Acordo com o dia ainda claro, fico mais alguns minutos na cama me preparando mentalmente para o questionamento da minha mãe, afinal ela notou algo e não vai deixar isso passar com certeza.
Após alguns minutos arrumo coragem e então saio da cama, vestindo apenas uma calça legging e uma camiseta branca com os cabelos amarrados em um coque bagunçado, desço a escada e vejo minha mãe sentada tomando a sua famosa xícara de chá-inglês, ela nunca perde esse costume, sim, a minha mãe é britânica e esse costume a acompanha até hoje.
Ela me olha e vejo um misto de preocupação e ansiedade, o que me deixa um pouco estranha, não sei o porquê.
— Filha, que bom que acordou, como não almoçou junte-se a mim no chá. — Fala me dando um sorriso acolhedor.
— Claro, mãe, eu ia pedir um lanche, mas está ótimo esse bolinho. — Falo enquanto me sento ao seu lado para colocarmos a conversa em dia, mesmo porque sei que este é o motivo principal para esse convite.
— Heather meu amor, vejo que você voltou de Paris com um olhar diferente, feliz, o que aconteceu? Eu deveria saber? — Pergunta me olhando profundamente, como se estivesse querendo ler a minha mente.
— Não é nada mãe, apenas me diverti bastante. — Tento desconversar, mas sei que não vou conseguir escapar disso.
— É bom mesmo filha, mesmo porque seu pai e eu precisamos conversar com você, é algo sério...
— Tem algo a ver com a empresa mãe? Notei que o advogado estava aqui mais cedo e não parecia muito feliz, seja lá com o que for...
— Espere seu pai vir filha, a conversa é séria.
Engulo em seco as palavras da minha mãe, tenho a impressão que a coisa não é tão simples, e com certeza tem alguma bomba vindo aí, então apenas tento me manter o mais calma possível.
— Onde está o papai?
— No escritório, mas aconselho você a deixá-lo lá e esperar ele sair por conta própria, não o chame...
— Mãe, o que está me escondendo?
Assim que as palavras saem da minha boca, eu me arrependo ao ver o rosto da minha mãe ficar pálido e fico ainda mais angustiada.
Após me aproximar um pouco mais da minha mãe, escuto a porta do escritório ser aberta e meu pai surge nos olhando com um olhar complicado...
— Filha, o que aconteceu? — Meu pai pergunta enquanto corre na nossa direção, mas vejo ele relaxar quando se aproxima.
— Pai, eu não sei, ela estava falando comigo e...
— Anthony, não é nada, acho que deveríamos conversar com a Heather, ela precisa saber...
Vejo meu pai suspirar enquanto olha para minha mãe e depois vai ao bar e coloca uma dose de whisky sem gelo e toma de uma vez, o que não costuma acontecer com frequência, conheço bem o meu pai e sei que ele está tentando se preparar para seja lá o que tem a me dizer.
— Se tem algo importante que eu deveria saber, acho que é melhor me contarem de uma vez, não quero ficar no escuro, eu vi o nosso advogado aqui hoje quando cheguei e sei que tem algo de errado, que tal abrirem logo o jogo? — Falo um pouco mais algo mesmo porque não estou gostando de todo esse suspense.
— Tudo bem, tudo bem, vamos sente-se, Heather. — Meu pai fala e logo em seguida pede que uma das empregadas traga mais chá e eu encaro meu pai.
Alguns minutos depois e com o chá servido, ele me encara por alguns segundos.
— Filha, eu pedi para você voltar da viagem porque a situação da nossa empresa está complicada, e eu tentei de todas as formas resolver a situação, mas infelizmente não consegui por meios normais... Se não resolvermos a situação teremos que declarar a falência da nossa empresa, a Asper Technology deixará de existir...
— Não podemos deixar isso acontecer pai, precisamos fazer algumas coisas, tem que ter um jeito. — Falo assustada, afinal eu sempre vivi muito bem graças a nossa empresa e como o meu pai a administrou desde sempre.
— Eu sinto muito filha, mas eu já tentei, nós já tentamos...
— Pai, eu posso trabalhar e ajudar no que for preciso, eu- eu...
— Filha, eu sinto muito, mas tem uma forma de salvar a nossa empresa, mas...
— O que está me escondendo pai?
