~Pov. Letícia ~
- Antony! Levanta, eu sei que você já está melhor! - depois do treinamento pesado de resistência o Anto desmaiou e eu me vi na obrigação de ajuda-lo. O Ruan nunca desistiria do seu recorde pessoal para tal.
Nesse momento eu estou enfadada da primeira aula e com receio de ir a segunda, mesmo assim tento arrancar ele da maca em que está deitado na enfermaria. Antony se enrosca no lençol como se fosse sua alma e isso já está me tirando a paciência.
- Eu estou mal, não está vendo Lê? Olhe para meu rosto, meu corpo. Eu estou péssimo. - o drama realmente era algo significativo em sua personalidade, eu sabia que ele estava bem.
- Estou vendo... Vendo esse seu cu de preguiça! Levanta dessa porcaria antes que eu te derrube dela! - grito, infelizmente paciência não é meu forte. Ele tapa os ouvidos com o travesseiro e finge que não me ouviu.
Respiro fundo para tentar me acalmar, se o diret
~Pov. Ruan~Odeio reuniões, esse era o único pensamento que vinha em minha cabeca. Tavarres estava sentado a minha frente de um jeito desconfortável, meu pai berrava ordens até para o ar e a raiva já estava friamente me consumindo.- Quero que mais pessoas vigiem os muros! Esses bastardos não vão entrar em minha cidade e causar terror! Quem ultrapassar será morto, entenderam?! - não duvido que até os alunos da academia tenham concordado com os gritos dele, mesmo estando a um quilômetro de distância de lá.- Sim, senhor Regente. - os soldados sairam apressados, eu também sairia mas minhas obrigações me prendem aqui.- Tavarres, você o único homem em quem eu confio. Use seus alunos para algo útil. - ele concordou respirando forte. - E você Ruan, o que anda fazendo para ajudar?!- Estudando. - respondi dando de ombros, eu não tinha nada haver com os muros.- Tavarres, coloque ele com o Victor. - ao ouvir o nome do bastar
~Pov. Eris~Parece que finalmente estou me encaixando em algum lugar, aquele almoço foi divertido, nem com meus amigos de Oncep eu tinha me sentido tão a vontade. Gabriel com seus cabelos castanhos e olhos azuis era doce, Luiz tinha cabelos negros e pele caramelada, era um pouco afastado e centrado mas quando os dois começaram a me fazer elogios senti meu rosto todo queimar. Antony era o pequeno palhaço do grupo, Leticia era fofa e alegre, Felipe era convencido. Ruan, cabelos negros em cachos caindo sobre os ombros, olhos castanhos ele era diferente da maioria. Um sorriso brotava em meu rosto ao lembrar deles.Quando terminei o almoço e segui para a sala de Tavarres, Victor não estava mais lá. Estavam tendo problemas nos muros e os Transportadores foram convocados para ajudar, aparentemente aquilo era perigoso e um frio na barriga me tomou ao imaginar Victor machucado.Fui aco
~Pov. Eris~Se ele estava pensando que eu iria ficar aqui nessa sala ele estava muito enganado. Esperei que se afastasse e sai da sala tentando o acompanhar sem ser pisoteada pelos alunos que corriam para se abrigar. Braços impediram que eu caísse e me suspenderam, fiquei assustada mas sair do meio da multidão foi um alívio.- Eris, está afim de morrer? Eles não enxergam! - era Gabriel visivelmente irritado, eu sabia que eles não me enxergariam nem se tentassem.- Desculpe. Mas disseram que houve uma invasão. - omiti quem havia me dito, ele estava preocupado. Estavamos contra a parede do lado de fora da academia longe o bastante dos alunos revoltos e da confusão nos muros.- Deveria estar se protegendo. Você pode se machucar seriamente. - fiz bico, odiava ser vista como fraca pelos outros. Cruzei os braços a frente do corpo.- Se não vai comigo,
