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Cap 5. Te mostrarei o que é pequeno aqui, little Angel.

: repita!! — ele ordena, e só então percebo que realmente falei em voz alta.

Merda, merda, merda!

Os olhos de Sara se arregalam em pavor. Carmen e as outras meninas enrijecem, a tensão palpável no ar. A piranha da Adina mantém um meio sorriso perverso dançando no canto da boca. O rosto do homem permanece sério, mas seus olhos também carregam uma malícia fria, e um sorriso vil paira em seus lábios. 

— Repita, Little Angel — ele pede agora, a voz surpreendentemente tranquila, quase um sussurro aveludado.

Mas que droga! Minha garganta se fechou, as palavras se recusavam a sair. O pânico me paralisava.

Ele esboça um sorriso torto, um brilho lascivo em seus olhos, e então me lança um olhar sujo, mordiscando os lábios inferiores de forma provocadora.

— Mais tarde, quando seu horário de trabalho terminar, quero que visite meus aposentos — ele declara, a voz firme e objetiva, como se não me desse sequer a opção de protestar. Em seguida, começa a caminhar em direção à porta, pronto para partir. Mas, antes de cruzar a soleira, ele se volta para mim novamente, um movimento lento e carregado de intenção. 

— Vou mostrar para você o que é pequeno aqui, Little Angel. — Engulo em seco, o medo gelando minha espinha. Assim que ele desaparece, o primeiro olhar que encontro é o de Sara, seus olhos ainda arregalados em choque mudo. Olho para as outras meninas, e todas compartilham a mesma expressão tensa e apreensiva.

Porém, nos olhos de Adina, arde uma inveja viperina. Ela se aproxima de mim, cada passo calculado e cauteloso.

Adina: Não se iluda com isso. Você pode até ter chamado a atenção de Alejandro, mas ele não vai querer nada além desse seu corpinho bonito. A diferença dele para os outros é que, para ele, você terá que se dar de graça. — Uma onda de fúria me invade, o desejo de voar em seu pescoço quase incontrolável, mas Carmen, mais uma vez, a repreende com um olhar cortante. Carmen sempre se coloca entre mim e essa criatura ridícula.

Carmen: Por que você simplesmente não consegue calar essa boca imunda?

Guadalupe: Quer ir no meu lugar? Por favor — abro passagem com um gesto teatral, convidando-a a me substituir. — Ah! — finjo uma súbita lembrança. — Você não pode ir no meu lugar, não é mesmo? Você queria tanto estar com ele no meu lugar! E acredite, eu também queria desesperadamente que fosse você, e não eu — faço uma pausa, deixando o sarcasmo pairar no ar. — Mas acontece que ele não te quer, não é verdade? Ele nunca te escolhe para satisfazer as vontades dele. Talvez ele simplesmente não a ache tão atraente assim. — Queria irritá-la na mesma medida em que ela me atormenta desde que cheguei aqui. Mas era só por isso. Porque eu daria qualquer coisa para não ter que ir a lugar nenhum com esse homem, que acabo de descobrir ser Alejandro, chefe de máfia, um dos líderes do tráfico humano.

Ele é o responsável por trás dessa quadrilha que nos aprisionou aqui. Ele detém o poder, e é por isso que Adina anseia por sua atenção. Contudo, pelo visto, ele ainda não a convocou para uma noite em seus aposentos. Mas, ótimo! Ele tinha que me chamar! Que sorte a minha, essa minha boca grande e maldita. 

Eu deveria ter ficado quieta.

Adina se cala, seus olhos fixos nos meus como duas metralhadoras prontas para disparar. Mas eu sustento seu olhar com a mesma intensidade fria e hidrófoba. 

Até que os cafetões abrem a porta da maneira habitual, de forma inesperada e repentina, o que certamente evitou que nos atracássemos ali mesmo.

Chinchurreta: Hora de trabalhar, meninas! — Sara agarra minha mão com força, e todas começamos a sair. Foi então que, pela primeira vez, consegui observar melhor o lugar onde estávamos. Era um prédio de dois andares, situado em uma rua pouco movimentada. A casa era feia por fora, com uma fachada descuidada. Por dentro, parecia maior e um pouco mais arrumada. Mas o exterior sujo e decadente dava a impressão de uma casa abandonada, e na parede rabiscada se lia a palavra "borracharia" 

Esses porcos imundos eram uns crápulas, disfarçando o local para afastar qualquer suspeita. Uma pequena fagulha de esperança de tentar fugir acendeu em meu peito. Mas logo percebi que éramos acompanhadas por mais de três homens grandes e armados. Uma van de tamanho médio nos esperava, e eles nos forçaram a entrar, seguindo-nos logo em seguida.

