Anos se passaram do fim de uma louca jornada, que culminou na noite mais louca de suas vidas e um novo significado para a palavra “amor”. Mas agora, esse novo significado é representado por um grupo de adolescentes com os hormônios à flor da pele, ideias próprias e um espírito inquieto, loucos para honrar o legado de seus pais. E ninguém sabe o que pode acontecer...
Ler mais25 anos. É claro que só se faz cada idade uma única vez, e que todas são importantes. Mas algumas conseguiam ser mais marcantes, e aquela definitivamente era. Há 9130 dias, os astros e planetas tinham se alinhado de uma forma única e especial, ocasionando a chegada de nove almas predestinadas a serem unidas.Para Dom, que hoje observava as coisas de uma dimensão diferente e muito mais ampla, a beleza de todos aqueles acontecimentos era única. A forma delicada como seus destinos tinham sido bordados e entrelaçados formava um lindo desenho, e ele era muito feliz e grato por ter feito parte de tudo aquilo. E por poder estar ali, naquele dia.Em seus últimos dias de vida, Dom pediu muito que lhe permitissem, de algum jeito, não deixar sua família. Sua intenção era viver, claro, mas se houvesse outra forma, ele também aceitari
− Você está esperando um menino E uma menina, Luna. – sorriu Marlene, vendo o filho e a nora ficarem de olhos marejados – Nós vamos ser avós em dose dupla.− Gente, lembra que o padrinho da menina tem coração complicado, não faz isso comigo não. – implorou Mariano, vendo a mesa do bolo entrar em festa.Luna e Luan estavam abraçados, chorando, enquanto os amigos comemoravam ao redor. Eric até esqueceu que não podia forçar a perna e começou a pular no lugar.− Daqui a pouco eu não vou mais saber o nome de tanto mundo. Vocês vão ter dois bebês! – celebrava o rapaz, fazendo os amigos rirem.− Mas você só vai ser padrinho de um, bocó.− Ainda bem, né? Pensou quanto eu iri
− Pode, porque eu sei que, quando eu partir, você vai ser a única pessoa que não vai ter o menor interesse em me achar. Mudei para Megan Luiza Carrilho. Não suportava mais essa coisa de “amor tem quatro letras”.− E usou o sobrenome de solteiro da sua mãe, inteligente.− É, logo que fizemos 18 anos. Consegui um advogado bobinho, estilo “porta de cadeia”. Ele não cobrou nada de dinheiro, se me entende, e me ajudou a fazer a mudança de nome, sem envolver meus pais. Eu estou vivendo no Rio Grande do Sul desde essa época.− Foi tudo friamente calculado, não foi?− O pior é que não. Sim, eu ia abandonar o bebê e fugir, mas as coisas mudaram de rumo. A pessoa que ia me dar uma carona após o parto resolveu ir embora antes, e eu consegui um e
Tinham sido quase 18 anos juntos, mas agora, a sensação de ter Maju ali era a sensação de ter um completo estranho. Todos podiam observar que as diferenças entre ela e Nita, que sempre foram imperceptíveis, agora eram gritantes. Os cabelos de Maju tinham luzes loiras, cortados na altura do queixo. Seu rosto era muito magro e marcado, assim como o corpo.Ela estava parada observando aqueles que por muito tempo havia considerado como sua família. Um pouco para trás, seus pais e Nita com Leon, e era palpável o clima denso e pesado. Quase teve vontade de rir daquela cena, mas sabia que se fizesse isso corria o risco de tomar um safanão de Elis ou Susi, que estavam com uma cara bem feia.− 24 anos, e vocês ainda comemoram todos juntos, na lanchonete? – foi a primeira coisa que disse, dando uma risada fraca – As pessoas costumam dizer que
