Não me conformo, não consigo entender como este assassino em série ainda está à solta, depois de dez anos, “como ele ainda não foi pego?” O pior é que quanto mais o tempo vai passando, mais vítimas ele vai fazendo e o chato disso tudo é que nem posso fazer nada, não depois de ter saído da polícia.
Chego a minha casa e jogo meu terno sobre o sofá, ligo a televisão no canal de noticiário e sigo para a cozinha onde começo a preparar um lanche. Adivinha qual o assunto do jornal? Acertou quem disse assassino em série.
Denis meu melhor amigo é o detetive que está investigando o caso e para minha surpresa ele aparece na reportagem, mas uma vez estes repórteres estavam atrás dele querendo novas informações sobre o caso. Pego meu telefone e ligo para ele, chama por duas vezes antes dele atender.
— Fala Marcos.
— Adivinha quem eu acabo de ver no noticiário?
— Aposto que é um detetive gostosão.
— Errou, pois o detetive em questão não é um gostosão e sim um molenga que não consegue pegar um lunático que gosta de matar lindas mulheres.
— Talvez se ele tivesse ajuda do melhor amigo que é o segundo melhor detetive do Brasil, ele conseguiria prender este maníaco, mas infelizmente esse tal amigo dele saiu da polícia por causa do papaizinho.
— Denis, já conversamos sobre isso.
— Mesmo assim ainda não entendo o porquê de você obedecer a ele.
— De novo não mano, esquece isso. Liguei para saber se conseguiu descobrir algo novo.
— Sim, ao que parece de acordo com a amiga da vítima, a última pessoa a vê-la com vida foi o cara com quem a vítima estava saindo.
— Essa amiga por um acaso viu a cara desse cara?
— Aí é que está, ela nunca o viu, assim como nos outros casos, mas o que me chamou atenção foi o fato dela comentar que ele era estranho.
— Como assim estranho? Ela não disse que não havia visto o cara?
— Pelo que ela disse não viu, mas a amiga tinha contado que o cara era do tipo que não queria nenhum envolvimento sério.
— Dês de quando isso é estranho?
— Não é. Estranho é o fato dele dizer que não acreditava no amor ao ponto de dizer para a vítima nunca tocar no assunto e nem dizer que o amava.
— Cara estranho, mas isso não é motivo para desconfiança.
— Pode ser que você tenha razão, mas para eu ter certeza pedi para conhecidos e familiares das outras vítimas virem até a delegacia para me tirarem umas dúvidas.
— Ok, mas alguma novidade? Algo em comum entre os supostos namorados nunca visto das vítimas?
— Não, o de sempre. As descrições não batem. Até agora o que todos têm em comum e a altura e o tipo físico.
— Mas você tem certeza que todos eles são à mesma pessoa, não é?
— Sim, e você pelo que conheço também acha isso.
— Você está certo. Tudo seria mais fácil se alguém tivesse visto ao menos uma vez esse cara.
— Nós vamos conseguir pegá-lo, ele cometerá algum deslize.
— Odeio quando você diz que para pegá-lo, temos que esperar ele cometer um erro.
— Marcos assim como você também odeio o fato de ainda não o termos pegado, mas já tentamos de tudo. Já recorremos às câmeras próximas aos locais dos crimes, mas ele é esperto o suficiente para burlar qualquer câmera de segurança.
— Falando em segurança, seu pai convenceu o cara da AIS (Agencia Internacional de Segurança) a ajudar vocês?
— Ainda não.
— Que droga.
— Eu sei, meu pai está um saco, só fala desse cara e de como ele é bom no que faz. — ele para de falar e escuto vozes no fundo — Marcos vou ter que desligar estão precisando de mim.
— Tudo bem, qualquer novidade você já sabe.
— Qualquer novidade te ligo. —
Então desliga o telefone.