— Eu sei que sempre foi contra o casamento, mas... mas... — Ele fala enquanto baixa um pouco o olhar.
— Pai... — Falo já alterando a minha voz, não estou gostando do rumo que as coisas estão tomando e meu pai está muito nervoso para falar e sei que isso não é nada bom.
— Eu tenho um amigo, e ele está disposto a investir na empresa filha, seria a nossa salvação, entende...
— Pai, nem vem, eu não pretendo casar, não ainda, e o pior para salvar a empresa, sem chance, se essa é a possibilidade pode decretar falência, eu não vou casar, não mesmo... — Falo já bastante irritada.
— Eu nem falei nada ainda, Heather, pensa filha, não é de todo ruim, é apenas um acordo e depois você pode separar.
— Pai, o senhor me fez voltar de Paris por causa disso? Pela possibilidade de me trocar por dinheiro? É isso que eu sou para você pai? Uma moeda de troca? Quanto é que eu estou valendo no mercado de ações? Me fala pai. Me fala? Qual é o meu valor? — As palavras escapam da minha boca ao mesmo tempo que a decepção se instala dentro de mim, e as lágrimas rolam pelo meu rosto, tamanha a dor que estou sentindo neste momento.
Assim que termino de falar sinto um tapa no meu rosto, o clima fica ainda mais pesado, minha mãe levanta e vem na minha direção enquanto olha meu pai nos olhos, dando -lhe um olhar de reprovação e vejo raiva nos seus olhos...
— Filha se acalma, seu pai não quis dizer isso. — Tenta acalmar a situação, mas eu já não consigo mais me controlar.
— Eu acabo de voltar de uma viagem a mando do senhor, meu pai, e é isso que me espera em casa? — Agora as lágrimas já rolam descontroladas no meu rosto tamanha a raiva, decepção, me solto dos braços da minha mãe e saio batendo a porta, mas sou impedida de sair pelos seguranças.
Caminho até a garagem e entro, vejo que o meu carro está com a porta aberta e entro, fico alguns minutos sentada tentando entender o porquê meu pai fez isso, nem preciso saber de quem ele estava falando, não tenho o menor interesse nessa negociação, sem chance que esse casamento aconteça, é impossível essa possibilidade...
Com a cabeça recostada no banco e com os olhos fechados, repasso mentalmente a conversa com o meu pai, tento encontrar alguma falha, mas é em vão, os minutos passam e sinto-me exausta, o meu dia não poderia ser pior, respiro fundo e decido voltar para casa, melhor, para o meu quarto, mesmo porque já não quero ver e nem ouvir ninguém.
Assim que saio, vejo o motorista do meu pai me olhando com carinho, caminho até ele e me jogo nos seus braços.
— Thomas, você já sabia desses planos do meu pai? — Pergunto enquanto sinto sua mão me fazer carinho na cabeça e escuto ele suspirar e entendo que sim.
— Era isso que você quis dizer com meu noivo, não era? — Pergunto me afastando do seu peito e ele me olha suspirando mais uma vez.
— Heather minha menina, você sabe que eu não posso e nem devo me meter nos assuntos da sua família, mas mesmo assim, acho que você deve escutar seu pai, para o seu bem...
— Thomas, não acredito que você também concorda com essa sandice do meu pai.
— Heather, você está de cabeça quente, mas depois que você relaxar e conversar com a sua mãe pode mudar de ideia...
— Thomas eu...
— Heather, me escute, pelo que escutei o advogado falar, a situação não é boa, e seu pai não sabe mais o que fazer...
— Thomas, eu não quero falar sobre isso, eu vou para o meu quarto, me trancar e quem sabe consigo descansar um pouco.
— Tudo bem, Heather, você precisa mesmo descansar, sei que o que você acha que já descobriu te deixou bem chateada, eu te conheço menina, então vai, descansa, e quem sabe você chama o seu amigo, já avisou ele que você voltou? — Me pergunta me olhando com expectativa.
— Ainda não liguei para o Thomaz não, mas ele já deve saber, o pai dele estava aqui quando eu cheguei. — Dou de ombros e após dar mais um abraço volto para casa, assim que entro vejo meu pai bebendo mais uma dose, o olho por alguns segundos e vou na direção da escada.
— Heather, precisamos continuar essa conversa...
