É uma longa viagem, já faz quase sete horas que estou dentro do avião, apesar de estar na primeira classe, e por mais confortável que seja e eu goste, já estou cansada, Charles tem se mostrado um cavalheiro, conversando quando estou com vontade, e quando não, respeitando o meu espaço, meu silêncio, confesso que estou gostando bastante da sua companhia, uma pena que no aeroporto mesmo iremos nos separar.
Fecho mais uma vez os olhos e quando estou quase cochilando escuto o som da sua voz ao pé do meu ouvido.
— Quero te encontrar mais algumas vezes, Heather, não me mantenha longe de você ok.
Dou um sorriso ao escutar as suas palavras e pouco depois escutamos o aviso do piloto que já estamos em solo americano e a inquietação me toma, não sei porque, mas tenho a impressão que o meu pai está tramando alguma coisa pelo tom de sua voz na ligação.
Já é manhã quando finalmente o avião toca a pista de pouso e assim que saio do avião acompanhada por Charles, caminho na direção do despacho de bagagens com ele sempre ao meu lado, quem olha pensa que somos um casal, que coisa hein, rsrs.
Assim que pego a minha bagagem finalmente me despeço dele com um abraço e mais uma vez ele sela os nossos lábios, um último beijo, assim que nos afastamos sinto um aperto no peito, sei que foram apenas algumas transas casuais, mas eu amei, e gostaria de encontrar com ele mais algumas vezes e repetir a dose, depois que trocarmos telefone, o vejo caminhando na direção do estacionamento e um sorriso se forma no meu rosto. "Heather, Heather, deixa de ser boba menina, com certeza ele tem muitos outros casinhos por aí, tu é apenas mais um, e bem que valeu a pena, rsrs…" — Falo comigo mesma em pensamentos e começo a caminhar em direção à saída, onde o motorista do meu pai já me espera.
— Bom dia, senhorita, seja bem-vinda. — Fala de forma profissional, que eu detesto e ele sabe disso, então apenas vou até ele e o abraço.
— Bom dia senhor Thomas, não precisa me tratar assim, você me viu crescer, tem todo o meu carinho, sabe disso.
Vejo um sorriso se formando no seu rosto ao escutar minhas palavras e retribui o abraço.
— A senhorita está cada dia mais linda, com certeza é o orgulho do seu pai, seu futuro esposo ficará muito feliz.
Assim que as palavras saem de sua boca, percebe que falou demais ao ver meu olhar de indagação, mas disfarça da melhor maneira que consegue.
— Thomas, como assim, meu futuro esposo? Você sabe perfeitamente que eu não tenho essa intenção, não passa pela minha mente casamento, não agora. Estou muito nova para isso, não acha? Hahahaha!
— Não ligue para o que esse velho diz senhorita, coisas de velho. Assim que termina de falar dá um sorriso sem graça e eu tenho a impressão que ele está me escondendo mais alguma coisa, mas sei perfeitamente que ele não falará mais nada, terei que descobrir quando chegar em casa.
O caminho para casa é de bastante conversa, o senhor Thomas me coloca a par de tudo que pode, mas vejo que ele se mantém muito inquieto, enquanto não pode falar e me pergunto o que meu pai aprontou.
Após quarenta minutos estamos chegando na frente dos grandes portões de ferro forjado preto, a segurança reforçada como sempre, após ter a autorização finalmente entramos e depois de mais um tempinho o carro para na entrada da porta aberta e então vejo o meu pai parado em frente com um sorriso no rosto.
— Bem-vinda de volta ao lar, minha Heather, minha princesa. — Meu pai fala enquanto me envolve em seus braços, um abraço forte, quente, saudoso.
— Tá bom pai, chega, rsrsrs, onde está a mamãe? — Pergunto estranhando o fato dela não estar na entrada da casa, algo que é corriqueiro para ela sempre que eu volto para casa após alguma viagem.
— Estou aqui, meu Raio de Sol... Vem ao meu encontro e começa a chorar enquanto me abraça forte.
