O Portal.
O pessoal chega aos poucos, aproximando-se de Sabrina, acompanhados pela curiosidade. O medo, o amargo e suculento medo, estampa o rosto de cada um deles. Michelle é a mais preocupada entre eles, provavelmente, por temer que Sabrina revele algo sobre a mensagem das primogênitas.
— O que exatamente é isso? — pergunta Alicia.
— Esse símbolo não me é estranho. — Matheus pensa um pouco. — A cruz do leviatã.
Michelle se aproxima do espelho e o esconde atrás de si.
— Alguém está querendo brincar
A morte do Demônio. As portas se abrem, rangendo em contato com o piso, enquanto são empurradas por Sabrina. As gotas de água pingam das pontas de seus cabelos e escorrem pelo corpo da garota, suas roupas coladas ao corpo por conta da chuva marcam a silhueta magra da menina. Todos estão no mesmo estado. Matheus até pior. Não era possível dizer se ele chorava ou eram apenas gotas de chuva. Se sente culpado, temendo que algo aconteça a Letícia. Foi por causa dele que ela estava na fazenda. Nunca devia ter contado a verdade para ela. Nunca deveria ter a tirado da normalidade que a pertencia. Foi egoísta demais por querer tudo para si. Está amaldiçoado a não ter ninguém. Não é mais, e nunc
Falando com os Mortos. — Como você fez aquilo? — questiona Sabrina — Eu nunca vi algo desse tipo. Michelle encara a garota vidente. Isso não fazia o menor sentido para a garota. Para ela, todo aquele poder e coragem surgiu por conta do cântico mágico de Sabrina. — Pensei que fosse você com suas bruxarias que me deram força. — Que bruxarias? — estranha Sabrina — Eu não sei fazer... Magias tão fortes como a que vi você reger. Michelle olha ao redor toda a destruição que causou. De onde teria vindo tudo isso?
O Chamado. — Acorda. — A jovem chacoalha o irmão. — Anda, seu preguiçoso, acorda. A luz do sol já entrava pelas frestas da madeira do galpão. Sabrina, já acordada, ria de Michelle. A garota parecia bem, para uma pessoa que serviu de oráculo. Em suas mãos, a menina segura umsmartphone, provavelmente o dela, e o cartão de memória de Michelle. — O que você quer? — diz o rapaz, acordando. — Você tem razão — diz Michelle — Eu sou fraca, mas se eu encontrar as respostas certas posso aprender a ser útil. Pelo menos uma
Imagens do Além. — Não! — Michelle acorda assustada. A garota olha ao redor. Sabrina dorme tranquilamente, enquanto Matheus está acordado pensando sozinho num canto. O que aconteceu? Michelle procura por sua câmera, onde raios está o objeto? Tudo o que precisa está dentro de um pequeno cartão de memória. Matheus desvia o olhar para a irmã desesperada. A observa por alguns instantes, pensativo, sentindo que algo podre envolvia esse desespero aleatório. — O que você está procurando? — questiona ele. &
A Primogênita. A garota desmaia, depositando todo seu peso sobre Michelle. — Me ajuda aqui — pede ela ao seu irmão. Matheus a ajuda a deitar a menina espírita no chão. Com um semblante peculiar, ele encara sua irmã. — O que foi? — pergunta ela. — Eu aceito — diz ele. Michelle ergue uma sobrancelha, confusa. — Aceita o quê? &m
Ecos do Além. — Por onde esteve? — questiona o rapaz — Eu pensei que... — Não, não me aconteceu nada — responde ela. Ela se solta dos braços do namorado, enfim caminhando até Michelle. — Não haverá um mundo se você não fizer o que tem que fazer. — Do que você está falando? — estranha a iluminada. — Não se faça de tola, eu conheço tudo agora — termina Letícia.
A Hora da sua Morte. A noite passa ligeira, silenciosa e tramóia. Por consideração, Letícia é enterrada em um canteiro próximo a estalagem do resto do grupo. Apenas, Matheus e Sabrina fizeram suas preces pela alma da menina. O motivo de desavença instalasse entre eles, separando o grupo, criando desconfianças e entrebuchas. Michelle, agora, temia por sua vida, assegurando-se de não descuidar-se de ninguém. Sua cabeça podia estar em jogo, por pouco não partiu dessa para uma melhor. Por mais que não goste desse mundo, o lar dos homens, ela não deseja morrer tão cedo. Observando ao longe, a sombra de seu irmão sentado sobre a terra próximo do amontoado de pedras que cobre Le
O Asilo do Terror. O carro estaciona a frente de uma construção moderna, um prédio rodeado por enormes gramados verdes e idosos que jogam xadrez sossegados a sombra das árvores, o asilo onde a mãe de Michelle teve repentina vontade espontânea de trabalhar. Sabendo que ela não é mais ela; confuso eu sei; mas, provavelmente, Zanathus não estava a fim de fazer uma boa ação. Algo deve estar escondido nesse lar de idosos. — Antes de mais nada, devemos saber como agir lá dentro — diz Matheus — Eu, já que sou conhecido dos diretores dessa associação, irei forçar um disfarce para a gente. Nós seremos um grupo de jovens que por caridade vieram prestar seu tempo aos pobr