— Já chega pai, já lhe disse que não vou ser usada nos seus planos, não insista, e nem mande ninguém me chamar, estou indo dormir, descansar. — Falo e em seguida subo a escada correndo me trancando em seguida no meu quarto.
Era só o que me faltava, ser usada em uma transação empresarial...
Não consigo acreditar que o meu pai fez isso comigo, não, eu não consigo, é demais para mim, olho no relógio e vejo que passa das vinte e uma horas, penso por mais alguns minutos, é final de semana e a noite está começando a ganhar vida, respiro fundo e depois de mais alguns minutos pego meu telefone e ligo para o Thomaz, ele cresceu comigo e sempre está disposto a sair comigo, se divertir, mas às vezes tenho a impressão que ele quer mais que a minha amizade, mas não costumo alimentar essa esperança, mesmo porque tenho ele apenas como um amigo leal, posso até dizer “o meu melhor amigo homem” ou até mesmo o irmão que não tenho. — Alô! — atende no primeiro toque. — Oi Thomaz, é a Heather… — Eu sei, meu pai disse que você voltou, estou feliz de ter a minha amiga de volta. — Fala e escuto um suspiro do outro lado da linha. — Eu estou pensando em ir em alguma balada, vamos? — Não acho que seja uma boa ideia Heather, e sem falar que você acabou de voltar, eu… — Relaxa, Thomaz, eu preci
HeatherApós quarenta minutos dentro do carro com o Tom dirigindo e eu já perdendo ainda mais o pouco da paciência que ainda me resta, finalmente paramos em frente a um prédio que eu ainda não conheço, a fachada toda em vidro e que não demostra ser em nada uma boate, encaro Thomaz que me olha sorrindo.— Vamos Heather, a noite vai ser divertida, garanto. — Fala me olhando com: "carinho"?Tom estaciona o carro e abre a porta dando a volta no carro, me surpreendo com o cavalheirismo dele ao abrir a porta apara mim e me estender a mão, o carinho dele e evidente, e isso não escapa aos meus olhos.— Vamos, precisamos subir.— Fala ao me puxar colando os nossos corpos e sinto um calor gostoso entre nós.Entre brincadeiras e abraços chegamos a entrada e vejo os seguranças parados na porta, mas assim que nos aproximamos vejo Tom balançar a cabeça para os seguranças e em seguida entramos sem sermos barrados.— Parece que você já é bastante conhecido aqui, não é mesmo Tom? — Falo o encarando e e
HeatherTom se aproxima de mim com a bebida em sua mão, pelo jeito já perdeu o sabor, mesmo porque assim que ele alcança a mesa deposita a sua bebida em cima me fazendo erguer uma sobrancelha e ele rir enquanto estende a mão na minha direção, um convite claro para a dança que eu claro não recuso, mesmo porque eu vim para me divertir e não vai ser um sem escrúpulos como Axel Miller que estragará a minha noite.Aproveito a proximidade do corpo de Tom e coloco minha mão sob o seu peito, sinto ele enrijecer um pouco, mas tenta disfarçar se entregando a dança ao momento.Começa a tocar uma música um pouco mais lenta que eu não entendo o porquê, mas vejo um risinho no seu rosto, a satisfação está estampada ali.Ele toca a minha cintura me puxando ao encontro do seu corpo, e começamos a dançar em um ritmo mais lento, apoio a cabeça no seu peito e sinto ele descer um pouco mais a mão da minha cintura para a minha bunda, e como estou com o rosto enterrado no seu peito ele não vê a satisfação
HeatherFecho os olhos e respiro fundo tentando não pensar no cara que está com as mãos em mim, preciso dar um jeito de me livrar dele, sei perfeitamente que ele não vale nada, e tão pouco uma noite para diversão.Continuo dançando e tentando de alguma forma me livrar dele, mas sinto suas mãos subindo e alcançando os meus seios e o melhor que eu posso fazer é tentar me afastar, alguns segundo depois consigo me virar na sua direção e sem ele esperar estendo a mão e lhe dou um tapa no rosto deixando ele confuso, cara abusado, como ousa interromper a minha diversão, em seguida vou na direção do banheiro feminino, com certeza lá ele não vai me infernizar.Os minutos passam e após jogar um pouco de água no rosto e conseguir me acalmar, saio, mas sou presa contra a parede, co olhos irradiando raiva, ele me olha.— Como ousa me bater, quem você pensa que é garota? — Pergunta entredentes e vejo que ele está tentando se controlar.— Me solta, você não tem o direito de colocar essas suas mãos i
