MelEu sempre fui uma garota espaçosa, no bom sentido, claro. Se é que expulsar as pessoas da minha cama enquanto durmo tem um bom sentido. O meu pai sempre brincou com esse meu lado um tanto egoísta. Ele costuma dizer que no dia que eu me casar precisarei de uma cama sobre medida e ainda assim o meu marido corre um sério risco de dormir na beirada do colchão. Acho que ele não podia estar mais errado, porque dividir uma cama de solteiro com o Aiden por uma noite inteira provou o contrário da sua tese. Após chegarmos ao dormitório na noite passada, ele gentilmente me ajudou um com banho e devo dizer que os carinhos que fez durante esse ato me deixou completamente ansiosa por mais e sim, fizemos amor. Ai meu Deus, eu pensei que essas coisas só aconteciam nos filmes, mas acredite, aconteceu comigo! A sua boca estava por todas as partes do meu corpo, mas ela não me devorava como das outras vezes. Os beijos que saiam dela eram cálidos, lentos, preguiçosos e ardentes. Aiden não teve pressa
Mel— Ei, o que pensa que vai fazer? — A faço parar na metade do caminho.— Dizer umas poucas e boas para essa...— Não.— Não? Como assim, não?— Deixa que eu mesma dou o troco, Abby, está bem?— Melissa...— Abby, se você fizer isso, a coisa pode piorar para o meu lado — insisto quando ela pensa em protestar. Ela encara os meus olhos e parece refletir sobre as minhas palavras.— Tudo bem, mas só porque você pediu. Vamos para a sala antes que eu quebre uma certa carinha sorridente! — Irritada a minha amiga segura a minha mão para adentrarmos o corredor e propositalmente ela esbarra na loira, derrubando todos os seus materiais no chão. — Reviro os olhos. Qual a parte do, deixa pra lá que ela não entendeu?— Ei, garota, por acaso você é cega? — Brenice rosna e Abby para bruscamente de andar.— Abby, por favor! — sibilo baixinho, mas a garota sorri e gira nos seus calcanhares, encarando a loira ácida com sarcasmo.— Desculpa, eu não entendi! O que disse?— Oh, meu Deus, além de cega é s
AidenMe lembro da minha primeira semana na casa da minha tia Lina. Sempre que a noite chegava e eu me deitava na cama para dormir tinha a sensação de que aquela porta se abriria a qualquer momento e que ele passaria por ela. Exausto, em algum momento eu adormecia com os meus medos e acordava aos gritos e choros. Os braços de tia Lina me confortaram por dias e dias, até ela resolver me dar um presente. Um apanhador de sonhos. Ela me explicou que ele era como um amuleto especial que protegeria o meu sono durante a noite e que nunca mais teria pesadelos. E funcionou, mas por pouco tempo, depois tive que aprender a conviver com eles. Mas não com ela. Desde que começamos a dormir juntos não tenho tido pesadelos e quase não tenho tempo para me atormentar com as minhas malditas lembranças. Melissa Jones se tornou o meu apanhador de sonhos. Desperto dos meus devaneios quando escuto o som da sua risada baixa quando as pontas dos meus dedos deslizam por uma parte do seu abdômen. Eu aprendi a a
Aiden— Se eu te convidasse para ir conhecer a minha cidade, você aceitaria? — Ok, fui pego de surpresa com essa! — Vai ser legal, Aiden! Eu posso te mostrar o que eu gosto de fazer lá. Cape May é um paraíso. O meu pai me contou que tem uma novidade por lá e quando ele diz isso... — Essa empolgação, essa alegria, o seu desejo de voltar para casa de estar com seus pais. Tudo isso é tão empolgante.— Pode ser — falo e ela para atônita.— Sério? — Dou de ombros.— Vamos ver se Cape May é tudo isso que você fala o tempo todo.— Bom, arrume suas malas, Aiden Cole porque você vai conhecer a parte da minha vida que mais amo nesse mundo. Ai, meu Deus! — Ela vibra e vem para o meu colo, me beijando com frenesi. — Você vai adorar e pedir para nunca mais sair de lá... — Ela tem tantas expectativas em relação a mim e só espero que ela não esteja vendo algo além de nós dois, porque isso eu nunca poderei lhe dar.— Eu... eu preciso dar uma passadinha em casa. — Encontro uma desculpa plausível para
