O Leviatã.
– Ora, oras. – A criatura sorri, cheia de si. – Vejam se não é minha querida filhinha.
– Eu não sou sua filha – responde.
No fundo, Michelle esconde sua angústia e o seu medo. Suas pernas, trêmulas e frias demonstram sua aflição. Enfim, chegou a hora. Chegou o momento que vinha tentando evitar. É hora de pôr um fim em tudo. É hora de destruir Zanathus de uma vez por todas.
– Não estou surpreso de te ver aqui – confessa a besta – Eu esperava isso.
Michelle desvia o olhar
A Profecia. — Fazer o que, Sabrina? — Michelle se senta com dificuldade. — Vou te ensinar a usar o dom que você ganhou do universo — responde ela. Michelle suspira profundamente e se levanta, vendo a outra garota fechar a porta do quarto, calando os ruídos que vinham do corredor. — Primeiro temos que entender de onde vem essa sua energia — diz a vidente. — Eu não sei, simplesmente acontece. — Resposta errada.  
Remanescentes: Esquecidos por Deus. Ouve-se um forte rugido. Michelle se afasta ligeiramente da feiticeira, assustada. Seus pelos se arrepiaram como se a notificassem que algo ruim se aproximava. — O que está acontecendo lá fora? — questiona, mas não perguntando. O som de passos, da correria no andar de cima, se projetam pela laje do telhado. É notório o caos que se espalha pelo lar dos insanos. — Não sei... Zanathus, talvez..? — responde-a Sabrina. Gafanhotos invadem o quarto pela porta infestando tudo o ambiente mal iluminado. Sabrina s
Desaparecimento. A campainha toca na casa da senhora Santos, a mãe de Brenda. A mulher que estava tomando banho sai em disparada atender a porta, enrolada em uma toalha azul-marinho. Ela estava preocupada em ir na delegacia e acabar denunciando a própria filha, que tinha um lado obscuro. Mas, ela queria acreditar que Brenda não tinha nada haver com a história. — Oi, Karina — complementa a senhora Santos com um sorriso forçado no rosto. — Oi, Alice, está pronta? — pergunta a mulher que estava na porta. Alice convida a visita a entrar enquanto ela terminava de se arrumar. Ela sobe e se
Sobrenatural. O mundo escureceu e as estrelas foram varridas do céu por uma enorme cauda de serpente. Grilos e gafanhotos preenchiam as ruas, mordendo e importunando tudo o que estava no caminho deles. Pessoas desesperadas corriam para dentro de suas casas enquanto começava a chover faíscas de fogo sobre suas cabeças. A garota suspira amedrontada, presa numa bolha atemporal, ela observa tudo aquilo desesperada para ajudar aquelas pessoas desconhecidas. Não queria presenciar o fim dos tempos. O fim da espécie humana. Uma mulher chora e grita para que ajudem sua pequena filha presa abaixo de um poste ligado à rede elétrica. O peito de Michelle dói&
Antes de dormir. — Quem é ela? — questiona Michelle, curiosa. — Sou Sabrina. — Ela se apresenta antes que Matheus a apresenta-se. — Sabrina Animabus. Michelle sorri para ela. Um sorriso forçado e nada simpático. Algo naquela garota não cheira bem. Há algo estranho nela. Michelle pode sentir, mas não sabe explicar. — Sabrina é uma grande amiga minha — diz Matheus — A conheci depois que a mamãe matou o papai. Michelle teria ouvido mesmo o que jurou ouvir. Seria uma brincadeirinha de mal gosto? Ou seus ouvidos
A Maldição. O cheiro do queijo gratinando na sanduicheira se espalha pelos pequenos cômodos da república. Michelle levanta ainda um pouco sonolenta, afinal são apenas sete horas da manhã. A garota não dormiu nada, teve pesadelos a noite toda. Além, é claro, de ter ido para cama depois das duas. Ao terminar de lavar o rosto e escovar os dentes, a jovem se coloca preguiçosamente a caminhar em direção ao bom e agradável cheiro de comida. Sabrina preparava saborosos sanduíches, talvez uma receita que aprendeu com os espíritos, aquilo parecia bom de mais para ser uma criação humana. — Que bom que
Carta para a morte. A lua aponta cheia no horizonte do céu. Enorme e mística, iluminando a face de Michelle. Sua luz é tão forte que acaba dando a impressão de ainda estar de dia. Dourada como ouro, uma joia gigante que atraí olhares mais inquietos, como o da garota sentada à janela. — O que foi? — pergunta Letícia. Michelle desvia o olhar para ela. Um olhar baixo e profundo. — Nada de mais — responde — Gosto de olhar a luz da lua. Letícia se senta junto dela, cuidando para não amarrotar o vestido q
O Portal. O pessoal chega aos poucos, aproximando-se de Sabrina, acompanhados pela curiosidade. O medo, o amargo e suculento medo, estampa o rosto de cada um deles. Michelle é a mais preocupada entre eles, provavelmente, por temer que Sabrina revele algo sobre a mensagem das primogênitas. — O que exatamente é isso? — pergunta Alicia. — Esse símbolo não me é estranho. — Matheus pensa um pouco. — A cruz do leviatã. Michelle se aproxima do espelho e o esconde atrás de si. — Alguém está querendo brincar