Aiden— Se eu te convidasse para ir conhecer a minha cidade, você aceitaria? — Ok, fui pego de surpresa com essa! — Vai ser legal, Aiden! Eu posso te mostrar o que eu gosto de fazer lá. Cape May é um paraíso. O meu pai me contou que tem uma novidade por lá e quando ele diz isso... — Essa empolgação, essa alegria, o seu desejo de voltar para casa de estar com seus pais. Tudo isso é tão empolgante.— Pode ser — falo e ela para atônita.— Sério? — Dou de ombros.— Vamos ver se Cape May é tudo isso que você fala o tempo todo.— Bom, arrume suas malas, Aiden Cole porque você vai conhecer a parte da minha vida que mais amo nesse mundo. Ai, meu Deus! — Ela vibra e vem para o meu colo, me beijando com frenesi. — Você vai adorar e pedir para nunca mais sair de lá... — Ela tem tantas expectativas em relação a mim e só espero que ela não esteja vendo algo além de nós dois, porque isso eu nunca poderei lhe dar.— Eu... eu preciso dar uma passadinha em casa. — Encontro uma desculpa plausível para
Aiden— E aí, cara, vamos viajar? — Escuto a rapaziada da quebrada dizer com a alegria da alucinação das drogas. Eu sempre me perguntei se elas podiam me ajudar. Até que um dia comprei uma pequena quantidade. Era tão insignificante que até cogitei usar de uma só vez, mas tia Lina a descobriu escondida nas minhas coisas e as suas palavras naquele dia foram como lâminas afiadas penetrando o meu coração. No final do seu sermão ela me perguntou se eu queria me transformar em um zumbi. Um ser oco e sem vida, e assustado apenas meneei minha cabeça fazendo não. Caramba, eu tinha um pouco mais de quinze anos e jamais me esquecerei disso. Lembro-me que jurei para ela nunca chegar perto disso, mas agora me parece tão certo. Consternado, ergo a cabeça para o céu que já começa a clarear.Melissa, será que ela... Que droga, Aiden você não pode! Respiro fundo e penso que ela pode ser o meu porto seguro agora, mas não é justo carregá-la para as minhas merdas.— Eu não vou conseguir! — falo esfregand
Aiden— De que horas será o enterro? — inquiro quando Adelaide para ao meu lado e segura a minha mão que está sobre o caixão.— No final da tarde. — Faço sim com a cabeça em concordância. — Comeu alguma coisa, querido? — Respondo fazendo não. — Não se preocupe comigo, Adelaide, eu não estou com fome.— Aiden, você precisa comer, menino! Fez uma viagem longa até aqui e se bem o conheço, provavelmente nem comeu nada na noite passada também. Se a Lina estivesse aqui...— Mas ela não está! — rebato grosseiramente e vou para o meu antigo quarto. Largo a mochila em qualquer canto e me deixo cair na velha cama de solteiro, encarando o teto em seguida.***No final da tarde após o ensejo no cemitério pilotei a moto por horas pelas curtas estradas da cidade tentando esvaziar a minha cabeça, que parecia querer explodir. Parei em frente a uma praia deserta, me sentei no chão e bebi até perder os sentidos, apagando na areia da praia. Pela manhã acordei com o sol já alto e me forcei a voltar para
MelSabe aquele dia que você sente aquela sensação de que não deve sair da cama? Hoje é um dia desses. Pensando bem direitinho essa manhã já começou bem esquisita para mim e parece que tudo resolveu dar errado. Primeiro, sonhei com o meu ficante de acordo e literalmente caí da cama, soltando alguns gemidos doloridos no ato. Depois me esqueci que mudar a temperatura da água na hora do banho e soltei um senhor grito quando a água gelada bateu na minha pele. O meu secador resolveu não funcionar e para esconder as ondulações dos meus cabelos resolvi prende-los em um coque no topo da minha cabeça e para finalizar, o meu acompanhante de viagem resolvei me dar um bolo. Bom, mas não pense que acabou, porque não acabou, pois nesse instante tem um Ethan ofegante e parado bem na minha frente me olhando como se o mundo inteiro estivesse se acabando.— Onde está o Aiden? — Bom, eu também gostaria de saber. Ralho mentalmente.— Ah, como pode ver, ele não está aqui — digo o óbvio fazendo cara de Am