Pego meu prato e copo sujo, vou até a cozinha e os ponho dentro da pia. Depois vou para o meu quarto, troco minha calça pela calça de moletom para me exercitar, mas antes de sair, pego meu terno que está jogado em cima do sofá e o coloco no cesto de roupa suja. Depois de trocar de roupa, vou para a minha sala de treino, onde fico fazendo meus exercícios até dar a hora de jantar.
Era para ser um dia normal, e seria, se ela não tivesse derrubado meu café. Desde então ela não sai da minha cabeça. Com seus longos cabelos castanhos ondulados, olhos verdes. Sua aparência me lembrava a um anjo que vi em uma pintura certa vez. Sim, ela mais parecia um anjo. Clara Petterson. Lindo nome, linda mulher!Não entendo, ela não parece ser o tipo certo de garota para mim. Não parece ser como as mulheres que estou acostumado, além do mais, eu já tinha alguém do jeito que gosto. Não preciso de outra. No entanto estou aqui pensando nela. Todos os meus instintos dizem que devo ficar longe dela, porém meu cérebro diz o contrário.Ainda sinto a sensação das mãos delicadas dela, e sua voz doce. Tive vontade de trazê-la para mais perto de mim e sentir melhor seu cheiro, mas não o fiz. Ela é tímida, certeza. Sua forma de agir e falar me mostram isso. E se eu o fizesse, seria no mínimo estranho e invasivo.De qualquer forma, provavelmente não a verei mais. Por tanto eu deveria esquece-
Hoje acordei mais cedo do que ontem, mas, mesmo assim, cheguei atrasada pela milésima vez. Arrumei-me rapidamente e fui até a cafeteria comprar o café expresso de Marcos. Chegando lá fico esperando na fila, a todo o momento observo ao meu redor na esperança de encontrá-lo. Não vou mentir e dizer que não estava procurando por Dante. Sim o loiro lindo que me ajudou ontem. Pensando bem se eu não tivesse com pressa e não tivesse o feito derramar seu café em mim, ele não teria que me ajudar. Mas o estranho foi ter sonhado com ele esta noite. Sim sonhei com aquele deus grego. No sonho nos beijávamos. Isso foi muito feio da minha parte, nem o conheço e já estou sonhando com nosso beijo. Meio que me senti mal com isso, mas estou aqui o procurando. Do sonho só o que me lembrava era de estar o beijando, mas sei que algo acontece no sonho só não me lembro o que. Acordei gritando. Pensando no meu sonho pago pelo café e sai distraída. Sem perceber esbarro em alguém, pelo que parece isso vem acon
Uma semana se passou e não vi mais Dante, acho que ele não quer mais me ver. É estranho isso, nem o conheço, mas queria estar junto dele, era muito parecido como me sentia longe de Marcos.Duda disse que estou apaixonada, sinceramente não sei dizer, só sei que quero vê-lo novamente. Mas infelizmente não sei como. Todos os dias no mesmo horário vou naquela cafeteria onde nos conhecemos, mas não o encontro, o que me deixa triste. Qual é já me conformei que não poderei ter Marcos, então bora seguir em frente.Tem hora que me pego pensando, o que vou dizer quando o ver novamente. Marcos já percebeu que estou estranha. Já perguntou até se aconteceu algo, claro que não falei. Ele ia dizer que sou louca ou algo do tipo. Além de não ser nada legal ouvir isso dele, a pessoa que eu mais queria.Percebi que ele anda agindo diferente est
Durante todo o caminho de casa, Marcos fica preocupado e pergunta se estou bem e se preciso de alguma coisa. Sinto pena dele, ele todo preocupado e eu aqui mentindo. Mas eu tinha que o tirar de lá. Não quero que ele saiba que tinha alguém no banheiro junto comigo, seria constrangedor.Chegando ao prédio que moro, ele fez questão de me levar até a porta do meu apartamento. Ia despedir-me dele quando ele me beijou. Sem saber o que fazer, eu o correspondi. O beijo dele diferente do Dante era calmo, mas muito bom. Quando nos afastamos ele coloca suas mãos que antes segurava minha cintura em meu rosto. Seu olhar era de paixão.“Isso está mesmo acontecendo, não é nenhum sonho né?” Acho que não dessa vez.— Eu queria fazer isso há muito tempo. — “Eu também”, penso.— Marcos!? — queria dizer que também que
