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Capítulo Três - Matteo

Parte 2...

Ana...

Nossa, fiquei até feliz em poder sair mais cedo, parece que ele estava adivinhando que eu precisava disso. Foi bom o Sandro ter falado com ele, não sei o que, mas me ajudou.

Pegar o ônibus sempre é chato quando estou com dor na perna porque o degrau é alto e tenho que forçar a perna para alcançar, mas o remédio está ajudando agora porque dói menos do que pela manhã.

Como sempre, o ônibus está cheio, mas não me demoro em pé. Logo um casal desce e eu fui pegar o lugar para me sentar antes que outra pessoa fosse mais rápida. Daqui até o hospital leva pouco mais de meia hora. Se o trânsito estiver mais limpo, um pouco menos.

Terei tempo para ficar com Acácia hoje e isso pra mim é muito bom. Espero que ela hoje esteja em um bom dia porque poderemos intragir melhor.

Alguns dias ela está longe ou então muito cansada e isso prejudica nossos momentos porque ela fica mais fora do ar do que na realidade. É uma pena.

Eu sinto falta de nossas conversas, mas não dá para forçar, a médica já me disse. Tenho que dar tempo ao tempo. Isso vai de acordo com a melhora dela ou piora.

Seria tão bom se eu pudesse melhorar um pouco mais de vida, para poder levar Acácia para um lugar melhor. O hospital onde ela está é bom, mas infelizmente é mantido pelo estado e eles não podem dar uma atenção maior para ela porque tem muita gente necessitando de atenção também.

E foi até uma sorte eu ter conseguido essa vaga para ela porque tinha muita gente que estava precisando também e a fila de espera era grande.

Meu salário é bom, mas eu preciso pagar tanta coisa que ficou de dívida da clínica onde ela estava antes, que agora vou levar mais um ano ou um pouco mais para me livrar das dívidas deixadas. Aí depois disso é que posso pensar em buscar uma clínica particular para ela.

Também não posso levá-la direto para casa porque não tenho como cuidar dela. Não posso ficar sem trabalhar porque senão eu não vou ter como nos sustentar. É muito difícil.

Eu ainda sou feliz por poder cuidar dela, ainda que não da forma certa, porque queria fazer muito mais, só que por agora eu não posso e não quero ficar doida pensando demais nisso ou acabo ficando doente também, aí vai ser pior.

Quando chego no hospital, já vejo que hoje é um daqueles dias, está cheio. Até na calçada já tem gente esperando para ser atendida ou para visitar alguém.

Entro e vou falar com a enfermeira da ala dela. É uma pessoa boa, mas tem dias que está tão atarefada, coitada, que nem tem tempo de reponder as perguntas com calma.

Dessa vez ela me fala por uns minutos, mas logo foi chamada para outra coisa. Eu sigo para o quarto de Acácia, que na verdade ela divide com mais três pessoas. Não dá pra ter um quarto só dela como era antes na outra clínica. Aqui é um hospital público e eles precisam muito de leitos.

Eu entendo isso, mas gostaria que ela tivesse só um cantinho dela para ficar mais sossegada. Acácia sempre foi muito calma e às vezes ela fica agitada por não saber onde está, quando a doença a ataca mais forte. E ainda está apenas no início, mas ainda assim já faz uma diferença grande na personalidade dela.

Quando entrei no quarto, a televisão estava ligada. Ela estava assistindo uma novela da tarde, junto com mais duas pacientes que ficam com ela no quarto. A outra estava fora, fazendo exames.

Dessa vez a peguei um pouco lenta, mas pelo menos está lúcida. Sentei em uma cadeira ao lado dela e falei um pouco com as outras duas mulheres, que também gostam de receber visitas. Realmente ficar internada não é bom e quando se tem um problema sério, é ainda pior porque nunca se sabe quando pode voltar para casa.

Infelizmente, com a vida corrida e com o excesso de egoísmo das pessoas de hoje, muitas vezes os doentes e mais velhos são deixados de lado quando estão em uma situação mais delicada e que precisam de mais atenção. Logo alguém diz que não tem tempo. Ninguém nunca tem tempo.

Eu também sou ocupada, eu também tenho pouco tempo e me aborreço por não poder estar com Acácia e dar a ela o tratamento que precisa. Mas eu tenho esperança de que vou poder fazer isso no futuro. Eu sei que vou conseguir.

Fiquei passando o tempo com ela, conversando sobre a novela, que eu nem mesmo assisto porque estou trabalhando nesse horário, mas se ela gosta de falar disso, pra mim está bem. O importante é que ela fique ativa, converse, se interesse por algo. Isso exercita a mente dela.

O tempo foi passando e quando reparei, já era pouco mais de seis da tarde. Foi muito bom poder ter saído mais cedo hoje e assim vir até o hospital.

Me despedi delas quando a enfermeira chegou com a janta de cada uma. Agradeci a atenção dela porque é bom valorizar o trabalho e até o carinho que esses profissionais têm com as pessoas que estão internadas. Muitas vezes esquecemos de fazer algo tão simples como dizer um obrigada.

Não sei o que deu no meu chefe hoje, mas de qualquer forma, no final foi bom pra mim, já que pude vir ver Acácia. Espero que amanhã ele esteja melhor de humor, porque trabalhar com alguém irritado é horrível.

Se eu puder evitar qualquer tipo de problema ou drama, faço o que for possível. Não tenho saúde emocional e nem física para ficar lidando com situações complicadas, ainda mais se forem criadas por outras pessoas.

Já passei por coisa muito ruim e se hoje eu puder evitar, troco ter razão para ter paz. E trabalhar para Matteo até que está me ajudando com isso. Tem dias que ele está calmo e o trabalho corre bem, mas em outros dias parece que ele me escolhe como vítima porque reclama de tudo, até do que eu não fiz. Parece que é um jeito dele relaxar ou então de se divertir, só que pra mim não é tão divertido assim.

Se ele fosse um amigo ou um colega, com certeza eu diria a ele que esse comportamento me desagrada, mas como é o meu chefe, não posso arriscar meu emprego sendo honesta. Deus me livre ficar sem o salário que ganho.

Vi que o ônibus virou a esquina, então tenho que correr para não perder esse ou vai demorar a passar o próximo. O problema é que hoje eu forcei a perna demais e mesmo tomando um remédio para aliviar a dor, sei que mais tarde vou estar dolorida. Suspiro. É o jeito. É o dia de hoje.

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