capítulo 4

Sua tia sempre foi a primeira a não querer- ela por perto, tudo saindo da boca dela parecia tão falso e forçado que lhe embrulhava o estômago. Seu tio nunca fez questão de estar perto ou se importou dela ser sobrinha de sangue dele, ele sempre foi indiferente a ela, como se nem fosse realmente seu tio biológico.

Por fim Ítalo, ele estava lhe olhando de uma forma sombria, mais do que de costume, parecia que o teto estava prestes a cair sobre sua cabeça e ela não sabia. Mesmo ansiosa e curiosa, ela decidiu ficar em silêncio, esperando a bomba cair em seu colo, sem demonstrar medo. Se divertindo com o auto controle da prima, que mesmo estando ansiosa, permanecia calada e indiferente, como se não pertencesse a aquele lugar, Ítalo comentou:

—" Você vai comemorar seu aniversário de 18 anos ratinha?" Renata lançou um olhar repreensivo para o filho e disse:

—" Ítalo, não fale assim com sua prima." Ele deu de ombros e apática, Mel respondeu:

—" Já estou acostumada." Olhando bem para o primo, ela respondeu-lhe:

—" Não pretendo fazer nada para comemorar, como todos os outros anos." Ele franziu o cenho e disse se sentindo divertido:

—" Só se faz 18 anos uma vez na vida." Rapidamente ela respondeu:

—" Todos os anos só completamos uma vez, os 18 não seria diferente." Ele revirou os olhos e comentou:

—"Você tinha que comemorar, nunca se sabe o dia de amanhã, talvez você não esteja mais entre nós, como sua mãe, por exemplo."

Ela o olhou com espanto, sem saber se o que tinha falado era verdade ou não. Inconscientemente ela falou como um sussurro:

—" Minha mãe está morta?"

Atordoada e com o peito doendo em pensar que a mãe poderia estar morta, ela sentiu que não aguentaria mais ser forte. Tentando se manter firme, ela pensou que ele gostava de jogar com ela, isso só poderia ser mais uma de suas torturas psicológicas, só podia ser, pensou ela. Lançando outro olhar repreensivo para o filho, Renata estava prestes a dizer alguma coisas, quando foi interrompida por Carlos que falou primeiro:

—" Acho melhor você não falar besteira Ítalo, ou quer que te aplique um castigo." O filho fez uma careta e respondeu:

—" Desde quando vocês se tornaram tão caretas? Só estou brincando com minha ratinha." Com o semblante ainda mais fechado, Carlos respondeu o filho:

—" Isso não é hora de brincar com sua prima, então já chega." Sem paciência e se sentindo revoltado, Ítalo comentou:

—" Porquê vocês não param com esse teatrinho e vão direto ao assunto."

Cansada daquela cena, Melissa arrumou coragem de onde não tinha e perguntou:

—" Se vocês sabem sobre minha mãe, então me digam, ela realmente está morta? Ela não me abandonou?"

Quando se tratava sobre a mãe dela, ela arrumava coragem, já era torturante demais viver esses anos todos sem saber dela. Ela queria saber se a mãe dela tinha lhe abandonado ou não, se ela se arrependia ou pensava nela, mas principalmente, Melissa queria saber o porquê dela ter lhe abandonado.

Porém agora tinha a hipótese que ela poderia estar morta, e se ela tivesse doente e não queria que a filha soubesse ou sofresse, havia inúmeros questionamentos na mente de Melissa. Ítalo sorriu satisfeito, e vendo o semblante devastado e confuso da prima, era assim que me gostava de ver ela, assim ele perguntou sarcástico:

—" Você fica tão linda assim ratinha, você não sabe o quanto é prazeroso te ver sem aquela expressão fria e séria, essa expressão de desespero e ansiedade te cai melhor." Gritando com o filho, Carlos disse:

—" Já chega Ítalo, isso não é hora." Já irritada e fora de si, Melissa voltou a perguntar:

—" O que houve com minha mãe, se vocês sabem algo sobre ela me digam, eu mereço saber, eu mereçooo." Renata lançou um olhar de escárnio e os três se entre olharam, Antônia entendeu o recado e respondeu sério:

—" Podemos te dizer o que sabemos dela, mas com uma condição?" Ansiosa, ela perguntou:

—"Qual?" Seu tio respondeu:

—" Você precisa ter uma noite com uma pessoa importante, tem que agradar ele, ele é muito difícil de agradar." Surpresa ela murmurou:

—" Tr4ns4r com um estranho?" O primo sorriso ainda mais satisfeito e divertido e comentou:

—" Isso não será difícil para ela, imagino que ela já agradou muitos homens nessa vida, essa cara de put@ dela não tem como esconder."

Com os olhos ardendo por conta da vontade de chorar, ela olhou para baixo e segurou firmemente as lágrimas que queriam sair, mas ela foi mais forte. Serrando os dentes de ódio, ela respondeu:

—" Não obrigada, quando eu fizer 18 anos vou atrás dela, eu mesma procurarei saber o que aconteceu com ela." Renata sorriu e respondeu:

—" Quero só saber como, é incrível como esses jovens acham que quando ficarem de maior vão ser independentes e conseguiram mover o mundo, querida, a realidade é bem diferente, e você vai querer se rastejar pedindo para voltar." Carlos respondeu:

—" Você comeu e morou esses anos aqui sem pagar nada, até dei educação e é assim que você retribuiu? Como você pode ser tão ingrata? Sua tia está certa, você acha que a vida adulta é fácil, e te digo que não é, porém eu posso piorar, posso fazer tudo ser ainda mais difícil e infeliz sua vida."

Os olhos do primo queimavam em direção a Melissa, que estava ainda mais devastada sem acreditar onde tudo aquilo foi parar, parecia que o chão debaixo dela estava se abrindo e ela estava prestes a cair, e isso excitava ainda mais ele. Gaguejando, ela respondeu:

—" Vocês... Eu... Se eu fizer isso, ir para cama com esse desconhecido, vocês me deixam ir embora em paz, me deixaram livre? Não vou dever mais nada para vocês, certo?"

Carlos acenou confirmando e disse:

—" Claro, apenas faça e está livre, de brinde ainda te falaremos tudo que você quer saber sobre sua mãe." Melissa concordou e disse:

—" Certo, mas pelo menos posso saber o porquê eu tenho que tr4ns4r com esse desconhecido?"

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