Falando com os Mortos.
— Como você fez aquilo? — questiona Sabrina — Eu nunca vi algo desse tipo.Michelle encara a garota vidente. Isso não fazia o menor sentido para a garota. Para ela, todo aquele poder e coragem surgiu por conta do cântico mágico de Sabrina.
— Pensei que fosse você com suas bruxarias que me deram força.
— Que bruxarias? — estranha Sabrina — Eu não sei fazer... Magias tão fortes como a que vi você reger.
Michelle olha ao redor toda a destruição que causou. De onde teria vindo tudo isso?
O Chamado. — Acorda. — A jovem chacoalha o irmão. — Anda, seu preguiçoso, acorda. A luz do sol já entrava pelas frestas da madeira do galpão. Sabrina, já acordada, ria de Michelle. A garota parecia bem, para uma pessoa que serviu de oráculo. Em suas mãos, a menina segura umsmartphone, provavelmente o dela, e o cartão de memória de Michelle. — O que você quer? — diz o rapaz, acordando. — Você tem razão — diz Michelle — Eu sou fraca, mas se eu encontrar as respostas certas posso aprender a ser útil. Pelo menos uma
Imagens do Além. — Não! — Michelle acorda assustada. A garota olha ao redor. Sabrina dorme tranquilamente, enquanto Matheus está acordado pensando sozinho num canto. O que aconteceu? Michelle procura por sua câmera, onde raios está o objeto? Tudo o que precisa está dentro de um pequeno cartão de memória. Matheus desvia o olhar para a irmã desesperada. A observa por alguns instantes, pensativo, sentindo que algo podre envolvia esse desespero aleatório. — O que você está procurando? — questiona ele. &
A Primogênita. A garota desmaia, depositando todo seu peso sobre Michelle. — Me ajuda aqui — pede ela ao seu irmão. Matheus a ajuda a deitar a menina espírita no chão. Com um semblante peculiar, ele encara sua irmã. — O que foi? — pergunta ela. — Eu aceito — diz ele. Michelle ergue uma sobrancelha, confusa. — Aceita o quê? &m
Ecos do Além. — Por onde esteve? — questiona o rapaz — Eu pensei que... — Não, não me aconteceu nada — responde ela. Ela se solta dos braços do namorado, enfim caminhando até Michelle. — Não haverá um mundo se você não fizer o que tem que fazer. — Do que você está falando? — estranha a iluminada. — Não se faça de tola, eu conheço tudo agora — termina Letícia.
A Hora da sua Morte. A noite passa ligeira, silenciosa e tramóia. Por consideração, Letícia é enterrada em um canteiro próximo a estalagem do resto do grupo. Apenas, Matheus e Sabrina fizeram suas preces pela alma da menina. O motivo de desavença instalasse entre eles, separando o grupo, criando desconfianças e entrebuchas. Michelle, agora, temia por sua vida, assegurando-se de não descuidar-se de ninguém. Sua cabeça podia estar em jogo, por pouco não partiu dessa para uma melhor. Por mais que não goste desse mundo, o lar dos homens, ela não deseja morrer tão cedo. Observando ao longe, a sombra de seu irmão sentado sobre a terra próximo do amontoado de pedras que cobre Le
O Asilo do Terror. O carro estaciona a frente de uma construção moderna, um prédio rodeado por enormes gramados verdes e idosos que jogam xadrez sossegados a sombra das árvores, o asilo onde a mãe de Michelle teve repentina vontade espontânea de trabalhar. Sabendo que ela não é mais ela; confuso eu sei; mas, provavelmente, Zanathus não estava a fim de fazer uma boa ação. Algo deve estar escondido nesse lar de idosos. — Antes de mais nada, devemos saber como agir lá dentro — diz Matheus — Eu, já que sou conhecido dos diretores dessa associação, irei forçar um disfarce para a gente. Nós seremos um grupo de jovens que por caridade vieram prestar seu tempo aos pobr
O Manicômio. Os corredores escuros da prisão para loucos se estendem para além do imaginável, não há janelas por onde o ar possa ventilar, o que guarda aquele cheiro de mofo e mijo no ambiente. Não dá para se dizer que tipo de alucinações brotam em sua cabeça a medida que avança por aquele lugar asqueroso. Seria efeito da maluquice? A doença mental que te contagia? Ou apenas, um reflexo da sua própria psique perturbada. Michelle sente seu sangue correr dentro de suas vezes, cada vez mais rápido, a beira de um ataque cardíaco. Não consegue entender como seus colegas continuam plenos enquanto caminham na casa do possível. Seria burrice a dela? O nervosismo, um monstr
O Beijo Mortal. – Zanathus é mais esperto do que parece – começa a primogênita – Ele tem planos mais ardilosos do que possa imaginar. Michelle observa as paredes sujas e descascadas do corredor escuro. Aquele lugar não lhe parecia seguro, nem um pouco acolhedor e muito menos um lugar digno para malucos apodrecerem. – Uma armadilha – continua – Eu não devia estar contando isso. Não posso intervir no destino, mas regras foram feitas para serem quebradas. – Se o destino não quisesse ser salvo, ele não iria te dar o ar da graça de falar – diz Matheus.