Aiden— E aí, cara, vamos viajar? — Escuto a rapaziada da quebrada dizer com a alegria da alucinação das drogas. Eu sempre me perguntei se elas podiam me ajudar. Até que um dia comprei uma pequena quantidade. Era tão insignificante que até cogitei usar de uma só vez, mas tia Lina a descobriu escondida nas minhas coisas e as suas palavras naquele dia foram como lâminas afiadas penetrando o meu coração. No final do seu sermão ela me perguntou se eu queria me transformar em um zumbi. Um ser oco e sem vida, e assustado apenas meneei minha cabeça fazendo não. Caramba, eu tinha um pouco mais de quinze anos e jamais me esquecerei disso. Lembro-me que jurei para ela nunca chegar perto disso, mas agora me parece tão certo. Consternado, ergo a cabeça para o céu que já começa a clarear.Melissa, será que ela... Que droga, Aiden você não pode! Respiro fundo e penso que ela pode ser o meu porto seguro agora, mas não é justo carregá-la para as minhas merdas.— Eu não vou conseguir! — falo esfregand
Aiden— De que horas será o enterro? — inquiro quando Adelaide para ao meu lado e segura a minha mão que está sobre o caixão.— No final da tarde. — Faço sim com a cabeça em concordância. — Comeu alguma coisa, querido? — Respondo fazendo não. — Não se preocupe comigo, Adelaide, eu não estou com fome.— Aiden, você precisa comer, menino! Fez uma viagem longa até aqui e se bem o conheço, provavelmente nem comeu nada na noite passada também. Se a Lina estivesse aqui...— Mas ela não está! — rebato grosseiramente e vou para o meu antigo quarto. Largo a mochila em qualquer canto e me deixo cair na velha cama de solteiro, encarando o teto em seguida.***No final da tarde após o ensejo no cemitério pilotei a moto por horas pelas curtas estradas da cidade tentando esvaziar a minha cabeça, que parecia querer explodir. Parei em frente a uma praia deserta, me sentei no chão e bebi até perder os sentidos, apagando na areia da praia. Pela manhã acordei com o sol já alto e me forcei a voltar para
MelSabe aquele dia que você sente aquela sensação de que não deve sair da cama? Hoje é um dia desses. Pensando bem direitinho essa manhã já começou bem esquisita para mim e parece que tudo resolveu dar errado. Primeiro, sonhei com o meu ficante de acordo e literalmente caí da cama, soltando alguns gemidos doloridos no ato. Depois me esqueci que mudar a temperatura da água na hora do banho e soltei um senhor grito quando a água gelada bateu na minha pele. O meu secador resolveu não funcionar e para esconder as ondulações dos meus cabelos resolvi prende-los em um coque no topo da minha cabeça e para finalizar, o meu acompanhante de viagem resolvei me dar um bolo. Bom, mas não pense que acabou, porque não acabou, pois nesse instante tem um Ethan ofegante e parado bem na minha frente me olhando como se o mundo inteiro estivesse se acabando.— Onde está o Aiden? — Bom, eu também gostaria de saber. Ralho mentalmente.— Ah, como pode ver, ele não está aqui — digo o óbvio fazendo cara de Am
Mel— Mãe? Pai? — falo assim que os vejo e largo a minha mala para correr ao encontro dos dois. — Ai que saudades! — sibilo em meio ao abraço.— Também estávamos cheios de saudades, filha! — Mamãe fala assim que ambos se afastam. — Como foi a viagem?— Eu dormi a maior parte do tempo. — Sério? — Ela envolve a minha cintura e o meu pai vai buscar a mala largada lá atrás.— Pensei ter dito que traria um amigo. — Ele comenta assim que nos alcança e logo seguimos para a saída do prédio.— Não deu certo. Parece que ele teve um problema. — Então, sobre a minha relação com os meus pais, ela sempre foi bem aberta. Eles não escondem nada de mim e eu não escondo nada deles... exceto o fato de Aiden ser um amigo ficante de acordos. Então sim, eles sabiam sobre a vinda do Aiden e espero que eles não queiram saber mais detalhes sobre esse “amigo” porque eu realmente não sei nada relevante sobre ele.— Que pena! Espero que ele esteja bem! — Eu também. Digo em pensamentos. O caminho para a casa dos