O resto da semana passou de uma forma estressante pois, tanto Catarina quanto Brenda – que aceitou sair no fim de semana e parecia ter amolecido com a nossa conversa –, estavam ocupadas demais com seus negócios. Minha mãe passou o tempo todo livre deixando claro o quanto ela achava absurdo eu sair quando o Eduardo estava por ai, começando a desfilar com outra.
A fofoca parecia, enfim, ter se espalhado e eu precisava me esquivar de telefonemas indesejados e campainhas insistentes. Pessoas que pareciam se condoer da minha situação, mas estavam apenas querendo observar a situação de perto. Parecia mais sensato ficar trancada no quarto, em meio as malas de viagem e as caixas, que aind- Ela parece uma criança com essa câmera. – Brenda comentou enquanto nós duas andávamos juntas pelo parque. Conseguíamos ver Catarina abaixando e levantando em busca de suas fotos perfeitas. - Com certeza. – confirmei, olhando o parque cheio ao nosso redor. Haviam muitas crianças com os pais e alguns adolescentes aproveitando a noite de sábado nos tradicionais brinquedos. - Vamos esperar aqui. – Brenda apontou um banco. Atrás de nós estava a imensa roda-gigante, cheia de luzes. – Te achei muito para baixo antes de sairmos. – ela comentou suavemente.
A manhã seguinte estava chovendo, o que não ajudou no humor da Brenda – que não parava de repetir que não gostava de andar no mato – e no meu – que passei boa parte da noite tentando descobrir como me orientar e estava morrendo de sono. Cat não se alterou nem um pouco com isso, e após o café da manhã na mesma lanchonete próxima ao hotel, estávamos seguindo viagem. A chuva batia nas janelas, me deixando sonolenta, e em alguns momentos fiquei em dúvida se dormi ou não. Cheguei até a ter alguns sonhos confusos, todos relacionados ao casamento.&nbs
- Será que essa chuva não vai parar? – finalmente, depois de dois dias de chuva sem trégua, o humor de Cat começou a variar. Ela olhava pela janela da cozinha o céu completamente coberto de nuvens. - Não estou achando tão ruim. – Brenda disse, deitada no sofá da sala repleto de almofadas e travesseiros, com o celular nas mãos. - Vamos esperar mais um pouco. – tentei confortá-la com uma mão nos ombros. Sua expressão era tremendamente desapontada. Nos juntamos à Brenda no ambiente aconchegante da sala, ouvindo o tamborilar insistente das go
Quando Brenda levantou na manhã seguinte, eu estava espionando a casa vizinha por uma fresta na janela da cozinha. - Oi? – ela perguntou parando ao meu lado e tentando ver o que estou observando. Nada, na verdade. Não vi nenhum sinal do homem da noite anterior. - Nada. – fechei a janela – Só parou de chover. Brenda sentou na mesa e se serviu do café que fiz, depois observou o celular por alguns minutos com uma expressão melancólica. - O que foi? – me sentei ao seu lado, percebendo que h
Na manhã seguinte acordei perturbada por ter sonhado com o vizinho. Assim que abri os olhos, desorientada, e senti os contornos do sonho se perderem, me coloquei de pé e olhei o relógio. Era muito cedo e eu sabia que Cat e Brenda ainda estavam dormindo, então abri a porta do quarto e saí em silêncio para a varanda dos fundos. Alguns minutos de ar fresco e sol da manhã me fariam bem com toda certeza. O arrepio que percorreu a minha coluna foi o primeiro sinal de que não estava sozinha. Arregalei os olhos em busca do que estava errado e, então, vi justamente o vizinho parado ao lado do nosso tanque. O susto foi tão grande que eu balancei.&
- Qual é, Alice! – Cat riu enquanto nós três jantávamos na varanda dos fundos – Confessa, vai! - Para com isso. – disse irritada, desejando que ela falasse mais baixo. - Como ele era? – Brenda se inclinou na nossa direção. Pelo menos ela falou baixo. - Moreno, cabelos lisos um pouco crescidos e uns olhos meio puxadinhos nos cantos. – Cat descreveu e não pude deixar de pensar que era uma boa descrição. - Hum... – Brenda me lançou um olhar malicioso.
Tirei e coloquei roupas, sem achar que nada era apropriado. Pensava em Bernardo e ficava cada vez mais nervosa. - Vista isso. – Brenda entrou com um vestido vermelho – E chega. – acrescentou como um alerta. Eu coloquei o vestido, feliz por encontrar algo que parecia adequado para o momento. O comprimento não era longo demais, mas também não muito curto para me deixar desconfortável. - Ficou ótimo. – Cat garantiu escolhendo uma corrente dourada para meu pescoço que ficaria exposto pelo decote do vestido.
Me movi, sentindo que a luz do sol batia no meu rosto, mas não queria abrir os olhos, então virei na cama e meu corpo encontrou uma pele quente e macia. Naquele instante minha mente foi inundada de lembranças da noite anterior, me despertando por completo. Depois de beijar Bernardo intensamente, nós trocamos um olhar intenso e demorado. Não precisou que ele dissesse palavra alguma para que eu entendesse que ele queria seguir adiante tanto quanto eu. Deixamos a praça aos tropeços e voltamos direto para a casa dele. Não acendemos nenhuma luz e, já no primeiro cômodo, Bernardo voltou a me beijar lenta e profundamente.&nbs