Estava lendo um livro na sala quando vi Clara passar correndo para o escritório e pela cara dela não era boa coisa, na mesma hora parei de ler e fiquei atento a qualquer barulho vindo de lá. Não demorou muito e escutei as vozes exaltadas de Clara e Marcos. Pelo que parece logo terei que intervir, Clara não pode se estressar por causa da gravidez e nenhum dos dois percebeu isso. Sem mais demora me levanto e entro no escritório. Clara está chorando. Marcos tentava sem aproximar dela, mas era em vão. — Clara, tudo bem por aqui? — ela se virou e correu para meus braços me abraçando apertado. — Ei calma aí, assim você me sufoca. — Me tira daqui por favor. — Concordo com um aceno e guio ela para fora, mas fui interrompido. — Pequena me escuta. — Marcos agora não. Por hora ela só precisa se acalmar e perto de você isso não vai acontecer. — Mas! — Mas nada! Ela já se estressou demais por um dia, se você não se lembra a gravidez dela é de risco. Quando ela estiver mais calma vocês conve
Acordo assustada, não acredito que lembrei. Era por isso que ele queria que eu me lembrasse. Foi ele, o Dante que matou a Duda e aquelas outras mulheres. Não acredito que confiei e me apaixonei por ele. O pior é estar grávida de uma filha dele, minha filha não merece um pai desse. Me levanto da cama, percebo que à casa está quieta, só escuto o barulho da chuva. Meu quarto estava digno de um filme de terror. Pois estava sendo iluminado pelos clarões vindos dos relâmpagos. As cortinas das portas da sacada balançavam conforme o vento entrava pelas portas que estavam abertas. Pude ver que chovia muito lá fora, não era atoa que estava relampeando. Vou até o interruptor, mas as lâmpadas não se acenderam. Deveríamos estar sem energia devido à chuva forte. Abro a porta e saio do quarto. Chamo pelos policiais que costumavam estar no segundo andar, mas não obtive respostas. Contínuo seguindo para a escada quando tropeço em algo. Ao conferir para saber em que bati levei um susto. Me controlo
O caminho até o sítio foi difícil por causa da chuva forte demorou mais que o esperado, mas chegamos. A casa estava em um breu total, o que me deixou em alerta. Agora que sabemos que Sérgio na verdade se chama Dante e é o assassino em série que procuramos, nos preocupa, pois chegar aqui e ver a casa neste estado não é um bom sinal. Tenho raiva de mim mesmo nesse momento, como não percebi que era ele o tempo todo, ele conseguiu nos enganar. E o pior foi ter deixado Clara aqui com ele. Saímos do carro. Sérgio já chegou, pois, seu carro está aqui. Fomos em direção a casa. Assim que abrimos a porta vejo um corpo perto da mesma. Ele tinha sido rápido. Nem deve ter esperado muito para atacar, aproveitou o momento que teve livre da nossa presença para pegá-la. Com arma em punho Denis e eu subimos a escada indo até o quarto de Clara na esperança de encontrá-la bem e dormindo. Porém isso era querer demais. Mas estava torcendo para que ele fosse burro o bastante para ainda não ter fugido ou
Abro os olhos e dou de cara com Denis em minha frente, seu corpo caído no chão. Eu me abaixo. — Denis!?… o que você fez? — ele abriu um sorriso. — Eu consegui proteger vocês duas, como disse, eu daria minha vida por você e foi isso que fiz. Agora posso partir em paz pois sei que cumpri meu propósito na terra, ser seu eterno anjo da guarda. — Então ele fecha os olhos. — Abre os olhos Denis, reage. — Fico tentando fazê-lo reagir, mas não funciona. Olho para Marcos, vejo que ele está apontando a arma para Dante. Sem tirar os olhos de Dante ele pergunta: — Você está bem? — Estou, mas ele tá sangrando muito. — Com a mão livre Marcos pega seu celular e o jogou para mim. — Ligue para o socorro rápido. Com o celular em mãos ligo para a delegacia, falo que Denis foi ferido, a pessoa que me atendeu diz que o reforço já deve estar chegando e que tem uma ambulância com eles. Desligo o celular. — Eles disseram que estão a caminho. — Falo chorando ao abraçar o corpo inerte de Denis. — Denis