Na pista de dança me aproximo dela colocando as minhas mãos na sua cintura, vejo que ele se sentou irritada com a minha ousadia, mas ignoro, e mantenho as mãos onde estão, eu a quero e eu a terei.A loirinha sabe dançar e provocar, gosta de deixar os homens babando no seu corpo curvilíneo enquanto sobe e desce, rebolando o seu corpo sensual até o chão.A noite segue e eu não paro com as minhas investidas, mesmo após levar alguns bola-fora, a loirinha tem a língua afiada, e eu amo isso, adoro um desafio, mesmo porque o não eu já tenho, então vamos em busca do sim e claro que vou amar domar essa fera na cama, ou não me chamo Axel Miller.Algumas tentativas depois e consequentemente negativas da parte dela, decido dar um tempo no bar da área VIP, assim que me aproximo escuto ela pedindo um gim tônica, o que me deixa aberto a provocar a fera, e claro que eu faço, deixando ela ainda mais irritada, notei que esse é o efeito que eu causo nela e é claro que vou usar e abusar desse poder, aind
Axel Logo após tomar um porre saio da boate com o Paul me encarando com uma cara péssima, sigo para onde o meu carro está estacionado, mas antes mesmo de entrar sou interrompido por ele. — Tá achando que está em condições de conduzir Axel? Cara você bebeu todas, nunca te vi beber tanto assim. — Fala com cara de nojo. Me dá as chaves, vou chamar um táxi, assim não corremos o risco do mais novo CEO da Miller's Corporation sofrer algum acidente. — Não enche Paul, não hoje. Sem opção vejo o Paul chamar um táxi, e alguns minutos depois estou entrando, após passar o endereço, encosto a minha cabeça no apoio e fecho os olhos, a imagem da loirinha aparece na minha mente, eu mereço, agora vou ficar pensando na foda não realizada, era só o que eu m e faltava... Mal percebo quando o táxi frente ao meu prédio, e após ser avisado pelo motorista que chegamos, abro os olhos e após pagar a corrida saio do carro parando em frente ao portão de entrada, que sem demora é aberto, entro e assim que ch
AxelEssa loirinha me paga, eu ainda vou a encontrar e vou fazer ela me pagar pelo mau-humor que eu me encontro, sim, estou irritado com o passa-fora de ontem, por ter me deixado de pau duro e sem chances de chegar mais perto e ainda mais o Paul sabe disso, por isso aproveitou para aparecer aqui logo que cheguei me encher a minha paciência com os dizeres ridículos dele.Assim que termino de falar com a minha secretaria, deixando ela igual uma estátua em pé no meio do caminho, passo por ela sem pensar duas vezes e caminho até o elevador, ainda olho para trás e parece que finalmente ela se deu conta que precisa trabalhar e começa a se mover rapidamente pegando alguns relatórios que ainda estavam na sua mesa e caminha na minha direção, quando o elevador está quase fechando as portas ela entra ofegante com os documentos e eu apenas a encaro por alguns segundos.— Não precisa levar isso até a sala de reuniões, quando sair do elevador, vai fazer o meu café e depois leva para mim, e vai comp
Anthony CampbellHoje é o dia do jantar com o meu amigo Edward, da última vez notei que o filho dele nem ao menos o deixou falar, se irritou e saiu nos deixando sozinhos, ele ficou sem graça, mas tentei aliviar o clima pesado que se instalou no lugar e levamos a conversa para outro nível, mas pelo que percebi Axel Miller tem um gênio difícil e faz jus a fama que tem conquistado dia após dia a frente da empresa como um CEO frio, sem coração e que esmaga os seus concorrentes sem dar nenhuma oportunidade de defesa, Edward mesmo que não fale se sente orgulho pelo CEO que o seu único filho se tornou, mas quanto ao homem tenho as minhas dúvidas, e infelizmente é com esse homem que ele exige um acordo de casamento com a minha filha.Depois que eu acordo e um pouco antes de sair para a empresa, converso com a minha esposa que não concorda muito com isso, mas que sabe que estou com as mãos atadas diante da situação da nossa empresa, deixo ordens claras que ela não deve deixar Heather sair e lo