, deslizando por suas curvas,
Dias depois da noite de réveillon, eu ainda não conseguia tirar Emily da cabeça. Era como se ela tivesse se infiltrado nos meus pensamentos, se tornando uma presença constante que não me deixava em paz. Cada detalhe da nossa noite juntos a dois anos atrás, cada sorriso, cada toque, voltava com força total e eu me pegava ansiando por um reencontro decente. A semana se arrastou e a expectativa de vê-la novamente só aumentava. O restaurante onde ela trabalhava estava fechado para férias coletivas, o que só tornava tudo ainda mais insuportável. Uma semana pareceu um ano.Quando finalmente o dia chegou. Estacionei meu carro no estacionamento do restaurante onde ela trabalhava. Tinha combinado de almoçar com meu irmão, César, mas claro que isso era apenas uma desculpa. Poderíamos facilmente ter ficado no hotel, onde a comida era maravilhosa, mas eu não esperei todos esses dias à toa. Eu precisava vê-la.Cheguei alguns minutos mais cedo de propósito, na esperança de falar com ela antes de me
— Por que não me avisou que era ele? — perguntei para Karen assim que retornei à recepção, ainda sentindo o coração acelerado depois de minha interação com Cadu. Precisava de um momento para recompor meus pensamentos, que estavam uma verdadeira bagunça. Respirei fundo e o encarei mais uma vez, tentando entender como aquele homem conseguia me deixar tão fora de mim. Peguei minha garrafa de água e dei um grande gole, na esperança de acalmar meu coração inquieto.— Ele te deixa nervosa de um jeito que eu adoro — Karen brincou, seu tom divertido. Eu a encarei, em advertência.— É a mais pura verdade, não adianta me olhar assim, amiga — continuou, rindo de leve. — Seu nervosismo está praticamente estampado no seu rosto, mas é de um jeito bom.Suspirei profundamente, sentindo a tensão nos meus ombros. — Preciso que chegue logo o horário do meu almoço.Karen deu uma risadinha, inclinando-se contra o balcão. — Não consegue parar de olhar para ele, né? Estou sentindo daqui o tesão entre vocês.
Antes que eu pudesse responder, ele olhou ao redor e, num movimento rápido, me empurrou suavemente até o banheiro feminino. Meu coração disparou, e um sorriso ansioso escapou dos meus lábios. Cadu trancou a porta e me encostou contra a parede fria, seus olhos famintos encontrando os meus. Minha respiração estava descontrolada; eu não sabia como agir.— O que está fazendo? — sussurrei, tentando soar segura, mas a ansiedade era evidente.— Algo que você deseja tanto quanto eu — respondeu ele, sem dar espaço para discussão. Em seguida, ele segurou meu rosto e pressionou seus lábios nos meus com urgência.Era errado. Completamente imprudente. Mas eu não conseguia controlar o que sentia. Não recuei; pelo contrário, correspondi ao beijo com um desejo intenso, quase desesperado. A química entre nós era avassaladora, e eu me perdi naquele momento. Nossas línguas se entrelaçavam de maneira selvagem, e o som de nossos beijos ecoava pelo banheiro.As mãos de Cadu exploravam meu corpo com ousadia
— Confessa — ouvi meu irmão César dizer de repente, enquanto eu estava observando Emily. Sua voz me tirou do meu transe, e eu me virei para encará-lo. — Você está muito afim da moça? — Ele falou com um sorriso divertido, como se soubesse mais do que eu estava disposto a admitir.Suspirei, sabendo que ele não largaria do meu pé tão fácil. — Eu estou mesmo afim dela, muito — admiti, sem rodeios. César soltou uma risadinha e balançou a cabeça.— O que foi? — perguntei, sem entender o motivo de tanto divertimento.— Você está mais que afim, está obcecado — ele provocou, ainda rindo.Revirei os olhos, tentando não demonstrar o quanto aquelas palavras me incomodavam. — Não sei se é para tanto, César. Ela é bonita e eu sinto um desejo surreal por ela, mas isso não significa que estou obcecado.César riu de novo, balançando a cabeça como se eu fosse um tolo. — Não se engane, irmão. Você está bem envolvido. Não vai demorar muito até você estar passeando de mãos dadas com ela e a apresentando p
Caminhamos em direção à recepção, e minha curiosidade aumentou ao ver o rapaz se aproximando de Emily, a conversa fluindo naturalmente entre eles. Cheguei a ouvir partes da conversa.— Você é realmente maravilhosa, Emi — o rapaz dizia com um sorriso fácil.— Ele é demais, não é? — Emily respondeu, amável, e Karen sorriu ao lado dela.— Boa tarde, foram bem atendidos? — Karen perguntou a mim, um brilho de travessura em seus olhos. Emily, ao ouvir sua voz, virou-se e encontrou meu olhar, ficando um pouco mais séria.Ela se afastou um pouco para me dar espaço para me aproximar do balcão da recepção. — Boa tarde, sim, estava tudo perfeito, muito obrigado — meu irmão respondeu, simpático, enquanto eu permanecia em silêncio, observando.— Karen, eu já volto — Emily disse calmamente, olhando de relance para o rapaz. Ele deu um passo em direção à saída, e ela o seguiu.— Emily — chamei, minha voz firme o suficiente para fazê-la parar e se virar para mim. — Posso falar um minuto com você?Ela
Eu estava decidida a terminar com Bernardo. Não queria continuar presa a alguém apenas por medo. Minha filha merecia crescer longe de um homem como ele, com suas atitudes manipuladoras e ameaçadoras. E, acima de tudo, eu não queria que ele tivesse qualquer influência na vida dela. Precisava encontrar coragem para enfrentá-lo e acabar de vez com essa situação.Não estava agindo por impulso. Há tempos tentava sair desse relacionamento sufocante e o retorno de Cadu apenas confirmou que eu precisava tomar uma atitude, eu não o amava e vivia com medo, não é o que eu quero. Chega de me submeter a esse tipo de relacionamento, onde não existia respeito, carinho ou felicidade. Bernardo não me respeitava. Trata-me com desdém e faz com que eu sinta medo constantemente. Permanecer nesse relacionamento por covardia era injusto comigo mesma e, principalmente, com minha filha.— Você quer que eu entre com você? — Karen perguntou, interrompendo meus pensamentos enquanto eu olhava pela janela do carro