Sabe quando o destino quer tirar sarro de você? Bem, agora ele decidiu brincar comigo. O que eu acho muito sacanagem. Aí você me pergunta o que quer dizer, eu não entendo nada. É muito simples de entender, um ex-superior do AIS conhecido por mim e ex-amigo do meu pai, que é brasileiro, decidiu se aposentar e para terminar seus serviços, resolveu entrar no caso de um serial killer que já havia matado trinta e quatro mulheres (ou seja, foram encontradas trinta e quatro, quem sabe se são mais) sempre com facadas em dois locais, uma na barriga e outra no coração. Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver. Espera que eu chego lá. Bem, onde eu parei? Oh sim! Sobre o serial killer. Então, o velho, me conhecendo e sabendo que sou muito bom no que faço, me pediu para ajudá-los a desvendar esse caso que já dura mais de dez anos e ainda não foi resolvido, acreditem ou não . Esse cara é definitivamente bom. Ele sabe bem o que está fazendo, pois ainda não encontraram nenhuma pista de que
Nos últimos dias, Clara anda muito estranha. Não sei o que aconteceu por que cansei de perguntar, mas ela sempre me respondia a mesma coisa. “Não aconteceu nada você que está vendo coisa onde não tem”. Mas a conheço como ninguém e sei que tem algo, tanto que ela nem está mais chegando atrasada. Eu sei é preocupante.Suspeito que possa ser por causa de algum cara. E com esta preocupação de que ela possa sair com alguém que a magoasse, tive que tomar medidas desesperadas. Sim liguei para Duda. Eu sei, constrangedor, mas tive que me sujeitar a isso. Por Clara faço tudo.Bom, ela foi mal-educada como sempre, o que já era de se esperar. Pelo menos me disse o que estava acontecendo. Como tinha suspeitado, era por causa de um rapaz que ela andava triste e cabisbaixa. O que não me agradou em nada, mas serviu para abrir meus olhos. Eu estava demorando demai
Sabe quando chega o sábado e você pode dormir até mais tarde para compensar o que você não dormiu durante a semana toda por causa do trabalho e/ou da faculdade. Então você sabe o quanto isso é maravilhoso. Pena que para mim não seja possível ter este prazer, porque moro com uma péssima amiga, pois ao que me parece, me odeia. Só pode, são 8h da manhã, isso mesmo 8h da manhã e ela está pulando na minha cama.— Duda, acho bom você ter um ótimo motivo para pular na minha cama às 8h da manhã. — disse apertando o travesseiro sobre minha cabeça.— Mamãe ligou e pediu para que fossemos almoçar lá hoje. — Tirei o travesseiro da cabeça e olhei para ela.— Se ela nos chamou para almoçar por que diabos você me acordou agora?— Preciso passar no shoppi
Nossa! Comi muito pudim. Da até vontade de voltar para casa de meus tios para comer o que restou. Mas não posso fazer isso, hoje é sábado dia de arrumar casa então Duda e eu estamos aqui em nosso apartamento, limpando. Duda odeia isso, ela preferia ter uma empregada, o que eu discordo. O apartamento é pequeno então nós duas damos conta.Estou lavando meu banheiro quando escuto meu celular tocar no quarto. Com cuidado para não escorregar saio do banheiro e vou atender o celular. Vejo que é um número desconhecido.— Alo!?— Clara?— Sim.— Sou eu, Dante… espero que não tenha se esquecido do nosso encontro.— Não me esqueci. — Duda aparece na porta, perguntando quem é. Levanto a mão pedindo para que ela esperasse.— Então as oito passo aí para te pegar…&mdas