— Ália, onde você está? — Grifis procurava por todo o castelo, mas não me encontrava em lugar algum.De repente, lembrou do comunicador. Fez um feitiço, mas o encontrou no criado-mudo.Não só o comunicador ficou, como todos os presentes dele.Isso encheu Grifis de medo.Ele então chamou uma empregada. — Onde a Ália foi encontrada quando desmaiou?— Senhor, ela estava no canto da floricultura, desmaiada.A confirmação deixou Grifis sem forças, desabando numa cadeira.— Senhor, por que voltou? A cerimônia foi interrompida! — Giselle, que o seguira, o alcançou e reclamou.Ao ver a causa de sua perda, Grifis ficou furioso, quase atacando Giselle. — Por que você me seduziu na floricultura?— Agora que a Ália sabe de nós, ela foi embora. O que faço agora?— Alfa, calma. Estou grávida do seu filho. — Giselle, quase sufocada, conseguiu dizer.Pensando na criança, Grifis a soltou.Giselle, assustada, mas contente com minha fuga, pensou que poderia se tornar a Luna da Alcateia Avalora.Mas su
Tarasa ficou encantada com minha chegada, mas furiosa ao saber do que passei, querendo confrontar Grifis imediatamente.Eu a impedi. Se ela fosse, ele descobriria onde eu estava.Ainda não queria vê-lo.Tarasa entendeu. Arranjou uma bela casa para mim, um pequeno castelo à beira-mar.Todos os dias, ao abrir a porta, eu via o mar azul, e meu ânimo melhorava.Tarasa, vendo minha recuperação, pediu que eu a acompanhasse como tradutora em negociações internacionais.Meu pai era embaixador da Alcateia Avalora, e na infância viajei com ele, aprendendo vários idiomas.Aceitei, querendo retribuir sua ajuda.Mal sabia eu que encontraríamos Grifis logo ao sair da cidade.— Por que não o impediram? Eu não disse para o barrar? — Tarasa gritou furiosa com seus subordinados.Só então percebi que Grifis já sabia onde eu estava, mas não conseguia entrar na Alcateia Lumina.Dias atrás, ameaçou atacar a alcateia se não pudesse me ver.Confiante na fortaleza da Alcateia Lumina, Tarasa não cedeu, mas tem
Para evitar que eu ficasse deprimida, Tarasa me levou a lugares belíssimos, e aos poucos recuperei a paz.Um dia, fomos à Alcateia Artheton. Tarasa recusou o convite para um banquete, preferindo me levar a uma cabana secreta nos arredores.Ela estava animada. — Este curandeiro é famoso. Dizem que ressuscita mortos e é especialista em doenças femininas.— Quem sabe ele consegue restaurar seu útero.Ri da ideia, mas não quis desperdiçar sua boa intenção, então a acompanhei.Para minha surpresa, o curandeiro era Estelán, um jovem lobo de cabelos vermelhos.Senti-me constrangida, pois aos 18 anos, a Deusa da Lua não só apontou Giselle como a companheira de Grifis, mas previu meu destino ligado a Estelán.Lembro-me do cabelo vermelho marcante de Estelán, mas ele, imerso em ervas, não me notou.Assim como agora, focado no diagnóstico, sem reconhecer quem eu era.— Infelizmente, seu útero foi removido. — Estelán anunciou calmamente.— Para restaurá-lo, seria necessário um transplante, mas já
Ao chegarmos à Alcateia Avalora, Grifis estava saindo. Ao me ver, ficou radiante.— Ália, você voltou! Prometo nunca mais...— Cale a boca. Não viemos por você. Chame Giselle! — Tarasa interrompeu, gritando.Giselle, grávida, surgiu por trás de Grifis.Sorrindo, provocou: — Luna, veio ver o nascimento do nosso filho?Ignorando-a, mirei meu arco nela. — Giselle, por que você vem enviando lírios para o nosso castelo há três anos, mas desde que engravidou, vem enviando violetas?— É porque não queria inalar o veneno dos lírios e machucar seu bebê?Giselle hesitou. — Não sei do que está falando...Com os olhos marejados, gritei: — Foi você quem matou meus filhos!Vendo minha certeza e emoção, Giselle correu para trás de Grifis.Mas ele não a protegeu. Arrastou-a e deu-lhe um tapa. — Como ousa machucar nossos filhos?Levantei meu arco, pronta para vingar meus filhos. Giselle, em pânico, gritou: — Alfa, salve-me! Estou grávida do seu filho!Minha flecha foi detida por Grifis. Ele, em agonia
