capítulo 5

Ítalo deu uma leve risada, zombando da prima, Renata levantou uma se suas sobrancelhas se sentindo satisfeita e Renata também, por fim respondeu:

—" A única coisa que você precisa saber é que devemos a ele, ele aceitou se deitar com você em troca, para quitar a nossa dívida." Melissa não acreditou naquilo e retrucou:

—" Não pode ser verdade, o senhor é secretário do ministro da segurança, ganha o suficiente para não dever a um desconhecido." Comprimindo os lábios irritado, o tio dela a respondeu:

—" A família dele é mais poderosa que eu ou o ministro da segurança, o rapaz Village se interessou por você, isso pagará sua dívida que tem conosco também, matamos dois coelhos com uma cajadada só."

Melissa serrou dentes de tanta raiva e comentou:

—" Como vocês têm coragem de vender a sobrinha desse jeito?" Bufando ele respondeu:

—" Você pense o que quiser, mas agora não faça mais perguntas, apenas jante em silêncio, acho que já conversamos tudo que tínhamos para conversar."

Ela olhou para aquela mesa arrumada que fazia parte de todo aquele teatro que preparam para fazerem tentar enganar ela e sentiu nojo e raiva. Sem querer ficar nem mais um minuto ali, ela falou:

—" Não estou com fome, já que isso foi tudo, acho que posso voltar para meu quarto?" Seu tio respondeu:

—" Tanto faz."

Ela entendeu como um 'sim' e se retirou da mesa de jantar, indo direto para seu quarto, com o coração ainda mais amargo. Sozinha em seu quarto, ela se permitiu soltar todas as lágrimas que havia prendido na frente daqueles que a faziam sofrer incontáveis vezes.

Para se reconfortar, ela pensou que se deitar com esse desconhecido pagaria o que ela devia a esse família e estaria livre. Porém ela não sabia como agradar um homem, ela nunca nem esteve com um homem, nem de beijo ou algo a mais, nunca nem se sentiu atraída ou tentada a se entregar a um.

Agora mais do que nunca, uma raiva enorme se instalou em seu coração contra aquela família, ela também os odiava. Enquanto liberava toda sua raiva em forma de lágrimas, ela não viu alguém entrar em seu quarto. Levando um susto ao ver seu primo parado próximo a sua cama, ela perguntou assustada:

—" O que você está fazendo aqui? Porquê tem que ficar invadindo meu quarto?"

Ele colocou as mãos no bolso e olhou para seus sapatos como se não tivesse escutado o que ela havia falado. Sorrindo, ele falou de forma despreocupada:

—" A casa é da minha família, esse quarto não é seu, nada te pertence aqui, então entro nesse chiqueiro quando eu quiser."

Ela comprimiu os lábios cheia de raiva, mas não respondeu nada, só ficou olhando para ele cheia de ódio. Se sentindo ainda mais exc1tad0, ele se aproximou para tocar no rosto dela que se afastou com a aproximação dele e disse:

—" Você não sabe o quão prazeroso é te ver assim, chorando, até sinto vontade de te ensinar como se agrada um homem, mas não posso ainda."

Ela o olhou com nojo ao escutar o que saia da boca dele e se afastou ainda mais. Enjoada ela respondeu:

—"Se um dia você tentar algo a mais comigo te matarei, mesmo que isso signifique meu fim."

Os olhos mostravam que tudo aquilo não passava de um jogo para ele, para lhe dar pr4z3r, ela não sabia se ele era um sádico ou um psicopata, sua única certeza era que queria estar o mais longe possível dele. Ele comentou se sentindo divertido:

—" Gosto desse seu jeito mal criada, da vontade de te castigar ainda mais." Tentando fazer ele sair de seu quarto, ela disse receosa:

—" Você já viu e se divertiu o bastante, agora se não for pedir muito gostaria que me deixasse sozinha."

Ele sorriu e deu dois passos para trás, a respiração dele estava ofegante como se estivesse se segurando para não lhe bater ou quem sabe algo pior. Melissa sentiu a áurea sanguinária dele e se encolheu ainda mais com medo, agora seria o momento que ele iria bater nela e descontar toda a raiva e frustração que sentia, pensou ela. Mas ele não fez, ele simplesmente se virou e se preparou para sair, antes de fechar a porta atrás de si, ele a olhou de lado e comentou:

—" Não precisa ter medo, não vou te castigar hoje você precisa estar em ótimo estado amanhã para encontrar com o Village." Ela respondeu mentindo:

—" Não estou com medo."

Ele riu zombando dela e saiu de uma vez, fazendo ela suspirar aliviada. Do lado de fora do quarto, os tios dela estavam impacientes à espera do filho, dando um olhar repreensivo para o filho, Carlos perguntou:

—" Espero que você não tenha machucado-la muito, já pensou se o jovem Village ver? Podemos nos meter em problemas." Renata concordou e disse:

—" Sim, precisamos dele do nosso lado, e não no dela, meu querido, tente se controlar, sei que você gosta de brincar com sua prima, mas esse não é o momento."

Ele revirou os olhos e bufou em resposta:

—" Vocês estão pensando de mais, não fiz nada para ela, também não sou burro, agora me dêem licença, vou para meu quarto."

Seus pais concordaram e abriram passagem para ele que foi para o quarto.

Melissa trancou a porta e se deitou nervosa, faltava tão pouco, ela podia aguentar até o próximo mês. Sua mente não parou a noite toda, pegando a bolsa que levava para o trabalho, resolveu contar as gorjetas que havia recebido durante o dia, para saber quanto iria se juntar às suas economias.

Ao ver as notas amontoadas que dona Lena havia lhe entregado, ela ficou boquiaberta e murmurou:

—" Dona Lena, isso foi muito dinheiro, será que tenho que devolver?"

Eram quase 500 reais, cinco notas de 100 reais, como ela não conferiu antes de colocar no bolso, pensou ela. Depois de uma guerra entre o certo e o errado, ela colocou aquele dinheiro junto às suas economias, ela pensou que a senhora tinha bastante dinheiro, aquele dinheiro não era quase nada para ela comparado ao que o filho dela devia ter, diferente dela que precisava do dinheiro.

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