Outros três homens saíram do prédio que acabávamos de deixar e trocaram de armas com os que estavam conosco dentro da van. Entregaram armas menores, fáceis de esconder sob as roupas, aos que nos acompanhavam. E então seguimos para o que deduzi ser a tal casa noturna. Tentei controlar a respiração durante todo o trajeto, sentindo a ansiedade apertar meu peito. A pobre Sara não parava de apertar minha mão, transmitindo seu próprio medo. Eu me esforçava para parecer forte por ela, pois precisava que ela me visse assim. Sara seria uma das primeiras a sair desse inferno comigo. E depois, juntas, traríamos ajuda para as outras! Eu acreditava em mim. Eu ia sair dessa, custasse o que custasse.

Chegamos a um local ofuscante de luzes, uma boate com acesso restrito a poucos, e havia policiais ali também. Assim que Sara avistou os policiais, apertou minha mão duas vezes com mais força, lançando-me um olhar de canto de olho, como se me mostrasse algo, e sussurrou em meu ouvido o mais discretamente possível.

Sara: Tem policiais aqui, Lupi. A gente precisa dar um jeito de pedir ajuda. — Olho para ela com ternura. Temos a mesma idade, com apenas alguns meses de diferença, mas é evidente o quanto ela é mais inocente e humilde do que eu. Era óbvio que aqueles policiais ali eram tão corruptos quanto os bandidos que deveriam perseguir, pois estavam no meio deles. — Eu vou tentar, você me cobre?

Guadalupe: Não! Não faça isso, Sara, pelo amor de Deus. Você não percebeu? Esses ratos estão com eles — digo, disfarçando assim que percebo o cafetão me observando. Estávamos paradas em frente à boate, e os cafetões ainda estavam dentro da van conosco. Apenas o motorista e o pálido do Chinchurreta haviam descido.

Sara: O quê? — ela pergunta confusa, olhando para fora.

Guadalupe: Eles estão com eles, Sara, com a quadrilha — digo, referindo-me aos traficantes. Percebo a respiração dela começar a falhar, o pânico tomando conta. Parecia que ela também tinha nutrido alguma esperança de tentar fugir naquele momento, e agora tudo havia desmoronado. Não tínhamos saída, nenhuma brecha que não comprometesse nossas vidas facilmente. Um passo em falso e morreríamos. — Fica calma, a gente vai passar por isso juntas e de cabeça erguida. Lembra que a vida é cheia dessas, mesmo. Hoje podemos estar no chão, mas amanhã podemos estar no topo. Nós vamos estar no topo! — Tento transmitir bravura para ela e para mim ao mesmo tempo. — Não esquece, isso aqui é como a vida lá fora: sobrevivência dos mais fortes. E a gente vai sobreviver e vamos acabar com todos esses filhos da puta. — Não consigo disfarçar meu olhar sanguinário, porque essa é a única coisa em que consigo pensar o tempo inteiro aqui: um jeito de escapar daqui, mas também de fazer toda essa quadrilha sofrer. Chinchurreta, Alejandro, todos eles! Eles precisam sofrer! Eles precisam pagar por tudo o que estão fazendo.

Chinchurreta: Vamos, meninas, façam fila — e assim fizemos. Fomos saindo uma a uma e formando uma fileira. Até que ele põe a mão no meu ombro e no de Sara. — Caso vocês esqueçam e queiram dar uma de emocionadas... — ele sorri pretensioso. Sinto nojo dele, mas Sara... ela poderia matá-lo apenas com o olhar fulminante que lhe lançou. Isso é algo que temos em comum: estamos transformando nossas dores e frustrações em ódio. — Não tentem nada — ele fala bem devagar, a ameaça fria pairando no ar. — Ou tentem e sejam espancadas até a morte. — Um arrepio de medo percorre minha espinha, e Sara também engole em seco. Continuamos seguindo, e percebo que Sara apoiava quase todo o peso do corpo em mim, como se suas pernas tivessem se tornado bambas. Ela estava à beira de um ataque de pânico.

Guadalupe: Respira fundo — sussurro em seu ouvido. — Vamos, você consegue. Junto comigo, puxa e solta — faço o movimento junto com ela. — Tenta contar, inspire lentamente contando até três — e repito o movimento. — Segure o ar por mais três segundos e expire com a mesma contagem — digo, e fazemos juntas novamente. — Depois, mantenha-se “sem ar” por mais três segundos — digo, reparando que ela estava conseguindo se acalmar enquanto continuávamos a caminhar para dentro da boate. — Isso, muito bem, Sara — eu a incentivo.

Sara: Obrigada! — Seus olhos estavam marejados, mas sua respiração já estava mais controlada. Ponho minha mão em seu ombro. — Você não está sozinha, lembra? — sorrio para ela sem mostrar os dentes, um sorriso de solidariedade e promessa.

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