Mel— Mãe? Pai? — falo assim que os vejo e largo a minha mala para correr ao encontro dos dois. — Ai que saudades! — sibilo em meio ao abraço.— Também estávamos cheios de saudades, filha! — Mamãe fala assim que ambos se afastam. — Como foi a viagem?— Eu dormi a maior parte do tempo. — Sério? — Ela envolve a minha cintura e o meu pai vai buscar a mala largada lá atrás.— Pensei ter dito que traria um amigo. — Ele comenta assim que nos alcança e logo seguimos para a saída do prédio.— Não deu certo. Parece que ele teve um problema. — Então, sobre a minha relação com os meus pais, ela sempre foi bem aberta. Eles não escondem nada de mim e eu não escondo nada deles... exceto o fato de Aiden ser um amigo ficante de acordos. Então sim, eles sabiam sobre a vinda do Aiden e espero que eles não queiram saber mais detalhes sobre esse “amigo” porque eu realmente não sei nada relevante sobre ele.— Que pena! Espero que ele esteja bem! — Eu também. Digo em pensamentos. O caminho para a casa dos
MelDesde que me entendo por gente eu nunca visitei uma danceteria na minha cidade e isso por dois motivos. Primeiro eu era menor de idade e segundo os meus pais nunca me deixaram vir. E quando finalmente alcancei a maior idade estava envolvida demais com os trabalhos do meu pai, e por fim, fui para a faculdade. A minha primeira experiência com a bebida e dança foi com a Abby e a nossa turma, embora meus pais me fizeram diversos lembretes como nunca aceitar bebidas de estranhos. Acredite, eu aprendi essa lição. A casa noturna não difere muito das casas da cidade grande. As luzes néon, a fumaça de gelo, o bar movimentado. Tudo está aqui, só que de maneira mais simples. A música alta é tão contagiante quanto, porém, me sinto como um peixe fora d'água aqui. Bobagem, Melissa, eles são seus amigos assim como os outros. Ralho comigo mesma e deslizo os meus olhos pela multidão de jovens animados a procura de Larissa.— Olha só, você veio! — E aí está ela! Penso quando escuto o seu grito espa
Mel— O nome dele é Aiden Cole. Ele estuda direito e tem toda uma vida programada. Mas é bem problemático, então...— Drogas?— Não! Quer dizer, eu não sei exatamente qual é o problema dele, mas tenho certeza de que não envolve drogas. — Ele meneia a cabeça.— Então, está apaixonada? — bufo audivelmente.— Não sei. Eu acho que... sim. Quer dizer, não tenho certeza.— Está confusa.— É.— Entendi. — Papai suspira baixinho e eu volto a fitá-lo. — Só me promete que não deixar esse sentimento te derrubar nunca, filha.— Eu não vou!— Não importa o que aconteça?— Eu prometo!— Ótimo! — Ele me abraça e beija o topo da minha cabeça.***... Que tal uma noite de cinema só com as garotas?Essa foi a primeira mensagem que eu vi assim que liguei o telefone que me obriguei a desligar pelo resto do dia e sorri. Abby está me salvando e nem sabe disso. Portanto, enviei uma confirmação de volta, prometendo levar a pipoca e corre para o banheiro. A viagem de Cape May até nova York com os meus pais fo
MelNo dia seguinte eu entrei na faculdade de cabeça erguida ao lado dos meus verdadeiros amigos e me forcei a todo custo não o olhar, embora fosse algo impossível já que a maneira como se vestia chamava a atenção de todo mundo. Jeans preto, camisa e casaco com capuz da mesma cor e os malditos óculos escuros que escondem todas as verdades dos seus olhos. Mas era como se estivesse usando um cabresto também, porque ele mantinha o seu olhar sempre para frente. Uma coisa bem estranha, ele não estava mais enturmado e isso também era preocupante, porque estava sempre sozinho.— O que está fazendo? — Abby inquire baixo e áspero me cutucando e eu me ajeito na cadeira desviando os meus olhos para ela.— Nada! — resmungo no mesmo tom me sentindo incomodada.— Você estava olhando para ele, Melissa!— Não, eu não estava! — Quanta maturidade hein, Dona Melissa Jones! Ralho comigo mesma e bufo baixinho.— É claro que estava! — Reviro os olhos.— A aula! — advirto-a e me forço a me concentrar.Do qu