capítulo 2

Melissa respondeu sem muito entusiasmo:

—" Tudo bem, podemos fazer isso."

A conversa das duas foi interrompida pelo gerente do café, que entrou na sala onde as duas estavam e disse:

—" Já era para vocês estarem trabalhando e não jogando conversa fora."

Luana revirou os olhos e abraçou ele dizendo:

—" Oh Fernando, não seja chato, já estamos indo, só estávamos sobre o aniversário de 18 anos de mel, que será mês que vem." Fernando olhou ainda mais repreensivo para as duas e comentou como um sussurro para que só os três escutassem:

—" Outro motivo para vocês não estarem aqui jogando conversa fora, já pensou se a patroa escuta e descobre que Melissa é de menor? Ela não está nem aí se vocês não fazem questão de carteira fixada, é até melhor para ela. Mas se ela descobrir que eu ajudei a enganar ela para a menina trabalhar aqui porque fiquei com pena, ela vai colocar todos nós no olho da rua, nas melhores das hipóteses."

Luana resmungou e levantou as mão em rendição dizendo:

—" Nossa, tudo bem, tudo bem, vamos voltar ao trabalho e tentar sermos mais discretas."

Melissa balançou a cabeça em negação enquanto ria da amiga. Elas eram o oposto uma da outra, enquanto Melissa gostava de seguir as regras, para não lhe causar mais problemas, Luana gostava de aventura, colocando a cara a tapa sem medo das consequências.

Não que Melissa tivesse medo, ela só estava conformada que tudo estava destinado a dar errado em sua vida e já sabia como seria o peso das consequências, ela só preferia amenizar as consequências e a dor. Se preparando para trabalhar, Luana foi na frente, Melissa se virou para olhar para seu gerente e disse agradecida:

—" Obrigada por tudo que você fez por mim, sou muito grata por essa oportunidade de trabalhar aqui, vou sentir falta de você quando eu for embora."

Acenando em resposta, ele disse emocionado:

—" Agradeça trabalhando, e você conquistou essa vaga, você é uma ótima funcionária, vou sentir muitas saudades sua, meu brotinho."

Melissa correu e o abraçou sem que ele esperasse, em seguida saiu deixando ele sozinho todo emocionado. No final, nem todo mundo era ruim para ela, os que não eram de sangue pareciam tratar ela melhor que sua família.

Enquanto Melissa trabalhava, atendendo, servindo e limpando as mesas, uma de suas clientes favoritas chegou e pediu especificamente para ser atendida pela jovem, como sempre. Com um belo sorriso, Melissa se aproximou da mesa da senhora e perguntou:

—" Bom dia dona Lena, a senhora irá querer o mesmo de sempre? Um chá gelado?"

A senhora respondeu retribuindo o sorriso:

—" Isso mesmo, minha filha, você me conhece bem." Melissa acenou confirmando e disse:

—" Sim, a senhora sempre pede os mesmos pedidos, bom dona Lena, vou pedir para prepararem o pedido e já volto."

A senhora concordou e Melissa se retirou. Quando o pedido estava pronto, ela o levou para a mesa da senhora e disse gentilmente:

—" Aqui está dona Lena, se a senhora quiser mais alguma coisa, é só me chamar." Segurando na mão da jovem, a senhora respondeu:

—" Eu preciso que você se sente e faça companhia para essa velha senhora solitária, sente-se por favor e me faça companhia." Melissa olhou ao redor e receosa respondeu:

—" Dona Leda, gostaria muito de sentar e lhe fazer companhia, mas estou em horário de trabalho, creio que se eu fizer isso que a senhora me pediu, vou levar reclamação dos meus superiores e posso ser até demitida."

A senhora franziu o cenho e respondeu segura de si:

—" Isso nunca irá acontecer, ninguém vai reclamar com você, se cogitarem fazer isto, eu mandarei fechar esse lugar, não sei se você sabe, mas tenho poder suficiente para fazer isso."

Melissa engoliu seco e assentiu, em seguida se sentou em frente a velha senhora, que começou a falar:

—" Sabe Melissa, gosto muito de você, uma menina batalhadora e esforçada, está sempre com um belo sorriso e me atende tão bem, gosto de estar em sua companhia. Meu filho foi quem comprou esse café, desde então gosto de frequentar ele e com você trabalhando aqui, esse ambiente fica ainda mais agradável."

Tentando disfarçar seu semblante de surpresa com a revelação, Melissa pensou que tinha sido bom tratar a senhora bem, mesmo sem saber que ela era mãe do dono do café, ela tratava todos bem, do jeito que gostaria de ser tratada. Sorrindo, Melissa respondeu:

—" Fico feliz em saber, gosto muito da senhora, a senhora sempre me trata bem, e sempre procura saber se estou bem."

Alisando a mão da jovem, a senhora disse:

—" Vejo você como uma filha que nunca tive, só tenho aquele menino teimoso, mas amo ele, desde que te conheci, vejo que você tem uma luz que me fez gostar de você."

Melissa continuou com um sorriso de agradecimento e a senhora perguntou:

—" Você tem namorado minha querida?" Ela respondeu:

—" Não dona Lena, terminei os estudos esse ano, quero fazer faculdade e me mudar, ir embora da cidade, construir uma vida estável, não tenho tempo e nem cabeça para arrumar um namorado."

Com um semblante triste, Lena perguntou:

—" Você está me dizendo que pretende ir embora, você vai me deixar, não acredito, vou sentir tanta sua falta."

Segurando firme na mão da senhora, Mel disse tranquilizando-na:

—" Não diga isso, podemos sempre entrar em contato uma com a outra, por ligação ou posso vir te visitar ou a senhora me visitar." Após um suspiro impotente, Lena respondeu:

—" Seria tão bom ter uma jovem como você, como nora, tão atenciosa e dedicada, vou sempre estar em contato com você, lembre-se se precisar de algo, não hesite em me pedir ajudar."

Mel concordou e comentou:

—" Obrigada dona Lena, a senhora é sempre muito boa para mim, sempre me lembrei disso."

A senhorinha sorriu e ficou um pouco triste, dizendo:

—" Sempre sonhei em ter uma menininha, mas Deus somente me mandou um garotinho, meu teimoso, mandão e cabeça dura, menininho. Humm é uma pena ele não tomar jeito e arrumar uma mulher para me dar netos."

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