Duda

Bom já era de se esperar a reação da Clara, ela é como minha irmã mais velha então ela tem uma “leve” tendência a tentar me proteger. Só que ela se esquece que já sou bem grande, portanto, sei me proteger e entendo o risco de tomar minhas próprias decisões. Ela está sempre tentando colocar juízo na minha cabeça, mas não funciona muito, as tentativas mais frequentes são de tentar me alertar sobre meus futuros ex namorados idiotas, mas como sou cabeça dura não escuto.

Concordo que às vezes troco de namorado como quem troca de roupa. Porém o término é sempre por culpa deles. Ao que me parece, tenho um dedo podre quando o assunto é homem, o que posso fazer se tenho um fraco por idiotas. Mas Johne é diferente, pois ele é carinhoso e romântico. Não é culpa da Clara, eu ser assim, ela adquiriu este instinto protetor logo depois dos pais dela terem morrido durante um assalto. Foi horrível e o pior foi que ela assistiu tudo assim como Marcos, porque ele também estava presente na ocasião e teve sua mãe morta. Mas isso é história pra outro dia.

Voltando ao assunto, ao presenciar tal cena Clara acabou ficando depressiva por um tempo e a maneira que ela encontrou para se recuperar foi essa: se tornando super protetora, é certo que eu não facilito muito, estou sempre me metendo em confusões e a deixando com os fios de cabelos em pé. Dessa vez ela não precisa se preocupar, pois é só um encontro e não vai acontecer nada demais.

O importante é que já nos acertamos e agora estou aqui me arrumando para sair. Não vou exagerar muito, vou colocar uma calça jeans escura de cintura alta e um top de renda branca, a maquiagem será somente o lápis de olho, o rímel e um batom vermelho… perfeito!

Antes de sair passo no quarto da Clara para avisar que já estou saindo, mas vejo que ela já está dormindo, aproveito para entrar sem fazer barulho, vou até próximo a cama dela e deposito-lhe um beijo na cabeça e saio rapidamente, pois o táxi que chamei já deve estar lá embaixo. Por que táxi se tenho carro? Simples, meu pai, o senhor Óscar, o confiscou, só porque excedi o limite do cartão de crédito e por causa das multas de trânsito, das quais a maioria é por ter ultrapassado o limite de velocidade. Digamos que não gosto de seguir regras ou limites que me são impostos. Rebelde? Talvez.

Como suspeitava, ele já tinha chegado. Entro no carro, peço ao motorista que siga para o Bar Levus. Chegando lá, logo de cara pude ver Johne sentado em uma mesa que fica logo na frente do bar me esperando. Pego minha bolsa, pago o taxista e vou de encontro a ele que me recebe com um lindo sorriso.

Ao me aproximar posso ver como ele está lindo. Minha nossa senhora das mulheres loucas por homens gostosos. Johne se levanta e vem caminhando ao meu encontro, ele está maravilhosamente lindo com uma calça jeans azul escuro e uma camisa polo branca. Vejo também que sua barba loira foi aparada moldando seu rosto, sim loira quer coisa mais linda, seu cabelo está despenteado como se ele apenas tivesse passado as mãos por ele.

— Você está linda!

— Digo o mesmo.

— Vamos? — pergunta estendendo a mão.

— Sim! — pego em sua mão e voltamos para a mesa no qual ele estava sentado.

Meu encontro foi ótimo, nós dançamos, bebemos, conversamos e claro demos uns amassos, porque se tem uma coisa que nunca fui, é santa e nem pretendo ser. Só sei que me diverti tanto que quando percebi já tinha se passado das três da manhã. Ele me pareceu ficar preocupado e como um cavalheiro se ofereceu para me levar em casa, não recusei, pois não teria mesmo como voltar para casa. Quando chegamos à frente do meu prédio, ele me deu mais de seus beijos hiper, mega quente, mas infelizmente esse foi o último desta noite. Desci do carro, entrei no prédio, peguei o elevador e cheguei ao apartamento.

Com cuidado abri a porta, tirei os sapatos e entrei na ponta dos pés para não acordar Clara. Entrando no meu quarto, vou direto ao guarda roupa pego meu baby doll e vou para o banheiro, tomo um banho rápido, volto correndo e deito-me na cama. Tento fechar meus olhos na tentativa de pegar rápido no sono, mas só consegui ficar pensando em Johne.

Apesar de a noite ter sido perfeita, ele me surpreendeu ao dizer que não acreditava no amor e que apesar de gostar de mim nunca seria capaz de me amar, senti que ele havia sido sincero comigo ao dizer tais palavras, porém acredito que ele só tenha dito isso por causa de alguma desilusão amorosa que tenha tido anteriormente e coloquei como meta: fazê-lo esquecer, mudar de ideia e mostrar que sou merecedora de seu coração, então tomara que as coisas deem certo entre nós dois. Pensando nele, aos poucos cai no sono.

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