“Tudo bem, mãe, eu entendo a relutância do Nico. E não julgo ele, porque eu realmente fiz muita coisa ruim.”Maju se aproximou do caçula. “Eu não vou dizer que virei santa, Nico, porque não virei. Mas não quero mais fazer mal para vocês, e honestamente, meu sentimento pelo Dom é zero. Ele não é meu filho, nunca foi. Ele é filho da Nita e do Leon, e sempre vai ser.”“Então... Nesse caso eu acho que posso te perdoar.” Concordou o rapaz, estendendo a mão. “Mas não consigo te tratar da mesma forma que trato a Nita.”“Tudo bem, eu também não te vejo da mesma forma que ela.” Maju se virou, encarando a gêmea. Nita estava muda. “Você quer conversa comigo à sós.”“Vamos no
“Aqui, eu trouxe um suco.” Elis voltou com uma bandeja, jarra e copos. “Não que eu ache que elas precisem, né?”“Elas, não. Mas eu sim.” Garantiu Junior. “Elis, você não pode esconder uma coisa como gravidez do seu padrinho, menina. Essas coisas não se faz!”“Padrinho? Ela escondeu da mãe dela.” Megan Felicia despertou, se levantando e indo até a filha. “O que você tinha na cabeça, Elis? Minhocas? Tá parecendo o Eric!”“Hey, sem ofender meu filho! Ele não está aqui para se defender!” Reclamou Mariano.“Tá, vamos explicar, calma.” Elis colocou a bandeja na mesinha de centro, indo sentar ao lado do namorado.“Tudo começou há pouco mais de um ano atr&aacu
“Certo, ok. É, nós temos algo sim para contar.” Começou Luna, encarando o namorado. Ele assentiu, pegando algo do bolso da calça e entregando para ela. “Bom, só vejam.”Ela entregou um envelope para os pais, enquanto Luan fazia o mesmo. Os casais trocaram olhares, antes de abrir o envelope e puxar o conteúdo. Entenderam e reconheceram o exame de ultrassom na hora, sentindo o misto de emoções começar a fervilhar.“Isso é...” Lily encarou o papel da mão dos pais.“Esse, Lily, é o sobrinho de vocês. Que está aqui na barriga da Luna.”Foi só quando ouviram as palavras de Luan que aquilo se tornou real. Até ali, era apenas uma imagem que poderia ser de qualquer ultrassom no mundo. Mas agora, aquela imagem era o primeiro vislumbre
Eric abriu os olhos, um pouco grogue. Olhou para o lado, vendo seu pai sentado na cadeira do hospital, o analisando. Tentou sorrir, mas não conseguia fingir para Mariano.“Essa família sempre acaba no hospital, hã?” Tentou brincar, vendo o pai suspirar.“Pelo menos dessa vez é só um joelho, não um coração precisando ser operado.” O homem se apoiou na cama do filho. “Como está, Eric?”“Grogue de remédio e ainda sentindo dor.” O rapaz observou a perna imobilizada e içada da cama. “Devia ter imaginado que a Susi ia chamar vocês.”“Ela nem teve cabeça para isso. Veio direto com você para o hospital, foi seu técnico que nos ligou. Ele nem tinha desligado o telefone e as malas já estavam sendo feitas.”
Luan estava sentado em sua escrivaninha, no meio de um bloqueio criativo. Andava em uma época estressante no trabalho, com muitos projetos sendo passados para ele. Sabia que era talentoso, seus desenhos ficavam melhores a cada trabalho que ilustrava. Mas estava infeliz.“Hey, lindo.” Luna entrou com duas canecas nas mãos. “Trouxe um chocolate quente, para ver se te ajuda.”“Você é um anjo, sabia?” Ele pegou a caneca, puxando Luna para sentar em sua perna. “Eu só estou cansado, amor, nada demais.”“Eu sei, amor, você está trabalhando muito.” Concordou Luna, bebericando seu chocolate. “Mas você está indo bem.”“Você é suspeita, vida.” Ele beijou o ombro dela, bebericando seu chocolate também. “Talvez eu esteja incomo