— Filha não deveria ficar tanto tempo longe de casa meu amor, meu coração fica apertadinho sempre que você faz essas viagens longas.
Após mais alguns minutos em um momento nostálgico finalmente entro em casa, olho tudo ao redor e parece estar tudo normal, mas vejo que também o advogado da empresa está presente, algo corriqueiro afinal ele vem à nossa casa com bastante frequência, mas sinto que tem algo de errado ele me olha por bastante tempo e engole em seco.
— Filha, conte-me sobre a sua viagem. — Minha mãe fala tentando amenizar o clima na sala e eu coloco o meu melhor sorriso.
— Como eu disse antes, mãe, não fui para Dubai, estava em Paris, então a senhora já sabe, a cidade luz é maravilhosa e com a companhia da Sophie tudo fica melhor. — Falo alto, mas, na verdade, meu pensamento vai para o meu encontro com o Charles e esboço um sorriso que não passa despercebido pela minha mãe.
— Mãe, como o pai sabia que eu estava em Paris e não em Dubai? — Pergunto porque ainda não tinha conseguido entender.
— Simples filha, seu cartão, cada compra que você fez.
Dou um sorriso sem graça.
— Mãe, eu preciso descansar um pouco, a viagem apesar de confortável é cansativa, preciso de um banho urgente.
Logo após deixar minha mãe na sala na companhia do advogado, volto para o meu quarto e começo a abrir a minha mala, mas depois deixo de lado e decido tomar um banho, o que me faz muito bem e depois de uns trinta minutos relaxando me jogo na cama sentindo o meu corpo se acomodar, os pensamentos voam, as lembranças dos últimos dias em Paris, das mãos de Charles no meu corpo, as sensações que ele me proporcionou, cada canto do meu corpo que ele tocou, é como se ainda sentisse a respiração ofegante dele meu pescoço, com essa sensação acabo adormecendo.
No escritório
Anthony Campbell
— Tem certeza que não pode fazer mais nada, meu amigo? — Pergunto ao meu advogado na esperança dele ter uma solução melhor.
— Como eu disse antes, a situação está ficando cada vez mais complicada, as contas não batem mais, e estão executando a dívida, eu tentei argumentar, mas não tive chance, eles não querem aumentar mais o prazo, essa é a única solução.
— Mas não queria envolver a minha princesa nisso, sei que já falei com o Miller, dei a minha palavra a ele e ele concordou em me ajudar, mas eu ainda tinha uma pequena esperança, não acho que um casamento seja a solução, mas foi o que ele impôs.
— Não temos mais tempo, a coisa ficou ainda mais séria, eles estão dispostos a esperar esse último prazo, um mês foi o prazo final e isso porque o Miller já começou a espalhar sobre a união das famílias...
Que seja, vou me preparar para encarar a Heather, sei que ela vai ficar furiosa quando souber, eu conheço bem a minha preciosa filha! — Suspiro já imaginando a reação da minha filha, que sempre foi avessa a casamento, ainda mais jovem como é, e o pior com o Axel Miller, um rapaz que ela já conhece muito bem a fama, através das revistas, mesmo porque ele faz questão de estar em cada capa de revista com uma mulher diferente e mesmo sem o conhecer pessoalmente, ela já o detesta, é avessa a ele devido à sua frieza e da sua vida promíscua.
— Bom, meu amigo, desejo sorte, vai precisar. — Meu advogado fala já se levantando e me estendo a mão...
Preciso ir, tenho muita coisa para resolver ainda, deixo um abraço a Heather, quando eu estiver com mais tempo virei para conversarmos.
Assim que o meu amigo sai, tranco a porta do escritório e respiro fundo, coloco uma dose de whisky e sento-me, pensando no problema em que estou enfiando a minha única filha.