Quando eles disseram que estavam perdendo-a, simplesmente entrei em desespero. Não posso perdê-la, a amo de mais para permitir que ela me deixe. — CLARA? Volta, por favor, volta você não pode fazer isso comigo. — A máquina mostrava que o coração não estava mais batendo. — Senhor se acalme. — disse um enfermeiro me afastando dela. — Não, vocês têm que salvá-la. — Senhor! — Tire-o daqui. — diz Mia, então o homem que estava me segurando até então me levou para fora da sala. Onde fiquei relutantemente andando de um lado para o outro. Os minutos foram passando e nada de notícias. Nada de Clara e nem de minha filha. Meu Deus a minha menininha, ela nasceu roxa devido à falta de ar. Tomara que ela fique bem. Nem Clara, nem eu, suportaríamos a morte dela. Eu sei que ela não vai morrer. Ela é muito forte. Tenho certeza que as duas vão ficar bem. Em meio aos meus pensamentos não percebo que a Mia se aproxima. — Marcos! — Mia! Como elas estão? — quebro a distância entre nós dois. — Estã
Abro os olhos com dificuldade por causada da claridade. Aos poucos percebo que estou em um quarto de hospital. Vejo que tem uma pessoa sentada na cadeira. É Marcos. Como uma avalanche as lembranças surgem em minha cabeça. Por extinto levo minha mão sobre minha barriga. Só que meu bebê, não mais está aqui dentro. — Marcos! — ele levanta a cabeça e olha na minha direção. Ao constatar que já acordei, ele se levanta abruptamente e vem para meu lado. — Nossa filha! Onde ela está? — Ela está bem, está na incubadora por ter nascido de sete meses. — diz e alisa meu rosto. Fecho meus olhos por um instante para sentir seu carinho, mas logo os abro. — Você me assustou. Pensei que desta vez tinha realmente lhe perdido. — Eu estou bem. Mas nossa menina corre algum perigo. — De acordo com a Mia, ela é uma bebezinha muito forte. Ela vai superar. — Escuto suas palavras e sinto um alívio imenso. Minha pequena estava bem. — Você já a viu? — Sim! Ela é linda apesar de ser tão pequena, mas ela é tã
Hoje faz cinco anos que Denis morreu, e também que minha filha linda nasceu. Minha vida neste período de tempo mudou completamente. Pois a quatro anos atrás eu finalmente me casei com a mulher que eu tanto amo. Acabei ficando no lugar de Denis, a pedido de seu pai, de acordo com ele não tinha pessoa melhor para ficar no lugar de seu filho. Hoje é o aniversário da minha pequena, então arrumo minhas coisas para ir almoçar com elas. Chego em casa na hora do almoço. Abro a porta e percebo que a casa está um silêncio. Estranho, sempre quando chego elas vêm me receber, mas estranho ainda e não escutar nenhum barulho. — Clara! — chamo. Logo consigo escutar os passos de minha pequena correr pela casa. Ela aponta na sala e quando me vê vem correndo pros meus braços. — Papai! — diz toda animada. — Oi princesa! Eu a abraço forte e a encho de beijos. Ela sorri. Ela é um anjo assim como a mãe. As únicas coisas que ela tinha em comum com aquele mostro eram os olhos azuis e o cabelo loiro. Tir
Eu dirigi pela estrada sinuosa até a casa de campo de Lúcia, meus faróis iluminando o caminho à medida que eu me aproximava da localização indicada pelo GPS. Um vento suave soprando pelas janelas abertas do veículo. Do lado de fora as árvores bordavam o caminho agora de cascalho, certamente levantando nuvens de poeira. O motor roncava suavemente enquanto eu parava o carro na frente da casa, então eu saí do carro e fecho a porta com um estalido. Estico os braços e sorrio ao sentir o ar fresco da noite em meu rosto. A casa, situada em uma pequena colina, oferecia uma vista deslumbrante da paisagem noturna. O céu estava salpicado de miríades de pontinhos brilhantes, que piscavam e dançavam como se estivessem vivos. O céu limpo iluminava o caminho de pedras até a casa. e lá estava ela: a casa de campo perfeita, iluminada pelo brilho das estrelas. Era uma construção modesta, mas charmosa, com uma varanda acolhedora e janelas que brilhavam como olhos sorridentes. O telhado de telhas verm