A Primogênita.
A garota desmaia, depositando todo seu peso sobre Michelle.
— Me ajuda aqui — pede ela ao seu irmão.
Matheus a ajuda a deitar a menina espírita no chão. Com um semblante peculiar, ele encara sua irmã.
— O que foi? — pergunta ela.
— Eu aceito — diz ele.
Michelle ergue uma sobrancelha, confusa.
— Aceita o quê?
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Ecos do Além. — Por onde esteve? — questiona o rapaz — Eu pensei que... — Não, não me aconteceu nada — responde ela. Ela se solta dos braços do namorado, enfim caminhando até Michelle. — Não haverá um mundo se você não fizer o que tem que fazer. — Do que você está falando? — estranha a iluminada. — Não se faça de tola, eu conheço tudo agora — termina Letícia.
A Hora da sua Morte. A noite passa ligeira, silenciosa e tramóia. Por consideração, Letícia é enterrada em um canteiro próximo a estalagem do resto do grupo. Apenas, Matheus e Sabrina fizeram suas preces pela alma da menina. O motivo de desavença instalasse entre eles, separando o grupo, criando desconfianças e entrebuchas. Michelle, agora, temia por sua vida, assegurando-se de não descuidar-se de ninguém. Sua cabeça podia estar em jogo, por pouco não partiu dessa para uma melhor. Por mais que não goste desse mundo, o lar dos homens, ela não deseja morrer tão cedo. Observando ao longe, a sombra de seu irmão sentado sobre a terra próximo do amontoado de pedras que cobre Le
O Asilo do Terror. O carro estaciona a frente de uma construção moderna, um prédio rodeado por enormes gramados verdes e idosos que jogam xadrez sossegados a sombra das árvores, o asilo onde a mãe de Michelle teve repentina vontade espontânea de trabalhar. Sabendo que ela não é mais ela; confuso eu sei; mas, provavelmente, Zanathus não estava a fim de fazer uma boa ação. Algo deve estar escondido nesse lar de idosos. — Antes de mais nada, devemos saber como agir lá dentro — diz Matheus — Eu, já que sou conhecido dos diretores dessa associação, irei forçar um disfarce para a gente. Nós seremos um grupo de jovens que por caridade vieram prestar seu tempo aos pobr
O Manicômio. Os corredores escuros da prisão para loucos se estendem para além do imaginável, não há janelas por onde o ar possa ventilar, o que guarda aquele cheiro de mofo e mijo no ambiente. Não dá para se dizer que tipo de alucinações brotam em sua cabeça a medida que avança por aquele lugar asqueroso. Seria efeito da maluquice? A doença mental que te contagia? Ou apenas, um reflexo da sua própria psique perturbada. Michelle sente seu sangue correr dentro de suas vezes, cada vez mais rápido, a beira de um ataque cardíaco. Não consegue entender como seus colegas continuam plenos enquanto caminham na casa do possível. Seria burrice a dela? O nervosismo, um monstr
O Beijo Mortal. – Zanathus é mais esperto do que parece – começa a primogênita – Ele tem planos mais ardilosos do que possa imaginar. Michelle observa as paredes sujas e descascadas do corredor escuro. Aquele lugar não lhe parecia seguro, nem um pouco acolhedor e muito menos um lugar digno para malucos apodrecerem. – Uma armadilha – continua – Eu não devia estar contando isso. Não posso intervir no destino, mas regras foram feitas para serem quebradas. – Se o destino não quisesse ser salvo, ele não iria te dar o ar da graça de falar – diz Matheus.
O Leviatã. – Ora, oras. – A criatura sorri, cheia de si. – Vejam se não é minha querida filhinha. – Eu não sou sua filha – responde. No fundo, Michelle esconde sua angústia e o seu medo. Suas pernas, trêmulas e frias demonstram sua aflição. Enfim, chegou a hora. Chegou o momento que vinha tentando evitar. É hora de pôr um fim em tudo. É hora de destruir Zanathus de uma vez por todas. – Não estou surpreso de te ver aqui – confessa a besta – Eu esperava isso. Michelle desvia o olhar
A Profecia. — Fazer o que, Sabrina? — Michelle se senta com dificuldade. — Vou te ensinar a usar o dom que você ganhou do universo — responde ela. Michelle suspira profundamente e se levanta, vendo a outra garota fechar a porta do quarto, calando os ruídos que vinham do corredor. — Primeiro temos que entender de onde vem essa sua energia — diz a vidente. — Eu não sei, simplesmente acontece. — Resposta errada.  
Remanescentes: Esquecidos por Deus. Ouve-se um forte rugido. Michelle se afasta ligeiramente da feiticeira, assustada. Seus pelos se arrepiaram como se a notificassem que algo ruim se aproximava. — O que está acontecendo lá fora? — questiona, mas não perguntando. O som de passos, da correria no andar de cima, se projetam pela laje do telhado. É notório o caos que se espalha pelo lar dos insanos. — Não sei... Zanathus, talvez..? — responde-a Sabrina. Gafanhotos invadem o quarto pela porta infestando tudo o ambiente mal iluminado. Sabrina s