Acordo com o dia ainda claro, fico mais alguns minutos na cama me preparando mentalmente para o questionamento da minha mãe, afinal ela notou algo e não vai deixar isso passar com certeza.Após alguns minutos arrumo coragem e então saio da cama, vestindo apenas uma calça legging e uma camiseta branca com os cabelos amarrados em um coque bagunçado, desço a escada e vejo minha mãe sentada tomando a sua famosa xícara de chá-inglês, ela nunca perde esse costume, sim, a minha mãe é britânica e esse costume a acompanha até hoje.Ela me olha e vejo um misto de preocupação e ansiedade, o que me deixa um pouco estranha, não sei o porquê.— Filha, que bom que acordou, como não almoçou junte-se a mim no chá. — Fala me dando um sorriso acolhedor.— Claro, mãe, eu ia pedir um lanche, mas está ótimo esse bolinho. — Falo enquanto me sento ao seu lado para colocarmos a conversa em dia, mesmo porque sei que este é o motivo principal para esse convite.— Heather meu amor, vejo que você voltou de Paris
Não consigo acreditar que o meu pai fez isso comigo, não, eu não consigo, é demais para mim, olho no relógio e vejo que passa das vinte e uma horas, penso por mais alguns minutos, é final de semana e a noite está começando a ganhar vida, respiro fundo e depois de mais alguns minutos pego meu telefone e ligo para o Thomaz, ele cresceu comigo e sempre está disposto a sair comigo, se divertir, mas às vezes tenho a impressão que ele quer mais que a minha amizade, mas não costumo alimentar essa esperança, mesmo porque tenho ele apenas como um amigo leal, posso até dizer “o meu melhor amigo homem” ou até mesmo o irmão que não tenho. — Alô! — atende no primeiro toque. — Oi Thomaz, é a Heather… — Eu sei, meu pai disse que você voltou, estou feliz de ter a minha amiga de volta. — Fala e escuto um suspiro do outro lado da linha. — Eu estou pensando em ir em alguma balada, vamos? — Não acho que seja uma boa ideia Heather, e sem falar que você acabou de voltar, eu… — Relaxa, Thomaz, eu preci
HeatherApós quarenta minutos dentro do carro com o Tom dirigindo e eu já perdendo ainda mais o pouco da paciência que ainda me resta, finalmente paramos em frente a um prédio que eu ainda não conheço, a fachada toda em vidro e que não demostra ser em nada uma boate, encaro Thomaz que me olha sorrindo.— Vamos Heather, a noite vai ser divertida, garanto. — Fala me olhando com: "carinho"?Tom estaciona o carro e abre a porta dando a volta no carro, me surpreendo com o cavalheirismo dele ao abrir a porta apara mim e me estender a mão, o carinho dele e evidente, e isso não escapa aos meus olhos.— Vamos, precisamos subir.— Fala ao me puxar colando os nossos corpos e sinto um calor gostoso entre nós.Entre brincadeiras e abraços chegamos a entrada e vejo os seguranças parados na porta, mas assim que nos aproximamos vejo Tom balançar a cabeça para os seguranças e em seguida entramos sem sermos barrados.— Parece que você já é bastante conhecido aqui, não é mesmo Tom? — Falo o encarando e e
HeatherTom se aproxima de mim com a bebida em sua mão, pelo jeito já perdeu o sabor, mesmo porque assim que ele alcança a mesa deposita a sua bebida em cima me fazendo erguer uma sobrancelha e ele rir enquanto estende a mão na minha direção, um convite claro para a dança que eu claro não recuso, mesmo porque eu vim para me divertir e não vai ser um sem escrúpulos como Axel Miller que estragará a minha noite.Aproveito a proximidade do corpo de Tom e coloco minha mão sob o seu peito, sinto ele enrijecer um pouco, mas tenta disfarçar se entregando a dança ao momento.Começa a tocar uma música um pouco mais lenta que eu não entendo o porquê, mas vejo um risinho no seu rosto, a satisfação está estampada ali.Ele toca a minha cintura me puxando ao encontro do seu corpo, e começamos a dançar em um ritmo mais lento, apoio a cabeça no seu peito e sinto ele descer um pouco mais a mão da minha cintura para a minha bunda, e como estou com o rosto enterrado no seu peito ele não vê a satisfação