~Pov. Victor~Os Telectos estavam avançando todos os dias, nossa fonte de energia vinha da radiação emitida do fundo da cidade. Oncep nunca aceitou ter perdido Rebelion, a cidade foi construida sobre uma antiga usina nuclear intocada. A radiação movimentava lâminas grossas em torno de vacuos gerando uma energia extra, também usavamos a energia do sol mas tinhamos poucas placas de absorção.- Victor? - Ginna estava bem posicionada sobre o muro, ela era uma número Quatro, fazia parte do GEC. Atentei para a nossa frente onde uma tropa se aproximava rapidamente. - Está pronto?- Sempre pronto. - eramos conhecidos por não termos limites, saltamos do muro caindo sobre a terra batida fora da cidade. Os Transportadores não eram um grupo muito grande, ao todo podiamos contar com dez Elementares se revezando para fazer o trabalho dos soldados também.&
~Pov. Eris~Depois de muita insistência do Victor acabei voltando a dormir sonhando com tudo que eu tinha visto na mente do Telecto, aquelas informações eram desconexas e acabou sendo um sonho terrivel. Enquanto dormia escutei alguns gritos e uma discussão, abri um dos olhos devagar confirmando o que pensava, Tavarres e Victor estavam discutindo, decidi fingir que dormia e apenas ouvir.- Porque não trancou ela na sala!? - Victor bufou, os dois estavam alterados.- Eu pensei que ela ficaria no lugar! Eu não vejo o futuro sabia?! - tremi quando sua voz começou a sair do eixo.- Agora eles sabem sobre ela, o regente quer interroga-la e usa-la para extrair os planos dos Telectos. - a voz de Tavarres estava cheia de culpa, o pavor que saia deles estava esmagando meus pulmões.- Só por cima do meu cadáver ele vai encostar na Eris! Eu não vou permitir que ele a use como se fosse u
~Pov. Gabriel~Eris tinha uma teimosia palpável, era impossível não notar. Depois que fomos praticamente enxotados da enfermaria pelo Victor notei o quanto eu me preocupava com ela, o quanto o seu bem estar fazia diferença em minha vida.Aqueles olhos tão expressivos, seu jeito delicado, sua estatura. Tudo nela parecia me atrair de um jeito estranho, bom. No caminho para a sala eu me perdi em pensamentos e quase entrei na sala do segundo ano, se o Ruan não tivesse esbarrado em mim teria pago um enorme mico.- Ora, vejam só quem resolveu aparecer. - Elena não perdia uma piada quando se tratava de atrasos, sorri sem graça e me apressei a ocupar o meu lugar em silêncio. - Já que foi o último a entrar, porque não explica para a turma a importância do bem estar físico e emocional?- Não seria melhor me bater com a régua? - ao menos não seria tão vergonhoso, eu não g
~Pov. Eris~Eu simplesmente não acredito que ele me beijou pensando em sua ex-namorada, me sinto tão usada, tão idiota. Em Oncep não nos apaixonamos por alguém que não é nosso parceiro, e aqui eu me sinto sufocada por não ter regras, por não ter que seguir algo.Meu coração dói com a possibilidade de não ser correspondido, de não ser amado. De fato era estranho o que eu sentia quando estava com Gabriel, Ruan e Victor, sensações diferentes e que me incomodavam. Sinto falta da certeza.Ao passar por Victor enquanto corro apenas o iguinoro, preciso sair daqui, preciso de espaço para pensar. Talvez não seja tão bom assim ser livre, poder fazer suas próprias escolhas. Quando percebo já estou no meio da rua, no frio obscuro da noite, um arrepio estranho passa por mim e escuto passos em minha direção, começo a andar sem olhar diretamente para trás.Eu vejo você. Uma voz em minha cabeça me fez salt
~Pov. Eris~Quando acordei notei estar em um lugar diferente, estava em uma cama de solteiro com lençóis azul escuro. Uma escrivaninha separava a cama onde eu estava da cama onde Gabriel dormia profundamente, próximo a porta da frente tinha um pequeno guarda roupa de duas portas e do outro lado uma porta entreaberta que eu identifiquei como o banheiro por estar saindo um vapor.Me sentei sobre a cama tentando lembrar do que houve ontem mas nada me vinha a cabeça, não conseguia me lembrar de como vim parar aqui. A porta do banheiro foi aberta e o Luiz saiu de lá apenas com a calça do uniforme, seu corpo padronizadamente largo ainda estava molhado da água do banho. Ele sorriu para mim e eu me peguei fazendo o mesmo.- Bom amanhecer. - ele saldou sentando sobre a cama onde eu estava e calçando os sapatos.- Bom... como eu...? - ele riu me olhando de soslaio.