Grifis cumpriu a promessa de entregar o minério, mas não de uma vez. Alegando falta de transporte, mandava apenas pequenas quantidades.— Tudo são desculpas! Claro que é para te ver! — Tarasa reclamou. — Ele poderia mandar outra pessoa, mas vem pessoalmente?Não me importei. Não me comovia mais. Se quisesse me agradar, que enviasse o corpo de Giselle.Mas, de algum modo, Giselle adiou o parto além da data prevista.Essas semanas, Grifis, envergonhado, não ousou aparecer, mandando cartas dizendo que o bebê de Giselle estava subdesenvolvido.Com Estelán, observei Giselle de longe. Ele confirmou que não era barriga falsa.Quanto ao atraso, pode ser efeito de medicamentos que prolongam a gestação.— Esses medicamentos não duram muito. — Disse Estelán. — Em dez dias, o bebê deve nascer.A previsão de Estelán estava certa: no nono dia, Giselle entrou em trabalho de parto.Quando o trabalho começou, Grifis mandou me avisar. Corri para confrontar minha inimiga.Mas ao chegar, o bebê já tinha
Grifis, com o bebê nos braços, me alcançou ao embarcar. — Ália, espere!— O que foi? — Sentei na carruagem, olhando-o de cima, sem vontade de conversar.— Ália, veja o bebê. Tão adorável. Sei que sempre quis ser mãe. Não pode... deixar o passado e criá-lo comigo? — Grifis implorou.Chocada com sua desfaçatez, respondi: — Grifis, para mim, ele não é adorável, mas prova da sua traição. Não há mais volta.E parti, com Grifis tentando me seguir, mas o choro do bebê o deteve.Durante o ano seguinte, Grifis ocasionalmente visitava a Alcateia Lumina, mas eu sempre o evitava.Um ano depois, ao comprar com Estelán, encontrei Grifis.— Ália, você vai se casar com ele? — Ao nos separarmos nas compras, Grifis me surpreendeu.Estava sujo, olhos avermelhados, sem a antiga elegância.— Com quem? Com ele?— Com aquele rapaz de cabelo vermelho. Vi vocês comprando alianças. Não é seu companheiro destinado?Fiquei sem palavras. Além de não ter relação com Estelán, Grifis não tinha o direito de questio
Suas palavras absurdas me fizeram desabafar:— Não pense que todos são como você, Grifis. Estelán vai se casar com Tarasa. Só ajudei a escolher as alianças.— Nem todos são como você. Mesmo atraída pelo destino, sei que não posso amar Estelán.— Grifis, não nos conhecemos. Eu não sabia que você me trairia. E você achava que eu faria o mesmo.Olhei para ele, perplexo. — Não somos compatíveis.Depois disso, Tarasa me disse que Grifis nunca mais apareceu na Alcateia Lumina.Logo, soube que, por sua embriaguez, foi deposto. Agora, vagava com o filho, um renegado.— Ouvi que agora, com mãos e pés quebrados, vive de esmolas! — Tarasa relatou, satisfeita.Apenas sorri, sem me alegrar. Para mim, ele era um estranho.Uma semana depois, o casamento de Tarasa e Estelán ocorreu.Ao vê-la de vestido branco, radiante, hesitei, mas a questionei:— Tarasa, tem certeza de que quer se casar com Estelán? Ele não é seu companheiro destinado...Senti-me culpada, pois Estelán deveria ser meu companheiro. Me
No caminho de volta ao castelo, esbarrei sem querer em alguém, mas nem me dei conta de pedir desculpas. Segui em frente, com a mente distante.Na minha cabeça, não conseguia parar de pensar na cena que acabara de presenciar. Aquele homem que me tratava como um tesouro, tão carinhosamente, estava planejando retirar meu útero.Mas ele sabia que meu maior sonho sempre foi ter meu próprio filho!Algumas jovens na rua me lançaram olhares de admiração.— Essa é a Luna da nossa Alcateia Avalora, aquela por quem o alfa abandonou sua companheira destinada.— Ouvi dizer que o alfa convocou os melhores curandeiros do país para cuidar dela quando adoeceu, e até subiu uma montanha prestes a entrar em erupção para conseguir ervas para ela!Antigamente, esses comentários me enchiam de alegria. Agora, sinto um nó na garganta, de tanta vergonha, que quase me faz chorar.Ainda estava na entrada do castelo quando ouvi Grifis gritar furioso lá dentro: — Vocês são um bando de inúteis! Como deixam alguém de