HeatherFecho os olhos e respiro fundo tentando não pensar no cara que está com as mãos em mim, preciso dar um jeito de me livrar dele, sei perfeitamente que ele não vale nada, e tão pouco uma noite para diversão.Continuo dançando e tentando de alguma forma me livrar dele, mas sinto suas mãos subindo e alcançando os meus seios e o melhor que eu posso fazer é tentar me afastar, alguns segundo depois consigo me virar na sua direção e sem ele esperar estendo a mão e lhe dou um tapa no rosto deixando ele confuso, cara abusado, como ousa interromper a minha diversão, em seguida vou na direção do banheiro feminino, com certeza lá ele não vai me infernizar.Os minutos passam e após jogar um pouco de água no rosto e conseguir me acalmar, saio, mas sou presa contra a parede, co olhos irradiando raiva, ele me olha.— Como ousa me bater, quem você pensa que é garota? — Pergunta entredentes e vejo que ele está tentando se controlar.— Me solta, você não tem o direito de colocar essas suas mãos i
Na pista de dança me aproximo dela colocando as minhas mãos na sua cintura, vejo que ele se sentou irritada com a minha ousadia, mas ignoro, e mantenho as mãos onde estão, eu a quero e eu a terei.A loirinha sabe dançar e provocar, gosta de deixar os homens babando no seu corpo curvilíneo enquanto sobe e desce, rebolando o seu corpo sensual até o chão.A noite segue e eu não paro com as minhas investidas, mesmo após levar alguns bola-fora, a loirinha tem a língua afiada, e eu amo isso, adoro um desafio, mesmo porque o não eu já tenho, então vamos em busca do sim e claro que vou amar domar essa fera na cama, ou não me chamo Axel Miller.Algumas tentativas depois e consequentemente negativas da parte dela, decido dar um tempo no bar da área VIP, assim que me aproximo escuto ela pedindo um gim tônica, o que me deixa aberto a provocar a fera, e claro que eu faço, deixando ela ainda mais irritada, notei que esse é o efeito que eu causo nela e é claro que vou usar e abusar desse poder, aind
Axel Logo após tomar um porre saio da boate com o Paul me encarando com uma cara péssima, sigo para onde o meu carro está estacionado, mas antes mesmo de entrar sou interrompido por ele. — Tá achando que está em condições de conduzir Axel? Cara você bebeu todas, nunca te vi beber tanto assim. — Fala com cara de nojo. Me dá as chaves, vou chamar um táxi, assim não corremos o risco do mais novo CEO da Miller's Corporation sofrer algum acidente. — Não enche Paul, não hoje. Sem opção vejo o Paul chamar um táxi, e alguns minutos depois estou entrando, após passar o endereço, encosto a minha cabeça no apoio e fecho os olhos, a imagem da loirinha aparece na minha mente, eu mereço, agora vou ficar pensando na foda não realizada, era só o que eu m e faltava... Mal percebo quando o táxi frente ao meu prédio, e após ser avisado pelo motorista que chegamos, abro os olhos e após pagar a corrida saio do carro parando em frente ao portão de entrada, que sem demora é aberto, entro e assim que ch
AxelEssa loirinha me paga, eu ainda vou a encontrar e vou fazer ela me pagar pelo mau-humor que eu me encontro, sim, estou irritado com o passa-fora de ontem, por ter me deixado de pau duro e sem chances de chegar mais perto e ainda mais o Paul sabe disso, por isso aproveitou para aparecer aqui logo que cheguei me encher a minha paciência com os dizeres ridículos dele.Assim que termino de falar com a minha secretaria, deixando ela igual uma estátua em pé no meio do caminho, passo por ela sem pensar duas vezes e caminho até o elevador, ainda olho para trás e parece que finalmente ela se deu conta que precisa trabalhar e começa a se mover rapidamente pegando alguns relatórios que ainda estavam na sua mesa e caminha na minha direção, quando o elevador está quase fechando as portas ela entra ofegante com os documentos e eu apenas a encaro por alguns segundos.— Não precisa levar isso até a sala de reuniões, quando sair do elevador, vai fazer o meu café e depois leva para mim, e vai comp